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sábado, 31 de agosto de 2013

16 de setembro



16 de setembro
     

1866 - Tropas brasileiras chegam ao Agachi

A caminho de Miranda, de onde partiria para a fronteira a fim de combater o inimigo em seu território, a força expedicionária brasileira acampa às margens do pequeno córrego de onde escreve o tenente Taunay:

Às 7 ½ da manhã decampou-se, caminhando 2 ½ léguas em terrenos planos às vezes em outras onduladas até o pouso do Uagaxi, onde se chegou às 11 horas da manhã, formando-se o acampamento da margem esquerda do córrego do mesmo nome, que neste tempo mal deu água para a força. Vai este engrossando por pequenos contingentes, passar no caminho entre Lauiâd e Esponadigo e banhar a pequena aldeia de Quiniquinaos em Uagaxi, a qual fora destruída pelos paraguaios, indo os índios refugiar-se nas brenhas da serra de Maracaju. O rumo médio seguido foi ao O.: o trilho, que ora se alarga nos campos, ora estreita-se, é de base argilo-silicosa, firme pela elevação dos terrenos sobre que é lançado.


FONTE: Taunay, Alfredo D’Esgragnolle, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, página 83.


16 de setembro

1886 - Bispo de Cuiabá chega à fazenda Santa Rosa


Teixeira Muzi, proprietário da fazenda Santa Rosa


Procedente de Nioaque e da fazenda Boa Esperança, chega à fazenda Santa Rosa (hoje município de Maracaju), o bispo Dom Luis, na primeira visita de um chefe da igreja no Estado, à região Sul. O evento é registrado em seu diário pelo cônego Bento Severiano da Luz, o escriba da comitiva:

Partimos na manhã seguinte e as 10.00 horas chegamos à confortável a aprazível fazenda Santa Rosa, de propriedade do Sr. capitão João Caetano Teixeira Muzi. S. Excia. foi recebido e hospedado com um cavalheirismo exemplar e o mesmo sucedeu ao pessoal de sua comitiva. O Sr. Muzi com sua muito ilustre consorte a Exma. Sra. Dona Filomena Chaves Muzi cuidaram logo de pedir e obtiveram de S. Exa. a demora de alguns dias na fazenda. Foi uma solução que muito aplaudimos. As forças estavam esgotadas, era necessário afrouxar o arco e o lugar era próprio para isso.- Ludus animo debet alquando dari, ad cogitandum melior ut redeat sibi. (Phed Liv. 3° fab. 4a.).

A fazenda denominada Porto de Santa Rosa foi fundada antes de 1850. Fica à margem direita do Brilhante, 12 léguas abaixo de sua vertente. Seus terrenos são acidentados, fertilíssimos, e tem abundância de águas altas, arroios correntosos, proporcionados para fornecerem regos d'água que poderão tocar grandes máquinas; oferece golpes de vista magníficos, pois dos pontos mais elevados se avistam superfícies de vinte e mais léguas. O caminho mais frequentado é o que vem de Santa Ana do Paranaíba a este ponto e daqui à República do Paraguai. O Brilhante dista 8 léguas do rio Vacaria com o qual vai se juntar mais abaixo e formar o Ivinhema, tributário do Paraná. Seu curso é de 42 léguas mais ou menos, e suas margens assim como a de outros rios são habitadas pelos selvagens das tribos coroados, canjuaz, guarani e canguaz.

A casa de vivenda á ótima: bem construída, espaçosa e ornada de elegantes móveis. Os cômodos são excelentes e tão convenientemente divididos, que quando ocupado por hóspedes, ficam estes inteiramente independentes da família. Há outras casas próprias para mantimentos; um engenho de cana, olaria, tenda de ferreiro e estava em começo uma casa de serraria bem montada. A fazenda é aformoseada por árvores frondosas e circundada de muitas fruteiras, notando-se muito gosto nas partes componentes desta bela morada, devido ao natural, ativo e industrioso de seu proprietário, que entende de tudo um pouco e exerce um pouco de todas as profissões.

