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domingo, 6 de outubro de 2013

16 de outubro

16 de outubro
 
1886 – Doadas terras para Santo Antônio

Santo Antonio, padroeiro e "proprietário" de Campo Grande


É lavrada em Nioaque escritura pública, onde Joaquim S. Ornelas e sua mulher Leopoldina Maria Inocente doam a Santo Antônio, padroeiro da vila, meia légua de matas na fazenda denominada Lageado, para implantação do povoado de Campo Grande. 

Lélia Rita de Figueiredo Ribeiro, a primeira a tratar deste assunto, explica:

Em 1886, Joaquim Silvério Ornellas, natural de Miranda, filho de Manoel José Ornellas, português e da índia Kaduwéo Nalice, proprietário de vastas terras na região sul de Mato Grosso, com cerca de 1.000.000 de hectares, constituídos pelas fazendas São João do Varadouro e Lajeado, cujas áreas contíguas abrangiam desde o município de Miranda até atingir a região do Anhanduí, hoje Campo Grande, tendo reconhecido em José Antônio Pereira a legitimidade de sua ação povoadora, vem, num rasgo de generosidade e de grande visão de futuro, realizar a doação a Santo Antônio, de meia légua de matas na fazenda denominada Lajeado, neste município, conforme certidão de transcrição a pedido do bispo da Diocese de Campo Grande, em 6-10-1983.
É do teor desta certidão do Cartório do 1º Ofício de Campo Grande, por seu oficial de registro, Antonio Leite Serra, que o tramitente da escritura de doação foi o sr. Joaquim Silvério Ornellas e sua mulher Leopoldina Maria Inocente, sendo adquirente, Santo Antônio.


Esta doação de Joaquim S. Ornellas e Leopoldina Maria Inocente que era cuiabana de nascimento, foi feita através de escritura pública lavrada no cartório de Nioaque em 16 de outubro de 1886, conforme se infere da mesma certidão, a requerimento do bispo de Campo Grande, dom Antonio Barbosa Guimarães.

FONTE: Lélia Rita Figueiredo Ribeiro, Campo Grande, O Homem e a Terra, edição da autora, Campo Grande, sdCampo Grande, 246

FOTO: O Progresso, Dourados.



16 de outubro


1991 - Papa João Paulo II visita Campo Grande




O papa João Paulo II com Dom Antonio Barbosa, arcebispo de Campo Grande



Em sua primeira visita ao Brasil, João Paulo II inclui a capital de Mato Grosso do Sul em seu roteiro. O papa desembarcou as 19,28 na Base Aérea, seguindo de papamóvel até a missão salesiana. Mais de 100 pessoas aplaudiram o chefe da igreja católica em sua chegada. Foi recebido pelo governador Pedro Pedrosssian e pelo prefeito Lúdio Coelho. Permaneceu poucos minutos na pista do aeroporto, tempo suficiente para dar bênção à imagem de Nossa Senhora de Loreto, padroeira da aviação.

Sua passagem pelo centro da cidade é acompanhada, com detalhes, pela imprensa:


A precária iluminação de avenida Afonso Pena, centro de Campo Grande, não impediu que milhares de pessoas saudassem a passagem do Papa João Paulo II a partir das 19h40 min de ontem. Famílias inteiras se colocaram ao longo da avenida com cadeiras, bancos, toalhas, lanches e sucos, algumas desde as 15h30min, transformando os canteiros em espaços de pique-nique. Apesar da grande emoção que tomou conta dos católicos mais fervorosos quando a comitiva papal foi avistada no asfalto, os momentos que antecederam a passagem foram marcados pelo pouco entusiasmo. A exceção foram grupos isolados, que tentaram ensaiar um ou outro canto de louvor, sempre com pequena resposta. 


Ao longo da avenida, chamou a atenção a quase inexistência de grupos de romeiros vindos de outros estados; a platéia foi basicamente composta de pessoas que haviam há pouco encerrado o expediente de trabalho no centro da cidade, que resolveram retardar o retorno para casa ou de moradores de bairros mais próximos. Mas não faltaram católicos para exaltar a presença do Papa e demonstrar sua fé, como a dona-de-casa Porcina Califi, uma das moradoras do bairro Amambaí, que aos 81 anos queria realizar o sonho de ver o Santo Padre de perto.


Levando mais de 20 parentes e vizinhos a tiracolo, Porcina chegou na avenida Afonso Pena, perto da Bandeirantes, por volta das 17 horas, quase duas horas e meia antes do horário previsto para a passagem do papamóvel. Com a perna esquerda fraturada numa queda que sofreu recentemente, e movendo-se com dificuldades com ajuda de uma bengala, Porcina colocou sua cadeira a poucos metros da avenida, rezando a Deus, segundo ela, para que conseguisse ver o Papa. Por causa dos problemas de saúde e prevendo a multidão que tomará conta da área escolhida no bairro Santo Amaro, Porcina descartou a hipótese de poder assistir a missa campal hoje pela manhã. ‘Eu o vejo agora ou nunca’, definiu.


