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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

8 de maio

8 de maio


1867 - Guerra do Paraguai: começa a retirada da Laguna

A retirada da Laguna, composição de Álvaro Marins


Encurralado e fustigado pela forte cavalaria inimiga, com insuficiência de munição, falta de víveres e tendo como justificativa, retroceder à fronteira para "aguardar algumas probabilidades de nos abastecer e gozar de pequeno repouso", a força brasileira de ocupação ao norte do Paraguai, inicia em 8 de maio de 1867, a célebre retirada da fazenda Laguna, ocupada em 6 de maio. O episódio foi descrito pelo tenente Taunay, escriba da expedição e seu mais ilustrado protagonista:

Quando no dia seguinte, o sol se levantou (era um dia dos mais serenos) já estávamos em ordem de marcha com as mulas carregadas, os bois de carro nas cangas e tudo quanto restava do gado encostado ao flanco dos batalhões, de modo a seguir todos os movimentos da coluna.


Às sete da manhã, o corpo de caçadores desmontados, a quem competia o turno da vanguarda, abriu a marcha, tendo a seguir bagagens e carretas, circunstância que nos impediu de transpor facilmente um riacho avolumado pelas chuvas dos dias antecedentes. (...)


Avançávamos em boa ordem quando subitamente viva fuzilaria se fez ouvir: era a nossa vanguarda que renteando um capão de mato fora atacada por uma partida de infantaria, ali emboscada. Tinham algumas balas vindo cair por cima das fileiras num grupo de mulheres que marchavam tranquilamente ao lado dos soldados; tal algazarra provocaram que não sabíamos o que poderia ter sucedido. Pouco durou este terrível tumulto; investindo resolutamente com o inimigo, nossa gente o desalojou impelindo-o até o primeiro declive do planalto, onde estava a fazenda da Laguna. Mas ali formaram-se os paraguaios, novamente resistindo algum tempo, achegando-se logo depois, passo a passo, dos cavalos; afinal enquanto alguns, já montados, disparavam a todo dar de réguas, outros fingiam resistir para proteger os camaradas que fugiam a bom fugir, inteiramente derrotados.


Os combates duraram praticamente o dia inteiro, com baixas nos dois lados, conseguindo as tropas de Camisão mover-se penosamente até às margens do Apa-Mi, onde acamparam ao entardecer:


Caíra a noite, profundamente escura. Estávamos estrompados de cansaço, a vista escura e o espírito abalado por tantas e tão variadas impressões cujas imagens acabavam por se confundir. Não houve quem armasse tenda ou barraca. Dormimos em grupos, formados quase ao acaso, de três, quatro ou mais, conchegados uns aos outros, cobertos em comum por capotes, ponchos, mantas, com quanto encontráramos; cada qual com o fuzil, o revólver ou a espada ao alcance da mão e o chapéu desabado sobre os olhos, para se resguardar do orvalho, tão copioso que tudo encharcava.




FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 71.


8 de maio

1873 - Estabelecidos os limites do município de Corumbá

Pela resolução n° 2 do presidente da província, José Miranda da Silve Reis, são estabelecidos os limites do município de Corumbá:

"Art. 1° - A divisa da freguesia de Santo Antonio do Rio Abaixo com a de Corumbá será o rio São Lourenço acima, desde a sua confluência com o rio Cuiabá até a embocadura do rio Piquiri, daí por este acima até onde nele deságua o rio Correntes.

Art. 2° - A divisa da freguesia com a Herculânia, novamente criada, será a linha tirada da confluência dos rios Correntes e Piquiri, que cortando o rio Taquari vá até às cabeceiras do rio Capivari; e com a freguesia de Miranda pelo Capivari abaixo até este desaguar no rio Mondego, e por este abaixo até sua embocadura no rio Paraguai.

Art. 3° - Também fará parte da freguesia de Corumbá todo o território da extinta freguesia de Albuquerque e bem assim a ilha forma pelos rios S. Lourenço o braço denominado Cracará".

FONTE: Coleção das leis da província de Mato Grosso, 1835 a 1912, página 6.


8 de maio

1910 - Iniciadas obras o hospital de caridade deCorumbá

Criada em 8 de novembro de 1903, iniciam-se as obras de construção do hospital de caridade de Corumbá, uma iniciativa da sociedade local, saudada pela imprensa da cidade:

"Realiza-se no dia 8 de maio próximo, no respectivo local, o início das obras do Hospital de Caridade desta cidade, sendo amplamente festejado esse auspicioso acontecimento. 

A festa será presidida pelo nosso distinto amigo tenente-coronel Américo Augusto Caldas, presidente da Sociedade de Beneficência Corumbaense, sendo para ela convidados os representantes de todas as classes nacionais e estrangeiras de Corumbá.

Essa data, que já é gloriosa para o Brasil, vai-se tornar mais cara aos corumbaenses, porque será doravante o marco que há de registrar a consecução de uma de suas mais nobres aspirações.

Aos esforços da Sociedade de Beneficência Corumbaense, cujo estado financeiro é dos mais prósperos, pois possui um pecúlio de 56.000$000, devemos, fato de tanta relevância, qual o início das importantes obras da bela casa de caridade".

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 30 de abril de 1910.

 


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

2 de junho




2 de junho


1847 - Circula A Gazeta Cuiabana




Impresso na tipografia do governo, passa a circular em Cuiabá, o bi-semanário A Gazeta Cuiabana, órgão destinado a publicar atos oficiais e não oficiais. Na primeira página, em todas as edições trazia as seguintes informações:

Publica-se às quartas-feiras e sábados que não forem dias santos e de festas nacionais. O preço da assinatura é 6$000 rs. por ano, 3$200 por seis meses e 1$800 por trimestre, pagos adiantados, e os números avulsos vendem-se a 100 reis na casa da tipografia. Os anúncios a 100 reis por linha.

Sua apresentação ocupa toda a primeira página da edição n° 1:

"A administração do Exm. Sr. Doutor João Crispiniano Soares, que desde o dia 5 de abril último parece modelada para trazer tantos bens à Província de Mato Grosso, já pelo que respeita a sua não desconhecida ilustração, já porque os seus atos só respiram a religiosa observância da Constituição e das leis e o desejo incansável de concorrer no desempenho da Imperial confiança quanto em si couber para a prosperidade de uma província, que a imperícia das passadas solipsas administrações há tornado decadente, acaba de dar um passo que assaz demonstra não serem infrutíferas as esperanças que os cuiabanos nutrem de irem os melhoramentos da Província de Mato Grosso em progresso, tanto quanto permitem suas tristes circunstâncias peculiares, com a publicação da Gazeta Cuiabana, que tendo por fim o dar publicidade aos atos do Governo de Sua Magestade o Imperador tendentes à Província, da respectiva Presidência, Assembleia Legislativa e mais autoridades secundárias, conseguirá sem dúvida o instruir a todos daquilo que a todos interessa.

