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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

4 de março

4 de março



1878 - Inaugurada primeira igreja de Campo Grande











De pau a pique e a princípio coberta de sapé, para logo em seguida receber cobertura de telhas de barro, trazidas de Camapuã, por seu construtor, José Antônio Pereira, é inaugurada a igreja do povoado de Campo Grande, cujo padroeiro é Santo Antonio de Pádua.

"Terminada a capela, logo combinaram os casamentos do velho viúvo Manoel Vieira de Souza com Francisca de Jesus (filha de José Antônio) e ainda de Joaquim Antônio com Maria Helena e Antônio Luiz com Anna Luíza; eles filhos do fundador; elas, filhas de Manoel Vieira.¹ "O acontecimento - segundo o cronista - foi motivo de alegres e demoradas festas para o agrupamento católico. Folguedos durante o dia, conversas intermináveis, namoros, refeições melhoradas, cada dia em casa diferente. À noite nos bailes, ao som das violas e das gaitas de boca, eram servidos pão e queijo, broas de milho e outros quitutes mineiros. Como faltassem pares adequados, os homens, por vezes, dançavam com outros marmanjos".²


A primeira missa foi celebrada pelo padre Julião Urchiza, da paróquia de Miranda. No lugar da capela ergueu-se a atual catedral de Campo Grande.


Em 1882, frei Mariano. vigário de Miranda provisionou e administrou os sacramentos ao novo templo.³

Em 4 de abril 1912, D. Pirilo, bispo de Corumbá, cria a paróquia de Santo Antonio de Campo Grande e nomeia o padre José Joaquim de Miranda, seu primeiro vigário.4


FONTES:  ¹Eurípedes Barsanulfo Pereira, A fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 36. ²Paulo Coelho Machado, A rua velha, edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1990, página 20. ³Frei Alfredo Sganrzela, A História de Frei Mariano, FUCMAT-MCC, Campo Grande, 1992, página 416. 4 Cleonice Gardin, Campo Grande, entre o sagrado e o profano, Editora da UFMS, Campo Grande, 1999, página 107.

4 de março

1934 - Exercito inaugura praça em Campo Grande





Como parte do programa de entrega oficial de várias obras em Campo Grande, o comando do exército, à frente o coronel Newton Cavalcanti, entregou ao prefeito Pacífico Lopes de Siqueira, a praça Cuiabá, localizada no bairro Amambaí. O registro é do Jornal do Comércio:

Declarando inaugurada a Praça Cuiabá, o cel. Newton Cavalvanti disse, dirigindo-se aos srs. Deusdedit de Carvalho, representante do sr. chefe de polícia do Estado, e dr. Jayme de Vasconcelos, representante do dr. prefeito de Cuiabá, que aquela homenagem traduziu além do seu público apreço com que o povo cuiabano o recebera na culta e adiantada capital do Estado, os seus votos sinceros para que, dissipadas nuvens e ressentimentos, Campo Grande e Cuiabá, Norte e Sul, continuem a marchar unidos na larga estrada do engrandecimento de um Mato Grosso unido e forte.

Conhecida por muitos anos como Cabeça de Boi, a praça Cuiabá é tida hoje por praça das Araras.

FONTE: Jornal do Comercio (Campo Grande) 6 de março de 1934.
FOTO: Araras, obra de Cleir Ávila.

4 de março

1977 - Morre Júlio Müller








Morreu em Cuiabá, no dia 4 de março de 1977.Júlio Strubing Müller. Nasceu em Cuiabá no dia 6 de janeiro de 1895, filho de Júlio Frederico Müller e de Rita Correia Müller. Seu irmão Filinto Müller (1900-1973) foi chefe de polícia do Distrito Federal de 1933 a 1942 e senador de 1947 a 1951 e de 1954 a 1973; seu outro irmão, Fenelon Müller (1892-1976), foi prefeito de Cuiabá e interventor em Mato Grosso em 1935.

Estudou humanidades no Colégio Salesiano de Cuiabá, e em seguida cursou a Academia de Direito da mesma cidade, pela qual se formou. Lecionou alemão no Liceu Cuiabano e depois foi diretor do Grupo Escolar de Poconé, do Grupo Escolar Barão de Melgaço e da Escola Normal Pedro Celestino, todas em seu estado natal.

Em conseqüência da vitória da Revolução de 1930, foi nomeado prefeito de Cuiabá, tendo assumido também a chefia de polícia e a secretaria geral do estado. Em 1933, decidida a convocação de eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, criaram-se em todos os estados partidos representando os objetivos doutrinários da Revolução de 1930. Em Mato Grosso, foi fundado o Partido Liberal Mato-Grossense, liderado pelo interventor Leônidas Antero de Matos. Júlio Müller participou da primeira comissão executiva do novo partido.

No pleito de outubro de 1934, elegeu-se deputado à Assembléia Constituinte estadual que, além de preparar a Constituição do estado, tinha também a incumbência de eleger o governador de Mato Grosso e dois representantes do estado ao Senado Federal. Desse modo, no dia 7 de setembro de 1935, Mário Correia da Costa foi eleito para chefiar o Executivo mato-grossense.

Em 13 de setembro de 1937, com a morte de Correia da Costa, Júlio Müller foi eleito governador pela Assembléia Legislativa, com mandato até 15 de agosto de 1939. Tomou posse no dia 4 de outubro, tendo administrado o estado como governador constitucional por pouco mais de um mês, já que a implantação do Estado Novo no dia 10 de novembro suspendeu todos os mandatos eletivos do país. Entretanto, no dia 24 de novembro foi reconduzido ao governo de Mato Grosso, desta vez como interventor federal no estado.

Durante sua gestão, construiu o Hospital Geral, o Colégio Estadual de Mato Grosso e a ponte Júlio Müller, ligando Cuiabá a Várzea Grande. Fundou o Departamento Estadual de Estatística, o Departamento de Saúde Pública e reformou a imprensa estadual. Foi ainda durante seu governo que, em setembro de 1943, foram desmembrados de Mato Grosso os territórios federais de Guaporé (hoje Rondônia) e Ponta Porã. Este último, contudo, voltou a integrar o estado por força da Constituição de 1946.

Cinco dias depois da deposição de Getúlio Vargas (29/10/1945), Júlio Müller foi destituído da interventoria.

Além das funções de governo, foi também diretor-presidente da Matoveg, indústria pioneira na fabricação de óleos vegetais e derivados, e se dedicou à pecuária na região de Várzea Grande.

Morreu em Cuiabá, no dia 4 de março de 1977.

Foi casado com Maria de Arruda Müller, com quem teve seis filhos.