Quando o Papa passou, a uma velocidade estimada em 30 km por hora, vestido de branco, sorrindo e gesticulando para as pessoas na calçada, Porcina foi erguida da cadeira pelo seu filho mais velho, mas a aglomeração das pessoas prejudicou seu ponto de vista. ‘Não consegui vê-lo de frente; só de perfil. Mas foi suficiente’, disse ela momentos depois, ao mesmo tempo que fazia o sinal da cruz e um agradecimento interior: ‘É um dos dias mais felizes de minha vida’. Sua comadre, Dalila Bueno da Silva, não conseguiu esconder a emoção e chorou por alguns minutos. ‘É de alegria’, garantiu.


O ponto alto da visita do Papa a Campo Grande,entretanto, foi a missa campal celebrada no dia seguinte.

FONTE: Correio do Estado, 17/10/1991

FOTO: Arquidiocese de Campo Grande






terça-feira, 1 de março de 2011

11 de julho

11 de julho

1867 - Brasileiros batem paraguaios no combate de Alegre

Flotilha brasileia que retornava de Corumbá, onde aconteceu a retomada em 11 de junho, é abordado por vapores paraguaios nas águas do rio São Lourenço, entre Corumbá e Cuiabá e repete a heroica façanha de 28 dias atrás, infringindo ao inimigo mais uma fragorosa derrota. O relato é do comandante em parte ao presidente da província:

"Larguei o aterro do Bananal no dia 10 do corrente mês com os vapores Antonio João, Corumbá e Jauru, a fim de dar reboque à força que se retirava da vila de Corumbá, sob o comando do tenente-coronel Antonio Maria Coelho, que, segundo comunicações que me havia feito, devia achar-se nesse dia no rio São Lourenço.

Havendo, porém, o vapor Corunbá sofrido grande desarranjo em uma das rodas ao passar uma das mil dificuldaveis voltas do bracinho do Bananal, segui águas abaixo com os dois outros até o Sará, onde encontrei na madrugada do dia seguinte o tenente-coronel Antonio Maria Coelho com o 1° batalhão provisório, achando-se já no Alegre os corpos comandados pelos majores Costa e Nunes da Cunha.

Dando o vapor Antonio João reboque a quatro embarcações e o Jauru a duas, em que se achavam as praças infectadas de varíola, subimos até o Alegre e reunimo-nos à força que aí se achava, amarrando-se o Jauru à margem direita para evitar o contato com a força acampada em terra.

Às 3 e meia da tarde desse mesmo dia 11, recebi aviso de que se aproximava um vapor inimigo, e mandando imediatamente tocar a postos vi, momentos depois, subindo rapidamente o rio, um elegante vapor de grande força, que me pareceu ser o Salto de Guairá, e dirigindo-se ao vapor de meu comando rompeu contra ele um nutrido fogo de metralha, que foi muito bem respondido pela artilharia e mosqueteria do Atonio João, tanto que o obrigou a voltar-se para o Jauru, do qual apossou-se por abordagem, sem contudo deixar de responder ao fogo que, sem cessar, lhe fazia o Antonio João e a força que se achava em terra.

Destroçada a guarnição do Jauru e substituída por Guayrá ocupar posições avante do Antonio João, donde metralhava-o e a força de terra.

Vendo depois que o Jauru já descia o rio abandonou o combate e foi esperá-lo embaixo, evitando por sua superior marcha, a abordagem que então lhe propunha o Antonio João, e havendo eu perdido a esperança de alcançá-lo, voltei-me contra o Jauru, que foi abordado e retomado tão depressa que nem tempo teve o inimigo de içar seu pavilhão e nem usar a artilharia do navio.

A maior parte da guarnição paraguaia foi morta, inclusive o oficial comandante, o resto lançou-se ao rio ou foi entregar-se à força de terra.

Enquanto o inimigo dirigia-se para o Jauru ouvi os gritos do comandante Antonio Maria da Costa que me chamavam a receber mais força para abordagem, o que fiz com perda de terreno, embarcando o capitão de comissão Feliciano Caliope Monteiro de Melo com os alferes José Luiz Moreira Serra, João Luiz Pereira, Joaquim Ferreira da Cunha Barbosa, todos do 1° corpo de guardas nacionais destacados, com 55 praças desse corpo e 3 do 1º batalhão provisório de infantaria.

FONTE: Jornal do Comercio (RJ), 20 de outubro de 1867.