Não temos para tanto a obrigação de mexer-nos com ninguém na arena política, porque não só falta-nos para isso a necessária aptidão, como também por ser-nos inibidos pela leis orgânicas do estabelecimento tipográfico da Província o tratar em seu jornalismo de semelhante objeto. Temos pois de nos contentar em satisfazer somente aos leitores com a publicação de algumas boas ideias acerca da literatura, história, moral, religião, ciências, artes e indústria, que nos forem transmitidas por pessoas inteligentes ou que depararmos nos autores clássicos, e mesmo em outros jornais, além das notícias relativas aos melhoramentos e tranquilidade pública da Corte e mais províncias do Império. Se isto não for suficiente para preencher a expectação pública sempre ávida de grandes coisas, seja-nos permitido dizer que aguardem por elas, depois de havermos trabalhado para obtê-las, pois grandes resultados são só consequências de grandes esforços e sacrifícios, e que melhor é satisfazermos com o pouco, que ficarmos com coisa nenhuma, desejando-se somente o muito.

Do Redator".


FONTE: jornal A Gazeta Cuiabana, 2 de junho de 1847.


2 de junho


1867 – Retirada da Laguna: tropas chegam ao Canindé





Após a sofrida travessia do Rio Miranda, completada no dia anterior e que durou três dias, a coluna brasileira que se retira da Laguna, chega a Canindé, a três léguas de Nioaque:

Esta marcha forçada efetuou-se maravilhosamente, apesar da chuva copiosíssima que caiu durante todo o trajeto, levando então cada corpo os seus doentes. No Canindé achei sinais da passagem dos paraguaios. Carros queimados existiam no caminho, estando o chão coberto de farinha e arroz.
A soldadesca comeu, enfim, apanhando tudo que foi encontrando, depois de 22 dias de cruel fome, durante os quais a ração de simples carne era tão diminuta, que repartiam-se 4 a 8 reses em lugar das 21, que habitualmente iam para o corte.




FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, SP, 1942, página 182.

FOTO: cena da retirada da Laguna. Meramente ilustrativa.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

12 de junho

12 de junho


1860 - Autorizada a criação da primeira escola pública da Corumbá

É aprovada pela lei n° 5 de a860, a primeira escola pública da povoação de Corumbá. A resolução é do presidente da próvíncia, Antonio Pedro da Alencastro:

"Art. 1° - Fica aprovada a Resolução de 21 de outubro do ano próximo passado, que ciou uma escola de instrução primária do 1° grau na Povoação de Corumbá para o sexo masculino com o ordenado marcado aos professores das Freguesias.

Art. 2° - Quando for suprimida uma cadeira, quer de instrução primária, quer de estudo secundário, o respectivo professor, sendo vitalício, e contando mais de dez anos de serviço, será aposentado com o ordenado por inteiro; e revogadas as disposições em contrário".


FONTE: Colleção das Leis Provinciais (MT), 1835 a 1912, pagina 32.



1867 – Termina oficialmente a retirada da Laguna


Homenagem do Exército brasileiro aos combatentes de Laguna em Porto
Canuto no município de Anastácio
Tendo chegado os sobreviventes um dia antes em Porto Canuto, à margem esquerda do rio Aquidauana, desfaz-se oficialmente, a retirada da Laguna, considerada a maior aventura da guerra do Paraguai. O major José Tomás Gonçalves, seu último comandante, baixou ordem do dia, encerrando a campanha, que durou 35 dias:


A retirada, soldados, que acabais de efetuar, fez-se em boa ordem, ainda que no meio das circunstâncias as mais difíceis. Sem cavalaria contra o inimigo audaz que a possuía formidável, em campos onde o incêndio da macega, continuamente aceso, ameaçava devorar-nos e vos disputava o ar respirável, extenuados pela fome, dizimados pela cólera que vos roubou em dois dias o vosso comandante, o seu substituto e ambos os vossos guias, todos esses males, todos estes desastres vós os suportastes numa inversão de estações sem exemplo, debaixo de chuvas torrenciais, no meio de tormentas de imensas inundações, em tal desorganização da natureza que parecia contra vós conspirar. Soldados! Honra à vossa constância, que conservou ao Império os nossos canhões e as nossas bandeiras!


O governo paraguaio festejou o final da marcha brasileira como uma vitória de seu exército.


FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 137.


12 de junho


1874 - Criados os cartórios judiciais em Corumbá


Pela lei nº 8, do presidente José de Miranda da Silva Reis, o governo da província de Mato Grosso, cria os cartórios da comarca de Corumbá, a saber:

"Artigo único. - Ficam criados no Termo de Santa Cruz de Corumbá os ofícios 1° e 2° tabeliães; servindo o 1° de Tabelião do público, judicial e notas e do escrivão da Provedoria e do juri e execuções criminais; e o 2° de Escrivão de Órfãos e ausentes que lhe fica anexo; revogadas as disposições em contrário".

FONTE: Coletânia de leis da província de Mato Grosso, 1835 a 1912, página 14.


1882 – Nasce em Nioaque Antônia de Moraes Ribeiro, dona Neta


Dona Neta (ao centro) com familiares
Nasce em Nioaque, Antonia de Moraes Ribeiro. Estudou em Cuiabá onde casou-se com Antônio Correa da Costa, de tradicional família cuiabana. O casal muda-se para a fazenda Chapada, da família dela, em Nioaque. Em 1913, com seis filhos e já com o carinhoso apelido de dona Neta, muda-se de vez para Campo Grande. Em 1921 morre-lhe o marido, vítima de febre tifóide, contraída em Três Lagoas. Viúva aos 36 anos, com oito filhos, “dona Neta, com invulgar bravura, enfrentou a situação, conseguiu dirigir as fazendas Chapada, em Nioaque, Guanandi e Cedro em Ponta Porã.”

Faleceu
aos 81 anos, em 1963. Paulo Coelho Machado, seu biógrafo, conta que pouco antes de morrer dona Neta convocou todos os filhos e a cada um fez “agradecimento emocionante pela solidariedade que ininterruptamente lhe deram, adicionando pequenas recomendações como últimas lições de vida tiradas da própria experiência.”
Deixou 15 netos e 38 bisnetos e um saudável casarão na avenida Afonso Pena, que seria demolido para dar lugar à galeria Dona Neta.



FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, Funcesp/UBE, Campo Grande, 2000, página 206.



12 de junho

1910 - Fundada a Associação Comercial de Corumbá

Reunidos na tarde de domingo, as 14 horas, no edifício da Câmara Municipal, empresários de Corumbá decidem criar a associação comercial da cidade: O Correio do Estado fez o registro:

"O n´mero de pessoas que compareceram à reunião tão foi grande, mas a qualidade dessas mesmas pessoas, reconhecidamente corajosas e empreendedoras, representava uma grande força, que é do que realmente dependem os mais difíceis e importantes cometimentos".

Sobre a importância da nova entidade, o jornal destacou o foco dos empresários "na urgência de por em prática uma ação em comum a bem dos interesses do já desenvolvido comércio desta praça, certos de que só unidos  é que poderão resistir a todas as lutas que contra os seus direitos forem abertas, - esses bons elementos que compareceram à reunião de domingo resolveram iniciar os trabalhos para organização da Associação Comercial de Corumbá".

O primeiro presidente, escolhido pela unanimidade dos fundadores, foi Salustiano Msaciel, sócio da empresa M. Cavassa Filho e Cia, que indicou Alvaro Armando para secretário. O primeiro ato do presidente foi a criação de uma comissão para elaboração dos estatutos da entidade, com os seguintes componentes: Salvador Paes de Campos, Eugênio Ferreira da Cunha, Hipólito Rondon, Ciriaco de Toledo e Joaquim Teodoro da Rocha.

