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sábado, 31 de agosto de 2013

16 de setembro



16 de setembro
     

1866 - Tropas brasileiras chegam ao Agachi

A caminho de Miranda, de onde partiria para a fronteira a fim de combater o inimigo em seu território, a força expedicionária brasileira acampa às margens do pequeno córrego de onde escreve o tenente Taunay:

Às 7 ½ da manhã decampou-se, caminhando 2 ½ léguas em terrenos planos às vezes em outras onduladas até o pouso do Uagaxi, onde se chegou às 11 horas da manhã, formando-se o acampamento da margem esquerda do córrego do mesmo nome, que neste tempo mal deu água para a força. Vai este engrossando por pequenos contingentes, passar no caminho entre Lauiâd e Esponadigo e banhar a pequena aldeia de Quiniquinaos em Uagaxi, a qual fora destruída pelos paraguaios, indo os índios refugiar-se nas brenhas da serra de Maracaju. O rumo médio seguido foi ao O.: o trilho, que ora se alarga nos campos, ora estreita-se, é de base argilo-silicosa, firme pela elevação dos terrenos sobre que é lançado.


FONTE: Taunay, Alfredo D’Esgragnolle, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, página 83.


16 de setembro

1886 - Bispo de Cuiabá chega à fazenda Santa Rosa


Teixeira Muzi, proprietário da fazenda Santa Rosa


Procedente de Nioaque e da fazenda Boa Esperança, chega à fazenda Santa Rosa (hoje município de Maracaju), o bispo Dom Luis, na primeira visita de um chefe da igreja no Estado, à região Sul. O evento é registrado em seu diário pelo cônego Bento Severiano da Luz, o escriba da comitiva:

Partimos na manhã seguinte e as 10.00 horas chegamos à confortável a aprazível fazenda Santa Rosa, de propriedade do Sr. capitão João Caetano Teixeira Muzi. S. Excia. foi recebido e hospedado com um cavalheirismo exemplar e o mesmo sucedeu ao pessoal de sua comitiva. O Sr. Muzi com sua muito ilustre consorte a Exma. Sra. Dona Filomena Chaves Muzi cuidaram logo de pedir e obtiveram de S. Exa. a demora de alguns dias na fazenda. Foi uma solução que muito aplaudimos. As forças estavam esgotadas, era necessário afrouxar o arco e o lugar era próprio para isso.- Ludus animo debet alquando dari, ad cogitandum melior ut redeat sibi. (Phed Liv. 3° fab. 4a.).

A fazenda denominada Porto de Santa Rosa foi fundada antes de 1850. Fica à margem direita do Brilhante, 12 léguas abaixo de sua vertente. Seus terrenos são acidentados, fertilíssimos, e tem abundância de águas altas, arroios correntosos, proporcionados para fornecerem regos d'água que poderão tocar grandes máquinas; oferece golpes de vista magníficos, pois dos pontos mais elevados se avistam superfícies de vinte e mais léguas. O caminho mais frequentado é o que vem de Santa Ana do Paranaíba a este ponto e daqui à República do Paraguai. O Brilhante dista 8 léguas do rio Vacaria com o qual vai se juntar mais abaixo e formar o Ivinhema, tributário do Paraná. Seu curso é de 42 léguas mais ou menos, e suas margens assim como a de outros rios são habitadas pelos selvagens das tribos coroados, canjuaz, guarani e canguaz.

A casa de vivenda á ótima: bem construída, espaçosa e ornada de elegantes móveis. Os cômodos são excelentes e tão convenientemente divididos, que quando ocupado por hóspedes, ficam estes inteiramente independentes da família. Há outras casas próprias para mantimentos; um engenho de cana, olaria, tenda de ferreiro e estava em começo uma casa de serraria bem montada. A fazenda é aformoseada por árvores frondosas e circundada de muitas fruteiras, notando-se muito gosto nas partes componentes desta bela morada, devido ao natural, ativo e industrioso de seu proprietário, que entende de tudo um pouco e exerce um pouco de todas as profissões.