FONTE: CPDOC da Fundação Getúlio Vargas.

sábado, 5 de março de 2011

4 de agosto

4 de agosto

1864 - Quilombos preocupam elite cuiabana

A proliferação de quilombos na região de Cuiabá preocupa fazendeiros e donos de escravos em Cuiabá. A manifestação é exposta no editorial de um dos jornais da capital da província:

"Não muitas léguas distantes desta capital, nas proximidades mesmo de algumas de nossas freguesias e vilas, mansa e pacificamente folgam milhares de escravos fugidos de cavolta, segundo dizem, com desertores e com não pequeno comércio com os índios.

É com efeito lamentável que quando a lavoura geme na deficiência de braços, quando o valor de um escravo sobe a dois contos de réis, estejam por tal modo inutilizados no seio das matas tantos braços e seus senhores privados dos serviços que lhes podiam eles prestar, serviços cuja utilidade reverte em benefício público, pois é inegável que a abundância dos produtos agrícolas, na razão direta das forças empregadas, muito contribui para o aumento das rendas.

Não é esse só o motivo do nosso reclamo.

O exemplo da impunidade povoa mais de dia em dia os tais quilombos e desfalca os proprietários rurais e urbanos de seus escravos.

Uma leve consideração sobre os constantes e multiplicados anúncios que pelos dois periódicos da província se têm feito sobre escravos fugidos, não deve ter escapado às nossas autoridades; e quando esses quilombos, além de grandes prejuízos que causam aos particulares e ao público, ameaçam também a tranquilidade e a segurança de vida dos habitantes das freguesias e vilas que ficam próximas, não podemos ser indiferentes a um brado em favor do aniquilamento deles.

O governo da província fará um serviço importante à causa pública se tentar e conseguir com os Snrs. e proprietários de escravos fugidos a extinção dos sobreditos quilombos.

A lavoura verá crescer as suas forças, o exército recuperará seus trânsfugas, as rendas se aumentarão, as fugas diminuirão, os habitantes de serra acima e abaixo mais tranquilos dormirão; os indígenas perderão parte de seu insolência e atrevimento e menos incômodos pesarão sobre a justiça.

Se o preceito do mestre Horácio tivesse sido adotado já em remotas eras, hoje não julgaríamos tão grave a cura do mal que nos aflige.

Não o foi, mais daqui não se infira que deva ficar o enfermo (o bem público) entregue ao abandono, a natureza muitas vezes zombando dos esforços humanos e das regras da medicina produz fenômenos admiráveis com uma reação inesperada; providencie-se a extinção dos quilombos; não se deixem dormindo os particulares que lá tem escravos, enquanto o governo trabalhar ajudem-no todos os fazendeiros e estamos convencidos que o mal não resistirá à cura".


FONTE: A Imprensa de Cuyabá, 4 de agosto de 1864.


4 de agosto 


1889 Nasce na Vacaria, Vespasiano Barbosa Martins


Busto de Vespasiano em frente à catedral de Campo Grande



Filho de Henrique Pires Martins e Marcelina Barbosa, nasce na Vacaria, Vespasiano Barbosa Martins. Neto de Inácio Barbosa Marques, o patriarca dos Barbosas no Sul de Mato Grosso, Vespasiano foi o mais ilustre descendentes dos pioneiros do Sul de Mato Grosso. Formado em medicina, dedicou-se à atividade política, iniciando como prefeito de Campo Grande. Em 1932 é nomeado interventor no Estado, por indicação do general Klinger, comandante da revolução constitucionalista de São Paulo, da qual o Sul de Mato Grosso foi o único aliado. Em 1934, coordenou o movimento divisionista, sendo o primeiro subscritor do abaixo-assinado separatista, encaminhado à Assembleia Nacional Constituinte. Em 1935 é eleito pela Assembleia Legislativa senador da República, mandato interrompido pelo golpe do Estado novo que fechou o Congresso Nacional em 1937. Em 1945, por eleição direta, retorna ao Senado, onde encerra sua carreira política. Faleceu a 14 de janeiro de 1965, em Campo Grande. 




FONTE: Ledir Marques Pedrosa, Origem, histórico e bravura dos Barbosas,  edição da autora, Campo Grande, 1980, página 109.



4 de agosto


1941 - Presidente Getúlio Vargas visita Campo Grande






Em seu programa de viagem ao Estado, depois de estada em Corumbá e agenda em Assunção com o governo paraguaio, o presidente Getúlio Vargas chega a Campo Grande. O Jornal do Brasil (RJ), com notícias da Agência Nacional, deu cobertura à visita do chefe da Nação à cidade morena, iniciando com o seu desembarque no aeroporto militar da cidade:

Em Campo Grande, sede da 9a. Região Militar, chefiada pelo general Pinto Guedes, encontram-se aquartelados o 18° batalhão de Caçadores, a 2a. Companhia Independente de Transmissões e o 2° esquadrão de um Grupo de Dorso. O Presidente Getúlio Vargas, à sua chegada, passou em revista aquelas unidades, recebendo as continências de estilo. O interventor Júlio Müller e o general Pinto Guedes receberam o chefe do governo, em companhia de outras autyoridades.

Do aeródromo rumou o presidente para a cidade, onde a população o aguardava para homenageá-lo. As ruas estavam embandeiradas, e, ao passar o carro presidencial, milhares de escolares formados lançaram flores sobre o mesmo, durante todo o percurso, de sorte que, ao chegar em frente ao Quartel General o presidente tinha o seu carro repleto de flores. Também formaram os trabalhadores, tendo-se assim a impressão do civismo e da comunhão nacional em que estão integradas aquelas populações. O povo, seguindo o carro em que viajava o presidente, formou um grande cortejo até o Quartel General, onde se iniciou o desfile. Surgiram primeiramente os trabalhadores, empunhando dísticos sobre a legislação social brasileira. A lei das 8 horas, a sindicalização, de férias, de aposentadorias e da justiça do trabalho e de todas as grandes realizações que alcançamos no terreno social, eram apontadas como marcos da obra nacionalista do governo do sr. Getúlio Vargas. Veio depois o desfile escolar. Cinco mil crianças de todos os colégios, passaram diante da tribuna presidencial, arrancando estripitosas palmas da assistência. De quando em vez os alunos entregavam ramalhetes de flores ao presidente, que saudava os estudantes, dirigindo-lhes algumas palavras de agradecimento e estímulo. Foi este o maior desfile escolar já realizado em Mato Grosso.

Finalmente desfilam as forças militares, sob o comando do coronel Caiado de Castro. Vem primeiro o batalhão de Caçadores,seguido da companhia de Transmissões, grupo de Dorso e do 2° Esquadrão. Durante a parada ouviam-se frequentes aclamações populares à figura do chefe do governo.

