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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

24 de setembro

24 de setembro

 
1801 – Suspenso ataque a Coimbra



Tentando tomar a fortificação portuguesa em constantes ataques desde o dia 16 de setembro, o governador espanhol do Paraguai, d. Lázaro de Ribera, ante a brava resistência de Ricardo Franco, apesar da superioridade numérica de suas forças, surpreendentemente desiste de sua missão:

No dia 24, às 3 horas da tarde recomeçou o inimigo o bombardeio com a artilharia das três sumacas e manteve o fogo até às ave-marias. Como se colocaram longe do alcance dos canhões brasileiros, o forte não respondeu ao fogo.


Pelas nove horas da noite, informa Ricardo Franco, o inimigo ‘tocou a retreta, com a sua música de oboé e zabumba’, e do forte responderam os defensores com ‘dois tambores, rebeca e flauta.’


A seguir as embarcações espanholas começaram a descer o rio, ante o olhar atônito da guarnição, que mal podia acreditar no que via: a poderosa frota, com força suficiente para esmagar a diminuta resistência, batia em retirada.
Fato notável foi que em todo o tempo que durou o assédio, durante o qual houve sete dias de intenso bombardeio e três recontros, não sofreu a guarnição nenhuma baixa. Apenas um defensor foi ferido levemente na cabeça por um estilhaço de pedra.


Os espanhóis, em contrapartida, tiveram vinte perdas entre mortos e feridos.
A vitória dos defensores de Coimbra causou o maior entusiasmo em toda capitania, no resto do Brasil e em Portugal.
O governador Caetano Pinto premiou com promoções e oitavas de ouro os soldados que mais se distinguiram.


A Coroa promoveu Ricardo Franco a coronel e concedeu-lhe o hábito de S. Bento de Avis ‘com 300$000 rs de Tença nas comendas vagas.


FONTE: Carlos Francisco de Moura, O forte Coimbra, Editora UEMT,Cuiabá,1975,  página 51.



 24 de setembro


1896 – Generoso Ponce em Nioaque







Senador e deputado estadual, Generoso Ponce, chefe republicano de Mato Grosso nestes primeiros anos da República, visita Nioaque, liderando comissão oficial de apoio ao seu partidário Jango Mascarenhas, que acabara de derrotar em luta armada seus adversários do partido autonomista:

“A atividade de Ponce é incessante. Chega a Cuiabá em fins de julho e já nos primeiros dias de agosto segue para Nioac. Na longínqua localidade do sul, duas parcialidades em desarmonia estão a pique de conflagrar a região, tão remota na época, por falta de transporte. Antônio Fernandes Trigo de Loureiro, há pouco nomeado chefe de polícia, segue com ele. Todos pensam que só a alta autoridade do chefe supremo do partido e sua habilidade, conseguiriam pacificação".


Consagra o ‘Republicano’ de 24 de setembro de 96, o êxito da missão que durara mês e meio:

De volta da vila de Nioac, para onde partiram a 12 do mês pp. com o fim de com seu incontestável prestígio pacificar aquela remota região de nosso Estado, profundamente convulsionada por um movimento sedicioso, acha-se o eminente chefe político Generoso Ponce, que mais uma vez patenteou de maneira eloqüente e expressiva o acrisolado amor que consagra à sua terra natal, prestando-lhe na emergência atual e com sacrifício até de sua própria saúde, um relevantissimo serviço, cuja memória permanecerá imperecível na gratidão de seus coestaduanos’. 


FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952; página 139


24 de setembro


1915 – Lei garante monopólio da Mate Larangeira

Através da resolução 725, sancionada pelo presidente Caetano Albuquerque, a Empresa Laranjeira, Mendes & Cia, garante a renovação de seu contrato de arrendamento dos ervais do sul de Mato Grosso, até 1926. O contrato seria assinado a 19 de maio de 1916. 

FONTE: Gilmar Arruda, Círculo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986; página 287


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

24 de outubro

24 de outubro 
 
1892 – Elisa Lynch registra escritura em Corumbá




Dando início a uma pendenga jurídica que se arrastaria até 1902, o sucessor de Elisa Lynch, ex-companheira do presidente Solano Lopez, do Paraguai, Venâncio Lopez, enquadrando-se nas exigências das leis brasileiras, registra a transferência de terras doadas pelo governo paraguaio, em território brasileiro, durante o período de ocupação na guerra da tríplice aliança. A escritura original havia sido lavrada em Buenos Aires no Cartório de Notas de Nicolas A. Rodrigues, em 1885. A área reivindicada pelos sucessores de Lynch era de 33.175 quilômetros quadrados, localizava-se entre os rios Ivinhema, Paraná, Iguatemi e a serra de Amambaí, equivalente aos atuais municípios de Amambai, Anaurilândia, Antônio João, Ângélica, , Aral Moreira, Bataiporã, Caarapó, Caracol, Deodápolis, Dourados, Eldorado, Fátima do Sul, Gloria de Dourados, Iguatemi, Ivinhema, Jateí, Mundo Novo, Naviraí, Nova Andradina e Ponta Porã.  