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 15 de junho de 1910.



12 de junho

1979 - Exonerado o primeiro governador de Mato Grosso do Sul





Nomeado pelo presidente Ernesto Geisel, com base na Lei Complementar n° 31/77 (Lei da Divisão) e empossado em 1° de janeiro, é exonerado do cargo de governador de Mato Grosso do Sul, o engenheiro gaúcho Harry Amorim Costa. Enfraquecido em Brasília com a posse do general João Batista Figueiredo, Harry não obteve o apoio do senador Pedro Pedrossian, então o mais prestigiado líder político do Estado, que conseguiu sua demissão e a indicação de seu sucessor, o prefeito de Campo Grande, engenheiro Marcelo Miranda. Assumiu em seu lugar até o dia 29, data da posse do novo governador nomeado, o deputado Londres Machado, presidente da Assembleia Legislativa. 

O legado de Harry Amorim seria o seu projeto de governo moderno para um estado modelo, desprezado por seu sucessores. A única obra que conseguiu realizar no curto espaço de tempo de seu governo foi a pavimentação do trecho da BR-60 entre Campo Grande e Sidrolândia.

Em 1982 foi eleito deputado federal pelo PMDB. Em 1987 foi nomeado secretário de Maio Ambiente no governo de Marcelo Miranda, vindo a falecer, em acidente automobilístico em 19 de agosto de 1988.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

24 de junho

24 de junho

1835 - Rusga: condenados à morte 




O juiz de Direito de Cuiabá, Antonio José da Silva e Guimarães, profere a sentença aos principais cabecilhas da Rusga, movimento nativista que massacrou comerciantes e líderes portugueses (bicudos) na capital da província em 30 de maio de 1834:

Conformando-se com a decisão dos Juízes de Fato, condeno os réus Vitoriano Gomes, Manoel Ciríaco, José Ferreira da Silva e Francisco Pereira do Nascimento à pena de morte, que será dada na forca, com as solenidades dos artigos 30 e 40 do Código Criminal, visto constar do presente processo plenamente serem os ditos réus os que haviam mortos os brasileiros adotivos os sargentos mores Antonio Joaquim Moreira Serra e Antonio José Soares Guimarães, de caso premeditado, e ânimo corrompido, e depois passaram a roubar as casas, fazendo arrombamentos e partilharam entre si, os mais companheiros, todo o dinheiro, ouro, prata e tudo mais quanto puderam conduzir fazendo violências às casas e às famílias: e aos réus Joaquim Leite Pereira, Joaquim José de Santana, Antonio da Silva Pamplona e João da casa de Ana Joaquina, os condeno em Galés perpétuas, visto que ajudaram mutuamente a perpetração dos roubos e arrombamentos e a Geraldo Justino e Antonio Euzébio os condenei a cada um a quatro anos de prisão com trabalhos e na multa de vinte por cento do valor furtado, visto que somente roubaram; e a José Anastácio Fernandes o absolvo da culpa e pena, visto não ser cúmplice e pagarem todas as custas.


FONTE: Rubens de Mendonça, Histórias das revoluções em Mato-Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 48.


FOTO: praça Alencastro, a primeira praça pública de Cuiabá.


24 de junho


1867 - Varíola expulsa soldados brasileiros de Corumbá




 
Na guerra contra o Paraguai, por ordem do presidente Couto Magalhães, os dois corpos expedicionários de Cuiabá, que haviam retomado Corumbá - segundo Rubens de Mendonça - retornam à capital do Estado. 

Ao ser assaltada e tomada aquela praça pelo primeiro corpo, a 13 de junho de 1867, verificou-se ao dar sepultura aos mortos que muitos deles mostravam sinais recentes de erupção variolosa, sendo depois constatada a existência de outros paraguaios atacados do mesmo mal, quer entre os prisioneiros, quer na enfermaria local. Dos soldados retirados das prisões alguns foram encontrados em estado comatoso.¹


Constatou-se verdadeira epidemia. “Foram sendo atacados às dezenas, num crescendo assustador, devido à falta absoluta de recursos”. Por esta razão, o presidente da província que nesta data chegara a Corumbá, determinou a retirada, que começou no dia seguinte, saindo as embarcações de Ladário. Comandaram-na o tenente-coronel Antônio Maria Coelho e o major Antônio José da Costa.


O governador em seu relatório ao ministro da guerra, aponta a gravidade da epidemia como causa da evacuação:

Infelizmente a bexiga assola toda esta região, e nas circunstâncias em que me acho, numa expedição onde os cômodos são mui limitados porque assim era necessário para a sua presteza, com cerca de 2.000 homens, dos quais só são vacinados os filhos de outras províncias, a 160 léguas dos depósitos e recursos que estão na capital, considero que seria mal mais grave se se comunicasse às forças do que uma derrota, e pois julguei preferível sujeitarmo-nos à possibilidade de um novo encontro com os paraguaios, se eles vierem ocupar segunda vez estes pontos, do que desanimar e perder estas forças com a inglória morte da peste que provavelmente se comunicaria à província.

Em consequência disto proibi todo e qualquer contato da força com os infectados, limitando-se a deixar aqui uma guarda com o único fim de observar qualquer movimento do movimento do inimigo, e já expedi ordem para que a mais se retire, assim como a flotilha

Levada pela flotilha do governador, a varíola alastrou-se pelo norte do Estado, causando grande mortandade em Cuiabá.



FONTE: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 327. ²Diário do Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1867.

FOTO: imagem meramente ilustrativa.




24 de junho


1921 - Ferroviários tentam soltar preso em Aquidauana




Cadeia de Aquidauna no início do século passado
Armados de revólver, ferroviários de Aquidauana tentam tomar a cadeia pública para soltar um colega preso. A versão da polícia está num boletim de 14 de agosto desse ano:

De ordem de Sua Exa. Revma. Presidente do Estado [Dom Aquino Correa], transmitida pelo secretário da Justiça, este Comando tem a máxima satisfação de tornar conhecido à Força Pública, a atitude brilhante e verdadeiramente militar, assumida pelo 2o tenente JOSÉ MARQUES PEREIRA, Comandante do Destacamento de Aquidauana, no dia 24 de junho último, por ocasião dos lamentáveis acontecimentos que naquela cidade se verificaram, ameaçando a ordem pública.


Cerca de cem operários inferiores da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, empunhando revólver, pretendiam assaltar a cadeia pública local e à viva força, por em liberdade um dos presos, colega dos assaltantes. O tenente José Marques Pereira, com seu reduzido destacamento ante a enorme superioridade numérica dos amotinados, e em meio das hostilidades, sob cerrado tiroteio e, com risco de vida, transpôs a Praça da República para chegar ao quartel e pondo-se a frente de meia dúzia de valiosos soldados, conseguira rechaçar os assaltantes restabelecendo-se a tranquilidade pública, revelado por esse gesto de valor, coragem e alta noção do dever militar. 



FONTE: Ubaldo Monteiro, A Polícia de Mato Grosso, Governo do Estado, Cuiabá, 1985, página 55.