S. Exa. Rvma. celebrou e pregou uma vez e deu o Crisma a 60 pessoas, 32 do sexo masculino e 28 do feminino. Eu também celebrei e preguei uma vez e fiz além disso 4 batizados e 2 casamentos.

Na manhã do dia 20, finalmente, a caravana deixa a fazenda Santa Rosa, com destino a fazenda Passatempo, última parada, antes de chegar a Campo Grande, termo de sua primeira visita ao sul do Estado.


FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd, página 172.


16 de setembro

1926 - Nasce em Rio Brilhante, Plinio Barbosa Martins




Filho de Henrique Martins e Adelaide Barbosa Martins, nasce em Entre Rios (atual Rio Brilhante) Plinio Barbosa Martins. Advogado, professor universitário, vereador, prefeito de Campo Grande, deputado federal e Constituinte. Como prefeito (1966/1969) foi o responsável pelo primeiro Plano Diretor de Campo Grande, "obra maciça de treze volumes, feita sob o comando do dr. Henri Macksoud, da Hidroservice, que tantos benefícios nos trouxe. Planejava o desenvolvimento de nossa cidade para as próximas décadas: o aproveitamento do Guariroba como manancial de abastecimento, a criação de um núcleo industrial e o planejamento de nossa expansão urbana, sobretudo a iplantação do mini-anel, depois do macroanel. Estas e muitas outras ações depois aqui executadas (sem que os governantes citassem a fonte de inspiração) contribuíram decisivamente para nosso progresso".
Em 1982, considerado candidato imbatível para o governo do Estado, na primeira eleição direta para o cargo, abriu mão em favor de seu irmão Wilson Barbosa Martins. Faleceu em 5 de outubro de 1998, em São Paulo.

FONTE: João José de Souza Leite, Plínio Barbosa Martins, in Campo Grande: Personalidades Históricas, volume 3, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 99.  


16 de setembro

1927 - Crime monstruoso abala Coxim

"Atirou pelas costas e jogou a sua vítima no fundo do rio Taquari, depois de arrancar-lhe o intestino". Sob este título, o Jornal do Commercio, de Campo Grande, destaca em sua primeira página, notícia de homicídio que causou enorme comoção no município de Coxim e em todo o Estado:

A pacífica população de Coxim foi abalada com a divulgação de um monstruoso crime, ocorrido no seu município, no lugar denominado Varjão.

Do inquérito policial instaurado pelo esforçado delegado de polícia capm. Oscar José da Costa, ficou apurado que no lugar denominado Varjão, foi morto com um tiro pelas costas o fazendeiro João José da Silveira, cujo corpo, depois de distripado, foi arrastado e atirado ao fundo do rio Taquari.

Pelos indícios colhidos foi preso Raimundo Nonato de Sousa, que confessou, perante aquela autoridade ter sido o autor do bárbaro assassinato, mas a mando de Rosalvo Azevedo Mourão, que se acha perseguido pela polícia, isto é, por civis que, na ausência de policiais, estão prestando apoio à autoridade constituída.


FONTE: Jornal do Commercio (Campo Grande), 16/09/1927.



16 de setembro

1930 – Inaugurada linha aérea em Mato Grosso


São iniciadas viagens regulares uma vez por semana entre Cuiabá e Corumbá, pela empresa Condor, que utiliza hidro-aviões. Com efeito, a imprensa cuiabana dava detalhes do evento:

Segundo noticiou nosso colega "O Democrata", estão assentadas entre o Governo do Estado e o representante da Condor Syndicat, as principais bases para o contrato que estabelecerá uma linha regular de navegação aérea, semanal, entre Corumbá e Cuiabá, servida pelo hidroavião "Iguassu" que conduzirá passageiros e malas postais em concordância não só com os trens noturnos da noroeste, como com o serviço aéreo que a referida Companhia pretende estabelecer de Corumbá a S. Paulo.

A principal obrigação assumida pelo Estado é a de garantir sempre, em cada vôo, uma lotação de três passageiros, que pagará à empresa, se ela não os encontrar. 

Embora pareça pesado ao Estado, na situação de aperturas em que vamos vivendo, o auxílio a que se comprometeu, ele se tornará muito reduzido ou nenhum, tão logo se generalize entre nós o uso das viagens aéreas em que o tempo ganho fará esquecer a elevação do preço das passagens.