FONTE: J. Barbosa Rodrigues,  História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1985, página 94


24 de outubro  

1930 – Empastelado o Jornal do Comércio de Campo Grande




 

Partidários exaltados da revolução de 30, destroem as máquinas e oficinas do Jornal do Comércio, de Campo Grande, órgão dirigido pelo advogado José Jaime Ferreira de Vasconcelos, por sua linha editorial favorável ao governo de Washington Luis e do presidente do Estado, Aníbal de Toledo, depostos por esse movimento, liderado por Getúlio Vargas. 

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição), Governo de Mato Grosso, 1973, página 226.


24 de outubro

1913 - Chacina do circo: justiça responsabiliza a policia

A tragédia de 13 de agosto de 1913, conhecida como chacina do circo, ocorrida em Campo Grande, teve seu inquérito policial concluído e a pronúncia do juiz de Direito, que responsabilizou a autoridade policial pelo episódio. O jornal O Debate, órgão oficial do governista Partido Republicano Conservador, dá a notícia:

Segundo as sucintas informações prestadas no aludido telegrama por aquela zelosa e competente autoridade, ficou plenamente apurada a responsabilidade dos culpados pelos lamentáveis e lutuosos acontecimentos que se deram naquela vila em meado do mês de agosto transato e dos quais resultaram a morte de dois conspícuos cidadãos ali residentes e de duas praças do destacamento policial e ferimentos mais ou menos graves de alguns outros.

Das bem encaminhadas diligências desenvolvidas em minucioso inquérito policial e do sumário crime procedido com fundamento no mesmo inquérito pelo exm. sr. dr. Silva Coelho, juiz de direito da comarca de Aquidauana, hoje removido para a de Campo Grande, que pelo exm. sr. dr. Presidente do Estado foi convidado para proceder ao mesmo sumário, de acordo com a disposição adequada da nova organização judiciária, resultou a pronúncia do alferes Espíndola, comandante do destacamento local, do sr. Antonio Marcondes, suplente do delegado de polícia e das praças de polícia de nome Lauro Machado, João Alves da Silva, José Reimundo, Euzébio Nunes, Leôncio José da Silva, Pacífico Alves de Barros, José Ramos de Almeida e Otílio Martins de Ávila como incursos respectivamente nas penas dos art. 231, 294 § 2°, 303 e 304 do Código Penal.

Os réus acham-se todos presos e recolhidos à cadeia pública, com exceção do alferes Espíndola, transportado para Corumbá, onde acha-se preso no estado maior do quartel do destacamento policial. (...)

Ao darmos estas notícias nos é sobretudo grato congratularmo-nos com a população de Campo Grande e com o ínclito governo do Estado por vermos restabelecida a ordem e asseguradas as garantias individuais naquele rico e florescente município do Sul e aplicada a rigorosa inflexibilidade da justiça sobre os culpados ou causadores daqueles tristes acontecimentos, que encheram de pesar a todos quantos sinceramente aspiram o inalterável império da ordem, da paz e da justiça em todo o vasto território do nosso querido Estado.


FONTE: jornal O Debate (Cuiabá), 24 de outubro de 1913.


24 de outubro


1963 - Justiça absolve contrabandista acusado de matar vereador





Em episódio marcado pela pressão e ameaças aos jurados, realizou-se o julgamento do século em Corumbá. O réu foi o inspetor da alfândega da cidade, Carivaldo Sales (foto), indiciado pelo crime contra o vereador Edu Rocha, que o acusava de descaminho de automóveis da Bolívia para o Brasil. "O Cruzeiro", revista de maior circulação no país, e que veiculou as denúncias e denunciou o crime, deu cobertura ao evento, com a publicação de ampla reportagem, sob o título JUSTIÇA DE BRAÇOS CURTOS:

"Na cruz sobre a sepultura 184 do cemitério de Corumbá, uma placa lembra aos visitantes que ali está enterrado Edu Rocha, vereador covardemente assassinado pelo contrabandista Carivaldo Salles. Carivaldo era nada menos que o inspetor da Alfândega, a quem competia reprimir o comércio negro. Acusado por Edu Rocha, através de 'O Cruzeiro', de ser o chefe de uma gang todo-poderosa de contrabando, emboscou-o altas horas da noite e metralhou-o, atingindo também o porteiro da Câmara dos Vereadores, ferindo-o gravemente. São estes os fatos que toda a população conhece, ocorridos a 29 de julho de 1959.

Quatro anos depois, a 24 de outubro último, Carivaldo Salles é levado ao banco dos réus. Um juri popular com cartas marcadas, embora se respeitassem todas as formalidades legais, num julgamento presidido com isenção. Dos sete jurados, apenas dois negaram a absolvição. E quatorze horas antes já se conhecia o escore: 5 x 2.

O sorteio dos 21 jurados, dentre os quais seriam escolhidos sete para o juri, foi realizado a 11 de setembro, com 43 dias de antecedência portanto, pelo presidente do Tribunal do Juri de Corumbá, juiz Leolino Teixeira Júnior. Era tempo para que funcionassem tranquilamente a corrupção e a intimidação, embora vários deles nem disso precisassem, por suas notórias ligações com Carivaldo, sua família e seus negócios. Os poucos incorruptíveis foram recusados pela defesa, a cargo do criminalista Alfredo Tranjan, dentro do que lhe facultava a lei. Restaram apenas dois jurados insuspeitos, que felizmente impediram a unanimidade, permitindo assim ao promotor, sr. José Mirrha, que funcionou auxiliado pelo advogado Nelson Trad, de Campo Grande, contratado pela família da vítima, recorrer a novo julgamento.