24 de junho

1941 - Inaugurado em Coxim monumento aos heróis de Laguna

É entregue à população de Coxim pela 9a. Região Militar (de Campo Grande) monumento destinado a "perpetuar a passagem da força expedicionária em operações no estado de Mato Grosso, durante a guerra do Paraguai, batizando a estaca inicial do cruento e doloroso itinerário dos heróis que realizaram a epopeia da Laguna, gloriosas páginas que são orgulho do Exército e da Nação".

Localizado na praça Cândido Rondon, fronteiro à igreja, construído em alvenaria de tijolo, revestido de argamassa branca, o pequeno monumento assenta sobre uma base de concreto com armadura metálica cruzada. Na base do monumento, cravados de alvenaria, distinguem-se duas placas, fundidas em bronze no arsenal de Guerra do Rio de Janeiro:

Desta localidade, onde, com ânimo forte e moral alevantada, receberam a ordem do Governo Imperial do Brasil para desalojar o inimigo ocupando o município de Miranda, partiram os valorosos soldados do Brasil que, no cumprimento do dever, escreveram as páginas imortais da Retirada da Laguna - 20-XII-1865/VI-1866.

Aos intrépidos oficiais e praças da "Constância e Valor" que, tendo como comandante o Coronel Manuel Pedro Drago, Brigadeiro José Antonio da Fonseca Galvão, Coronel Carlos de Moares Camisão e José Tomas Gonçalves, constituíram por ocasião da guerra do Paraguai, a heroica Força Expedicionária de Mato Grosso, homenagem da 9ª Região Militar - 24-VI-1941.

Em outubro do mesmo ano dá-se o lacramento na base do monumento dos ossos de alguns heróis da guerra, evento registrado na

Ata nº 5 (cinco) - Aos vinte e seis dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e quarenta e um, nesta cidade de Herculânea, antiga Coxim, Estado de Mato Grosso, na praça General Rondon, pelas oito horas da manhã, presente o sr. Prefeito Municipal, Viriato da Cruz Bandeira, autoridades civis e militares, representante do clero, colegiais, pessoas gradas e o povo em geral, fez-se o lacramento na base do pedestal do monumento erigido pelo Governo Federal, dedicado aos heróis da "Retirada da Laguna", dos ossos do venerando padre capelão que acompanhou a heroica coluna comandada pelo General Camisão que marchou sobre Laguna na guerra do Paraguai, coluna essa que por algum tempo estacionou nesta cidade, onde veio a falecer aquele piedoso sacerdote, lacrando-se conjuntamente, por especial ordem do Exmo. Sr. General Mário José Pinto Guedes, comandante da Nona Região Militar, com sede neste Estado de Mato Grosso, os ossos por todos os títulos respeitáveis do Alferes Randolfo Olegário de Figueiredo, falecido no posto de major nesta cidade, herói da retomada de Corumbá que braço a braço lutou ao lado de Antonio Maria Coelho e Cunha e Cruz, os lendários daquele epopeia que passaram para os fastos da história pátria. E, para que tudo ficasse constado, mandou o Sr. Prefeito fosse lavrada a presente ata por mim, Temístocles de Oliveira Filho, secretário da Prefeitura Municipal e dela extraísse duas cópias autênticas, uma para ser depositada na urna de que trata a presente ata e a outra para ser enviada ao Exmo. Sr. General Comandante da 9ª Região Militar, sediada neste Estado. Eu, Temístocles de Oliveira Filho, secretário municipal, a datilografei e também assino. (Assinados) Viriato da Cruz Bandeira, prefeito municipal; Laudelino Eduardo Figueiredo, filho do veterano da Guerra do Paraguai Randolfo Olegário de Figueiredo; padre-frei Canuto Amon Ofmr; Nelson Cesar, pretor do Termo; Manoel Marcelino de Araújo, Ten-Cel da 2a. linha; Eremita Ajube Cartilho, agente postal telegráfico; Antonio de Souza Góes, delegado de Polícia; Antonio Joaquim de Arruda, diretor do grupo escolar; Raul Benevides Santana, 1° Tabelião de Notas; Aníbal de Oliveira, 2° Tabelião de Notas; Joaquim José Santana, encarregado da 2a. Secção de linha; Jaime Ferreira de Souza, escrivão da Delegacia de Polícia; Solon Cesário da Silva, comerciante; Elias Duailibi, comerciante; Garcez Ferreira Leão, cirurgião dentista; Felipe Jorge, comerciante; Mercedes César; Etelvina Garcia; Diva Fontoura, Virgínia Ferreira; João Ferreira, comerciante; Oto Spengler; Evanir Cesar e Temístocles de Oliveira Filho, Secretário Municipal.

FONTE: 9a. Região Militsr, Campo Grande, MS.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

26 de maio

26 de maio



1867 - Retirada da Laguna: coléricos são degolados por paraguaios





Relatório oficial do comandante das forças em retirada, refere-se a epidemia de cólera que avassalou a tropa brasileira na trágica retirada da Laguna e sintetiza o auge da calamidade nessa cena dantesca:

Nessas penosas contingências marchou a força debaixo de chuvas repetidas durante os dias 21, 22, 23, 24 e 25 em que chegou ao córrego da Prata a 3 1/2 léguas do Jardim. Então o número de enfermos era tal que literalmente metade da força era empregada em carregá-los, pois que, cada padiola ocupava oito homens em sua condução. O descontentamento e fadiga da soldadesca eram evidentes. Os sãos, depois de poucas marchas, caiam exaustos pelo cansaço aos golpes da moléstia; e o estado geral reclamava uma pronta solução.

O coronel Camisão tomou então uma medida de que dependia a salvação do resto da força, medida cuja execução foi horrorosa e custou-nos momentos angustiosos e cruéis.


A 26 ficaram abandonados 76 morimbundos, os quais, apenas moveu-se a força, foram degolados pelos paraguaios que seguiam-nos sempre em certa distância. 


Quadro horroroso que a sorte adversa nos proporcionou, na mais extraordinária colisão!

 


FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 181

FOTO:quadro Abandono dos coléricos de Lopes do Leão, acervo do Museu Histórico Nacional, Rio.





26 de maio



1892 – Rebeldes de Jango Mascarenhas ocupam Nioaque


Nioaque, rua General Diogo, em imagem do início do século passado


Estacionadas há meia légua as tropas voluntárias do coronel Jango Mascarenhas, intituladas Forças Patrióticas Legais, mandam ultimato ao comandante do 7º Regimento. São portadores do documento os majores João Jacinto Leite e Olímpio Monteiro de Lima e o capitão Manuel Antônio de Sá.
Imediatamente após a entrega da missiva ao major Cônsul, antes mesmo da resposta favorável, ao toque de corneta vindo do quartel chamava “reunir”, o corneta dos patriotas entoou “avançada” , e como um relâmpago – descreve Miguel A. Palermo – “os três regimentos, em conformidade com o que se tinha disposto, partiram em três filas, encurralando a vila”, na seguinte ordem:
O 1º Regimento ocupou desde o rio Nioaque, as ruas General Diogo, Coronel Barbosa, General Antonio Maria e 15 de Novembro. O 2º Regimento desde a 15 de Novembro, a 25 de Novembro e a Coronel Dias; e o 3º desde a Coronel Dias, a 1º de Março até o rio Nioaque.