Deixando o palanque presidencial o sr. Getúlio Vargas recebe uma homenagem dos escolares, que cerraram fileiras em torno do primeiro magistrado.

O Hino Nacional, cantado pelos escolares e pela massa popular, encerra as manifestações de civismo tributadas ao presidente, oferecendo um espetáculo de grandiosa emoção patriótica. Momentos após o presidente retira-se para repousar
.


AGENDA - O presidente Vargas cumpriu vasta agenda em Campo Grande: inauguração do leprosário São Julião, inspeção às obras do ramal de Ponta Porã da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e visita às guarnições militares da cidade. 

A inauguração do São Julião ocorreu à tarde. O presidente "foi recebido pelo sr. Ernani Agrícola, que o conduziu a visitar todos os departamentos a visitar todos os departamentos do moderníssimo estabelecimento de cura. Ao mesmo tempo explicava o sr. Ernani Agrícola ao presidente da República todos os detalhes da construção e do aparelhamento. O Leprosário São Julião, construído com todos os rigores da moderna ciência médica,fora dotado, pelo governo,com 200 leitos, amplos jardins e parques de repouso, laboratórios, salas de clínicas, casas para doentes, etc.

A visita do presidente Getúlio Vargas foi demorada, permitindo não só fossem examinadas meticulosamente todas as suas dependências e instalações como fossem prestadas ao chefe do governo as informações mais completas. Ao chegar e ao sair, horas depois, o presidente da República foi cumprimentado por numerosas pessoas, que lhe agradeceram, ainda o haver proporcionado a Mato Grosso as possibilidades para realizar obra de tão grande vulto e destinada a prestar os mais assinalados serviços à população do Estado".

Na manhã seguinte, dando continuidade à sua programação em Campo Grande, o presidente da República visitou as obras do ramal da estrada de ferro para Ponta Porã:

Campo Grande 6, - O Presidente Getúlio Vargas excursionou na manhã de hoje pelo ramal da estrada de ferro que ligará Campo Grande a Ponta Porã, ramal que, como já acentuara aos jornalistas paraguaios, se destina, principalmente, a dar ao Paraguai uma nova via de comunicação ferroviária. Esse ramal de grande importância economica para esta região de Mato Grosso e para todo o território paraguaio terá uma extensão de 320 quilômetros, dos quais 60 já estão construídos e em tráfego. Mais noventa quilômetros estão já com os trilhos assentados  e cerca de 100 quilômetros com o terreno aplainado. Os demais quilômetros já estão sendo atacados com o serviço preliminar de desbravamento. A excursão do presidente Getúlio Vargas foi das mais interessantes possíveis. O chefe do governo fez-se acompanhar do interventor Júlio Müller e demais autoridades que aqui se incorporaram à sua comitiva. O trem presidencial percorreu inicialmente, cerca de 15 quilômetros que vai de Campo Grande a Porto Esperança. Na altura da estação Indubrasil tomou o ramal para Ponta Porã, que aí tem início. Foi demorada a viagem. Ainda nos arredores da estação a linha férrea como que circunda edifícios onde estão aquarteladas várias unidades do Exército. O coronel Gustavo Cordeiro de Farias e o coronel Caiado Castro explicaram então, ao chefe do governo, detalhes da construção desses edifícios e da vida das unidades que os ocupam. 

Mais adiante a linha férrea corta uma colônia japonesa onde se pratica a horticultura racional. Depois uma colônia portuguesa que se dedica à pequena indústria de madeira. O interventor Júlio Müller aproveita a todo momento a oportunidade para informar ao chefe do governo sobre detalhes da vida de Mato Grosso. À certa altura dá-lhe interessante informação. O trem presidencial passava no momento em terras de um novo município matogrossense onde se encontram magníficas fontes de águas termais. Já o dotara o governo de um patronato agrícola, campos de trigo, uma rodovia moderna de 40 quilômetros. À certa altura da viagem o trem para. Os engenheiros construtores cercam o presidente Getúlio Vargas, e durante muito tempo, prestam-lhe as mais detalhadas informações sobre a construção. Chega-se, enfim, ao termo da viagem. É a estação "Bolicho Seco". O presidente da República caminha durante muito tempo pelo leito ainda não definitivamente construído. Os engenheiros são agora a sua comitiva e seus informantes.

Getúlio Vargas encerrou sua estada a Campo Grande com uma visita às guarnições locais do Exército, seguindo para Cuiabá.


FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 6 de agosto de 1941.


FOTO:
acervo do Arca, Arquivo Municipal de Campo Grande.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

4 de janeiro

4 de janeiro 


1821 - Junta governativa de Mato Grosso inicia atividade em Cuiabá




Iniciando o processo de mudança da capital de Mato Grosso, de Vila Bela da Santíssima Trindade para Cuiabá, já instalada oficialmente, reúne-se pela primeira vez em sua nova sede, a Junta Governativa da capitania, conforme os anais do Senado da câmara da cidade:

Por ordem Regia do anno de 1820, foi mandado transferir de Mato Grosso, para a Cuyabá, a Junta d’ Administração, e Arrecadação de Faz.a e a Casa da Fundição do ouro, e com efeito no dia 4 de Janeiro do corrente, teve lugar a primeira sessão da mesma sendo Pres.e o atual Gov.or e Cap.m Gen.al Francisco de Paula Magesse Tav.es de Carv.º, e Deputados, o D.or Ouv.or Geral, e Corregedor da Comm.a Antonio Jose de Carv.o Chaves, em qualidade de Juis dos Feitos da Coroa, o Cap.mor João Jose Guim.es e Silva em qualid.e de Escr.m e Deputados, o Sarg.mor André Gaudie Ley em qualid.e de Thesoureiro; e Cap.m Manoel Antonio Pires de Miranda em qualidade de Procur.º da Coroa, e comissão também a trabalhar a casa da Fundição do ouro.

Oficialmente, a mudança da capital para Cuiabá deu-se somente em 28 de agosto de 1835.


FONTE: Annaes do Senado da Câmara do Cuiabá (1719-1830).


4 de janeiro

1775 – Declarada a inutilidade do presídio de Iguatemi






O brigadeiro Sá e Faria, por determinação da corte portuguesa, faz visita de inspeção ao forte de Iguatemi, conhecido oficialmente  como colônia Nossa Senhora dos Prazeres,  e em relatório aos seus superiores, concluiu pela inutilidade e inconveniência da manutenção do estabelecimento “pois a região se apresentava inacessível e cercada de dificuldades insuperáveis, nada justificando tantas despesas e sacrifícios".

colônia foi abandonada pelos paulistas e incendiada pelos espanhóis em 27 de outubro de 1777.


FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, S.Paulo, 1985. 

FOTO: planta da praça de praça de Nossa Senhora dos Prazeres (forte Iguatemi), feita, em 1774, por José Custódio de Sá e Faria.


4 de janeiro


1904 - Nasce Joaquim Teodoro de Faria




Nasce na fazenda Forquilha, município de Nioaque, Joaquim Teodoro de Faria. Formado em engenharia civil pela Escola Politécnica de São Paulo, em 1927, exerceu a profissão em Campo Grande, onde deixou várias obras, entre elas os prédios do Colégio Auxiliadora, edifício Nakao, Cine Rialto e Hotel Gaspar. Foi prefeito nomeado de Campo Grande, no final da ditadura do Estado Novo (1945-1947). Faleceu em São Paulo, em 1984.


FONTE: Ângelo Arruda, Pioneiros da arquitetura e da construção em Campo Grande, Uniderp, Campo Grande, 2002, página 179.

FOTO: Reprodução do livro 100 anos do legislativo de Campo Grande, 2005.


4 de janeiro

1910 - O Commercio, novo jornal em Corumbá

Passa a circular em Corumbá mais um jornal. Sob a direção de Luis Knippel, o novo jornal recebe as boas vindas de seu concorrente:

"O novo órgão de publicidade será como seu título o indica, um defensor do comércio, indústria e agricultura do Estado, cujo progresso acompanhará e incentivará na medida de suas forças;

Servindo a uma causa tão merecedora de apoio e refletindo o ardor patriótico que anima o seu corpo de redação, a nova folha será sem dúvida um elemento eficaz de nosso progredimento local, merecendo por isso as simpatias populares".


FONTE: Correio do Estado (Corumbá) 1° de janeiro de 1910.




4 de janeiro
1932 – Dutra deixa o Sul de Mato Grosso


Dutra, natural de Cuiabá, aliado de Getúlio, chegou à Presidência da República

Removido para o Rio de Janeiro, despede-se do Sul de Mato Grosso, onde esteve desde dezembro de 1930, o tenente-coronel cuiabano Eurico Gaspar Dutra. Sua primeira cidade foi Ponta Porã, onde comandou o 11º. R.C.I. Em seguida esteve à frente da Circunscrição Militar em Campo Grande e, posteriormente, da chefia do Estado-Maior da mesma circunscrição, à época comandada pelo general Bertoldo Klinger. Mais tarde general e marechal, Dutra chegou à presidência da República em eleição direta (1945 a 1950).

Seu último trabalho no Estado foi a organização e comando de grandes manobras militares em Nioaque, cujo desempenho mereceu de seu superior a seguinte manifestação:

"O seu a seu dono. Ao Sr. Tenente-Coronel Eurico Gaspar Dutra, Chefe do Estado-Maior da direção das manobras em Nioaque, compete a indiminuivel glória de haverem sido as mesmas tão bem sucedidas, como o foram, mais até do que esperávamos, acrescentando ao nosso legítimo júbilo o de todos quantos nas mesmas tomaram parte. Este comando não abdica de responsabilidade nem méritos; sei que fiz o que me competia: como chefe - meditar, conceber e resolver. Mas, o meu pujante Estado-Maior, tendo como chefe esse extraordinário oficial, fez o que a ele competia - colaborador irrestrito do comando, preparou as suas resoluções: apreender, adotar e elaborar praticamente as suas diretivas e opiniões, supervigiar a execução.

Nada adito em palavras de louvor que não se acharia à altura do merecimento desse camarada. Com ele no Estado-Maior não há missão difícil para um Chefe. As suas altas qualidades assentam, ademais, como não pode deixar de ser para a competência funcional, não meramente livresca, no conhecimento prático das virtudes e franquezas,necessidades e gestos, corpo e alma da tropa.

Foi só esmorecer o crepitar das paixões para que a justiça lhe fosse novamente feita".

FONTE: Mauro Leite e Novelli Jr., Marechal Dutra, o dever da verdade, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1983, página 32.


4 de janeiro

1969 - Assassinado o jornalista Alves de Oliveira



Morto em Cuiabá, com um tiro no rosto, o jornalista e emoresário João Alves de Oliveira, proprietário e redator do "Diário de Cuiabá". Executado por motivo torpe, o jornalista foi atingido quando acompanhava a distribuição do jornal, numa kombi da empresa. O criminoso alegou que cometeu o homicídio porque o jornal havia publicado uma notícia sobre um acidente no trânsito, envolvendo uma irmã.

Ex-vereador Alves de Oliveira dedicou sua carreira como profissional de rádio, como dirigente e apresentador de programas jornalísticos na rádio "Voz d'Oeste", de Cuiabá.

Na Cidade Alta, em Cuiabá há uma rua com o nome dele, como reconhecimento à sua vida dedicada à defesa da cidade.

FONTE: Eduardo Gomes, Boa Mídia, (Cuiabá) 07-10-2008


domingo, 6 de março de 2011

12 de agosto

12 de agosto

1833 - Fundada a Sociedade dos Zelosos da Independência

É fundada em Cuiabá a Sociedade dos Zelosos da Independência. Inspirada na congênere nacional Sociedade Defensora da Liberdade e da Independência Nacional, do Rio de Janeiro, tinha por finalidade, segundo seu estatuto, "procurar ligar pelos mais estreitos laços os verdadeiros Brasileiros, habitantes da Província de Mato Grosso, por meio de Instrução nos seus deveres e de mútua coadjuvação para assegurar a Independência do Brasil e fazer resistência legal à tirania, onde quer que esta se achar”.

Foram seus fundadores Antonio Patrício da Silva Manso, Dr. Pascoal Domingos de Miranda, Braz Pereira Mendes, José Alves Ribeiro, Joaquim de Almeida Falcão e Miguel Dias de Oliveira.

O ponto culminante de seu ativismo político foi a Rusga, em 30 de maio de 1834, em Cuiabá, quando sob sua direção, brasileiros natos confrontaram  empresários portugueses e estrangeiros, a quem pretendiam expulsar do Brasil.

FONTE: Rubens de Mendonça, Histórias das revoluções em Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 32.



12 de agosto

1835 -  Pena de morte para escravos



É sancionada pelo presidente da província de Mato Grosso, Antonio Pedro d'Alencastro, a lei n° 8, que pune com pena de morte, escravos que matarem, ferirem ou cometerem grave ofensa física ao seu senhor, administrador, feitor ou suas mulheres e filhos. Na íntegra o texto da nova lei:

Art.1 - Serão punidos com pena de morte os escravos de qualquer qualidade e sexo que matarem por qualquer maneira que seja, ferirem ou fizerem outra grave ofensa física a seu Sr., administrador, feitor ou suas mulheres e filhos. Se o ferimento ou ofensas forem leves a pena será de açoites e galés perpétuas, segundo as circunstâncias mais ou menos atenuantes.