S. Exa. Rvma. celebrou e pregou uma vez e deu o Crisma a 60 pessoas, 32 do sexo masculino e 28 do feminino. Eu também celebrei e preguei uma vez e fiz além disso 4 batizados e 2 casamentos.

Na manhã do dia 20, finalmente, a caravana deixa a fazenda Santa Rosa, com destino a fazenda Passatempo, última parada, antes de chegar a Campo Grande, termo de sua primeira visita ao sul do Estado.


FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd, página 172.


16 de setembro

1926 - Nasce em Rio Brilhante, Plinio Barbosa Martins




Filho de Henrique Martins e Adelaide Barbosa Martins, nasce em Entre Rios (atual Rio Brilhante) Plinio Barbosa Martins. Advogado, professor universitário, vereador, prefeito de Campo Grande, deputado federal e Constituinte. Como prefeito (1966/1969) foi o responsável pelo primeiro Plano Diretor de Campo Grande, "obra maciça de treze volumes, feita sob o comando do dr. Henri Macksoud, da Hidroservice, que tantos benefícios nos trouxe. Planejava o desenvolvimento de nossa cidade para as próximas décadas: o aproveitamento do Guariroba como manancial de abastecimento, a criação de um núcleo industrial e o planejamento de nossa expansão urbana, sobretudo a iplantação do mini-anel, depois do macroanel. Estas e muitas outras ações depois aqui executadas (sem que os governantes citassem a fonte de inspiração) contribuíram decisivamente para nosso progresso".
Em 1982, considerado candidato imbatível para o governo do Estado, na primeira eleição direta para o cargo, abriu mão em favor de seu irmão Wilson Barbosa Martins. Faleceu em 5 de outubro de 1998, em São Paulo.

FONTE: João José de Souza Leite, Plínio Barbosa Martins, in Campo Grande: Personalidades Históricas, volume 3, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 99.  


16 de setembro

1927 - Crime monstruoso abala Coxim

"Atirou pelas costas e jogou a sua vítima no fundo do rio Taquari, depois de arrancar-lhe o intestino". Sob este título, o Jornal do Commercio, de Campo Grande, destaca em sua primeira página, notícia de homicídio que causou enorme comoção no município de Coxim e em todo o Estado:

A pacífica população de Coxim foi abalada com a divulgação de um monstruoso crime, ocorrido no seu município, no lugar denominado Varjão.

Do inquérito policial instaurado pelo esforçado delegado de polícia capm. Oscar José da Costa, ficou apurado que no lugar denominado Varjão, foi morto com um tiro pelas costas o fazendeiro João José da Silveira, cujo corpo, depois de distripado, foi arrastado e atirado ao fundo do rio Taquari.

Pelos indícios colhidos foi preso Raimundo Nonato de Sousa, que confessou, perante aquela autoridade ter sido o autor do bárbaro assassinato, mas a mando de Rosalvo Azevedo Mourão, que se acha perseguido pela polícia, isto é, por civis que, na ausência de policiais, estão prestando apoio à autoridade constituída.


FONTE: Jornal do Commercio (Campo Grande), 16/09/1927.



16 de setembro

1930 – Inaugurada linha aérea em Mato Grosso


São iniciadas viagens regulares uma vez por semana entre Cuiabá e Corumbá, pela empresa Condor, que utiliza hidro-aviões. Com efeito, a imprensa cuiabana dava detalhes do evento:

Segundo noticiou nosso colega "O Democrata", estão assentadas entre o Governo do Estado e o representante da Condor Syndicat, as principais bases para o contrato que estabelecerá uma linha regular de navegação aérea, semanal, entre Corumbá e Cuiabá, servida pelo hidroavião "Iguassu" que conduzirá passageiros e malas postais em concordância não só com os trens noturnos da noroeste, como com o serviço aéreo que a referida Companhia pretende estabelecer de Corumbá a S. Paulo.

A principal obrigação assumida pelo Estado é a de garantir sempre, em cada vôo, uma lotação de três passageiros, que pagará à empresa, se ela não os encontrar. 