O Dr. Anibal de Toledo, felicitamos pois, por sua útil e feliz iniciativa.

A Condor constituiu seu representante aqui a conceituada firma Henrique Hesselein & Sergel, a cujo cargo ficaram os negócios referentes à passagens e correspondências, que ela já anunciou em plar afixado em sua casa como hão de ser tratadas.    




FONTEMendonça, Estevão de, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973; página 15 e jornal O Matto-Grosso, Cuiabá, 21 de setembro de 1930.

FOTO: hidroavião em Cuiabá, na década de 30.



16 de setembro 

1962 - Inaugurada em Ponta Porã a maior fábrica de mate solúvel do mundo


         Vista parcial da indústria de mate solúvel. Foto: Diário de Notícias RJ

Foi inaugurada em Ponta Porã, uma indústria de mate solúvel, com capacidade para 420.000 quilos anuais, pertencente à Federação das Cooperativas de Mate Amambai Ltda, que reúne cerca de 1300 associados.¹ (Correio da Manhã 16/9/1962)

A fábrica "foi planejada e construída por engenheiros brasileiros, operários brasileiros e com o capital nacional de uma Federação de Cooperativas de Produtores de Mate. Fica situada no município de Ponta Porã, Mato Grosso, e dentro de mais alguns dias estará produzindo mate solúvel para tender as necessidades do mercado nacional e também para exportação. A fábrica é a concretização do idealismo do dr. Adjalmo Saldanha, organizador e impulsionador das primeiras cooperativas de mate naquele estado e a quem Mato Grosso e o Brasil ficam a dever a implantação, em bases sólidas daquela indústria regional".² 

Cem milhões de cruzeiros foram aplicados no empreendimento, com maquinaria 95% nacional.

À inauguração compareceram inúmeros convidados, entre eles o representante do Instituto Nacional do Mate, Flávio Calazans Vieira. Falaram na cerimônia, Eraldo Saldanha Moreira, presidente da Federação dos Produtores de Mate, Adjalmo Marinho, diretor do INM e o prefeito de Amambai,³ Heron da Rosa Brum.

Matex foi a marca do café solúvel fabricado e distribuído pela empresa.

FONTE: Correio da Manhã (Rio de Janeiro), 16/09/1962); ²Idem, 08/07/1962; ³Diário da Noite (RJ), 20/09/1962)



16 de setembro


1963 - Jango entrega escrituras a colonos e recebe título de cidadão douradense




                         Prefeito Napoleão, presidente Jango e governador Fernando
                         Correa da Costa. Ao fundo senador Rachid Saldanha Derzi

 

Sete meses após ter restituído os poderes de chefe do governo,no plebiscito que derrubou o efêmero parlamentarismo, o presidente "Jango esteve em Dourados para entregar títulos de propriedade de lotes aos colonos da CAND e recebeu deferências explícitas. Nessa ocasião foi agraciado com o título de 'Cidadão Douradense,' concedido pela Câmara de Vereadores. A proposição de concessão do título foi feita pelo vereador Janary Carneiro Santiago,do PTB".

Era presidente da Câmara o vereador Jofre Damasceno que "após as formalidades de praxe, saudou o presidente da República e reiterou votos de confiança no presidente 'afirmando que confiava em seu governo e em especial as (sic) atenções que seriam dispensadas às nossas reivindicações.' O presidente, ao agradecer pelo título recebido, declarou-se compromissado com os douradenses a quem 'de hora em diante, como filho de Dourados, atenderia às justas e precisas reivindicações desta terra que é minha".


Atenta historiadora constata que a visita presidencial "foi cuidadosamente programada, tanto por vereadores quanto pelo prefeito (Napoleão Francisco de Souza, do PTB), que recepcionou Jango em sua própria casa. O presidente foi recebido por políticos de todos os matizes com grande festa e participou de desfile pelas ruas da cidade e comício em praça pública".


