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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

5 de Setembro

5 de setembro

1866 Tropas brasileiras partem do Taboco

Margem esquerda do Taboco em desenho de Taunay

A força expedicionária brasileira, com destino à fronteira, deixa as margens do Taboco, onde acampara há cerca de dois meses. O relato é do tenente Taunay:

Tornando-se porém o Taboco cada vez mais insalubre, convinha partir dali quanto antes. Entretanto soube-se que a retirada dos inimigos dos pontos do distrito, em que eles tinham conservado destacamentos por mais de um ano e meio, roubara já aos nossos soldados a ocasião de demonstrarem nos combates a coragem que haviam patenteado sempre a lutar com mais terríveis adversários: a peste e a fome. Apesar disto, decidiu o comandante das forças seguir para Miranda. (...)

Tomadas enfim as providências para a marcha, deu-se a partida da margem direita do Taboco no dia 5 de setembro com direção ao porto do Sousa, onde ia efetuar-se a passagem do rio Aquidauana. Caminhando sensivelmente para S. desde começo, atravessou a força campinas cortadas por capões e depois de 2 ½ léguas, foi acampar junto ao córrego da Piranhinha às 11 ½ horas quase na base de um ramal da serra do Maracaju que corre paralelamente à estrada. No encontro desses ramos com a grande cadeia, num recôncavo, fica a aldeia da Paranhinha dos índios Terenas, aí refugiados desde os primeiros dias da invasão paraguaia no ano de 1865.



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Cia. Melhoramentos, SP, sd., página 79.



5 de setembro

1891 - Eleita a primeira diretoria da Companhia Mate Larangeira





Sob o controle do Banco Rio-Mato Grosso é nomeada no Rio a primeira diretoria da Companhia Matte Larangeira,à frente Francisco Duarte Murtinho (foto). A decisão foi registrada na seguinte ata:

Acta n° 1 da Companhia Matte Larangeira.

Tendo sido por escriptura lançada hoje em Notas do Tabelião Castro,desta Capital, constituida a Companhia Matte Larangeira, os abaixo-assignados D' Francisco Murtinho, D' Lucídio Alexandre Martins e Thomaz Larangeira que compõem a Directoria da mesma Companhia, reuniram-se na sala do 1° andar da casa da Rua d'Alfandega,n° 22, para, em observância do Art. 15 dos Estatutos, designarem, d'entre si, o Presidente e o Secretário da Directoria.
O Director Larangeira propôs para Presidente, o Director Franc° Murtinho e para Secretário o Director D'Laucídio Martins.

Feitas algumas ponderações pelos dois últimos, foi a proposta approvada, ficando os nomeados desdelogo investidos dos respectivos cargos.
Declara-se que a sala a que se fez referência, está contratada para nela funcionar como fica funccionando o escriptório da Campanhia.

Rio de Janeiro,5 de Setembro de 1891.

Francisco Murtinho, Lucídio Alexandre Martins e T° Larangeira.


FONTE e FOTO: Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época, os Mendes Gonçalves e a Cia.Matte Larangeira, (segunda edição), edição do autor, Ponta Porã/Campo Grande, 2013, página 41.


5 de Setembro

1918Rosário Congro toma posse em Campo Grande




Nomeado pelo presidente do Estado, dom Aquino Correa, assume a prefeitura de Campo Grande o deputado estadual Rosário Congro. O próprio intendente-interventor dá as razões de sua investidura no cargo:

Perdurando desde 1º de janeiro desse ano, em virtude de conflito político, uma dualidade de Câmara e de Juizes de Paz, o que vinha causando à vida administrativa e jurídica do Município os mais sérios entraves e a mais prejudicial das situações, teve por bem a Assembleia Legislativa do Estado por termo à grave anomalia reinante, anulando as eleições realizadas a 2 de novembro do ano anterior e autorizando o presidente do Estado a nomear o Intendente Geral e Juizes de Paz de Campo Grande, aquele com poderes para exercer também atos do poder legislativo ficando, assim, inteiramente cassada a autonomia do município.

Tem o n.o 768 e é de 9 de julho de 1918, a lei que determinou a intervenção estadual no Município, recaindo a nomeação para Intendente, por ato n.o 329 de 14 de agosto do mesmo ano, no deputado estadual Rosário Congro, cuja posse realizou-se a 5 de setembro, e a de Juizes de Paz nos cidadãos Antônio Benjamim Correa da Costa, Leopoldo Gonçalves dos Santos e João Coelho, sendo seus suplentes João Pedro de Souza, Manoel Joaquim de Moraes e Cândido da Costa Lima, não tendo este último prestado o compromisso legal.


Sobre a posse de Rosário Congro na prefeitura de Campo Grande, a imprensa cuiabana destacou:


Campo Grande, 5 – Perante numerosa assistência, tomou hoje posse no cargo de intendente geral deste município o ilustre deputado Rosário Congro. Durante o ato e enviada por nímia gentileza do comandante da guarnição, tocou a banda do 5° regimento. O novo intendente produziu uma bela alocução traçando a diretriz do seu governo, impressionando agradavelmente o auditório. S. exc. leu o seu primeiro ato de empossamento e, após o recebimento dos arquivos da intendências em dualidade, nomeou seu secretário e tesoureiro. A população, satisfeita com a normalização da vida do município, confia na ação do novo governo, aplaudindo a acertada escolha de d.Aquino.
 