Ficou em poder dos rebeldes uma carreta que conduzia carne para o fornecimento e o carro de água para o 7º Regimento, que em seguida aderira sem nenhuma reação concreta, conforme atesta o vencedor:


A nossa entrada na vila de Nioaque foi uma verdadeira vitória, pois todos em número de 783, divididos em três regimentos de cavalaria e ao mando dos tenentes-coronéis João Rodrigues de Sampaio, João Luis da Fonseca Morais e Atanásio de Almeida Melo, desfilaram em perfeita ordem.
Em frente ao quartel, o major Antônio Nicolau Cônsul e sua oficialidade receberam-nos com vivas à soberania popular, ao governo federal, à República dos Estados Unidos do Brasil, ao Estado de Mato Grosso e ao grande Partido Republicano. Depois sempre em ordem, precedidos pela banda militar e acompanhados do major comandante Cônsul, passeamos pelas principais ruas desta vila – na qual reina uma perfeita calma.



O episódio descrito é relativo à reação de Generoso Ponce, do qual Jango era liderado no Sul do Estado, ao golpe do coronel Barbosa, comandante militar em Corumbá, que destituiu o governo do presidente Manoel Murtinho em Cuiabá. 




FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque evolução política e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 59.

29 de maio

29 de maio


1867Coronel Camisão morre de cólera na retirada da Laguna







Na guerra contra o Paraguai, a epidemia de cólera-morbus que dizimava a coluna na retirada da Laguna, acometera o seu comandante-chefe, coronel Carlos Camisão. Taunay revive o drama:

A 29 tornou-se evidente que o Coronel morreria. Por vezes vencera o sofrimento aquela dignidade que tanto zelara: ‘Dizem que a água mata, exclamava, dêem-ma, quero morrer!’ Caiu num estado de torpor e sonolência e o corpo cobriu-se-lhe de manchas violáceas. Às sete e meia fez supremo esforço; levantou-se do couro em que estava deitado, apoiou-se sobre o capitão Lago, e perguntou-lhe onde estava a coluna, repetindo ainda que a salvara. Depois, voltando os olhos, já vidrados, para o seu ordenança, exclamou em tom de comando: ‘Salvador! Dê-me a espada e o revólver.’ Procurou afivelar o talim e exatamente nesta ocasião deixou-se rolar no chão murmurando: ‘Façam seguir as forças, que vou descansar.’ E assim expirou.
Naquele mesmo dia, com a morte do tenente-coronel Juvêncio Manuel Cabral de Menezes, assume o comando da coluna, o major José Tomás Gonçalves.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 120





29 de maio


1929 – Chega ao porto de Santos o Kanagawa Maru





Procedente de Okinawa, chega ao Brasil o navio japonês Kanagawa Maru, trazendo um grupo de famílias, destinadas à lavoura, na fase de maior intensidade da imigração nipônica. Muitos deles vieram para Campo Grande, onde a colônia exerce grande influência cultural, completamente integrada à vida social da cidade. 



FONTE: Evandro Higa, Série Campo Grande 2001, Fundação de Cultura do Município, Campo Grande, 2001, página 77.


29 de maio

1936 - Corumbá-Cuiabá via Pantanal: uma viagem confortável, aprazível e demorada

Apesar de demorada, as viagens do Sul do Estado para Cuiabá eram ainda mais rápidas e menos arriscadas ao final da década de 30, do século passado via fluvial, pelos rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá, mesma rota estabelecida pelos bandeirantes no século XVIII. Além de mais aprazíveis e confortáveis, naturalmente. Somente em 1936, seria criado um serviço regular de transporte rodoviário entre Campo Grande e Cuiabá, o que, por suas inúmeras dificuldades, não concorria com o sólido serviço de navegação fluvial.

Várias empresas mantinham linhas regulares entre as duas cidades, sendo dessas a mais conhecida e preferida dos passageiros pela qualidade do serviço, a Empresa de Navegação Fluvial de Miguéis & Cia, com matriz em Corumbá, seguramente a mais antiga, em atividade até os dias atuais.

Para informar os clientes e antecipar-se à concorrência, a empresa recorria aos anúncios em jornais de Corumbá e Cuiabá.



FONTE: Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá), 29 de maio de 1936.

29 de maio


1945 - Fundada a Associação Comercial de Dourados

Fundada por uma assembleia que se reuniu às 10 horas da manhã no salão principal do Hotel Modelo,localizado na avenida Marcelino Pires, a Associação Comercial de Dourados. Compareceram à reunião - convidados pelos empresários locais - os componentes da diretoria da Associação Comercial de Ponta Porã, o dr.Wilson Dias de Pinho, diretor do serviço de imprensa do território de Ponta Porã, comerciantes,industriais e contadores também de Ponta Porã. Na ocasião procedeu-se a eleição da primeira diretoria da entidade e de seu conselho consultivo. A primeira diretoria teve a seguinte composição: Presidente Wilson Sá Santos; vice-presidente Armando de Campos Bello;1ª secretária Glória Ferreira; 2° secretário Antonio de Campos Leite; 1° tesoureiro Raul Frost; e segundo tesoureiro Elias Milan. Para o Conselho Consultivo foram eleitos Ataliba Fagundes, João Cândido da Câmara, Austrilio Ferreira de Souza, Carlos Garcett, Azis Rasselen e Albertina Pereira de Mattos.


FONTE:Regina Heoliza Targa Moreira, Memória Fotográfica de Dourados, UFMS, Campo Grande, 1990, página 99.  

27 de maio



27 de maio

1867 - Morre José Francisco Lopes, o guia Lopes da Laguna


Túmulo de José Francisco Lopes, o guia Lopes da Laguna, em Jardim

Acometido pela cólera que atacou a coluna brasileira durante a retirada da Laguna, morre ao alcançar a margem do rio Miranda, em terras de sua fazenda Jardim, o guia José Francisco Lopes. Taunay registra:

Na manhã de 27 ainda de nós se aproximou o inimigo, fazendo menção de nos disputar a passagem do ribeirão que dá o nome o retiro. Conteve-se, porém, ante a atitude do 17° de voluntários que formava a retaguarda, e assim continuou a nossa marcha, como a da véspera. Já sem voz, era o coronel Camisão carregado sobre um reparo de peça, Lopes sobre outro e o tenente-coronel Juvêncio, assim como vários outros oficiais e inferiores em redes. Durante a última parada três haviam morrido. A meia légua do retiro atingimos afinal a margem do Miranda, demasiados abatidos e acabrunhados, porém, para podermos experimentar a alegria com que contáramos. Via-se a margem oposta, a casa do guia, o teto hospitaleiro onde o viandante sempre encontrara boa acolhida e a abundância de tudo. No momento de ali chegar expirou o nobre velho, insensível à vista daquilo que tanto amara. Foi enterrado no meio do nosso acampamento, em terra que era sua. Os amigos lhe puseram sobre a sepultura tosca cruz de madeira.


FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna, (16ª edição brasileira), Edições Melhoramentos, São Paulo, 1963, página 116.


27 de maio 

1888 - Chega a Corumbá a notícia da abolição da escravatura

O Oásis, semanário que se publica em Corumbá, dá em primeira mão para o Estado de Mato Grosso, a notícia da sanção pela princesa Isabel, da lei Áurea que decreta a abolição da escravatura no Brasil. 