Embora pareça pesado ao Estado, na situação de aperturas em que vamos vivendo, o auxílio a que se comprometeu, ele se tornará muito reduzido ou nenhum, tão logo se generalize entre nós o uso das viagens aéreas em que o tempo ganho fará esquecer a elevação do preço das passagens.

O Dr. Anibal de Toledo, felicitamos pois, por sua útil e feliz iniciativa.

A Condor constituiu seu representante aqui a conceituada firma Henrique Hesselein & Sergel, a cujo cargo ficaram os negócios referentes à passagens e correspondências, que ela já anunciou em plar afixado em sua casa como hão de ser tratadas.    




FONTEMendonça, Estevão de, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973; página 15 e jornal O Matto-Grosso, Cuiabá, 21 de setembro de 1930.

FOTO: hidroavião em Cuiabá, na década de 30.



16 de setembro 

1962 - Inaugurada em Ponta Porã a maior fábrica de mate solúvel do mundo


         Vista parcial da indústria de mate solúvel. Foto: Diário de Notícias RJ

Foi inaugurada em Ponta Porã, uma indústria de mate solúvel, com capacidade para 420.000 quilos anuais, pertencente à Federação das Cooperativas de Mate Amambai Ltda, que reúne cerca de 1300 associados.¹ (Correio da Manhã 16/9/1962)

A fábrica "foi planejada e construída por engenheiros brasileiros, operários brasileiros e com o capital nacional de uma Federação de Cooperativas de Produtores de Mate. Fica situada no município de Ponta Porã, Mato Grosso, e dentro de mais alguns dias estará produzindo mate solúvel para tender as necessidades do mercado nacional e também para exportação. A fábrica é a concretização do idealismo do dr. Adjalmo Saldanha, organizador e impulsionador das primeiras cooperativas de mate naquele estado e a quem Mato Grosso e o Brasil ficam a dever a implantação, em bases sólidas daquela indústria regional".² 

Cem milhões de cruzeiros foram aplicados no empreendimento, com maquinaria 95% nacional.

À inauguração compareceram inúmeros convidados, entre eles o representante do Instituto Nacional do Mate, Flávio Calazans Vieira. Falaram na cerimônia, Eraldo Saldanha Moreira, presidente da Federação dos Produtores de Mate, Adjalmo Marinho, diretor do INM e o prefeito de Amambai,³ Heron da Rosa Brum.

Matex foi a marca do café solúvel fabricado e distribuído pela empresa.

FONTE: Correio da Manhã (Rio de Janeiro), 16/09/1962); ²Idem, 08/07/1962; ³Diário da Noite (RJ), 20/09/1962)



16 de setembro


1963 - Jango entrega escrituras a colonos e recebe título de cidadão douradense




                         Prefeito Napoleão, presidente Jango e governador Fernando
                         Correa da Costa. Ao fundo senador Rachid Saldanha Derzi

 

Sete meses após ter restituído os poderes de chefe do governo,no plebiscito que derrubou o efêmero parlamentarismo, o presidente "Jango esteve em Dourados para entregar títulos de propriedade de lotes aos colonos da CAND e recebeu deferências explícitas. Nessa ocasião foi agraciado com o título de 'Cidadão Douradense,' concedido pela Câmara de Vereadores. A proposição de concessão do título foi feita pelo vereador Janary Carneiro Santiago,do PTB".

Era presidente da Câmara o vereador Jofre Damasceno que "após as formalidades de praxe, saudou o presidente da República e reiterou votos de confiança no presidente 'afirmando que confiava em seu governo e em especial as (sic) atenções que seriam dispensadas às nossas reivindicações.' O presidente, ao agradecer pelo título recebido, declarou-se compromissado com os douradenses a quem 'de hora em diante, como filho de Dourados, atenderia às justas e precisas reivindicações desta terra que é minha".


Atenta historiadora constata que a visita presidencial "foi cuidadosamente programada, tanto por vereadores quanto pelo prefeito (Napoleão Francisco de Souza, do PTB), que recepcionou Jango em sua própria casa. O presidente foi recebido por políticos de todos os matizes com grande festa e participou de desfile pelas ruas da cidade e comício em praça pública".