FONTE: Rosário Congro: O município de Campo Grande, publicação oficial, Campo Grande, 1919, página 37. Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá) 15 de setembro de 1918.

FOTO:http://bit.ly/zKCCKr


5 de setembro

1961 - Nasce Nelsinho Trad

Filho de Nelson Trad e Therezinha Mandetta Trad, nasce em Campo Grande, Nelson Trad Filho. Fez os cursos primário e secundário em sua cidade natal e o ensino médio no Colégio Andrews, no Rio de Janeiro, onde cursou Medicina, na Universidade Gama Filho.
Com especialidade em urologia, é médico do serviço público. Como político, começou em 1996, quando se elegeu vereador pela primeira vez, reelegendo-se em 2000.De 2001 a 2002, foi presidente da Câmara Municipal. Em 2002, vence a eleição de deputado estadual, cargo que exerceu por apenas dois anos, elegendo-se prefeito de Campo Grande, em 2004 e reeleito em 2008.
Em 2014, foi candidato a governador (PMDB), mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Em 2018 elegeu-se senador (PTB). No Senado foi presidente da Comissão de Relações Exteriores e líder da bancada do PSD. 
Na vida pública, recebeu as seguintes homenagens:
Medalha do Pacificador Medalha do Pacificador
2005 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2005 - Prêmio Caixa - Melhores práticas em gestão local
2006 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2006 - Prêmio Caixa - Melhores práticas em gestão local
2006 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2006 - Referência em Formação Continuada de Professores 2006 - Troféu Super Cidades
2007 - Certificado de Eficiência em Sorologia para Leishmaniose 2007 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC
2007 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2007 - Drenar é 10 - Melhores Práticas
2007 - Índio Cidadão MS - Melhores Práticas 2007 - Prêmio Brasil Sorridente
2007 - Prêmio Ecologia
2007 - Qualidade em Educação Infantil (Formar em Rede) 2007 - Selo de Mérito Nacional para 2ª Aldeia Urbana
2007 - Selo de Mérito Nacional Projeto lmbirussu/Serradinho
2008 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2008 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2008 - Diploma Nacional em Desenvolvimento Sustentável e Saneamento Ambiental
2008 - Melhor experiência em vigilância, prevenção e controle da dengue 2008 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Centro-Oeste
2008 - Qualidade em Educação Infantil (Formar em Rede) 2008 - Selo Cidade Cidadã
2008 - Selo de Reconhecimento as 73 escolas que superaram o IDEB
2008 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2009 - Diploma de Mérito pela Valorização da Vida
2009 - PAC-Habitação de interesse social - Jardim Seminário e Residencial Tarsila do Amaral 2009 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Centro-Oeste
2009 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2009 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2010 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2010 - Prefeito Amigo do Idoso
2010 - Prêmio Prefeito Inovador 2010 - Prêmio TI & Governo
2011- Prêmio Prefeito Inovador - categoria: Cidades com Mais de 200 mil Habitantes 2011- Prêmio Caio - 11ª Edição
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Médias e Grandes Municípios Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Promoção ao Desenvolvimento Rural - Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Promoção ao Desenvolvimento Rural - Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Nacional - categoria: Apoio ao Empreendedor Individual, Lei Geral Municipal - Sebrae Nacional
2019 - Ordem do Mérito da Defesa
2019 - Conselho da Ordem do Mérito Naval - Grau de Grande Oficial 2019 - Medalha Amigo da Marinha.

FONTE: Senado Federal, Brasilia, 2021.


7 de Setembro


7 de setembro

1833 - Criada a Sociedade Zelosos da Independência

É criada em Cuiabá, a Sociedade Zelosos da Independência, associação que reunia brasileiros natos em defesa da independência, contra a volta de D. Pedro I, que abdicara do trono e de reação ao predomínio dos portugueses nas atividades econômicas da província. Os zelosos foram responsabilizados pela noite de terror de 30 de maio de 1834, conhecida com A Rusga. 

Silva Manso, fundador da entidade, sintetiza a sua finalidade em discurso 
na Câmara dos Deputados, na ordem do dia, da sessão de 11 de julho de 1835:

"O sr. Manso depois de ter feito uma larga narração sobre o estado político da província de Mato Grosso e da conduta dos diferentes presidentes que foram para ali nomeados, tratou da sociedade que se formou em Cuiabá, com a denominação de Sociedade dos Zelosos da Independência, cuja sociedade fora instalada em sete de setembro e cujos estatutos foram públicos; e disse que a sociedade tinha por fim reunir cidadãos brasileiros para, por meio da sua instrução, sustentarem a independência do Brasil e resistirem à tirania; que nessa época houve toda a razão para suspeitar-se que haviam restauradores, porque a mensagem do Governo assim o disse e as folhas públicas apareceram recheadas de protestos e outros documentos a semelhante respeito; que enfim o que a província de Mato Grosso precisava era de instrução, e concluiu dizendo que ele, deputado desejava que a Câmara apoiasse certas providências que pedia para aquela província e remetia à mesa".

FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 13 de julho de 1835.