Art. 2. - Nos delitos acima mencionados e no de insurreição serão os delinquentes julgados dentro do município do lugar onde cometeram o delito por uma junta composta de seis juízes de paz, presidida pelo juiz de Direito da comarca, servindo de escrivão aquele que for do mesmo juiz de Direito.

Art. 3. - Os juízes de paz terão jurisdição em todo o município para processarem tais delitos até a pronúncia.

Art. 4. - O juiz de Direito, reunida a junta dará princípio ao processo, mandando autuar todos os que tiver recebido sobre o mesmo delito, em um só e ajuntar a ele a nomeação dos vogais.

Art. 5. - Satisfeitos estes atos judiciais, se proferirá a sentença final, vencendo-se a decisão por quatro votos, e decidindo, no caso de empate, o juiz de Direito. A sentença, sendo condenatória, será executada no mesmo lugar do delito, sem recurso algum na forma determinada pelo art.38 e seguintes do Código Criminal, presidindo a execução o mesmo juiz de Direito, que deverá fazer assistir ao ato uma força armada e os escravos mais vizinhos em número correspondente à força.

Art.6. - Ficam revogadas todas as leis e mais disposições em contrário.

Esta lei foi revogada em 18 de abril de 1836, por José da Silva, vice-presidente em exercício.
 

FONTE: Coleção das leis provinciais de Mato Grosso, Cuiabá, 1835, edição 00001, página 41.



12 de agosto

1867 - Deputados aprovam moção aos heróis da retomada de Corumbá

Por iniciativa do deputado Silva Pereira e assinatura de 11 deputados, o plenário da Câmara, no Rio de Janeiro, "cheio de entusiasmo, pelo modo heroico porque se portaram as forças de Mato Grosso", no combate contra o inimigo na batalha pela retomada de Corumbá:

A Câmara dos Deputados aplaude com toda efusão de seu patriotismo, o ato glorioso da tomada da cidade de Corumbá, no dia 13 de junho do corrente ano, pela expedição sob o comando do tenente-coronel de comissão Antonio Maria Coelho, organizada e dirigida pelo presidente da província de Mato Grosso, dr. José Vieira de Couto Magalhães, e consigna, outrossim um voto de reconhecimento aos bravos das forças expedicionárias.

FONTE: Correio Mercantil (RJ), 13 de agosto de 1867.



12 de agosto 


1932 - Revoltosos vencem legalistas em Santa Quitéria







Na revolução constitucionalista, após ocupar Paranaíba, no dia 7 de agosto sem resistência, as forças do governo, sob o comando do capitão Odilio Dennys, batem-se com os revoltosos de Campo Grande às margens do rio Santa Quitéria. O relato é de Lindolfo Emiliano dos Passos, da polícia goiana, que, ao lado dos legalistas, participou do combate:

“O dia 12 de agosto amanhecia. Ao raiar do sol, ofuscado pela fumaça das queimadas, o inimigo rompeu o silêncio nos saudando com alguns disparos de sua artilharia, sendo os primeiros de festim para desencadear, após, insistente bombardeio com granadas.


Foi como prevíamos: preparavam o combate para a infantaria, o que, na verdade aconteceu, cessado o canhoeiro. Enquanto o comandante Carvalhinho atacava o inimigo no seu flanco esquerdo, nós o combatíamos pela frente e na suas posições defensivas, das quais não arredava um passo, impedindo-nos de progredir pelo maciço fogo de suas metralhadoras e obuses. O tempo passava e a luta continuava com o mesmo ardor . Na retaguarda inimiga o fogo parou com o fracasso da missão de Carvalhinho que caiu nas malhas do inimigo, resultando à debandada geral dos patriotas. Às 14 horas mais ou menos a situação continuava a mesma e o desgaste dos nossos soldados já se fazia sentir não só pelo cansaço, como pela sede e pela fome. A nossa munição escasseava e não tínhamos provimentos de material e pessoal para sustentar a luta contra o adversário que, no peito e na garra, não cedia um palmo de terreno de suas posições defensivas, tendo ainda por garantia a proteção do rio Quitéria. À certa altura da refrega o comandante do 3º pelotão não conseguiu conter o pânico de alguns elementos que, supondo-se cercados pelo inimigo, abandonaram suas posições. Foi o quanto bastou para que o pelotão inteiro se retirasse, seguido também pela 2ª parte do 1° pelotão. No auge da debandada o coronel Salomão de Faria embarcou no seu carro determinou ao motorista sargento Neves, que tocasse para Santana e o mesmo destino tomou o major Benedito Quirino. Diante da fuga desses chefes a balbúrdia recrudesceu, correndo os soldados em direção dos caminhões, com os motoristas manobrando os veículos para zarparem na maior confusão. "Tomando medida drástica, determinei ao tenente Varanda que bloqueasse a estrada com um caminhão e ordenei ao sargento Pedro Moreno que ficasse junto ao mencionado caminhão e metralhasse o veículo que tentasse fugir. Despachei um caminhão para a cabana Agda onde estava o tenente Almiro, com o pessoal do aprovisionamento e rancho, para os conduzirem ao rio Santana, onde deviam estacionar. Garantindo nossa retirada, as duas secções de metralhadoras pesadas e os fuzis metralhadores Z. B. fizeram a cobertura, mantendo um fogo contínuo contra o adversário enquanto os pelotões eram organizados e embarcados nos caminhões. Por fim recolhemos as metralhadoras e os elementos de suas guarnições e nos retiramos com absoluta ordem. Ao cair da noite todo o contingente estava bivacado à margem direita do caudaloso rio Santana, a 9 quilômetros da cidade. Nessa refrega apenas duas praças sofreram ferimentos contusos. O rancho da tropa foi servido à noite. A nossa retirada não constituiu derrota, mas uma necessidade premente diante da escassez de meios para continuarmos combatendo um adversário, cuja superioridade ficou claramente evidenciada. Não possuindo os nossos soldados equipamentos de campanha não podiam prosseguir numa luta encarniçada, passando por agudas privações, sobretudo sede e fome. Lutamos durante oito horas consecutivas, sem um minuto de trégua e neste espaço de tempo foi consumida quase toda a munição bélica que possuíamos no local, num total de 60 mil tiros. Sem reservas para a substituição da tropa, a única saída viável era sua retirada do terreno da luta, manobra já prevista pelo capitão Odílio dentro de um critério tático e, se não aconteceu do modo previsto, contudo, nos retiramos em absoluta ordem, embora se tornasse necessária tomar medidas para efetivação da manobra, que redundaria num caos se processada à revelia. Não tivemos outra alternativa".