De direito, a presidência do julgamento cabia ao juiz da 2a. Vara da Comarca de Corumbá, sr. Leolino Teixeira Junior. Depois que procedeu ao sorteio dos 21 jurados, entretanto, ele pediu licença para tratamento de saúde. Foi convocado para substituí-lo o juiz Leão Neto do Carmo, recém-promovido, por mérito, para Campo Grande.

A propósito desse licenciamento, recorda-se em Corumbá outro pedido, feito pelo mesmo juiz, e que mereceu a seguinte crítica do desembargador Barros do Valle, ao apreciar de habeas corpus em favor de Carivaldo Salles, impetrado pelo advogado Carlos Giordano em 16 de dezembro de 1959: "Não entendo por que o processo desse crime tão monstruoso, que abalou profundamente a opinião pública corumbaense e a imprensa de todo o país, vem sendo tão tumultuado pela justiça de Corumbá. Primeiro um juiz se licenciou por seis meses, o juiz de paz se deu por impedido, o primeiro suplente deu-se por doente, o segundo suplente deu-se por impedido.Conseguimos, com dificuldade, designar o único juiz-substituto de que dispúnhamos o de Barra das Garças, e esse entrou com pedido de licença para tratamento de saúde. Diante de tanto tumulto, só me resta atribuí-lo à covardia, ou que, por interesses subalternos, a justiça de Corumbá esteja agindo desse modo (...)"

Na sentença em que o juiz pronunciou o acusado - há uma falha dificilmente explicável. A Promotoria denunciou Carivaldo por homicídio qualificado e lesões corporais de natureza grave. O magistrado, embora afirmando receber a denúncia, pronunciou-o apenas por crime de homicídio, sem nenhum esclarecimento, conforme a lei preceitua, de que aceitava a denúncia apenas em parte e porque motivos o fazia. Um lapso.

Ao patrono do réu, Alfredo Tranjan, pouco valeu seu grande tirocínio durante o julgamento, que terminou na madrugada de 25 de outubro. Esperava-se que o criminalista famoso, a 'velha raposa', fosse engolir o jovem Nelson Trad, recém-saído da faculdade. No entanto, o que o juri fez foi pronunciar-se contra toda lógica e decência. Tranjan quis lançar contra a defesa a suspeita de coação sobre os jurados, que estariam sendo pressionados pela família da vítima, especialmente o irmão do vereador Badeco Rocha. Pediu a Ênio Salles, irmão do réu, que lhe entregasse uma das cartas que comprovariam a asserção. Leu-a, antes para si. Em seguida em pleno Tribunal bradou: Caí numa cilada! É que a carta não fora dirigida a nenhum dos membros do juri e era datada de Porto Alegre, 5 de setembro, antes do sorteio dos 21 jurados.

O promotor José Mirrha e o advogado Nelson Trad dirigiram seus argumentos ao plenário e à população de Corumbá, que acompanhava o julgamento pela rádio local. Sabiam que a maioria dos jurados ou estava sob coação ou havia sido subornada. De nada valeu a leitura da carta aberta que no dia do crime Carivaldo Salles fez publicar na imprensa local, ameaçando Edu Rocha; tampouco o depoimento de Artigas Villalba, contra o réu, de quem aliás fora auxiliar de confiança. Paradoxalmente, aceitaram os jurados as declarações do homem que negou ter ido à casa de Carivaldo comunicar-lhe o crime, destruindo assim seu único álibi.

Ainda na madrugada do dia 25, o carcereiro da cadeia pública de Corumbá refugiou-se na Base Naval de Ladário. Estava sob ameaça de morte por haver confirmado, no julgamento, que alguns dos jurados recusados pela acusação realmente visitavam frequentemente Carivaldo Salles na cadeia. Enquanto isto, um genro do réu ia à casa do promotor 'instar' junto à sua esposa para que o mesmo desistisse da apelação. Lá esteve ainda uma segunda vez. A Ordem dos Advogados, cientificada do ocorrido, em reunião extraordinária, protestou contra a tentativa de cerceamento. À noite, a maioria de seus membros esteve na casa do promotor José Mirrha para prestar-lhe solidariedade.

Carivaldo Salles voltará a julgamento. E desta vez o povo de Corumbá espera justiça".


FONTE: José Belém, Justiça de braços curtos, O Cruzeiro (RJ), 14 de dezembro de 1963.


FOTO: Rubens Américo




24 de outubro

2004 - Morre Japira Alves do Vale, a primeira radialista de Campo Grande



Aos 86 anos, falece no Rio de Janeiro Japira Alves do Vale. Filha de João Alves Pereira e Senhorinha Alves do Vale. Professora formada pela Escola Normal Joaquim Murtinho em 1939, foi bibliotecária municipal,funcionária do cartório Santos Pereira, tendo se destacado como apresentadora de programas na primeira emissora de Campo Grande, a Rádio Difusora, PRI-7, no início da década de 50 do século passado.