1910 - Inaugurada a ferrovia entre Porto Esperança e Miranda



É inaugurado o primeiro trecho da Noroeste do Brasil, na frente iniciada em Porto Esperança. A solenidade aconteceu em Miranda, de acordo com relato do enviado especial jornal O Brazil, integrante da comitiva de convidados de Corumbá:

"Duas horas depois de posto em marcha, o comboio fez a sua primeira parada em Atibaia no quilômetro 62, onde foi servido adorante café, daí seguimos detendo-nos no quilômetro 100 onde fizemos confortável refeição, d'onde seguimos até o quilômetro 136 denominado Saloba, onde existe uma ponte com 120 metros de comprimento a 30 a 40 metros de altura sobreo talweg do rio Miranda.

Do Saloba o comboio foi arrastado por uma locomotiva menor e transposta a monumental ponte chegamos à vila de Miranda às 2 horas da tarde.

Aí éramos esperados pela patriótica comissão de festejos que reunida a todos os habitantes formavam uma compacta massa de povo, que ao aproximar-se do comboio inaugural manifestou indescritível contentamento.

Por essa ocasião estrugiram nos ares inúmeras girandolas acompanhadas de ensurdecedora salva, achando-se as ruas da vila feericamente engalanadas.

Por uma especial distinção que muito nos penhora o ilustre e correto cavalheiro dr. Kesselring, convidou o nosso representante para tomar lugar junto a ele, no limpa trilhos da locomotiva, onde instalados transpuseram o triunfal arco colocado sobre a via permanente e lateral à vila de Miranda. 

Terminados os conceituosos e bem elaborados discursos de recepção e tomadas algumas vistas fotográficas, formou-se luzido préstito que era puxado pela banda musical do 3° Batalhão de Artilharia, indo à frente as gentis, elegantes e belas mirandenses que com as suas graciosas fisionomias davam a nota alegre, seguindo-se após as diversas autoridades e demais convidados os quais dirigiram-se para a casa do sr. Rebuá, onde fidalgamente recebidos, descansaram.

As 5 1/2 horas da tarde afluiram à residência do sr. Rebuá todos os convidados os quais ladearam duas compridas msas com 70 talheres cada uma, sendo ela repetidas.

À noite realizou-se animado baile onde as distinções feitas aos convidados não diminuíram".

FONTE: jornal O Brazil (Corumbá) em 18 de setembro de 1910.

FOTO: primeira estação de Miranda, do Album Graphico de Matto-Grosso, 1914.



7 de setembro


1919 - Rosário Congro deixa a prefeitura de Campo Grande



Após um ano de governo, na condição excepcional de interventor municipal, nomeado pelo governador Dom Aquino Correia, deixa o cargo, transmitindo-o ao seu sucessor, eleito por voto direto, o deputado Rosário Congro. O registro é da imprensa cuiabana:

Campo Grande, 8 - Ontem 2 horas da tarde realizou-se na câmara municipal a cerimônia de posse dos novos intendente, vice-intendentes, vereadores e juízes de paz, cerimônia assistida por cerca de 300 pessoas. O coronel Rosário Congro leu a exposição de sua gestão causando magnífica impressão. Depois deu posse ao vereador mais votado que convidou os demais vereadores, intendente, vice-intendentes a prestarem o compromisso legal. Abrilhantou a cerimônia a banda de música da polícia tocando partituras nos intervalos da cerimônia. Compareceram crianças escolares cantando hinos patrióticos. Cerca de 8 horas da noite teve lugar na praça municipal animado baile municipal oferecido aos novos gestores pelas principais pessoas da cidade, prolongando-se até 3 horas da manhã. Houve além disso várias festas civis e militares comemorativas da data nacional.¹

Assumem a intendência geral o engenheiro agrônomo Arnaldo de Figueiredo e a câmara municipal, os vereadores Trajano Balduino de Souza (presidente), Manoel Máximo da Fonseca, Augusto Ilgenfritz, Hermínio Pereira Mendes, Cecílio Mascarenhas, Aureliano Pereira da Rosa e Antonio Benjamim Correa a Costa.²

FONTE: ¹O Matto-Grosso, (Cuiabá), 11 de setembro de 1919. ²Anais da Câmara Municipal de Campo Grande.



7 de setembro

1919 - Gripe espanhola mata 580 pessoas no Estado


Em relatório aos deputados estaduais, o governador Dom Aquino Correa, dá conta da passagem da epidemia de gripe que assolou o estado nos últimos meses do ano anterior. Os números oficiais, apontaram 580 mortes. Em sua mensagem aos parlamentares, Dom Aquino dá as seguintes informações:

Em fins de novembro e princípios de dezembro, após a chegada da lancha Cáceres e do paquete Coxipó, observou a Inspetoria de Higiene os primeiros casos de influenza em alguns tripulantes e passageiros procedentes de Corumbá.

Estes casos foram benignos e não apresentaram a disseminação característica da influenza pandêmica. Vários dias depois dessa notificação, foi que a gripe se manifestou sob a sua forma epidêmica, atacando principalmente os bairros pobres. Funcionou desde então o posto de socorros instalado na residência presidencial, onde, sob a direção verdadeiramente apostólica do Rvdo. padre Manoel Gomes de Oliveira foram distribuídos medicamentos e gêneros alimentícios a grande número de pobres. Posteriormente, passaram a funcionar mais dois outros postos, um no seminário arquepiscopal e outro no Liceu Salesiano, por caridosa iniciativa de S.Exa. Revm. o sr. arcebispo metropolitano e sob a zelosa direção dos reverendos padres franciscanos e salesianos.