FONTE: Lindolpho E. Passos, Goiás de ontem, memórias militares e políticas, edição do autor, Goiânia, 1987, página 96.


FOTO: Reprodução. Meramente ilustrativa.




12 de agosto


1941Vespasiano nomeado prefeito de Campo Grande

Reconciliado com a ditadura de Vargas, a qual combateu em 1932, quando aderiu à revolução constitucionalista, Vespasiano Barbosa Martins aceita nomeação para prefeito de Campo Grande, a convite do interventor Júlio Müller. Permaneceu no cargo até 12 de setembro de 1942, sendo substituído por Carlos Hugueney Filho.


FONTE: Demosthenes Martins, Campo Grande,aspectos jurídicos e políticos do município, Academia de Letras e História, Campo Grande, 1972, página 39.


sábado, 5 de março de 2011

3 de agosto

3 de agosto


1887Frei Mariano faz doação à padroeira da cidade



Frei Mariano de Bagnaia à direita

Ata da Câmara Municipal de Corumbá dá conta de concessão de bens de sua propriedade à Nossa Senhora da Candelária, padroeira da cidade, feita pelo frei Mariano, nos seguintes termos:

Certifico que revendo o livro de atas desta câmara municipal em que atualmente se lavram as atas das sessões da mesma câmara, lê-se à folha vinte e sete versos e vinte e oito, e encontrei na última ata lavrada em sessão extraordinária do dia 4 de julho finda a parte de que trata a louvação do reverendo frei Mariano de Bagnaia, parte de que trata petição cujo o despacho ordena a presente certidão e é de teor seguinte pelo sr. tenente Luiz Augusto Esteves foi apresentada um dia, cópia da louvação feita pelo reverendo frei Mariano de Bagnaia vice-prefeito apostólico e pregador imperial, a Nossa Senhora da Candelária padroeira dessa cidade. Como uma casa de sua propriedade, isto é na rua Santa Tereza desta mesma cidade e também a de mais objetos presentes a dita casa, exceto as que a preta Isabel que lhe serviu de criada, para cujo direito na referida doação lhe outorga assim como de residir na mesma casa quanto ela viver ou quiser, pede ainda ao mesmo escrito mencionada propriedade seja denominada casa paroquial, considerada como única condição de doação rezar uma missa para a sua alma tão logo se tenha notícia e certeza de sua morte. O sr. presidente pondo em discussão esse escrito da doação e depois a nota foi anunciante mandado arquivá-la e que na presente ata fica consignada, como ato de louvor e outro de gratidão dessa câmara municipal em nome de seus munícipes ao frei Mariano de Bagnaia pela doação que fez a Nossa Senhora da Candelária. Nada mais havendo a tratar-se foi lida e aprovada e assinada esta ata pelo sr. presidente João Antônio Rodrigues, Jacinto Moreira Felipe, José da Assunção, Constantino Gonçalves Pereira, Bento João de Carvalho. Nada mais havendo a tratar na referida seção, que o bem e fielmente fica transcrita nessa. O secretário da câmara Manoel da Costa Pedreira, 3 de agosto de mil oitocentos e oitenta e sete.




FONTE: Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMAT/MCC, Campo Grande, 1992, página 423.





3 de agosto


1953Glauce Rocha faz sucesso no teatro do Rio



Sob o título “Uma campograndense brilhando nos palcos cariocas” e ainda grafando o seu nome de batismo, o Jornal do Comércio de Campo Grande dá uma das primeiras notícias sobre a ascensão artística da saudosa Glauce Rocha:

Há seis meses consecutivos que o Teatro Rival, do Rio de Janeiro, vem levando com extraordinário sucesso a peça teatral Dona Xepa, estrelada pela veterana e consagrada Alda Garrido.


E dentre os que se destacam na representação da maravilhosa peça de Pedro Block, já levada em cena cerca de 300 vezes, figura com justiça a simpática jovem Gláucia Rocha, filha da viúva Edelweis Ilgenfritz da Rocha, cujo desempenho artístico é realmente notável, como tivemos recentemente oportunidade de presenciar e aplaudir.


À Gláucia pois, nossas calorosas felicitações.


Glauce Rocha, falecida prematuramente aos 40 anos, em 1971, foi uma das maiores artistas do teatro, do cinema e da televisão brasileira. Conheça um pouco mais do seu talento. Veja o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=d3sn19Goo24



FONTE: Jornal do Comércio, Campo Grande, 3 de agosto de 1953.

FOTO: www.meucinemabrasileiro.com.br


quarta-feira, 9 de março de 2011

30 de agosto

30 de agosto

1734 - Cuiabanos atacam paiaguás



Parte de Cuiabá contingente armado de moradores da vila para dar combate aos índios paiaguás, ao longo do Pantanal. O episódio está nos anais do senado da Câmara:

Preparouse nesta vila a leva p.ª a dita Guerra tudo a custa do Povo, e sem despeza da Real Fazenda sem embargo de Sua Magestade a mandar fazer a custa della, e só tiverão o adjutorio de alguma Palavra com que asistio a Camara pelloz seoz bens. Despenderão liberalmente de suas fazendas para esta acção Antonio Pinto da Fonceca, o Brigadeiro Regente Antonio de Almeida Lara, Balthazar de Sam Payo Couto, Salvador de Espinha Silva, Antonio de Pinho de Azevedo, Antonio Antunes Maciel, seo irmão Fellipe Antunes Maciel, Antonio Pires de Campos, Pedro Vás de Barros, Antonio de Moraes Navarro, Gabriel Antunes de Campos, João Macha de Lima, Manoel Dias Penteado, Pedro Taques de Almeida, e outros varios que a sua custa prepararão canoas, armas, camaradas, e mais petreixoz necessarios. 