"A presença de Japira Alves do Vale marcou um período de bons programas radiofônicos, escrevendo textos para veiculação de propaganda comercial e crônicas, que se tornaram célebres ao longo dos anos. Como locutora apresentava o programa 'Hora da amizade', em que os ouvintes solicitavam determinadas músicas para oferecerem a parentes e amigos. Essas músicas se faziam acompanhar pela voz de Japira em crônicas sentimentais, bem escritas e apresentadas".

"Descobrindo valores - atesta sua biógrafa -foi outro programa que a radialista Japira conduziu com muita eficiência. Consistia em atrair moças e rapazes para testes como músicos e cantores. Muitos valores por esse programa. Hora do Jantar, programa de grande aceitação, com música suave ou mesmo música clássica, era o momento esperado por todos".

FONTE: Maria Garcia, Jupira Alves do Vale, a primeira radialista de Campo Grande, in Campo Grande: Personalidades Históricas, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, página 299.  

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

24 de fevereiro


24 de fevereiro

1914 - Morre Joaquim Gonçalves Barbosa Marques







Aos 71 anos, morre na Vacaria, Joaquim Gonçalves Barbosa Marques, o primeiro dos Barbosas a nascer na região dos campos de Vacaria, no Sul de Mato Grosso. Sexto filho de Inácio Barbosa Marques, o patriarca da família, casou em primeiras núpcias, com Flauzina Garcia e em segundas, com a viúva Maria Garcia Coelho, a dona Coelhinha, mãe de Laucídio Coelho. Foi sepultado no cemitério da fazenda Passatempo, então município de Campo Grande, depois Rio Brilante.


FONTE: Ledir M. Pedrosa, Origem histórica e bravura dos Barbosas, edição da autora, Campo Grande, 1980, página 118.





24 de fevereiro

1915 – Instalado o distrito de paz de Dourados



Os pioneiros: Em pé, o segundo, Josué Pires  ( filho de Marcelino Pires), Abílio de Mattos Carvalho, o quinto, Joaquim Rosário (escrivão) , João Pires e Antonio de Mattos Carvalho. Sentados: Armando Brum Mattos, Amandio de Mattos Pereira, Ponciano deMattos Pereira, Bento de Matos Pereira, Marcelino Pires e seu genro Paulo Hildebrand


Criado pela lei 658, de 15 de junho de 1914, é instalado o Distrito de Paz de Dourados, ligado ao município de Ponta Porã.

O ato está registrado nos anais da história da cidade:

Aos vinte quatro dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e quinze, neste lugar denominado Patrimônio do Dourados, sede do distrito de paz do mesmo nome, em casa de propriedade do sr. Coronel Baltazar Saldanha, previamente designada, para nela funcionar a escrivaninha do juiz de paz, aí presentes os cidadãos majores Paulo Hildebrand e José Alves Leite, primeiro e segundo juizes de paz; cidadãos tenente-coronel Marcelino Pires Martins, majores Ponciano de Matos Pereira e Bento de Matos Pereira, sub-delegado de Polícia; pelo sr. primeiro juiz de paz, major Paulo Hildebrand foi dito que se ia proceder à instalação deste distrito criado pelo ato da lei número seiscentos e cinqüenta e oito da Presidência do Estado, datado de quinze de setembro de mil novecentos e quatorze, sendo seus limites os seguintes: a partir da mais alta cabeceira do Passa-Cinco, nas linhas retas à cabeceira mais próxima do rio Feio, por estes abaixo até a tromba da serra e passando essa ao Sul até encontrar o rio Apa, que é conhecido por Estrela; por este acima até o marco nacional que limita o Brasil com a República do Paraguai; daí seguindo ao Sul até confrontar com a cabeceira do ribeirão Santa Virgínia; por este abaixo até o rio Dourados; por este abaixo até o rio Brilhante; por este acima até a foz do rio Santa Maria; por este acima até a foz do ribeirão Passa-Cinco; por este acima até sua mais alta cabeceira. E convidado o segundo juiz de paz eleito, ambos em dois de novembro de mil novecentos e quatorze a tomarem assento nos seus respectivos lugares; o que foi feito declarou instalado o respectivo distrito. Em seguida usando da palavra em frases eloqüentes, os srs. major Ponciano de Matos Pereira e o cidadão capitão Leonel de Barros, congratularam-se com o povo pelo alto cometimento e concitou-os aqui unidos trabalhássemos pelo progresso deste rico distrito; encerrada em seguida a sessão mandou lavrar a presente ata que assinarão as autoridades e mais pessoas presentes. Eu, Joaquim do Rosário, designado para servir de secretário, escrevi e assino.


O distrito de Dourados foi elevado a município em 20 de dezembro de 1935.


FONTE: Lori Gressler e Lauro J. Swenson, Aspectos históricos do povoamento e da colonização do Estado de Mato Grosso do Sul, edição dos autores, Dourados, 1988, página 73.

FOTO: extraída do livro Memória fotográfica de Dourados, de Regina Heloiza Targa Moreira.