Estas providências muito concorreram para que a gripe não encontrasse terreno propício às suas devastações, manifestando-se, geralmente, com caráter benigno e pequena disseminação.

De fato, nesta capital, onde foram atacadas para mais de 3.000 pessoas, registram-se apenas 11 óbitos de gripados no mês de dezembro e 18 no mês de janeiro, sendo que, neste último mês, foi 15 o número de óbitos por causa ignorada. Na segunda quinzena de janeiro a epidemia entrou em franco declínio e na última semana desse mês, não tendo ocorrido nenhum caso novo, foi pela Inspetoria, declarada extinta a epidemia.

Os municípios do Estado foram, quase todos, invadidos pela pandemia, tendo o governo prestado à maioria deles, auxílio pecuniário para assistência médica e medicamentos.

O Estado despendeu com esses serviços extraordinários a importância de 116.908$728 réis.

Pelos dados estatísticos fornecidos pelos intendentes municipais, verifica-se que o número aproximado de atacados e de mortos pela terrível epidemia foi o seguinte:



                                                               ATACADOS   FALECIDOS

Corumbá................................................. 4.500           160
Campo Grande......................................... 2.000             36
Porto Murtinho.........................................    272             32
Miranda...................................................   400              28
Rosário Oeste........................................... 2.000             27
Diamantino..............................................    437             22
Três Lagoas.............................................    500             20
Registro do Araguaia.................................    850               1
Cáceres...................................................  3.000              -
Nioac......................................................        -                -
Bela Vista................................................ poucos              -
Aquidauana..............................................    900             26
Santo Antonio do Rio Abaixo.......................  2.000            35
Livramento...............................................  1.000            19
Mato Grosso.............................................     702           105
Ponta Porã................................................     -                  5
Santana do Paranaíba.................................     -                20
Coxim......................................................  3.000             75
Poconé.....................................................     500               6
Santo Antonio do Rio Madeira......................  2.000             30


FONTE: Mensagem do governador de Mato Grosso ao deputados estaduais, em
7 de setembro de 1919, página 50.



7 de setembro

1922 - Campo Grande comemora centenário da independência





Apaixonado pela natureza, o prefeito Arlindo de Andrade Gomes, de Campo Grande, faz uma homenagem ecológica ao centenário da proclamação da independência. Conta-o Ulisses Serra:

"No dia 7 de setembro de 1922, com o Brasil todo a comemorar o primeiro século da nossa Independência, plantou dois jequitibás adolescentes na atual praça Ari Coelho. Ele próprio os fora buscar na mata nativa. Trouxe um, atravessado no serigote da sua montada; Manuel Leite, seu secretário, o outro. Entrou na cidade alegre, festivo, gesticulante e triunfal. Como não tivesse bronze e mármore para um monumento escultórico, levantaria um monumento verde, com a mais gigantesca árvore das nossas selvas, a que se liberta das árvores circundantes para receber, nas alturas, os beijos fecundantes e loiros do sol".

Os jequitibás do dr. Arlindo sobrevivem até os dias atuais, graças aos cuidados dos botânicos do município.


FONTE: Ulisses Serra, Camalotes e Guavirais, Editora Clássico-Científica, São Paulo, 1971, página 77.


FOTO: Passeio público (atual praça Ari Coelho), acervo do ARCA.



7 de setembro

1932Rebeldes desfilam em Campo Grande



Transformada em capital de Mato Grosso, sob o regime da chamada revolução constitucionalista de São Paulo, a cidade de Campo Grande assiste desfile do dia da Pátria com a participação dos chamados batalhões patrióticos, compostos por civis combatentes voluntários, entre os quais, este da Vacaria, comandando por Kiki Barbosa:

Combinado a marcha para Campo Grande afim de receber armamento para poder brigar, seguiram no dia certo setenta veículos conduzindo mais de quinhentos homens. Foi pernoitar no Lageado, retiro à beira do riacho do mesmo nome, a fim de receber ali incorporações, o que se deu, engrossando em cerca de oitocentos homens, força considerável em se tratando da pequena população do planalto de Maracaju. 


A disciplina imposta pelo comando era digna de ser imitada pelos grandes condutores de homens, Kiki revelou-se de carreira errada, devia ser militar para ser bem aproveitado.


Trinta vacas gordas ‘herefor’ foram abatidas, um eito de mandiocal foi arrancado e o laranjal dos ingleses ficaram como se tivessem sido assaltados por uma nuvem de tucuras. Lembro-me com saudade da bela costela que comi assada, a seguir cuiadas de chimarrão, que me puseram de boca doce até a sede da nova região militar, onde o coronel Horta Barbosa me aguardava com armamento para apenas 400 homens.


Com chapéus de todos os feitios e variados trajes, desde as simples calças, às bombachas enfeitadas, desfilaram a 7 de setembro de 1932 pela avenida Afonso Pena os 800 homens do Kiki. Vieram buscar o armamento prometido e seguir para o campo de batalha a bem da democracia e da divisão territorial do Brasil, em Estados homogêneos, proporcionais.

FONTE: Emílio G. Barbosa, Panorama do Sul de Mato Grosso, Editora Correio do Estado, Campo Grande, 1961, página 178.