Dessa viagem ao Estado, a imprensa nacional destacou o discurso do presidente Jango em Vila Brasil (atual Fátima do Sul)


Ultima Hora (Rio) 17 de setembro de 1963



FONTE E FOTO: Suzana Arakaki, Dourados:memórias e representações de 1964, Editora UEMS, Dourados,2008, página 49. 




16 de setembro

1974 - Governo admite divisão de Mato Grosso em dois estados




O ministro Rangel Reis, do governo do general Ernesto Geisel, admitiu pela primeira vez a disposição do governo federal em dividir o Estado de Mato Grosso em duas unidades. A notícia ganha a primeira página de todos os jornais do país:

- As acentuadas diferenças entre as regiões Norte e Sul de Mato Grosso são a razão fundamental da decisão do governo federal para dividir o Estado em dois, baseando os seus estudos na Lei Complementar n° 20, afirmou ontem o ministro do Interior, sr. Rangel Reis.

Em Cuiabá, porém, o futuro governador do Estado, deputado Garcia Neto, disse em seu primeiro discurso pela televisão, que esteve em Brasilia, com o ministro Golbery do Couto e Silva, recebendo dele a orientação para elaborar seu plano de governo "para todo Mato Grosso". Acrescentou que o chefe da Casa Civil da Presidência da República disse "nada haver de concreto sobre a redivisão".

ÚNICA DIVISÃO - Segundo o ministro do Interior, os problemas atuais de Mato Grosso dão a esse Estado prioridade a curto prazo para a redivisão que é única no momento em estudo pelo governo federal, embora a lei complementar n° 20 - que originou a fusão Guanabara-Estado do Rio - ofereça possibilidades para a divisão de outros Estados.

Em Cuiabá, o sr. Garcia Neto acusou ainda a oposição de procurar discutir o assunto da redivisão "nunca clima passional" e destacou que, conforme soube, não serão criados os territórios de Aripuanã e Xingu, "como sugeriram os técnicos do Ministério do Planejamento

FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 17 de setembro de 1974.


 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

20 de Setembro

20 de setembro

1869 - Varíola em Corumbá: governo critica negacionistas


Em sua mensagem aos deputados, o presidente do Estado de Mato Grosso dava notícia de uma epidemia de varíola que grassava em Corumbá, recomendava as prevenções para evitar a proliferação da doença e condena o negacionismo:

"BEXIGAS - Graça novamnte esta epidemia em Corumbá; as causas procedentes daquele lugar são à requisição do inspetor de saúde, sujeitas a um exame e desinfetadas antes de chegarem no porto desta cidade.

Bem triste foi a quadra porque passamos em 1867, a experiência foi dolorosa, e por isso não haverá desculpa para aqueles que tendo atravessado incólume tão lutuosa época continuem ainda hoje a desprezar a vacina, único preservativo de tão tremenda enfermidade".

FONTE: Presidente Barão de Melgaço, Mensagem à Assembleia Legislativa, 1869.


20 de setembro

1884 - Abolicionistas indenizam e libertam escrava








A Sociedade Abolicionista Corumbaense consegue a liberdade de uma escrava, indenizando sua proprietária com a quantia de quantia de 400 mil réis, nos seguintes termos:

Registro de uma carta de Liberdade de Vicencia, escrava de Carolina Alves Correa, como abaixo se declara: Eu abaixo assinada senhora e possuidora de uma escrava parda de nome Vicencia, solteira, com vinte anos de idade, natural desta província e matriculada no município de Rosário, no ano de 1872, com o número 1721 de ordem da matrícula e registrada na Alfândega de Albuquerque em 1875, declaro que por este título de manumissão, lhe concede de hoje para sempre, plena e irrevogável liberdade, por ter recebido da Sociedade Abolicionista Corumbaense - como indenização do valor da mesma escrava a quantia de quatrocentos mil réis e mais cem mil réis que a libertada obteve de donativos que com o meu consentimento andou pedindo para sua liberdade; o que perfaz a importância de quinhentos mil réis em que ambos combinamos. E para que conste onde convier,mandei passar a presente carta de liberdade, que assino nesta cidade, aos 20 dias do mês de setembro de 1884 - (assinado) Carolina Alves Correa = Como testemunha- Joaquim Antonio Ferreira da Cunha, = Joaquim Joséde Sª Guimarães - Nada mais se continha em dita carta e ao original que entrgo a parte me reporto e dou fé. Eu, Emilio Ponsolle, primeiro Tabelião interino qeu escrevi e assinei.