Em Cuiabá, a notícia foi publicada pela primeira vez no jornal A Província de Mato Grosso de 10 de junho de 1888.


27 de maio


1927 - Brasil e Paraguai definem fronteira com o rio Paraguai


É assinado no Rio de Janeiro o tratado complementar de limites entre o Brasil e Paraguai. Representou o Brasil o seu ministro do Interior, Otávio Mangabeira e a república vizinha o plenipotenciário guarani Rogelio Ibarra. O tratado traçava a divisória pelo álveo do rio Paraguai, desde a barra do Apa, declarando pertencer a margem direita daquela corrente ao Paraguai e a esquerda ao Brasil. As ilhas foram distribuídas de acordo com o critério da situação do canal de maior profundidade ou principal como meio de identificação da posição oriental ou ocidental das mesmas.


FONTE: Mário Monteiro de Almeida, Episódios da Formação Geográfica do Brasil, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 104.



segunda-feira, 7 de março de 2011

28 de agosto

28 de agosto

1835 - Capital de Mato Grosso muda-se para Cuiabá



Autorizada pela coroa portuguesa a mudar-se de Vila Bela da Santíssima Trindade para Cuiabá, a partir de 1820, somente 15 anos depois é que esta cidade é oficialmente declarada capital da província, por lei sancionada pelo presidente Pedro de Alencastro:

Lei n. 19 1835 - 28 de agosto

Art. 1. Fica declarada Capital da província de Mato Grosso a cidade de Cuiabá.

Art. 2. Ficam revogadas as Cartas Régias e mais disposições em contrário.¹

A defesa da mudança apresentou como argumentos, que Cuiabá possuía uma população superior a de Vila Bela, tinha uma melhor localização geográfica, pois era banhada pela bacia platina e através da navegação fluvial podia ter contato com as demais províncias brasileiras e até mesmo com os países platinos. Alegou ainda que a cidade era saudável e que a sua população podia contar com hospitais ao ficar doente.²

FONTE: Coleção das Leis Provinciais de Mato Grosso (1835-1912), ²Livro de Mato Grosso, aneste.org, capítulo 6.

FOTO: Cuiabá em desenho de Hercules Florence, (1826). 




28 de agosto


1886Bispo chega a Nioaque


Pedro José Rufino, herói da retirada da Laguna, na recepção ao bispo

Na primeira viagem de um prelado cuiabano ao Sul de Mato Grosso, Dom Luis, bispo de Cuiabá, após passar por Corumbá e Miranda, chega a Nioaque. Na cidade histórica o bispo é recebido por uma comissão de moradores, à frente o coronel Pedro Rufino, herói da retirada da Laguna e comandante militar da vila, segundo relatório do escriba da caravana católica: 

Ao anoitecer passamos o rio Urumbeva e logo depois entramos em Nioac.
À pouca distância das primeiras casas estava postada uma guarda de honra e reunida grande parte da população, destacando-se as pessoas mais gradas, entre as quais vi os srs. tenente-coronel Pedro José Rufino, rvmo. vigário, D. Vicente Anastácio, João Anastácio Monteiro de Mendonça, João Augusto da Fonseca, D. José Alvares Sanches Surga e o capitão honorário do exército Manoel de Castro Pinheiro. Ali o bondoso prelado dignou-se de apear fazendo assim um grande sacrifício, pois que viajara de sol a sol, inclementíssimo sol e tinha as pernas pesadas e o corpo consumido de fadigas. Foi então um porfiar de todos para beijar cada qual primeiramente as mãos de S. Exa. Rvma. Muito fogo do ar e repiques de sinos se fizeram ouvir nesse momento de concerto com a música militar que rompeu com entusiasmo o hino da independência. Finda esta parte do recebimento, que esteve aparatosa e animadíssima, S. Exa. encaminhou-se para a casa que lhe havia sido preparada, onde nada faltou para brilhante remate da recepção.



De Nioaque, o bispo segue para as fazendas Esperança e Santa Rosa, encerrando sua viagem em Campo Grande.




FONTE: Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd., página 162. (foto reproduzida do livro Retirada da Laguna, de Taunay).


28 de agosto

1936 - Zoológico no jardim público de Corumbá

Artigo assinado por dr. Mello, publicado em jornal de São Paulo, sob o título Veados e Onças, dá conta da existência de um zoológico no passeio público de Corumbá:

"Parece que no Paraíso terrestre, antes de Eva ter ouvidos os conselhos da serpente, e dado a Adão um pedaço da maçã fatídica, os animais viviam na mais completa camaradagem, no mais doce contubernio.

A espada flamejante do anjo Gabriel, cumprindo a ordem de expulsão e para sempre, fechando as portas do Éden, apontou a guerra como norma de vida, tanto aos racionais como aos irracionais.

Nunca mais, desde então, uma onça encontrou um veado sem que desejasse beber-lhe o sangue e comer-lhe a carne.

Mas, numa linda cidade de Mato Grosso houve alguém que opôs embargos ao velho decreto e resolveu tentar a pacificação pelo menos das onças e veados.

No aprazível Passeio Público de Corumbá, o rende-vous predileto de sua melhor sociedade, às quintas e domingos, onde se realizavam saudosas retretas, foi construída sólida jaula para onde transportaram algumas onças de avantajado tamanho e lindas cores.

Ao redor da jaula foi feito um cercado onde ficaram presos esbeltos veados.

No começo era de ver os pinotes dos veados no delírio do pânico e o desespero das onças tentando forçar as grades da jaula na ânsia de um bom repasto.

Acabaram, porém, acomodando-se e os veados pastavam tranquilamente, passando rente à jaula, não demonstrando pavor de espécie alguma, ante os arreganhos e miados das onças.

Aliás, estas nada disso faziam agressivamente mas demonstrando tédio ou saudade da liberdade.

Não sei se até hoje, continua de pé essa fosquinha do anjo Gabriel.

O Brasil tem mudado tanto"...


FONTE: Correio Paulistano, 28/08/1936.



28 de agosto


1963 Congresso de municípios discute divisão


Reúne-se em Campo Grande o I Congresso dos Municípios de Mato Grosso. Prefeitos e vereadores da maioria dos municípios do Estado, elegem a primeira diretoria da Associação Estadual dos Municípios de Mato Grosso, que tem como presidente o prefeito de Rondonópolis, Sátiro Phol Moreira de Castilho (foto). No simpósio, segundo Paulo Jorge Simões Correa foi apresentada a tese divisionista pelo vereador de Campo Grande Oclécio Barbosa Martins:

A ideia da divisão de Mato Grosso, velha aspiração da gente sul-mato-grossense, ressurge novamente, ou melhor toma novo e vigoroso impulso, hoje aceita e defendida por outras regiões do Estado.
Ao ensejo da realização do 1° Congresso de Municípios Mato-Grossenses, em Campo Grande, primeira oportunidade de um encontro de representantes de todos os municípios do Estado, sem distinção de partidos, foi o problema submetido a plenário. Embora não tenha chegado a ser debatido satisfatoriamente, serviu, no entanto, para que os matogrossenses sentissem que o problema existe é palpitante e deve ser examinado com toda a atenção, estudado em todos os seus aspectos e, afinal, decidido com o pensamento voltado para o bem-estar da gente matogrossense e para os altos interesses da pátria.