7 de setembro

1935Constituinte toma posse

Eleita a 14 de outubro de 1934, toma posse a Assembleia Constituinte de Mato Grosso, as 13 horas, com a presença dos deputados eleitos e diplomados: Francisco P. de Oliveira, José Silvino da Costa, Henrique José Vieira Neto, Gabriel Vandoni de Barros, Nicolau Frageli, Luiz de Miranda Horta, João Leite de Barros, Armindo Pinto de Figueiredo, Júlio Muller, Deusdedit de Carvalho, Filogônio de Paula Correa, Miguel Ângelo de Oliveira Pinto, Agrícola Paes de Barros, João Ponce de Arruda, Bertoldo Leite da Silva Freire, Rosário Congro, Caio Correa, Benejamim Duarte Monteiro, Corsino Bouret, Josino Viegas de Oliveira Pais, José Gentil da Silva, Estevão Alves Correa, Joaquim Cesário da Silva e João Evaristo Curvo. 

Esta assembleia que escolheu o governador e dois senadores (João Vilasboas e Vespasiano Barbosa Martins) seria extinta em 1937 com o golpe do Estado Novo.

FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 171.


7 de setembro

1939 - Corumbá: o primeiro trem

É inaugurado o ramal ferroviário entre Corumbá e Ladário. Estacionado em Porto Esperança, desde a primeira década do século, o trilho da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a cidade de Corumbá, destino nacional da ferrovia, viria a ter o trem de ferro graças a uma iniciativa da Comissão Mista Brasil-Bolívia, que decidiu estender, através de um ramal, da esplanada, onde seria construída a estação da cidade à vila de Ladário. Foi o principal ítem da programação local das solenidades de comemoração da independência do Brasil.

O registro é da imprensa cuiabna:

"Foi um dos acontecimentos mais significativos da vida desta cidade, a inauguração, ontem, entre as grandes festas comemorativas de nossa independência do primeiro trecho da grande ferrovia Brasil-Bolívia, constituído pelo ramal Corumbá-Ladário.

O trem inaugural, lotado pelas principais autoridades civis e militares e grande número de pessoas de representação social, partiu de Ladário às 12,30 entre grandes manifestações de entusiasmo popular.

A histórica viagem foi vencida galhardamente por uma pequena locomotiva de serviço e foi com a maior alegria e emoção que a população corumbaense saudou a entrada da primeira composição ferroviária a correr nesse trecho na esplanada da futura estação de Corumbá.

Toda Corumbá se comprimia no local em que se acha a estaca zero do ramal do Ladário e ao ver transformado em realidade um velho sonho dos corumbaenses, deu o povo expansões ao seu grande entusiasmo, vivando e clamando o Presidente da República, o interventor federal e os chefes da construção da Estrada Brasil - Bolívia.

Participaram do ato o prefeito Agostinho Mônaco, comandante Afonso Ribeiro de Camargo, tenente-coronel Orlando Verney Campelo, comandante do 17° BC, coronel Nicola Scaffa, general Eovollo do Exército boliviano, dr. João Leite de Barros, tenente-coronel Manoel Pereira da Silva, prefeito de Três Lagoas, dr. Amaro de Pais Barreto, juiz de Direito da comarca, dr. Vicente Bezerra Neto, promotor público e vários oficiais do Ecército e da Armada Nacional".

Era presidente da República, Getúlio Vargas e interventor em Mato Grosso, Júlio Müller.

FONTE: O Estado de Mato Grosso (Cuiabá), 12 de setembro de 1939.




segunda-feira, 14 de novembro de 2016

21 de novembro

21 de novembro

1788 - Cientista faz relato sobre Camapuã




O matemático,engenheiro e astrônomo português, Francisco José de Lacerda e Almeida, que a serviço de seu governo, mapeava o percurso das monções, procedente de Cuiabá, chega a Camapuã, após 36 dias de viagem pelos rios Cuiabá, Paraguai, Taquari e Coxim. O cientista registrou sua passagem pela primeira povoação brasileira no Sul da capitania de Mato Grosso:

Esta povoação fundada no centro deste sertão somente com o fim de ter carros prontos para a varação das canoas e cargas de um para outro rio, o que teve princípio em 1720 e onde todos se provêm de mantimentos, de açúcar, de aguardentes, de tabaco de rolo, dois gêneros que são para os trabalhadores o mesmo que o maná para os israelitas, é administrada por um de seus sócios, e está situado em os princípios de um chapadão coberto de relva mimosa para a criação de todo o animal que dela se sustenta. Antes de Cuiabá ter as boas e muitas fazendas de gado, que presentemente tem, levaram por terra uma grande boiada para aquela vila, cortando sertões, por onde nunca se tinha passado e dirigindo o rumo por estimativa. Os seus matos produzem muito bem os legumes, a cana de açúcar, o arroz, o pão e as frutas do país. Neste chapadão, por onde se veem dispersas algumas colinas, estão as vertentes de alguns rios de desaguam no Paraguai, rio Grande, ou Paraná, os quais tem um declive tão grande que me admirou, pois nunca pensei subir ou descer por uma ladeira de águas.