24 de fevereiro

1924 - Indústrias Matarazzo em Mato Grosso

As Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, o maior complexo industrial do Brasil, decide criar uma subsidiária no Estado de Mato Grosso:

"O Conde de Matarazzo acaba de criar uma organização industrial denominada Indústrias Matarazzo de Mato Grosso com sede nesta cidade, para exploração de matérias primas e fábricas, tendo já estabelecido escritório aqui e iniciado a mensagem em Porto Jofre para aproveitamento de óleos animais e vegetais. Essa poderosa firma pretende estabelecer uma linha de navegação entre Corumbá e Santos, partindo dali, neste mês, o primeiro vapor da linha que tomou o nome de Mandioré".

FONTE: Correio do Estado (Cuiabá), 24/02/1924.



24 de fevereiro

1926 - Inaugurado em Campo Grande, o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora

É oficialmente inaugurado em Campo Grande o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em sua sede provisória num casarão cedido por dona Neta, na rua 26 de Agosto. A solenidade de abertura obedeceu ao seguinte programa:

"Dia 24 - às 8 horas, missa em ação de graças pela chegada das irmãs salesianas. Às 9 horas, reunião na casa que servirá de colégio, onde se fez uma sincera homenagem às Irmãs Salesianas, com os seguintes números: 1° - saudação em nome da juventude feminina da cidade, pela inteligente jovem Emilse Ferreira; 2° - em nome das jovens, saudará as irmãs, a senhorita Clotilde Rondon; 3° - em nome das filhas de Maria, a senhorita Oliva Enciso; 4° - pela Associação dos ex-alunos salesianos falará o doutor Adalberto Barreto. Encerrará a homenagem às Irmãs Salesianas o Revdo. Pe. João Crippa, pároco salesiano, congratulando-se com a população de Campo Grande. A banda de música do 18º Batalhão foi gentilmente cedida para a solenidade de sincera homenagem.

A execução de tal programa nos deixou verdadeiramente comovidas e maravilhadas; porque não era feriado, o povo não nos conhecia e, mesmo assim, a igreja estava repleta de pessoas da alta classe social campograndense.

Durante a Santa Missa os meninos do oratório dos salesianos cantaram hinos sacros. Logo após o término da Santa Missa, todos os fieis, em procissão, acompanharam a pequena imagem de Maria Auxiliadora e as Irmãs Missionárias até a nossa residência. Aí chegando se sucederam as declamações e os discursos, bem como as palavras do pároco salesiano, agradecendo a todos, em nome das Irmãs e convidando a juntos, dar um Viva a D. Bosco e a Maria Auxiliadora, protetora do colégio que ora se iniciava e que dela levará o nome".

A primeira diretora do educandário foi a missionária italiana Maria Oggero. O colégio passou a funcionar em sua sede própria somente em 1931.


FONTE: PENTEADO, Yara, Auxiliadora 70 anos, Gráfica e Editora Ruy Barbosa, Campo Grande, 1996.


24 de fevereiro

1950 - Nasce em Porto Murtinho, José Orcírio Miranda dos Santos





Filho de Orcírio dos Santos e Assunção Miranda dos Santos, nasceu em Porto Murtinho, José Orcírio Miranda dos Santos. Fez seus primeiros estudos em sua cidade natal, ingressando em seguida no Banco do Brasil e na carreira sindical, como fundador do Sindicato dos Bancários de Campo Grande. Entrou na política partidária em 1980, como fundador do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul. Em 1982 sofreu sua primeira derrota, como candidato a deputado estadual do PT. Em 1988, candidato a vereador em Campo Grande, já com a adoção do Zeca do PT, perdeu a eleição, apesar de ter sido um dos mais votados. O PT não alcançou o quociente eleitoral. Em 1990 é eleito o primeiro deputado estadual do Partido dos Trabalhadores do Estado.
 
Em 1992 candidata-se a prefeito de Campo Grande e perde a eleição. Em 1994 reelege-se deputado estadual. Em 96 volta a disputar a prefeitura de Campo Grande. Perdeu para André Puccinelli com uma diferença de 411 votos, na eleição mais disputada da história do município. Em 98 é eleito governador Estado, no segundo turno da eleição. Em 2002, reelege-se para mais um madato. Como governador, viabilizou sua gestão através dos fundos, com os quais implantou políticas sociais (FIS) e de infra-estrutura (Fundersul). 


Implantou com sucesso marcas do chamado jeito petista de governar, como a Bolsa-Escola, Banco do Povo e Bolsa Universitária; modernizou o sistema de arrecadação; concluiu obras importantes, como a ponte sobre o rio Paraguai, a pavimentação asfáltica para Bonito, Novo Horizonte do Sul e outras cidades e regiões e o edifício do fórum de Campo Grande. Reelegeu-se para um segundo mandato em 2002, derrotando em segundo turno, a deputada federal Marisa Serrano. Em 2010 tenta voltar ao governo e perde, em primeiro turno para o peemedebista André Puccinelli. Em 2012 elege-se vereador em Campo Grande, sendo o candidato mais votado com mais de 13 mil votos. Em 2014 elege-se deputado federal, sendo o mais votado do Estado.