A moção do vereador Oclécio Barbosa Martins seria foi aprovada no II Congresso realizado em 26 e 27 de outubro em Corumbá. 



FONTE: Revista BRASIL OESTE, São Paulo, n° 85. (imagem: mtaqui.com.br http://bit.ly/ihMkSn)


28 de agosto

1964 - Nasce Marquinhos Trad, vereador, deputado estadual e prefeito de Campo Grande

Filho de Nelson Trad e Terezinha Mandetta Trad, nasce em Campo Grande, Marcos Marcelo Trad. Estudou o fundamental e médio em Campo Grande e bacharelou-se em Direito pela Universidade do Rio de Janeiro. Como advogado, integrou a seccional em Mato Grosso do Sul da Ordem dos Advogados do Brasil como conselheiro, presidindo em seguida a Comissão de Ética e Disciplina. Integrou e presidiu o Tribunal de Justiça Desportiva do estado (TJD-MS).

Começou na vida pública como secretário municipal de Assuntos Fundiários, na primeira gestão do prefeito André Puccinelli (1997-2001) Eleito vereador em 2000 e deputado estadual em 2002, exerceu o mandato até 2016, quando venceu a primeira eleição para prefeito de Campo Grande, em substituição a Alcides Bernal (PP). Reelegeu-se em 2020, no primeiro turno.


Seu primeiro mandato foi marcado pelo enfrentamento à pandemia de coronavírus. 


FONTE: Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2021.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

15 de junho

 15 de junho


1867 Cólera na retirada da Laguna: o pior inimigo


Retirada da Laguna, quadro de Ruy Martins Ferreira



O médico Cândido Manuel de Oliveira Quintana libera relatório sobre a epidemia de cólera-morbo durante a retirada das tropas brasileiras do Apa:

Havendo V.S. exigido de mim uma parte sobre a epidemia e ferimentos havidos na expedição de Mato Grosso, passo muito profunctoriamente a expender o seguinte: Que no dia 10 de maio, na Bela Vista, foi-me trazido à consulta um índio que sofria de diarréia abundante e que no dia seguinte faleceu. Este doente, por causa da longa marcha e dos muitos outros que tínhamos a tratar, faleceu, sem que tivéssemos bem observado sua enfermidade. No dia 17, as 11 horas da noite, pouco mais ou menos, entraram mais dois enfermos para a enfermaria, os quais atraíram a atenção pelos grandes gritos que davam em conseqüência de câimbras e pela semelhança dos sintomas de ambos que eram: grande sede, supressão de urina, vômitos, evacuações alvinas abundantissimas, resfriamento das extremidades; e no dia seguinte, os que morreram estavam desfigurados pela magreza de rosto, então julgamos que tínhamos em presença a horrenda epidemia da cólera-morbo, que no dia subseqüente tornou-se pela entrada de muitos atacados com o sintomas seguintes: vômitos, evacuações alvinas abundantes de uma matéria semelhante à água de arroz, grande sede, dispnéia, pulso pequeno freqüente, supressão de urinas, mudança extrema no metal da voz e mesmo afonia, pele fria, cianose, magreza e desfiguramento rápido de rosto, etc. A falta de víveres, de barracas e roupa suficiente na estação do inverno, muito deveria concorrer para aumentar o número de atacados, os quais, entrando nas enfermarias, também aí não achavam abrigo contra as intempéries. Os medicamentos no fim de poucos dias estavam todos acabados. As marchas muitas vezes o dia inteiro, algumas vezes de noite, a péssima condução em carros puxados a bois, em que os doentes comprimiam-se mutuamente, pela exigüidade de espaço, deviam ter grande parte no acréscimo da mortalidade, que era de quase todos os atacados. Afinal todos os carros foram queimados por necessidade: os doentes eram conduzidos em padiolas por soldados enfraquecidos pela fome, estropiados, que se recusavam a carregá-los e que os deixavam atirados no caminho sempre que o podiam fazer. Os são já mal eram suficientes para carregar os doentes, sendo preciso caminhar com presteza, pois já nenhum alimento tínhamos além das poucas reses que puxavam a Artilharia. À vista disto, foram os doentes da cólera-morbo deixados no pouso por ordem superior, no dia 26 de maio. Até o dia 1º de junho a epidemia ainda não tinha cessado. Nesse dia tendo as forças começado a marcha, quase à noite, debaixo de chuva fortíssima, caminhou seis léguas. Durante este trajeto, que terminou no dia 2 à tarde, morreram alguns coléricos e no dia 3, o último doente grave dessa enfermidade que ainda restava.. Nesse dia a epidemia cessou.¹


Para o inimigo a epidemia de cólera foi um castigo de Providência contra os invasores de seu território. As considerações sobre a peste foram estampadas em amplo artigo sobre a retirada da Laguna, publicado no jornal oficial do governo paraguaio:



E para o auge do desastre, Deus havia reservado a esses infames, para espiar seu crime, um castigo maior. O cólera, essa terrível peste que havia assomado as povoações dos aliados e arruinado o exército inimigo, apareceu entre eles com todos seus horrores, fazendo o mais espantoso estrago.

Expiação justa que a Providência descarregou sobre a cabeça dos infames que queriam escravizar um país cristão e livre.

A princípio enterravam seus cadáveres, mas depois já não puderam fazê-lo por ser muito grande o número e abandonavam seus mortos, entre os quais se encontraram muitos oficiais e mulheres.

A mortandade foi acrescentando dia-a-dia em suas fileiras, sem embargo marchava constantemente, sempre conduzido por nossa cavalaria que formava um círculo de ferro ao seu redor.

O inimigo que em todo seu vigor e força havia sido imponente para competir com nossos soldados, enfermo e débil não teve a resolução de fazer a mínima tentativa  de ataque. Seguiu seu destino, vencido e resignado à mercê de nossas armas.

Nossos soldados clamavam por levar sobre aqueles restos um ataque, seguro de encontrar uma vitória barata. Seus chefes não lhes permitiram, não era necessário, iria derramar-se sangue inutilmente e, quando se pode vencer o inimigo sem ele, é mais glorioso, é mais conforme com a humanidade que sempre temos tido enquanto é compatível com a guerra.

O resto da coluna seguia adiante, deixando grande número de desertores e cadáveres. Chegou às margens do Mbotetey que atravessou a nado e teve que permanecer ali cinco dias. Aqui foi onde a epidemia fez mais estragos em suas fileiras e aqui foi também o chefe da expedição Camisão morreu,  seguindo-lhe no sepulcro, seu segundo, o tenente-coronel Galvão. O major José Tomas  assumiu o comando das forças que passaram o Mbotetey e seguiram para as serras. Ali caíram centenas de cadáveres e outro tanto de moribundos, armamentos de todas as classes, carros, etc. Cada dia aumentava entre eles a fome e a peste. Mesmo assim marchava adiante. Nossa cavalaria o pastoreava dia e noite.²

FONTE: El Semanário (PY) Assunção, 13 de julho de 1867.



FONTE: ¹Taunay, A retirada da Laguna, 14a.edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 173. ²El Semanário (PY) Assunção, 13 de julho de 1867.