O ar é temperado e puro, tão alegre, e ameno aquele terreno todo, que depois que saí de Portugal não vi, nem nas capitanias do Pará, o Rio Negro, nem na de Mato Grosso coisa que se lhe possa comparar. Renasceu em mim toda alegria que um país aprazível pode causar, e que tinha perdido vivendo por oito anos em um sertão (assim o posso dizer) cheio de matos altíssimos, ásperos, e de algum campo pela maior parte inundado e pestífero. Os sócios desta fazenda devem fazer bom negócio, pois além de carnes e mais gêneros que vendem pelo preço que corre em Cuiabá, levam pelo transporte de cada uma canoa 20$000 rs., e por cada uma carrada 9$000 rs
.



FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Viagem do dr. Francisco José Lacerda de Almeida pelas capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso, Cuiabá e São Paulo nos anos de 1780 - 1790, impresso por ordem da Assembleia Provincial do Estado de São Paulo, 1841, página 75.


21 de novembro

1826 - Langsdorff deixa Camapuã e chega do rio Coxim





A expedição científica, liderada pelo conde de Langsdorff, patrocinada pelo governo russo, prossegue a sua viagem rumo a Corumbá, Cuiabá e Amazônia. A despedida de Camapuã é registrada por Hércules Florence:

No dia 21 de novembro, depois de uma estada de 43 dias em Camapuã, montamos a cavalo e partimos com direção ao Furado, onde chegamos depois de atravessar sete léguas de terreno montanhoso e em geral desnudado. O aspecto do porto é pitoresco: o Coxim aí não tem mais de 25 braças de largura e, entre copada mataria, corre por sob arcos formados de uma taquara chamada guaitivoca que se ergue à altura das árvores mais elevadas. De cada nó do colmo irradia-se basta ramificação de folhas compridas e finas, que, a modo de ramalhetes, vão progressivamente se tornando menores, à medida que se chegam à ponta. O peso obriga esses enormes caniços a se arquearem até que a extremidade livre, que finda numa bola de folhas, penda perpendicularmente ao terreno. As duas margens estão cheias dessas elegantes monocotiledôneas que cruzam os colmos de lado a lado, formando majestosas e verdejantes arcarias.

FONTE: Hércules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 52.

FOTO: rio Coxim em desenho de Hercules Florence.



21 de novembro

1891 - Governador de Mato Grosso apóia golpe do marechal Deodoro

O presidente (governador) do Estado de Mato Grosso, Manoel Murtinho, apóia o golpe cometido pelo presidente Marechal Deodoro, que em 3 de novembro dissolveu o Congresso Nacional. O ato de adesão foi formalizado no seguinte telegrama:

Palácio do Governo de Mato Grosso - Telegrama - Cuiabá 21 de novembro de 1891 - Ao Sr. Ministro do Interior - Rio - Recebi hoje vosso telegrama de 4 do corrente comunicando que o governo federal teve necessidade de dissolver Congresso Nacional, e, oportunamente convocaria novo Congresso; que no interesse da segurança pública foram declarados em estado de sítio o Distrito Federal e a cidade de Niterói. Certo de que este Estado saberá bem aquilatar os intuitos patrióticos que inspiraram o decreto de dissolução e por isso há de acatá-lo devidamente e concorrer para que a Nação possa livre e pacificamente manifestar-se na consulta que vai-lhe ser feita, creio poder assegurar-vos que neste Estado conservar-se-á inalterável a ordem pública, se entretanto, for perturbada, recorrerei à medidas que me recomendastes.

Fico também ciente do mais que me comunicastes, observância fielmente vossas instruções. Aguardo o manifesto do Presidente da República do país.

Pode o Governo Federal contar com toda minha dedicação em prol da manutenção da ordem pública e sustentação das instituições constitucionais. (Assinado) O Presidente do Estado Manoel Murtinho.


FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 15 de março de 1892.


21 de novembro

1917 - Seis mortos na apuração dos votos




Seis mortos e 21 feridos, entre estes o prefeito Eugênio Cunha, foi o saldo de um conflito entre adversários na apuração das urnas da eleição municipal em Corumbá, realizada logo após o final da Caetanada, disputa armada entre partidários do presidente Caetano Albuquerque e de seu aliado Pedro Celestino e os conservadores ligados ao senador Antonio Azeredo. O episódio foi retratado pelo jornal dos conservadores em Cuiabá:

Corumbá, 22. - Conforme estava marcado,reuniu-se a Câmara ontem para fazer apuração eleições municipais. Na hora marcada, presidente abriu a sessão com a presença de quatro vereadores conservadores Francisco Vieira, Antonio Aguiar, Marechal Horácio, João Wenceslau e um celestinista, Rosário Congro, faltando Amilcar Vadoni e Pacífico Siqueira. Feita a leitura autênticas todas as sessões eleitorais e contagem de votos, presidente declarou maioria de votos candidatos conservadores. Em seguida, Rosário Congro, obtendo palavra, pediu fossem apurados votos em separado dados candidatos celestinistas. Câmara rejeitou essa proposta de acordo lei rege caso, aceitando, entretanto, protesto apresentado pelo mesmo. Passou-se então a redação das atas. Ao terminar leitura mesmas, alguns próceres celestinistas, chefiados Cristião Cartens, começaram em altos gritos, a protestar, exigindo contagem votos em separado. Com essa gritaria estabeleceu-se grande tumulto, em meio do qual surgiu conflito pessoal, iniciado por José Antonio Jesus, conhecido capanga de Cristião, que avançou para José Signorelli, cunhado intendente e detonou contra ele, a queima roupa, o seu revólver. Projétil feriu Signorelli e ao intendente Eugênio Cunha Signorelli, ferido mesmo, sacou revólver e derrubou seus pés agressor, mas imediatamente caiu também morto por um filho de Jesus, de nome Laurindo, que, por sua vez, tombou varado por uma bala que o atingiu na cabeça. Conflito então generalizou-se rapidamente, havendo na salinha forte tiroteio que durou alguns minutos, resultando seis mortos e inúmeros feridos. Além dos três mortos já referidos pereceram também Maximiliano Brandão, Salomão Roque Pereira e Joaquim Gomes.
 