Sahio a Armada do Porto Geral desta Villa no primeiro de Agosto deste anno de 1734” composta de 28 canoas de guerra, oitenta de bagage, e tres balças, que erão cazaz portateis armadas sobre canoas. Oito centos quarenta e dous homens entre brancoz, pretos, e pardoz. Tudo o que era branco levava cargo e só se dezião Soldados os negroz, pardos, Indios e mestiçoz forão p.r Capelloens o Padre Fr. Pacifico dos Anjos, Religiozo Franciscano e o Padre Manoel de Campos Bicudo do habito de São Pedro com todos os paramentoz para se selebrarem Missa como o fazião dentro nas balças. | Rodarão Cuyabá abaixo, e Paragoay sem ver couza alguma de novidade por espaço de hum mez antes de chegar a bocaina virão ao serrar da noite fogos ao longe, e rodando mança mente sem extrondo acharão no barranco da parte esquerda pouzados alguns bugres, que dormião com seus fogos acezos, e tinhão as canoas embicadas em que andavão a espia da nossa armada, de que já tinhão noticia por revelação dos seus fiticeiros. Imbicarão as nossas canoas de guerra, dispararão-se lhes alguns tiros de mosquetes, levantarão se os bugres aturdidoz, deo se lhes huma carga serrada, em que morrerão quarenta, e escaparão quatro fogidos, pelo mato, que senão seguirão, tomou se hum vivo as mãos, que falava castelhano mal limado, dizendo que era castelhano catholico, que o não matacem não lhe valeo o pretesto, fizerão-no empicado, e as canoas em pedaços. Seguirão Rio abaixo tres dias e tres noites continuas sem pouzar, seria meya noite da terceira quando virão fogos ao longe por huma Bahia dentro da parte esquerda, emcaminharão se a elles remando sem estrondo, e ao romper da alva abeirarão o arayal do Gentio, que estava em hum campeste de terra alta a beira da agoa. Tocou hum negro huma trombeta, sem ser mandado, alvorosouse o Gentio, embarcarão se os guerreiros nas suas canoas a peleijar com a nossa Armada e huma grande chusma com suas algazarras custumadas; disparou se lhes huma carga de mosquitaria serrada, com que ficarão muitos mortos, e os mais acolherão se a terra, e em quanto isto se passou, muito dos que havião ficado no arayal escaparão em canoas cozidos com a terra por hum e outro lado, as quaes não passarão de dés, e os mais meterão se pela terra dentro que hera campestre com capoens de mato carrasquenho. Imbicarão as nossas canoas de Guerra, disparando sempre mosquetaria, com que matarão ainda muitos no Arrayal, lançouse logo a nossa Soldadesca ao alcansse dos fogetivoz pelo campestre dentro a fazer prezas, que logo aprezentavão aos officiaes, no que se ocuparão thé as duas horas da tarde. Recolhidos ao Arrayal contarão se duscentos secenta e seis prizioneiroz, e seis centos mortos por terra e nas agoas, que hera Bahia aonde não havia correnteza. Ficarão ainda muitoz espalhadoz | pelo mato dentro, que os nossos Soldados os não quizerão seguir, suspendendo a sua furia, por saberem que as prezas, que se aprezentavão ao Comandante no Arrayal, logo ahi as hia repartindo com os cabos, e pessoas principaes, e que elles nada tinhão daquela empreza, disserão huns para os outros = Venhão elles apanha-los se quizerem = e com isto se retirarão. Perecerão dos nossos dous negros e hum mulato mortos, pelas nossas mesmas armas as imbicar no Arrayal. Embarcarão-se a fazer pouzo fora daquele lugar, por estar inficionado com os cadaveres, e as agoas com o sangue que delles corria.

Consultou-se no dia seguinte Sesehouvera seguir o Gentio fugitivo thé dar se lhe fim, ou dar a função por acabada; foi a mayor parte dos rastos, que se seguice, não quis o Comandante fazelo com o pretexto de não chegar as Povoações Castelhanas, para que não tinha ordem de Sua Magestade, e falando se em procurar os que ficavão dispersos pelo mato afirmou a Soldadesca, que nenhum ficava, vendo elles o contrario, sentidos de que asprezas todas estivessem com dono, e elles com o trabalho, dizendo huns com outros = vão elles se quizerem = com isto voltarão dando a empreza por finda.


FONTE: Annaes do senado da Câmara de Cuiabá (1719-1830) folhas 18,19 e 20.

FOTO: meramente ilustrativa.


30 de agosto


1842Concorrência para estrada entre Piracicaba e o rio Paraná



Fundadores de Paranaíba entram em licitação para construção de estrada entre esta vila e a cidade de Piracicaba no interior paulista, nos seguintes termos:

Januário Garcia Leal e José da Costa Lima, moradores em Santana do Paranaíba comprometem-se a fazer a estrada que vai desta vila à barranca do rio Paraná pondo balsa no rio, fazendo todas as pontes, aterrados e cavas e seguindo a picada aberta por Joaquim Francisco Lopes. Comprometem-se mais em dar esta concluída em fins de 1844. Os suplicantes obrigam-se a trazer 12 carros e apresentar ditos carros em pátio desta vila e receberão então dois contos de réis. Obrigamos a fazer o retoque da estrada que o inspetor disse que não está bom. O suplicantes não exigem quantia adiantada, querem receber o dinheiro todo quando chegarem nesta vila com os carros para o que deve estar o dinheiro em mãos do procurador Domingos José da Silva Braga. Constituição, 30 de agosto de 1842. Januário Garcia Leal e José da Costa Lima.


Venceram a concorrência, assinaram o contrato em 1843 e entregaram a obra dois anos depois. Ao que se sabe, é a primeira ligação rodoviária entre São Paulo e o Sul de Mato Grosso.





FONTE: Hildebrando Campestrini, Santana do Paranaíba, de 1700 a 2002, 2a. edição, IHGMS, Campo Grande, 2002, página 30.






30 de agosto


1866Taunay escreve do Taboco


À frente das tropas brasileiras que deveriam protagonizar o episódio da retirada da Laguna, como integrante da comissão de engenheiros, Taunay volta a escrever ao pai, no Rio de Janeiro:

Aqui estamos acampados desde 2 de julho o que quer dizer há perto de dois meses. Os víveres não nos faltam mais: a abundância começa a reinar e mesmo os objetos de luxo vêem apresentar-se à nossa cobiça. Temos boa cerveja, vinho e até mesmo excelente manteiga.


O movimento comercial enfim se estabeleceu conosco e os carros de boi fazem ouvir sua melodia especial pelos caminhos impraticáveis do Pantanal. De modo que encontramos no nosso mercado toda espécie de roupa e já em nós se nota alguma faceirice na apresentação depois de havermos ficado reduzidos a um estado quase completo de nudez... o que contribui para a alegria geral e a melhoria sensível do estado sanitário da expedição.


A terrível paralisia que em menos de um mês levou oito oficiais no número dos quais se acha o nosso querido Chichorro da Gama, diminuiu de intensidade e as febres intermitentes resistem aos esforços dos médicos devido a falta completa de sulfato de quinina. Guardo como um tesouro os pacotinhos que V. me deu, reservando-os para uma ocasião em que forem necessários. Tenho creio que 120 gramas bem empacotadas numa caixinha de folha creio que é até um preservativo tê-los à mão, para infundir confiança no organismo e o salvaguardar das influências destes lugares pestilentos.