11 de julho


1900Nasce em Cuiabá Filinto Muller 



Militar e político, foi uma das mais controvertidas figuras de nossa história nos meados do século passado. Como militar participou do movimento tenentista de 1922, da revolução paulista de 1924 e da resistência de Catanduva, no Paraná, sob o comando do general Isidoro. Trabalhou desde a fase conspiratória da revolução de 30, que levaria Getúlio Vargas ao poder. Em 1932 é nomeado chefe de polícia do Distrito Federal, onde permaneceu por dez anos. Nesta função, o seu ato mais notável foi a entrega ao regime nazista de Adolf Hitler na Alemanha, da judia Olga Benário, mulher do líder comunista Luis Carlos Prestes, episódio celebrizado nos livros “Falta alguém em Nuremberg” e “Olga”, dos jornalistas David Nasser e Fernando Moraes, respectivamente.

Como político, foi nos últimos tempos de seus quatro mandatos de senador por Mato Grosso, um dos mais influentes do país, alcançando a liderança do governo militar e a presidência do Senado. Sua primeira eleição para o Congresso foi em 1947, reeleito sucessivamente, em 1954, 1962 e 1970. Morreu em 1973, dia de seu aniversário, em desastre de avião em Paris. Seu domicílio eleitoral sempre foi em Campo Grande.




FONTES:(1) Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Matogrossense, edição do autor, Campo Grande, 1971, página 116. (2) Philadelpho Garcia, A versão e o fato, Editora Branco e Preto, Londrina, 1994, página 23. 



11 de julho

1931 - Sargento rebelde é promovido post mortem

Notícia do Correio da Manhã, do Rio, dá conta da promoção concedida pelo presidente Getúlio Vargas ao sargento Aquino, fuzilado em Corumbá, por ordem do comandante do 17° BC, onde servia, por liderar um motim, em 1925:

O governo federal praticou um ato de elevada justiça e humanidade, promovendo ao posto de 2° tenente, post mortem, o malogrado sargento Antonio Correa de Aquino, criminosamente fuzilado pelas forças da feroz legalidade bernardesca, em Mato Grosso, durante o estado de sítio de Bernardes, o tirano doublé em revolucionário, que, ao que já se sabe, anda agora metido a conspirador contra o novo estado de coisas.

Assim procedendo, a administração federal ampara os que a morte daquele martir da revolução deixou na miséria e homenageia um servidor da causa nacional, que não poderia ter ficado esquecido, principalmente quando o governo passado teve todo o empenho em amparar o oficial que ordenou o seu bárbaro fuzilamento, ocorrido em condições já bastante divulgadas.

FONTE: Correio da Manhã (RJ), 11/06/1931.



11 de julho

1932Vespasiano Martins toma posse


Vespasiano Barbosa Martins e o general Bertold Klinger
Deflagrada a revolução paulista no dia 9, com a adesão dos militares de Campo Grande e demais cidades do Sul, menos Corumbá e Ladário, assume a chefia do governo revolucionário de Mato Grosso, com sede em Campo Grande, o prefeito Vespasiano Martins, nomeado pelo general Klinger, o comandante militar do movimento paulista. 

Demosthenes Martins, que participou da rebelião, depõe:


A 11 de julho, entre entusiásticas demonstrações de rigosijo popular, se instalava em Campo Grande o governo civil constitucionalista de Mato Grosso, empossado no cargo de governador o Dr. Vespasiano Barbosa Martins, nomeado pelo general Klinger, chefe do movimento no Estado. Este ato foi presidido pelo coronel Oscar Saturnino de Paiva, comandante da Circunscrição Militar, estando presentes as mais altas patentes militares da guarnição, grande número de pessoas representativas da cidade, autoridades civis e populares.


Os primeiros atos do governador, empossado inicialmente como interventor, foram as nomeações do dr. Arlindo de Andrade Gomes, secretário geral do Estado, do major do Exército Sebastião Rabelo Leite, sub-chefe de polícia, do dr. Artur Mendes Jorge Sobrinho, prefeito da cidade, de Ladislau Lima, delegado de polícia do município. Posteriormente, outras nomeações foram feitas, como a do dr. Dolor Ferreira de Andrade, para secretário do governador e do sr. Francisco Bianco Filho, para diretor da Imprensa Oficial.



FONTE: Demósthenes Martins, História de Mato Grosso, edição do autor, Campo Grande, sd., página 108.






11 de julho


1980Marçal fala ao Papa



Num dos momentos mais marcantes da primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil, o cacique guarani Marçal de Sousa, da aldeia Campeste de Antônio João, faz discurso de improviso em solenidade em Manaus, abordando temas de interesse das nações indígenas:

Santidade João Paulo II eu sou representante da grande tribo Guarani, quando nos primórdios, com o descobrimento dessa grande pátria, nós éramos uma grande nação e hoje eu não poderia como representante dessa nação, que hoje vive à margem da chamada civilização, Santo Padre, não poderíamos nos calar pela sua visita nesse país.
Como representante, porque não dizer de todas as nações indígenas que habitam este país que está ficando tão pequeno para nós e tão grande para aqueles que nos tomaram esta pátria.