FONTE: O Republicano, (Cuiabá), 24 de novembro de 1917.

FOTO: Câmara Municipal de Corumbá, início do século XX.





1952 – Assassinado o prefeito Ari Coelho de Oliveira



Aos 41 anos é morto a bala, o prefeito de Campo Grande, Ari Coelho de Oliveira (PTB). O assassino foi  Acir Pereira Lima que o acometeu em uma emboscada no prédio da CER-3 em Cuiabá, onde o prefeito fora tratar de assuntos de interesses do município. Nascido em Bauzinho, município de Paranaíba, fez seus estudos ginasiais no colégio Grambery, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Formou-se em Medicina em 1933, em Belo Horizonte, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Chegou a Campo Grande em 1934, onde iniciou sua carreira de médico, fundador e proprietário da Casa de Saúde Santa Maria, denominação dada em homenagem à sua esposa dona Maria Arantes. 

“Eleito prefeito de Campo Grande no pleito eleitoral de 3 de outubro de 1950, assumiu o executivo municipal em 31 de janeiro de 1951, tendo dentro de seu programa de Honestidade, Responsabilidade e Trabalho, imprimido ao município, no curto período de sua administração, um desenvolvimento magnífico, elevando a cidade de Campo Grande ao nível de primeira grandeza".¹


O crime foi o desenlace de uma divergência política havida entre o prefeito Ari Coelho de Oliveira e Arquimedes Pereira Lima, presidente da Fundação Brasil Central, ambos do PTB, este dissidente e líder da ala do partido que apoiava o governo udenista de Fernando Correa da Costa. O prefeito, através de seu jornal "O Matogrossense", de Campo Grande, passou a denunciar ao desafeto, engrossando a corrente de acusações de negociatas, patrocinadas pela fundação, acumpliciada ao governo do Estado para favorecer grilagem de terras devolutas, por uma organização criminosa, da qual fazia parte um irmão de Arquimedes, Alci Pereira Lima, alto funcionário do governo do Estado, autor do atentado contra o prefeito.

ORIGEM - O jornal Ultima Hora (RJ), que antes do atentado ao prefeito, denunciou a negociata de Pereira Lima, com a sua morte, convenceu-se:

O brutal assassinato do prefeito de Campo Grande está ligado a grandes negociatas de terras conforme documentadas reportagens publicadas recentemente por ULTIMA HORA. Quadrilhas de grileiros vêm agindo a solta nas regiões do Alto Xingu e Fundação Brasil Central, vendendo terras de propriedade de dezenas de tribos indígenas que habitam aquela região. Os criminosos lançam mãos de todos os recursos para levar avante seus negócios ilícitos, empregando até mesmo bandos armados para espalhar o terror entre os habitantes das selvas.

O criminoso Alci Pereira Lima, tesoureiro da Comissão de Estradas de Rodagem, irmão do presidente da Fundação Brasil-Central, tornou-se rico da noite para o dia em negócios dessa natureza, de parceria com o grileiro Rodrigo Barjas, condenado pela justiça de São Paulo. Recentemente o sertanista Orlando Vilas Boas foi demitido da Fundação Brasil Central por se recusar, patrioticamente, a prosseguir nos estudos de uma rodovia, impraticável sob o ponto de vista econômico, cuja construção serviria para indenizar e valorizar os terrenos dos grileiros. Essa estrada deveria partir de Cuiabá e penetrar nas terras do grileiro assassino Alci Pereira Lima e seu sócio Barjas.


PREMEDITAÇÃO - O matutino carioca está convencido de que o crime foi premeditado, versão nunca desmentida:

Mal desembarcaram em Cuiabá, onde foram participar da convenção do Partido Trabalhista Brasileiro, o prefeito Ari Coelho de Oliveira e seus amigos foram avisados a tempo de que suas vidas corriam perigo. Não dando grande importância ao fato, embora entre os informantes se encontrasse um desembargador, dirigiu-se o prefeito de Campo Grande na manhã do dia 21 a um barbeiro da cidade. Ao fazer calmamente sua barba acercou-se de si um cidadão para lhe mostrar um violento artigo contra sua pessoa. O Dr. Ari compreendendo a provocação do indivíduo se limitou a sorrir, talvez seu riso derradeiro. Dirigiu-se sem seguida à Assembleia Legislativa onde se demorou examinando a carta de Mato Grosso, levantada pela Comissão Rondon, identificando a cidade de "Bausinho" onde nascera.