FONTE: Fundação Cultural Palmares (DF), "Como se de ventre livre fosse...", Arquivo Público Estadual, Campo Grande,1994, página 41.

FOTO: meramente ilustrativa.


20 de setembro

1886 - Bispo de Cuiabá chega à fazenda Passatempo na Vacaria

Na última última parada de sua viagem ao Sul do Estado, antes de chegar a Campo Grande, termo da viagem, o bispo dom Luis, de Cuiabá, chega à fazenda Passatempo, reduto da família Barbosa, hoje município de Rio Brilhante. A passagem do prelado está no diário do cônego Bento Severiano da Luz:

Ao meio dia paramos no sítio Bela Vista, em casa do Sr. João José Pires Martins, onde almoçamos. O local não corresponde à força etimológica do nome. Saímos às 2 e 20 e às 5 e maia chegamos ao Passa Tempo, com um numerosíssimo acompanhamento em que se via uns trajando palas, outros sobretudo, outros...Na frente da casa havia duas ordens de arcos de folhas e flores, estando o último assentado sobre colunetas pintadas de azul entrelaçadas de ramos verdes, dos quais esta inscrição: Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor. Deste arco partia uma rua de arvoredos até a entrada da casa e duas alas de senhoras no mesmo sentido, por onde S. Exa. passou a pé lançando a bênção. Havia muita gente e o aperto era enorme e espantoso o fervilhar de homens, mulheres e crianças indo e vindo até alta noite.

O dono da fazenda Sr. Tenente Joaquim Gonçalves Barbosa Marques e sua digna consorte a Exma. Sra. Eufrosina Garcia Leal rodearam o Sr. Bispo de grandes atenções, muita bondade e franqueza. A hospedagem preparada foi tão boa quanto é alegre a alma e bom o coração do Sr. Barbosa.

Os quatro dias que ali estivemos foi de excessivo trabalho, tanto para S. Exa. Rvma. como para mim. S. Exa. confessou grande parte do povo, celebrou uma vez, pregou três e administrou o crisma a 347 pessoas, sendo 189 do sexo masculino e 158 do feminino. Eu também confessei a muita gente e de mais a mais celebrei três vezes, preguei duas, e fiz 28 batizados e 9 casamentos. Pela primeira vez queixei-me de cansaço, pois todos os meus cinco sentidos recusavam serviço.

Na tarde do dia 23 S. Exa. Rvma. dignou-se a fazer o casamento do Sr. Marcelino José Pires Martins, com a Exma. Sra. Eulália Ferreira Garcia, neta da Exma. Sra. D. Luiza Garcia Leal. O bondoso Prelado mostrou-lhe com toda clareza a individuação os deveres sagrados dos esposos e imprimiu-lhes no espírito a mais alta ideia das obrigações consequentes do matrimônio, instituição fundamental de toda sociedade. Terminada a cerimônia os circunstantes demonstraram a sua satisfação aos novos casados abraçando-os cordialmente. Por tão justo motivo e atenção ao pedido do Sr. Bispo a Sra. D. Luiza concedeu, sem ônus algum, carta de liberdade a um seu escravo. Aforriou-se também uma escrava idenizando-se pecuniariamente o seu senhor com o resultado de uma subscrição que elevou-se a 400$800, entrando o caridoso Sr. Coelho, com metade dessa quantia.

Houve à noite uma serenata em casa do Sr. Barnabé Gonçalves Barbosa, irmão e vizinho do Sr. Joaquim Barbosa. Fui convidado para esta festa familiar e lá fui por insistência do dono da casa. O instrumental compunha-se de um violão e uma gaita e tudo correu na melhor ordem e simplicidade, mostrando os tocadores ter suficientemente desenvolvido o gosto pelo canto e pela música.