FOTO: acervo do Partido dos Trabalhadores.





sábado, 14 de dezembro de 2013

24 de dezembro

24 de dezembro

1935 – Aprovada, em Cuiabá, redação final da nova constituição estadual 




Concluída a redação do texto é posta em discussão e votação, pelo presidente Estevão Alves Correa, a nova carta constitucional de Mato Grosso, promulgada no dia seguinte, 25 de dezembro. 

Aprovada pela unanimidade dos constituintes, a grande inovação da constituição estadual é o voto corporativista, de acordo com os dispositivos de seu art. 4°:


"O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa,composta de deputados do povo e das organizações profissionais, tendo mandato por quatro anos.

§ 1° - É fixado em vinte e quatro o número de deputados do povo e eleitos mediante sistema proporcional e sufrágio universal, igual e direto; em três o das organizações profissionais, eleitos na forma fixada por Lei, compreendidos, para este efeito, os grupos seguintes: empregadores; empregados; profissões liberais e funcionários públicos.

§ 2° - O deputado do povo deve ser brasileiro nato, eleitor, maior de 25 anos e residente no Estado por mais de quatro anos.

§ 3° - O representante de organizações profissionais deverá ter o requisitos acima, devendo pertencer, pelo menos, há um ano, a uma associação do grupo que o eleger, salvo quando esta contar menos de um ano de existência legal".


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 192.

FOTO: 1 - Estevão Alves Correa, Presidente, 2 - Benjamim Duarte Monteiro, líder da maioria, 3 - Filogônio de Paula Correa, líder da minoria, 4 - Miguel Ângelo de Oliveira Pinto, vice-presidente, 5-Francisco Pinto de Oliveira, 6-Henrique José Vieira Neto, 1° secretário, 7- Joaquim Cesário da Silva, 2° secretário, 8-José Silvino da Costa, 9-Nicolau Fragelli, 10-Rosário Congro, 11-Armindo Pinto de Figueiredo, 12-João Evaristo Curvo, 13-Julio Muller, 14-Corsino Bouret, 15-João Ponce de Arruda, 16-Caio Correia, 17-Gabriel Vandoni de Barros, 18-Josino Viegas de Oliveira Paes, 19-Agrícola Paes de Barros, 20- João Leite de Barros, 21- José Gentil da Silva, 22- Luis de Miranda Horta, 23 - Deusdedith de Carvalho e 24- Bertoldo da Silva Freire.


24 de dezembro

1977 - Levy Campanhã: o crime do sub-chefe da Casa Civil do governador


Foi assassinado o advogado Levy Campanhã de Sousa, de 38 anos, sub-chefe da Casa Civil do Estado. Levy estava em Campo Grande com a família para as festas de fim de ano, quando foi surpreendido por dois pistoleiros que lhe acertaram três tiros de revólver, calibre 38. Aconteceu em plena luz do dia em frente à sua residência na rua 15 de Novembro, onde brincava com seus dois filhos, um de 6 e outro de 8 anos.

O inquérito policial foi dirigido pelo delegado regional, Aloysio Franco de Oliveira, que, mesmo antes de iniciar as investigações, concluiu não se tratar de crime político:

O delegado regional afirmou que "o crime foi por motivos pessoais e os criminosos não são pistoleiros profissionais". Testemunhas contaram que "os rapazes, depois dos disparos, (três atingiram mortalmente o sr. Levy Campanhã de Sousa) fugiram a pé, com as armas (calibre 38) na mão". Uma das testemunhas diz ser capaz de os reconhecer.¹

Passados quase dois meses sem nenhuma pista segura para desvendar o crime, pressionado pela opinião pública e pela viúva Rosa Campanhã, o governador Garcia Neto, decidiu recorrer ao seu colega Abreu Sodré, governador de São Paulo, que lhe mandou o delegado Sergio Fleury e equipe para tentar desvendar o crime. 

Admitindo a eficiência dos métodos não convencionais do temerário delegado paulista, o secretário de Justiça, Madeira Évora,  justificou sua vinda a Campo Grande, afirmando que do jeito que a polícia matogrossense está conduzindo as investigações, "sem apelar para qualquer tipo de tortura ou violência física, somente por um golpe de sorte chegaremos aos matadores do sr. Levy Campanhã". (JB, 14/02/1978)

Apenas no final de junho, Fleury conseguiu chegar aos dois suspeitos pelo assassinato: Orestes Ferraz dos Santos e Hélio Rosalez. Aquele, sobrinho do advogado e jornalista Ruy Santana dos Santos, também assessor do governo, confessou que o tio contratou seus serviços por Cr$ 50 mil. Detido, Ruy nega qualquer envolvimento, mas é indiciado como mandante, com base no depoimento de Orestes, que também nega envolvimento, alegando que confessou sob tortura. (Jornal da Manhã, 24/07/1978)

Levados a júri popular em 10 de outubro de 1979, Orestes e Rosalis foram condenados a 18 e 16 de reclusão. Rui Santana também foi condenado.

Os três permaneceram pouco tempo na cadeia. Rui Santana morreu de infarto em setembro de 2016, sem assumir a responsabilidade pelo atentado. 