Somos uma nação subjugada pelos potentes, uma nação espoliada, uma nação que está morrendo aos poucos sem encontrar o caminho, porque aqueles que nos tomaram este chão não têm dado condições para nossa sobrevivência, Santo Padre.
Nossas terras são invadidas, nossas terras são tomadas, os nossos territórios são diminuídos, não temos mais condições de sobrevivência. Pesamos a Vossa Santidade a nossa miséria, a nossa tristeza pela morte de nossos líderes assassinados friamente por aqueles que tomaram o nosso chão, aquilo que para nós representa a nossa própria vida e a nossa sobrevivência nesse grande Brasil, chamado um país cristão.


Represento aqui o Centro-Sul desse grande país, a nação kaingang que recentemente perdeu o seu líder; foi assassinado Pankaré, no nordeste. Perdeu o seu líder porque quis lutar pela nossa nação. Queriam salvar a nossa nação, trazer a redenção para nosso povo, mas não encontrou redenção, mas encontrou a morte. Ainda resta uma esperança para nós com a sua visita, Santo Padre, o senhor poderá levar fora dos nossos territórios , pois nós não temos condições, pois somos subjugados pelos potentes. A nossa voz é embargada por aqueles que se dizem dirigentes desse grande país. Santo Padre, nós depositamos uma grande esperança na sua visita ao nosso país. Leve o nosso clamor, a nossa voz por outros territórios que não são nossos, mas que o povo, uma população mais humana lute por nós, porque o nosso povo, a nossa nação indígena está desaparecendo no Brasil. Este é o país que nos foi tomado. Dizem que o Brasil foi descoberto, o Brasil não foi descoberto não, Santo Padre, o Brasil foi invadido e tomado dos indígenas do Brasil. Esta é a verdadeira história. Nunca foi contada a verdadeira história do nosso povo, Santo Padre. Eu deixo aqui o meu apelo. Apelo dos 200 mil indígenas que habitam, lutam pela sua sobrevivência nesse país tão grande e tão pequeno para nós, Santo Padre. Depositamos no Senhor como representante da igreja católica, chefe da humanidade, que leve a nossa esperança e encontre repercussões no mundo internacional. Esta é a mensagem que deixo para o Senhor.


Marçal foi assassinado na farmácia onde trabalhava como enfermeiro, em Antônio João, a 25 de novembro de 1983.



FONTE: DOSSIÊ MARÇAL TUPÃ I, 12.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

14 de fevereiro


14 de fevereiro

1914 - Instalada a comarca de Coxim




Criada pela lei n° 630 de 3 de julho de 1913, é instalada a comarca de Coxim. O evento foi registrado pela imprensa cuiabana:

"Coxim, 17 - Com toda solenidade foi a 14 do corrente instalada a Comarca, sob a presidência do dr. Amâncio Ramos, juiz de Direito.

O coronel Manoel Dias Pinho, intendente do município, foi um esforçado para que o ato se revestisse de todo brilhantismo, tendo decorado o edifício da Câmara Municipal onde estava um grande arco com a seguinte inscrição: VIVA O DOUTOR COSTA MARQUES.

Enchiam as salas do edifício muitas famílias, funcionários públicos, professores e alunos de todas as escolas, comerciantes e fazendeiros e grande massa popular, congratulando-se todos com o honrado e fecundo governo do exm. dr. Augusto da Costa Marques, que foi muitíssimo aclamado, assim como o diretório  central do P.R.C., desembargador Ferreira Mendes, coronel Eduardo Siravegna e demais representantes do Diretório local.

Durante a solenidade falaram o professor Rosendo de Almeida, capitão Batista de Sousa e o intendente Manoel Dias Pinho, exaltando o grande progresso da futurosa comarca, resultado da administração do dr. Costa Marques.

À noite houve um animadíssimo baile no edifício da Câmara cujas fachadas estavam iluminadas caprichosamente. Ao baile compareceu a elite da sociedade coxinense, tendo as danças se prolongado até as três horas da madrugada.

Foram nomeados e tomaram posse dos seus respectivos cargos os srs. Manoel Dias Pinho, promotor de justiça, Joaquim Santana, primeiro tabelião, João B. de Almeida, oficial de justiça, e Nicolau Nunes, porteiro dos auditórios.

Foi também nomeado segundo tabelião, o sr. Felix Petrowsky.

O povo está satisfeitíssimo.


FONTE: O Debate (Cuiabá) 14 de fevereiro de 1914.  