Meu álbum continua a enriquecer-se. Começo a temer em breve não ter mais página em branco, no entanto terei feito bastante desenhos. Minhas habilidades se aperfeiçoam sensivelmente e a coleção merece a atenção de todos. Tento desenhar as flores mais notáveis com todos os seus caracteres fitológicos e tomar bem os tipos de índios que me caem sob as vistas.


O coronel Carvalho está agora nos Morros onde passamos quatro meses e meio; vai tentar restabelecer a saúde alterada por pequena febre que já estava tomando o caráter muito sério de perniciosa. Do braço vai melhor e já tirou o aparelho.


Pelos relatórios que já foram entregues, quando V. receber esta carta de Trindade e Luiz, poderá ter idéia bem nítida desta localidade: Morros nascida da força das circunstâncias e que deverá desaparecer quando estas cessarem.
Alguns doentes das pernas o acompanharam para ver se uma mudança de clima traria alguma modificação ao seu estado mórbido e agora começa a evidenciar-se que só uma pronta retirada da Província poderá salvar os doentes.


Os dois oficiais que se safaram imediatamente acham-se melhor, começando a ter algum movimento nas pernas. 




FONTE: Taunay, Cartas de Campanha de Mato Grosso (1866), Mensário do Jornal do Commercio, Rio, 1943, página 170.



30 de agosto

1920 - Nasce Humberto Neder, o pioneiro das telecomunicações 


Humberto Neder (o primeiro à direita) com a família em 1954

Nasceu em Campo Grande, Humberto Neder, o quinto filho de Rachid Neder e Euzébia Neder. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Joaquim Murtinho e no Ginásio Dom Bosco, tendo concluído o fundamental e médio no Colégio Andrews no Rio de Janeiro. Ingressou na Faculdade Nacional de Direito do Rio, em 1942, interrompendo seus estudos para participar da II Guerra Munidial, em Monte Castelo, na Itália.

Terminada a guerra, Neder conclui o curso de Direito, casa-se com a mineira Nair de Toledo Câmara e retorna a Campo Grande, em 1947, e instala escritório de advocacia no edifício Nakao,atividade que exerce por pouco tempo para dedicar-se ao empreendedorismo. Após breve inserção no ramo imobiliário, associa-se a Michel Nasser e funda a companhia telefônica de Campo Grande, cuja inauguração aconteceu em 26 de agosto de 1957, com capacidade inicial de 1500 terminais na cidade. Em 1963 inicia-se o serviço interurbano com a primeira ligação de Campo Grande a São Paulo.

A Teleoste, como passou a chamar-se a empresa, ligou Mato Grosso ao mundo e foi a concessionária da telefonia no Estado até sua incorporação ao sistema estatal.

Em 1961, no auge do sucesso da companhia telefônica em Campo Grande, Neder e outros dirigentes da empresa de telecomunicações cria o Banco do Povo, com sede em Campo Grande e poucos meses depois de sua fundação,com filiais em Corumbá, Dourados, Presidente Prudente, Ponta Porã, Angélica, São Paulo e Rio de Janeiro. O Banco do Povo,inviabilizado a partir do golpe de 64, foi vendido por Humberto Neder a um grupo empresarial de Corumbá.

Na política, Neder (PTB) chegou a suplente do senador Filinto Muller (PSD),tendo assumido por 5 meses. Em 64 foi o primeiro preso político de Campo Grande, permanecendo encarcerado por 90 dias à disposição do Exército.

Humberto Neder faleceu em São Paulo em 30 de setembro de 2011. 



FONTE/FOTO: Cláudio Vilas Boas Soares, Humberto Neder, o pioneiro das telecomunicações, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, páginas 14 e seguintes.


30 de agosto

2012 - Caso Breno e Leonardo. Truculência dispensável

Breno Luigi Silvestrini Araújo, 18 anos e Leonardo Batista Fernandes, 18 anos, e Leonardo Batista Fernandes, 19 anos, amigos desde a infância e estudantes universitários, foram assassinados em Campo Grande, depois de sequestrados, por uma quadrilha, que tinha por objetivo furtar seu veículo, uma Pajero e levar para o Paraguai para trocar por droga.

O homicídio foi desvendado quatro dias depois pela titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), que deteve cinco suspeitos: Rafael da Costa da Silva, 22 anos e sua esposa,  Dayani Aguirre Clarindo, 24 anos, Weverson Gonçalves Feitosa, 22 anos, e Raul Andrade Pinto (primo de Rafael) e um adolescente de 17 anos, irmão de Rafael.

O CRIME - Na noite do assassinato, quatro membros do bando, em um carro de passeio, próximo a um movimentado barzinho no bairro Miguel Couto, escolheram dois veículos e esperaram um dos condutores. Por volta das 20 horas, Leonardo e Breno saíram do bar e dirigiram-se à Pajero e foram rendidos. 

Weverson assumiu a direção do carro e Leonardo e Breno foram levados para o macroanel de Campo Grande, na saída para Aquidauana e Rochedo. No local, numa tubulação abaixo da rodovia, os jovens foram espancados e obrigados a ficar de joelhos. Breno foi o primeiro a ser executado, com um tiro na cabeça. Leonardo, recebeu um tiro na nuca, desferidos por Rafael.

A polícia civil agiu com agilidade. A primeira a ser presa foi Dayani. Em Miranda, quando viajava de carona em um caminhão. Em seguida, Silva foi detido em um matagal nas proximidades de Corumbá. Feitosa foi preso em sua casa na cidade de Aquidauana. Raul e o adolescente foram capturados em Campo Grande.

ESTREANTES - No inquérito a delegada concluiu que "essa é uma quadrilha isolada e diferenciada. Os integrantes foram movidos a participar da ação criminosa pelo dinheiro fácil. Eles iriam comprar cocaína para iniciar ação no tráfico de drogas.

Os suspeitos foram indiciados por latrocínio, sequestro, ocultação de cadáveres, formação de quadrilha e corrupção de menores.

CONDENADOS - Os seis acusados foram condenados a penas que, somadas, chegam a 209 anos de cadeia: Rafael da Costa da Silva, 42 anos e 4 meses; Raul de Andrade Pinto, 35 anos e 4 meses; Weverson Gonçalves Feitosa, 36 anos e 4 meses; Dayani Aguirre Clarindo, 33 anos e 4 meses; Edson Natalício de Oliveira Gomes, 29 anos e 8 meses e Jonilton Jacksin Leite de Almeida, 38 anos e 10 meses de prisão.

Com informações do G1-MS e do Campo Grande News.




OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...