Muitos mimos foram oferecidos a S. Exa. durante a viagem, mas entre eles avultou muito o que recebeu do povo Vacariense, que pareceu querer igualar , senão exceder, os outros povos nos certames de generosidade, ofertando a S. Exa. como lembrança de sua visita, um cálice de ouro de primoroso lavor, cravejado de ametistas no valor de 1:400$000, que mandaram fazer na Corte e entregar a S. Exa. por intermédio do muito estimado e prestimoso Sr. Capitão Muzi, que saiu com muito bom êxito de tão importante comissão.

Às 8 horas da manhã do dia 25 a comitiva deixou a fazenda Passa Tempo rumo a Campo Grande, onde chegou no dia 28 de setembro.

FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, O Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd., página 175.



20 de setembro
 
1935 – Centenário da Revolução Farroupilha comemorado em Mato Grosso


Na sessão ordinária da Assembleia de Mato Grosso, o deputado Francisco Pinto de Oliveira apresentou a seguinte mensagem:

O povo mato-grossense pelos seus legítimos representantes, nesta Assembleia Constituinte envia ao heróico povo do Rio Grande do Sul, na pessoa de seu eminente governador e de seus ilustres representantes na Assembleia Legislativa, as mais calorosas e cordiais congratulações nesta hora histórica em que a epopeia de 35 iluminando a terra gaúcha com o brilho imperecível de cem anos de glorias, desperta no nosso espírito os mesmos ideais de brasilidade, de bravura e de civismo, que constituíram a flâmula invencível dos leões farroupilhas.

Sobre a data usaram ainda da palavra os deputados Rosário Congro, Nicolau Frageli, Filogônio e Joaquim Cesário. 


FONTE: Rubens de Mendonça,  História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 179



20 de setembro

1947 - Presidente Dutra inaugura ponte do rio Paraguai




Em sua primeira visita ao seu Estado natal, no cargo de presidente da República, o general Eurico Gaspar Dutra (filho de Cuiabá), inaugura em Corumbá a ponte ferroviária sobre o rio Paraguai e o alto forno da siderúrgica local. O Jornal (do Rio) acompanhou o presidente em sua viagem ao Sul de Mato Grosso. O ponto alto da agenda presidencial foi a entrega a do que o matutino carioca intitulou de "a maior ponte do continente":

O chefe do governo, em ato a que estiveram presentes altas autoridades da República, inaugurou solenemente a ponte internacional "Presidente Eurico Gaspar Dutra", sobre o rio Paraguai. Revestiu-se de brilhantismo e imponência a significativa solenidade inaugural do grande empreendimento, que contou com a presença, além das autoridades, da população local, declarando pouco depois inaugurada a importante obra que deverá deverá desempenhar um grande papel no tráfego internacional do futuro, nesta região, com os trabalhos que se ativam na Estrada de Ferro Brasil-Bolívia, para a ligação transcontinental Santos-Arica.


A ponte é toda de cimento armado e do tipo mais moderno e de rara beleza. A grande obra possui, no canal do rio, para permitir a navegação, 25 metros de altura acima do nível das cheias, e para conseguir tal altura foram construídos dois grandes viadutos inclinados sendo um de ascensão e outro de descida.

2.000 METROS DE COMPRIMENTO - Seu comprimento total é de quase dois mil metros, dos quais novecentos constituem o viaduto de acesso do lado do Porto Esperança, com 4 arcos de noventa metros e um de cento e dez no leito do rio, sendo mais de quinhentos metros de descida nos patamares da margem direita do Paraguai, onde prosseguirão os trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil rumo a Corumbá e ligação à E. F. Brasil-Bolívia, consubstanciando o velho dos dois povos irmãos. A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil passará, com a inauguração da "Ponte Presidente Eurico Dutra", a desempenhar função da maior relevância, cooperando no setor ligado aos transportes nacionais, evidenciando-se do mesmo modo a ação dos nossos homens públicos, no empenho de servir cada vez melhor aos interesses do Brasil
.

A ponte inaugurada pelo presidente Dutra foi iniciada em 1938 no governo de Getúlio Vargas.