FOTO: reprodução do livro Raízes de Coxim, de João Ferreira Neto, pag. 230 
 


14 de fevereiro 

1919 – Deputado é morto por irmão em hotel de Campo Grande




O deputado estadual Armindo Paes de Barros, proprietário da usina Conceição no município de Santo Antonio do Rio Abaixo, próximo a Cuiabá, é assassinado por seu irmão Henrique, com 5 tiros de revólver, quando jantava no restaurante do hotel Royal, em Campo Grande. Armindo havia desembarcado na estação ferroviária e deveria pernoitar na vila, quando foi abruptamente abordado pelo irmão que, após rápido monólogo, sacou a arma e executou o irmão, que não teve tempo de se defender. Os motivos do crime não chegaram a ser devidamente esclarecidos.

A ocorrência teve grande repercussão, principalmente em Cuiabá e Santo Antonio, redutos eleitorais da vítima. O Matto-Grosso, jornal oficial do partido celestinista, ao qual o deputado era filiado, traçou o seu perfil:

“Moço, elegante, belo como um Apolo e com relevo que lhe dava a reputação duma bravura de herói levada à temeridade, a sua pessoa tinha todas essas qualidades brilhantes que despertam irresistivelmente a atração e fascinante simpatia. Seu fim trágico e inesperado tinha de produzir o mais profundo sentimento como uma revoltante iniquidade.

O nosso malogrado amigo desaparece aos 30 anos de idade. Em pequeno em companhia de outros irmãos, seu finado pai o coronel João Pais de Barros o levara para o Rio onde o matriculou em um colégio interno. Depois de concluído o curso secundário matriculou-se em uma das faculdades superiores da capital da República, na escola Politécnica, interrompendo seus estudos por ter tido necessidade de vir se por à testa da usina de propriedade de sua família. Viajara antes à Europa, tendo permanecido logo tempo na Itália em companhia dos seus.

Na direção do importante estabelecimento legado pelo seu velho pai, revelou notáveis qualidades de administrador e industrial ativo, inteligente, honesto e pontual nos seus compromissos. É do conhecimento de todos os felizes resultados que coroaram a sua ação conseguindo com a disciplina imposta pelo seu pulso férreo libertar em poucos anos a usina de pesados encargos e das dificuldades que antes assoberbavam. E uma das circunstancias que tornam mais dolorosa a sua morte, é não ter ele podido ver, como filho extremoso que era, o coroamento de seus esforços nessa obra a que se dedicara de corpo e alma para salvar os haveres da família e assegurar o bem estar e abastança de sua mãe e irmãos. A sua viagem de agora, na qual tombou em meio do caminho, ele a fazia no desempenho dos seus deveres para com os interesses industriais da usina que dirigia de modo tão seguro e feliz.

Politicamente a morte de Armindo Paes abre nas nossas fileiras um claro que o fará sempre por nós lembrado e com o qual nunca nos conformaremos.
Dá bem a medida do seu valor a alta graduação que tinha na nossa poderosa agremiação partidária e as elevadas posições que tão moço atingira de intendente do município de Santo Antonio do Rio Abaixo e deputado à Assembleia Legislativa. Além do dotado de apurada perspicácia e extraordinário poder de assimilação, possuía também essas qualidades de caráter que primam sobre as da inteligência, essa vontade firme dos que mandam e sabem se fazer obedecer, e que sagra os que nasceram para condutores dos homens”.

Outra tragédia atingindo a família ocorreu em 1906, com o assassinato de seu tio Totó Paes,  então presidente do estado de Mato Grosso.



FONTE: Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá), 20 de fevereiro de 1919.


14 de fevereiro

1925 - Toma posse a primeira diretoria do Rádio Clube






Eleita a 19 de janeiro, assume a primeira diretoria do Rádio Clube de Campo Grande, assim constituída: presidente: Laurentino de Araújo Chaves; vice-presidente: Arnaldo Estevão de Figueiredo; 1° tesoureiro: Antônio Carlos Bastos; 2° tesoureiro: Gilberto de Oliveira; 1° secretário, Eduardo da Costa Manso; 2° secretário, Edmundo Machado; e conselho fiscal, Eduardo Olímpio Machado, Miguel Carmo de Oliveira e Auro Martins.


Um dos mais antigos de Campo Grande, o Rádio, que nasceu em 1924 da "ideia da criação de um clube que tivesse como principal atração um aparelho receptor de rádio, coisa nova na época", segundo Paulo Coelho Machado, transformou-se em ponto de encontro da elite da cidade, tornando-se "nesta fase inicial um grêmio elitista, fechado, com disparatada discriminação de raça, condição econômica e profissão." A admissão e frequência ao clube eram "exageradamente fiscalizadas." Conta o cronista: "Como alguns sócios eram oficiais do Exército, a entrada de sargentos ficou vedada."



FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, in Pelas ruas de Campo Grande, 2a. edição, livro V, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008, página 322.