Arci Pereira Lima, o assassino

O DESFECHO - O jornal carioca segue os passos do prefeito de Campo Grande até a cena do crime:

Mal sabia o prefeito Ari de Oliveira que momentos mais tarde perderia a vida ao penetrar na Sala dos Municípios, com uma bala na cara, disparada de surpresa. Saindo da Assembleia Legislativa se encaminhava para a morte ao pedir o carro do deputado Leal de Queiroz emprestado e se dirigindo para a sede da Comissão de Estradas de Rodagem, sita à rua 13 de Junho. Chegando ao local, onde foi atendido pelo porteiro, perguntou-lhe o prefeito de Campo Grande se poderia falar com o diretor da Comissão a quem desejava solicitar as cotas de seu município do ano 1951, que ainda não haviam sido entregues. Poucos minutos de vida teria então, pois mal entrara o Dr. Ari de Oliveira na Sala dos Municípios, o grileiro Alci Pereira Lima, irmão do presidente da Fundação Brasil Central, abriu a porta de sopetão e disparou um revólver, atingindo a face direita do prefeito de Campo Grande, que emborcou de frente, mortalmente ferido. Em seguida, o criminoso Alci Pereira Lima, tesoureiro da Comissão de Estradas de Rodagem, fugiu em seu carro, lubrificado e abastecido de véspera. Acudido na própria sede da CER pelo médico Salomão Nahas, o prefeito de Campo Grande foi transferido para a Santa Casa, onde faleceu uma hora depois, sem pronunciar uma só palavra.

EM CAMPO GRANDE - O jornal registra ainda a repercussão do crime e a chegada do corpo do prefeito em sua cidade:

Esta cidade recebeu consternada a notícia do brutal assassinato de seu prefeito, jornalista Ari Coelho de Oliveira, morto a traição no interior de uma repartição pública de Cuiabá. Todo o comércio local cerrou suas portas e o povo em massa se manifestou para receber o corpo e prestar ao querido morto as homenagens póstumas a que fazia jus.

Anunciada a hora da chegada do avião que conduzia o corpo, a multidão foi aos poucos se aglomerando ao longo das vias públicas por onde transitaria o séquito fúnebre. Desde a Base Aérea até a porta do edifício do Fórum, aglomerava-se a massa humana, todos com lágrimas nos olhos dizendo um último adeus àquele que tanto fez por Campo Grande.


À passagem da urna funerária, cenas comoventes se registravam aqui e ali: eram acenos de lenços brancos no derradeiro adeus, lágrimas copiosas derramadas por pessoas de ambos os sexos e de todas as condições sociais.


Duas extensas filas de automóveis, caminhões e ônibus cobriam cerca de maio quilômetro da rota percorrida, até que em chegando à avenida Calógeras parou o carro fúnebre e a multidão tomou nos braços o caixão, que foi conduzido pelo povo até a Câmara Municipal, onde o corpo ficou exposto ao povo em câmara mortuária.²


Em sua homenagem a cidade ergueu um monumento na praça da Liberdade que passou a ter o seu nome, inaugurado a 10 de fevereiro de 1954. 


FONTE: J. B. Mattos, Os Monumentos Nacionais (Mato Grosso), Imprensa do Exército, Rio de Janeiro, 1957, 65. ²Jornal Última Hora (RJ) 22-11 e 28-11-1952.

FOTOS: reprodução da revista O Cruzeiro (RJ)


21 de novembro

2020 - Morto, chargista tem o corpo esquartejado, incinerado e colocado em malas

Foi morto a facadas pela namorada o chargista Marco Antonio Rosa Borges, de 54 anos. O crime ocorreu em Campo Grande e foi assumido
pela namorada da vítima, a massagista e auxiliar de enfermagem, Clarisse Silvestre. A confissão da autora do homicídio, ocorreu no dia 21 de novembro e foi ratificada no dia 25 pelo filho dela, João Victor Silvestre, que admitiu ter ajudado a mãe a esquartejar o corpo da vítima. 
O chargista havia desaparecido no sábado, quando a família resolveu rastrear o celular da vítima e descobriu que o último sinal do aparelho havia sido enviado nas proximidades da casa da Clarisse, com quem o artista havia iniciado um relacionamento recentemente.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Kelvis Antonio Borges, de 25 anos, único filho de Marco Antonio, disse que suspeitava do envolvimento de terceiros no crime, acrescentando que o pai era discreto e não falava muito do relacionamento com a massagista.

A Delegacia Especializada de Homicídios foi acionada após Clarice indicar o local do crime. Na terça-feira a euipe encontrou malas com os restos mortais em um terreno na região sul de Campo Grande.

De acordo com o depoimento da massagista, o assassinato aconteceu após uma discussão em que Marco Antonio a teria agredido com dois tapas no rosto. Durante a briga, ela o teria empurrado da escada e, em seguida, corrido até a cozinha, pegado uma faca, golpeando-o até a morte.

De acordo com o delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito, João Victor, o filho dela, ajudou a mãe a esquartejar o corpo e a guardar os restos em três malas. Em seguida ela levou as malas para a casa, no bairro Jordim Tarumã. No domingo, João Victor e Clarice acionaram um motorista de aplicativo e transportaram as malas até uma casa abandonada, onde o corpo foi carbonizado.

Com informações do Correio Braziliense, (DF), 26/11/2020.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

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