FONTE: ¹Jornal do Brasil (RJ), 27/12/1977; ²Idem, 14/02/1978; ³Jornal da Manhã (Campo Grande), 24/07, 1979; 4Diario da Noite (SP), 11/10/1979.








quarta-feira, 18 de setembro de 2013

18 de setembro

18 de setembro


18 de setembro


1728 - Fundação de Diamantino


Rua de Diamantino em foto de 1968

Em 18 de setembro de 1728, poucos anos depois da fundação de Cuiabá, começou a movimentação para formação do núcleo que deu origem ao atual município de Diamantino. Gabriel Antunes Maciel escreveu à Câmara de Cuiabá, dando notícias da descoberta do ouro.Inicialmente, o local era denominado de Arraial do Ouro, nome dado ao córrego onde o metal havia sido encontrado. Posteriormente, o lugar passou a chamar-se Félix, certamente o nome de um garimpeiro pioneiro na região.

Pouco tempo depois, os garimpeiros encontraram pedras diamantíferas, cuja extração era privativa da Coroa Portuguesa. Tal achado fez com que o governo fechasse todos os garimpos da região. Mas a mineração clandestina continuou. Foi criado o Destacamento Diamantino do Paraguai, para inibir o garimpo ilegal, o qual assegurou a fixação do povoado de Diamantino.

No dia 9 de agosto de 1811, a Resolução Régia criou a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Alto Paraguai Diamantino. O nome Paraguai, incluso na denominação, vinha de um erro geográfico dos bandeirantes, que julgavam se encontrar estabelecidos nas cabeceiras do rio Paraguai, quando o rio Diamantino é apenas um afluente desse rio.

Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Alto Paraguai Diamantino, por resolução régia de 09-08-1811, subordinado ao município de Cuiabá.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Alto Paraguai Diamantino, por alvará de 23-11-1820, desmembrado de Cuiabá. Constituído do distrito sede.

Suprimida por lei estadual nº 282, de 06-04-1901 com a denominação de Diamantino.

Restaurada pela lei nº 452, de 04-08-1906, reinstalada em 03-12-1906.

Elevada à categoria de cidade, por lei estadual nº 772, de 16-07-1918.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.

Pelo decreto-lei estadual nº 208, de 26-10-1938 é criado o distrito de Pontezinha e anexado ao município de Diamantino.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Pontezinha.

Pelo decreto-lei estadual nº 545, de 31-12-1943, é criado o distrito de Utiariti e anexado ao município de Diamantino, o mesmo decreto extinguiu o distrito de Pontezinha, transferindo o seu território para o município de Rosário Central.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Utiariti.

Pela lei estadual nº 193, de 17-11-1948 é criado o distrito de Alto Paraguai (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: Diamantino, Alto Paraguai e Utiariti.

Pela lei estadual nº 709, de 16-12-1953, desmembra do município de Diamantino o distrito de Alto Paraguai. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Utiariti.

Pela lei estadual nº 3784, de 04-06-1976 é criado o distrito de São José do Rio Claro e anexado ao município de Diamantino.

Pela divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 distritos: Diamantino, São José do Rio Claro e Utiariti.

Pela lei estadual nº 4239, de 04-11-1980, é criado o distrito de Brasnorte e anexado ao município de Diamantino.

Pela lei estadual nº 4405, de 26-11-1981, é criado o distrito de Nova Mutum (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.

Pela lei estadual nº 4407, de 30-11-1981, é criado o distrito de Tapurah (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 6 distritos: Diamantino, Brasnorte, Nova Mutum, Tapurah, Utiariti e São José do Rio Claro.

Pela lei estadual nº 4948, de 16-12-1985, é criado o distrito de Lucas do Rio Verde e anexado ao município de Diamantino.

Pela lei estadual nº 5047, de 05-09-1986, desmembra do município de Diamantino o distrito de Brasnorte. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 5318, de 04-07-1988, é extinto o distrito de Utiariti, sendo sua área anexada ao novo município de Campo Novo do Parecis.

Pela lei estadual nº 4161, de 20-12-1979 desmembra do município de Diamantino o distrito de São José do Rio Claro. Elevado à categoria de município com a denominação de Rio Claro.

Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988, o município é constituído de 4 distritos: Diamantino, Brasnorte, Nova Mutum e Tapurah.

Pela lei estadual nº 5315, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Campo Novo do Parecis. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 5316, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Tapurah. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 5318, de 04-07-1988, desmembra de Diamantino o distrito de Lucas do Rio Verde. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 5321, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Nova Mutum. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.

Alteração toponímica municipal

Alto Paraguai Diamantino para Diamantino, alterado pela lei nº 452, de 04-08-1906.

FONTE: IBGE.

18 de setembro
 
1801Recrudesce ataque ao forte de Coimbra  


Ricardo Franco, o comandante do forte


Iniciado no dia anterior, 17 de setembro de 1801, pelas tropas espanholas, comandadas por dom Lázaro de Ribera os combates para tomada da fortificação portuguesa de Forte Coimbra tornam-se mais vigorosos:

...pelas oito horas da manhã, d. Lázaro de Ribera enviou um emissário com a seguinte intimação:


‘Ayer a la tarde, tube el honor de contestar el fuego que V. S. me hizo; y habiendo reconocido que la fuerzas conque voy inmediatamente atacar ese fuerte son muy superiores a las de V. S. no puedo menos de vaticinarle el ultimo infortunio; pero, como los vassalos de S. M. Católica saven respetar lãs leys de la humanidad, aun em medio de lãs misma guerra, requiero, portanto, a V.S. se rinda a las armas de Rey mi Amo, pués de lo contrario, el canõn y la espada decidirán de la suerte de Coimbra, sufriendo su desgraciada guarnicion todas las extremidades de la guerra, de cuyos estragos e verá libre si V. S. conviene com mi propuesta, contestandome categoricamente esta em el termino de una hora.