14 de fevereiro

1951 - Violência na fronteira tem repercussão nacional

Tem repercussão nacional a onda de violência na fronteira Brasil-Paraguai, cometida por quarteiros, ladrões e assaltantes, que atacavam no Brasil e se homiziavam na república vizinha. O alvo principal dos bandidos eram os criadores de gado e o objetivo era roubar o dinheiro da venda de gado. Ousados e violentos, a mais recente façanha dos bandoleiros foi a recente tentativa da invasão ao distrito de Sanga Puitã, a 16 quilômetros de Ponta Porã, e, o crime mais revoltante, foi o assassinato da família Medina em Amambai:

"No município de Amambai foi atacada por um grupo de bandoleiros armados a família do sr. Zenon Arce Medina. Os assaltantes pertencem ao bando de bandidos que está atuando nesta região. P sr. Zenon foi barbaramente assassinado, bem como sua sobrinha e uma filha menor, de 4 anos de idade. Antes de efetuarem os assassinatos, os quarteiros queimaram as mãos da menina para depois degola-la, diante dos olhos dos pais estarrecidos".

FONTE: Correio da Manhã (RJ), 15 de fevereiro de 1951

sábado, 12 de outubro de 2013

04 de novembro

04 de novembro


1901 - Chacina na baia do Garcêz



Usina Conceição, no início do século XX


A polícia do coronel Totó Paes, que aliado aos irmãos Murtinho, expulsou o senador Generoso Ponce, do Estado, cerca a fazenda Conceição, do primeiro-vice-presidente João Paes de Barros, que acabava de romper com o governo, e prende um grupo de oposicionistas refugiados naquele estabelecimento rural, vizinho da usina Itaicy, de Totó Paes, prende a todos, exceto o vice-presidente que é obrigado a assinar a carta de renúncia, seleciona um grupo que é levado a Cuiabá e separa dezessete que são executados e atirados no lugar conhecido por baia dos Garcêz, no distrito Santo Antonio Rio Abaixo, atual Santo Antonio do Leverger. 

O episódio, que se transformou no discurso da oposição, estigmatizou o período Totó Paes, encerrado com a sua morte em 1906. O fato, de repercussão nacional, foi relatado pelo coronel João Paes de Barros, proprietário da usina onde as vítimas foram aprisionadas:

Feita a seleção dos que deveriam ir por terra a Cuiabá, soube que foram todos amarrados de braços para trás pela escolta que os conduzia, seguindo assim a pé até o lugar denominado "Potreiro", onde, junto a uma baia, conhecida pelo nome de "Garcêz", foram um a um fuzilados, saqueados e os cadáveres com os ventres partidos em cruz para não boiarem, lançados na água à voracidade das piranhas, ficando aí postada uma guarda até que desaparecessem.

Da usina foram ouvidos os tiros, pois, em linha reta, é pequena a distância àquela baia, a qual posto que situada na mesma margem em que está a usina, fica-lhe em frente, pela grande curva que forma ali o rio Cuiabá.

Antes da partida da escolta, Eugênio Vital que tinha hábito de andar grande distância a pé, pediu que lhe permitissem seguir a viagem a cavalo, embora preso e devidamente seguro; a esta súplica foi-lhe respondido;- "que não era muito longa a distância a caminhar, que logo chegariam ao fim". E assim foi.

Ao cair da noite parte da escolta, que seguira com os presos por terra, regressara à usina, narrando sem reservas os horrorosos detalhes da carnificina havida na baia dos Garcêz.

Autor da época realça o episódio com assombroso tom de dramaticidade:

Cardumes de piranhas ferozes, na sua fúria carnívora, se incumbirão de raspar ou últimos vestígios daqueles corpos  - não ficará provas da façanha.

Assim pensam os autores do horripilante morticínio. O bem estudado dos detalhes macabros, entremostra a premeditação dos mandantes. Mas a natureza, obediente a Deus, abre no ano seguinte uma exceção: em 1902 a baia do Garcêz secou.

E dezessete ossadas humanas, alvas sob o sol adusto, atestavam ali o crime inominável.



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 311.

FOTO: Album Graphico de Mato Grosso, Corumbá, 1914.



04 de novembro

1916 – Assembleia intima presidente do Estado a depor

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, reunida em Corumbá, por falta de garantias em Cuiabá, aprova parecer nº 41 da Comissão Especial, opinando pela pronúncia do presidente Caetano Albuquerque:

Pediu a palavra, pela ordem, o sr. Amarildo de Almeida e declarou que achando-se impedido, conforme declaração anteriormente feita, de tomar parte no processo do presidente do Estado, retirava-se do recinto para não tomar parte na votação.


Por idêntico motivo e sucessivamente retiraram-se os srs.Almeida Castro, Julio Muller e Ângelo Rebuá, em vista do que, para verificar se existia número legal depois da retirada desses srs. deputados, o senhor presidente submeteu a votos o parecer, foi aprovado unanimimente.