O primeiro compromisso do presidente Gaspar Dutra em Corumbá foi a sua recepção pela população na praça central da cidade:

Um dos espetáculos mais imponentes a que assistimos, na tarde de ante-ontem, nesta próspera cidade foi a espontânea e ruidosa manifestação que o povo corumbaense prestou ao presidente Eurico G. Dutra, na praça da Independência.

Nesta atmosfera de civismo o presidente da República depositou uma coroa de flores no pedestal da estátua do marechal Antonio Maria Coelho, herói da batalha que resultou na retomada da cidade de Corumbá das mãos do paraguaios em 1867.

Antes da entrega oficial da ponte sobre o rio Paraguai, o presidente participou da inauguração do alto-forno da siderúrgica local:

Por ocasião da visita presidencial à Sociedade Brasileira de Siderurgia, foi inaugurado o alto-forno "General Eurico Dutra". Falando no ato o presidente daquele estabelecimento industrial, sr. Jorge Chamma, salientou perante o chefe do executivo a importância do arrojado empreendimento para a economia matogrossense. Entre outras coisas afirmou o sr. Chamma que a Sociedade Brasileira de Siderurgia contribuiu para dar emprego a mais de 3.000 operários que antes dedicavam as suas atividades em ocupações menos rendosas. Frisou ainda o orador as dificuldades que se opõem ao incremento dos trabalhos industriais nesta área do território de Mato Grosso em virtude da carência de transportes e de outros subsídios indispensáveis.

Adiantou que foi ponderando exatamente tudo isso que o presidente Eurico Gaspar Dutra resolveu inspecionar os trabalhos em curso, a fim de conhece-lo de perto, bem como com o fito de apressar a solução para determinados e urgentes problemas. Finalizou, declarando que a Sociedade Brasileira de Siderurgia fora criada exclusivamente para servir o Brasil.

Antes de se retirarem o presidente e sua comitiva assistiram a uma "corrida" de ferro gusa.

De Porto Esperança, em trem especial o presidente Dutra seguiu para Aquidauana e Campo Grande, onde encerrou sua viagem ao Sul de Mato Grosso.

Em Corumbá o anfitrião do presidente Eurico Gaspar Dutra foi o prefeito Artur Marinho.

FONTE: O Jornal (RJ) 23 de setembro de 1947.



20 de setembro

1999Fundada a Liga Pró-Estado do Pantanal 





Quarenta e oito pessoas entre empresários, jornalistas, profissionais liberais reunidos no auditório da Associação do Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul) decidiram fundar a Liga Pró-Estado do Pantanal, organização não governamental destinada a dar estrutura orgânica ao movimento mudancista. A assembléia decidiu constituir um grupo de trabalho para elaboração do estatuto da entidade; definiu a data de 11 de outubro (dia da Divisão) para lançamento do Manifesto do Estado do Pantanal, cuja redação foi coordenada pelo artista plástico Humberto Espíndola (foto); criou quatro comissões provisórias: estatutária, de implantação, de comunicação e a de redação do Manifesto.

FONTE: Jornal Primeira Hora, 21 de setembro de 1999.


20 de setembro

2001 - Ramez Tebet assume presidência do Senado

Ramez dá posse ao presidente Lula e ao vice José Alencar


Para completar o mandato do senador Jader Barbalho, que renunciou à presidência, envolvido em uma crise interna do Senado, é eleito o senador Ramez Tebet (PMDB/MS). Na bancada do PMDB derrotou José Alencar, José Sarney e José Fogaça e no plenário,supera reações do PFL e consegue 41 votos dos 75 senadores presentes. No seu discurso de posse um compromisso:

Quero e haverei de honrar o Senado da República de uma só forma, da forma como sei fazer: trabalhando incansavelmente, lutando bravamente para atingir esses objetivos, para fazer desta Casa verdadeiramente uma casa da federação brasileira, uma casa de reflexão. Vamos fazer desta Casa uma Casa onde possamos conciliar os diversos interesses, desde que tenhamos uma meta, qual seja, a consecução do bem comum, pelo qual todos temos de lutar em favor da grandeza e do progresso da nossa Pátria.


FONTE: Coaraci Nogueira Castilho, Simplesmente Ramez Tebet:biografia autorizada, Life Editora Ltda., Campo Grande, página 148. 

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...