A bordo de la Sumaca Nuestra Señora del Carmen, 17 de setembro de 1801.

Ricardo Franco, o comandante do forte responde ao governador espanhol:

Tenho a honra de responder categoricamente a V. Exa. que a desigualdade de forças foi sempre um estímulo que muito animou os portugueses, por isso mesmo a não desampararem seus postos e defendê-los até as duas extremidades ou de repelir o inimigo ou de sepultar-se debaixo das ruínas dos fortes que lhes confiaram; nesta resolução estão todos os defensores deste presídio, que tem a distinta honra de ver em frente a excelsa pessoa de V. Exa.
Coimbra, 17 de setembro de 1801.


Ilmo. e Exmo. Sr. D. Lázaro de Ribeira.
 
Esta resposta respeitosamente corajosa “atiçou a ira do comandante espanhol que ordenou mais violento bombardeio que no dia anterior.


Nos quatro dias seguintes continuou a bater o forte de dia e de noite.
Como a nossa artilharia não alcançava as sumacas, os espanhóis as manobravam rio acima e rio abaixo, provocando e vaiando os defensores do forte.


Tão esmagadora era a superioridade do inimigo que houve espíritos timoratos que chegaram a descrer da vitória. O patriotismo e o valor militar de Ricardo Franco, entretanto, sobrepuseram-se a essas fraquezas humanas.


No dia 18, enquanto as sumacas faziam violento fogo contra as muralhas, os espanhóis tentaram um desembarque em canoas ligeiras mas foram repelidos com 7 perdas”.

Os ataques sem nenhuma trégua duraram até a noite do dia 24 seguinte.


FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, Editora UFMT, Cuiabá,1975,página 47


 

1916Gomes vence combate de Água Amarela

O major Gomes, comandando uma força rebelde contra o governo do general Caetano de Albuquerque vence a primeira batalha com o chefe legalista do Sul, coronel Joselito, genro de Pedro Celestino, o principal aliado político do governo:


“O comandante do Regimento Misto, Antonio Gomes, mandou uma patrulha avançada, sob as ordens do tenente Rodrigo Peixoto, que tinha como auxiliar o famoso sargento João Coco, sondar o inimigo. Por sua vez, Zelito fez a mesma coisa, em sentido contrário. O encontro ocorreu no Barro Preto.
Gomes, avisado, manobra rapidamente seus homens, instalando-se junto ao córrego Água Amarela, em local extremamente propício na escarpa dos morros, de tal sorte que a entrada do acampamento era exclusivamente pela Ponte Hu (Ponte Preta). Aí permaneceu em silêncio.
Os legalistas, como disse contavam com uma força heterogênea e armas improvisadas, até facas amarradas em varas compridas, à guisa de lanças. Ostentavam, todavia, indiscutível superioridade numérica, cerca de mil homens contra quatrocentos e não setecentos, como Gomes blazonava. (...)
Ao ultrapassar a Ponte Hu, prosseguiu, vale adentro, sem pressentir que o declive dos morros estava apinhado de soldados inimigos. Na medida em que avançava pela angastura, os rebeldes recuavam pelos flancos, facilitando a penetração. Uma autêntica ratoeira.
Dois pelotões de Gomes contornaram os morros para bloquear a única saída. Quando veio o fogo cerrado, houve inúmeras baixas no regimento invasor. Os homens procuravam em pânico, o caminho de volta pelo desfiladeiro. Seriam todos destruídos não fora a ação de Vicente Jacques, homem bravo, destemido, que resistiu tenazmente ao arremesso inimigo, cobrindo estrategicamente a retirada das tropas governistas. Estas acabaram duramente batidas pelos experimentados guerreiros do major Gomes que, entretanto, registrou algumas baixas, sendo ferido o coronel Ladislau Lima e morrendo, entre outros o destemeroso corneteiro do regimento, abatido no instante em que, numa proeminência do terreno, expondo-se ao perigo, tocava AVANÇAR. No local uma cruz assinala sua bravura, bem junto a uma vetusta bocaiuveira, nascida logo depois, como marco inconteste de homenagem da natureza ao homem valente.
A batalha que começara as oito horas da manhã do dia 18 de setembro de 1916 terminou por volta das treze horas. Como saldo negativo da operação é de assinalar-se a morte do capitão Pantaleão de Brum, irmão de Sérgio, e de um sem número de soldados, além de uma legião de feridos, entre eles o tenente Jacques da Luz, sendo que alguns, com muita dificuldade, conseguiram sair do local. Outros ficaram prisioneiros.”
 


Os rebeldes seriam batidos no dia 4 de fevereiro de 1917 no combate de Barro Preto, nas proximidades de Miranda. 


FONTE: 34 - Paulo Coelho Machado, A rua velha, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande,1990. Página  60

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...