Na sessão seguinte, segunda parte do expediente, entra em segunda e última discussão o parecer no. 41, da Comissão Especial, sobre a defesa do presidente do Estado, o qual terminou opinando pela pronúncia.


Posto em discussão e ninguém pedindo a palavra, foi submetido a votos sendo aprovado por unanimidade. O senhor presidente declarou que à vista do voto da Assembléia, a mesa ia lavrar o decreto de pronúncia do presidente do Estado, general Caetano Manoel de Faria e Albuquerque e mandava proceder a intimação do mesmo, tudo nos termos do art. 11 da lei no. 26 de 17 de novembro de 1892.



FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 107.



04 de novembro

1927 - Nasce Maria da Glória Sá Rosa, educadora, escritora e animadora cultural

Professora Maria da Glória Sá Rosa

Nasceu em Mombaça, Ceará, Maria da Gloria Sá Rosa. Estudou no colégio interno Juvenal de Carvalho, em Fortaleza e graduou-se em línguas neolatinas, em 1949, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Mudou-se para Campo Grande definitivamente em 1950, onde casou um ano depois de sua chegada com José Ferreira Rosa, com quem teve quatro filhos.

Por meio de projetos, incentivou a cultura e as artes nas escolas, organizou e promoveu vários festivais de músicas, artes plásticas, teatro e cinema em Mato Grosso do Sul. É autora de diversos livros sobre o Estado nas áreas econômica, política, social e cultural.

Foi uma das fundadoras da Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, primeira escola das Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (Fucmat), atual UCDB, Universidade Católica Dom Bosco.

Recebeu o título de Doutora Honoris Causa, da UCDB e ocupa a cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

Faleceu em 28 de julho de 2016, vítima de AVC, no hospital El Kadri, em Campo Grande.


FONTE: Revista Atuação nº 5, Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 18.


4 de novembro

1944 - Governo aprova Guarda Florestal da a colônia de Dourados

O ministro da Agricultura do governo Vargas, Apolonio de Carvalho aprovou o ante-projeto da Guarda Florestal do Território Federal de Ponta Porã, organizada pela administração da Colônia Agrícola Nacional de Dourados.

A iniciativa se refere à criação inicial do seu núcleo-base para a preparação de instrutores da nova organização, cujas atribuições e estrutura, depois de estudadas pelo Serviço Florestal por 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

19 de março

19 de março

1752 - Fundada a primeira capital de Mato Grosso





Às margens do rio Guaporé é lido o alvará do rei de Portugal, mandando ao primeiro governador da capitania de Mato Grosso e Cuiabá, Rolim de Moura, erigir uma vila para instalação da capital. "E logo pelo dito Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Governador e Capitão Geral foi declarado que a dita nova vila teria o nome de Vila Bela da Santíssima Trindade a quem dedicaria a Igreja Matriz dela; que em reverência da mesma trindade santíssima simbolicamente teria por armas em meio de um escudo branco com dois círculos, um encarnado e outro azul, uma ave com corpo e cabeça do meio de águia, a do lado esquerdo de pomba e a do lado direito de pelicano ferindo o peito; e que estas mesmas armas poria a Câmara no seu estandarte por detrás das armas reais, enquanto sua majestade não mandasse o contrário". 

Somente em 8 de agosto de 1835, a capital seria oficialmente mudada para Cuiabá, primeira cidade do Estado.


FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Julio Campos, Varzea Grande, 1994, página 357.

FOTO: Ruínas de Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso




19 de março

1825 - Nasce em Minas Gerais José Antônio Pereira


Igreja do Rosário, em Barbacena, dos tempos de José Antonio Pereira

Filho de Manoel Antônio Pereira e Francisca de Jesus Pereira, nasce em Barbacena, Minas Gerais, José Antonio Pereira, o fundador de Campo Grande. 

"Descende dos Pereira - segundo seu biógrafo - portugueses que se transferiram para o Brasil, cujas histórias se perderam nos séculos que se seguiram ao descobrimento de nossa Pátria. Já moço, muda-se para São João Del-Rei (originado do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar), e se casa com a jovem Maria Carolina de Oliveira". Em meados do século XIX muda-se com a família para o povoado de São Francisco das Chagas do Monte Alegre.
Em 21 de junho de 1872, José Antonio Pereira, com pequena comitiva acampa na confluência dos dois córregos que formam o rio Anhanduizinho (hoje Prosa e Segredo) e em 14 de agosto de 1875, inicia a ocupação das terras, instalando-se definitivamente no local onde surgiria o promissor arraial dos mineiros, batizado por ele como Santo Antonio de Campo Grande.