15 de junho



1915Criado o município de Três Lagoas



Antonio Trajano, o fundador de Três Lagoas




Pela lei n° 706, sancionada pelo governador Augusto da Costa Marques, é criado o município Três Lagoas, desmembrado de Paranaíba. Seu primeiro intendente geral foi capitão Afonso Garcia Prado. Iniciada em 1911 com a chegada da estrada de ferro, em área doada por Antonio Trajano dos Santos e pelo governo do Estado, Três Lagoas teve seu plano urbanístico traçado pelo engenheiro Oscar Teixeira Guimarães e sua demarcação executada pelo agrimensor Justino Rangel de França. Pela lei 656 de 1914 é elevada a condição de distrito. Com o intendente foram empossados os primeiros vereadores: Antonio de Souza Queiroz, Generoso Alves Siqueira, Oscar Guimarães, Bernardino Mendes e Sebastião Fenelon Costa. Antonio de Souza Queiroz é eleito presidente do legislativo municipal. 

Três Lagoas é o principal polo industrial de Mato Grosso do Sul e, segundo dados do IBGE (2013) tem cerca de 110.000 habitantes, sendo a terceira cidade do Estado.



FONTE: Jesus H. Martin, A história de Três Lagoas, edição do autor, Três Lagoas, 2000, página 57.

FOTO: acervo da prefeitura municipal de Três Lagoas.





15 de junho

1957Dourados sede de bispado






É criada pelo papa Pio XII a diocese de Dourados, abrangendo todo o extremo-sul do Estado de Mato Grosso com uma área de 68.300 km2. A notícia foi recebida com júbilo pela comunidade católica do município e foi o destaque da "Coluna Religiosa" do jornal "O Progresso" de 1° de setembro de 1957:

No dia 22 de agosto esteve entre nós, em rápida visita, Sua Excia. Revmo. Dom Ladislau Paz, administrador apostólico de Corumbá. Sua Excia. veio especialmente a Dourados para trazer-nos a notícia oficial da criação pela Santa Sé, do novo Bispado de Dourados. A nova diocese, com 74.000 quilômetros quadrados e 140.000 habitantes, compor-se-á de 7 municípios e 9 paróquias: Dourados (com Colonia Federal), Itaporã, Rio Brilhante, Bataguassu, Maracaju, Ponta Porã e Amambai.

Reunidas na noite do dia 22 de agosto, no salão nobre do convento franciscano às pessoas de destaque do mundo católico de Dourados, comunicou Dom Ladislau, que a nomeação do Bispo de Dourados se fará em breve, provavelmente já neste mês de setembro. A posse do novo bispo realizar-se-á então no fim deste ou no começo do outro ano, devendo vir nesta ocasião para dar a posse, o Exmo. e Revmo. sr. Núncio Apostólico, embaixador da Santa Sé, junto ao governo brasileiro e representante do Santo Padre, o Papa. A atual igreja matriz será eleva a Pró Catedral. Sua Excia. fez ainda uma ligeira exposição das vantagens decorrentes da criação do Bispado de Dourados, significando a mesma uma grande vitória da causa católica da nossa cidade e em toda a nova Diocese, devendo, porém, os católicos do lugar colaborar eficazmente na instalação do mesmo bispado, mormente no que diz respeito à residência do bispo. Sendo franqueada a palavra a todos os presentes, uso dela primeiro o rvmo. Pe. vigário da paróquia de Dourados, oferecendo o convento franciscano para moradia provisória do bispo. Foi bem aceita esta proposta, concordando depois todos os presentes em organizar uma campanha afim de prover o novo bispo com o mais necessário para a sua instalação. Resolveu-se promover para este fim, umas sessões de cinema, um chá com desfile de bonecas, uma ou outra rifa, um livro de ouro, etc. Sugeriu-se também providenciar, desde já, a aquisição de um terreno para a futura catedral de Dourados, ideia essa que foi bem acolhida. Terminando a reunião, usou da palavra o exmo. sr. Walmor Borges, DD. coletor federal e presidente da Câmara Municipal, que em seu próprio nome e no de todos os presentes, agradeceu ao exmo. e revmo. sr. administrador apostólico a visita e lhe prometeu irrestrito apoio à grande obra, prestes a se realizar na nossa cidade. Dom Ladislau Paz, que com suas maneiras amáveis conquistara logo a simpatia de todos, ao despedir-se, expressou o seu contentamento em verificar o entusiasmo e a prontidão com que os católicos de Dourados souberam receber a decisão da Santa Sé, criando o Bispado de Dourados para maior glória de Deus, para o bem das nossas almas e também para o progresso da nossa cidade.

Seu primeiro bispo foi D. José de Aquino Pereira, do clero secular, sacerdote desde 1944, ex-cura da da catedral de São Carlos, no estado de São Paulo. Sua nomeação no "Osservatore Romano", deu-se em 1° de fevereiro de 1958. 


FONTE: Frei Pedro Knob, A missão franciscana do Mato Grosso, Edições Loyola, São Paulo, 1988, página 216.

FOTO: D. José de Aquino Pereira, primeiro bispo de Dourados. Acervo da Diocese de Dourados.


15 de junho

2016 - Metraficante morre em emboscada na fronteira

O megatraficante brasileiro Jorge Rafaat Toumani morreu fuzilado em um tiroteio, emboscado no centro de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia onde vivia como suposto empresário de segurança privada, na fronteira com Ponta Porã.

O bando motorizado que o atacou usou armamento de guerra e artilharia anti-aérea: fuzis e uma metralhadora Browning M2. 50, escondida dentro de uma caminhonete para parar o veículo blindado do narcotraficante. Uma intensa troca de tiros entre quadrilhas chamou a atenção da Polícia Nacional do Paraguai, não conseguiu abortar o objetivo da operação.

Segundo as autoridades policiais, tudo começou as 18h45, quando Rafaat foi emboscado em uma cena de proporções cinematográficas nas principais ruas de Pedro Juan Caballero. O traficante não teve tempo de reagir. Seus guarda-costas estavam em outros veículos e perseguiram os rivais por algumas quadras.

Conforme o jornal ABC Color, Rafaat recebeu dezesseis tiros disparados por um bando de pistoleiros. Morreu na hora, sentado ao volante da Hammer. Um vídeo capturado por câmeras de segurança e divulgado pela imprensa mostra parte do confronto no trânsito. Um Toyota de cor clara passa à frente do comboio que protegia a Hammer de Rafaat e inicia os disparos de metralhadora, logo após o cruzamento, enquanto as pick-ups de sua segurança ficaram paradas. Em seguida, os homens do traficante descem armados com fuzis, disparam algumas vezes e correm. Mas o carro do chefe já estava fuzilado adiante.

Segundo a imprensa paraguaia, ele já havia sido alvo de um atentado anterior, cometido pela facção brasileira do PCC. Rafaat teria assumido nos anos 2000 rotas do tráfico antes operado por Fernandinho Beira-Mar. Ele já era alvo da justiça brasileira em ao menos cinco ações penais, crimes como tráfico internacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O corpo de Rafaat foi sepultado no cemitério de Ponta Porã.


FONTE: Veja (online), 16/06/2016.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...