FONTE: Barsanulfo Pereira, História da fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 69.

sexta-feira, 4 de março de 2011

21 de julho

21 de julho


1915Município doa praça à igreja


O intendente geral de Campo Grande sanciona deliberação legislativa, concedendo área para construção da matriz de Santo Antonio e Nossa Senhora da Abadia:

O cidadão Fernando Novais, 1º vice-intendente, em exercício, deste município de Campo Grande, de acordo com a deliberação da Câmara Municipal, de 20 de maio do corrente ano, concede por aforamento perpétuo, a título de patrimônio ao senhor Santo Antonio e Nossa Senhora da Abadia, o terreno urbano sito nesta vila, à praça da República, com a área de 19.200 metros quadrados, tendo 160 m de frente por 120 m de fundo, e limitando: ao norte, com a rua Barão do Rio Branco, ao sul, com a avenida Marechal Hermes [atual avenida Afonso Pena], ao nascente, com a rua 15 de Agosto [atual Padre João Cripa], e ao poente, com a rua Pedro Celestino, a fim de, no mesmo terreno, ser construída a igreja destinada ao Santuário dos Santos referidos; devendo a comissão, ou quem suas vezes fizer, antes de construir o aludido templo, submeter a planta em duplicata, com todos os detalhes necessários à consideração desta Intendência. Em firmeza do que, foi passado na Secretaria da Câmara o presente título, que vai por mim datado e assinado. Campo Grande, 21 de julho de 1915, Fernando Novais.

 

FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande entre o profano e o sagrado, Editora UFMS, Campo Grande, 1999, página 109.






21 de julho


1932Circula a primeira edição do Diário Oficial



O Diário Oficial circulou durante o período da guerra civil

Instalado o governo de Vespasiano Martins, chefe civil da revolução constitucionalista de São Paulo, em Mato Grosso, passa a circular o Diário Oficial do Estado, dividido pelas armas. Seu diretor foi Francisco Bianco Filho e sua impressão foi feita nas oficinas do Jornal do Comércio. Nesta sua primeira edição, segundo Demosthenes Martins, a fim de desfazer as notícias propaladas no Norte, em relação aos objetivos separatistas do Sul do Estado, Vespasiano fez a seguinte

Proclamação ao Povo do Norte do Estado.
Ciente de correr aí que o movimento do Sul é regional contra o Norte, venho declarar-lhe não ser verdadeiro o que se afirma.


Batemo-nos com os nossos irmãos de São Paulo, Rio Grande e Minas pela volta do país ao regime da Lei. Não temos e não devemos ter questões regionais; batemo-nos pelo Brasil unido e livre. 


Apelo para o sentimento desse altivo povo do Norte a fim de cerrar fileiras ao nosso lado, e caminharmos pela larga estrada da liberdade.


a) Dr. Vespasiano Martins
Interventor Federal de Mato Grosso.





FONTE: Demósthenes Martins, Poeira da Jornada, edição do autor, Campo Grande, 1980, página 109.



21 de setembro

1941 - Brasil importa equipamentos para ferrovia Brasil-Bolivia 

Retornando dos Estados Unidos, onde foi acompanhar o embarque de material para continuação da Estrada Brasil-Bolívia, o engenheiro Álvaro Correa de Oliveira, enviado especial da Comissão Mista Brasileiro-Boliviana com esta missão, fala à imprensa em Salvador, sua primeira escala no Brasil:

"Retorno dos Estados Unidos, onde fui ao desempenho de missão da Estrada de Ferro Brasil-Bolívia, concernente ao recebimento do material para a mesma ferrovia, que foi objeto de concorrência pública em La Paz, capital da Bolívia. Este material, composto de quatro locomotivas do tipo Mossul, com doze toneladas por eixo; 90 vagões para a lotação de 30 toneladas; 2 carros para inspeção; 23.300 toneladas de trilhos de aço com o peso 32,240 gramas por metro, com 12 metros de comprimento e compreendendo 360 quilômetros de via, num valor total de cerca de 43 mil contos, irá por via marítima e fluvial, até o porto de Corumbá. Dele só falta ser entregue dos trilhos, o que se dará ainda este mês. As locomotivas e vagões são entregues desmontadas e sua montagem será executada em Ladário, onde a comissão já tem instalada uma oficina devidamente aparelhada".

Com relação ao estágio da obra, o engenheiro adiantou que já haviam sido assentados 80 quilômetros de trilhos, "estendendo-se os trabalhos já até São José de Chiquitos, no quilômetro 400. Há, tanto por parte dos técnicos como por parte dos auxiliares, quer da Bolívia, quer do Brasil, o mais harmônico entusiasmo pela grande obra, não se medindo esforços nem sacrifícios para colaborar com aquele que descortino, sábia orientação técnica e atividade pouco comum chefia a referida comissão".

FONTE: Correio Paulistano, 22/07/1941.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...