Dessa viagem ao Estado, a imprensa nacional destacou o discurso do presidente Jango em Vila Brasil (atual Fátima do Sul)


Ultima Hora (Rio) 17 de setembro de 1963



FONTE E FOTO: Suzana Arakaki, Dourados:memórias e representações de 1964, Editora UEMS, Dourados,2008, página 49. 




16 de setembro

1974 - Governo admite divisão de Mato Grosso em dois estados




O ministro Rangel Reis, do governo do general Ernesto Geisel, admitiu pela primeira vez a disposição do governo federal em dividir o Estado de Mato Grosso em duas unidades. A notícia ganha a primeira página de todos os jornais do país:

- As acentuadas diferenças entre as regiões Norte e Sul de Mato Grosso são a razão fundamental da decisão do governo federal para dividir o Estado em dois, baseando os seus estudos na Lei Complementar n° 20, afirmou ontem o ministro do Interior, sr. Rangel Reis.

Em Cuiabá, porém, o futuro governador do Estado, deputado Garcia Neto, disse em seu primeiro discurso pela televisão, que esteve em Brasilia, com o ministro Golbery do Couto e Silva, recebendo dele a orientação para elaborar seu plano de governo "para todo Mato Grosso". Acrescentou que o chefe da Casa Civil da Presidência da República disse "nada haver de concreto sobre a redivisão".

ÚNICA DIVISÃO - Segundo o ministro do Interior, os problemas atuais de Mato Grosso dão a esse Estado prioridade a curto prazo para a redivisão que é única no momento em estudo pelo governo federal, embora a lei complementar n° 20 - que originou a fusão Guanabara-Estado do Rio - ofereça possibilidades para a divisão de outros Estados.

Em Cuiabá, o sr. Garcia Neto acusou ainda a oposição de procurar discutir o assunto da redivisão "nunca clima passional" e destacou que, conforme soube, não serão criados os territórios de Aripuanã e Xingu, "como sugeriram os técnicos do Ministério do Planejamento

FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 17 de setembro de 1974.


 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

24 de setembro

24 de setembro

 
1801 – Suspenso ataque a Coimbra



Tentando tomar a fortificação portuguesa em constantes ataques desde o dia 16 de setembro, o governador espanhol do Paraguai, d. Lázaro de Ribera, ante a brava resistência de Ricardo Franco, apesar da superioridade numérica de suas forças, surpreendentemente desiste de sua missão:

No dia 24, às 3 horas da tarde recomeçou o inimigo o bombardeio com a artilharia das três sumacas e manteve o fogo até às ave-marias. Como se colocaram longe do alcance dos canhões brasileiros, o forte não respondeu ao fogo.


Pelas nove horas da noite, informa Ricardo Franco, o inimigo ‘tocou a retreta, com a sua música de oboé e zabumba’, e do forte responderam os defensores com ‘dois tambores, rebeca e flauta.’


A seguir as embarcações espanholas começaram a descer o rio, ante o olhar atônito da guarnição, que mal podia acreditar no que via: a poderosa frota, com força suficiente para esmagar a diminuta resistência, batia em retirada.
Fato notável foi que em todo o tempo que durou o assédio, durante o qual houve sete dias de intenso bombardeio e três recontros, não sofreu a guarnição nenhuma baixa. Apenas um defensor foi ferido levemente na cabeça por um estilhaço de pedra.


Os espanhóis, em contrapartida, tiveram vinte perdas entre mortos e feridos.
A vitória dos defensores de Coimbra causou o maior entusiasmo em toda capitania, no resto do Brasil e em Portugal.
O governador Caetano Pinto premiou com promoções e oitavas de ouro os soldados que mais se distinguiram.


A Coroa promoveu Ricardo Franco a coronel e concedeu-lhe o hábito de S. Bento de Avis ‘com 300$000 rs de Tença nas comendas vagas.


FONTE: Carlos Francisco de Moura, O forte Coimbra, Editora UEMT,Cuiabá,1975,  página 51.



 24 de setembro


1896 – Generoso Ponce em Nioaque







Senador e deputado estadual, Generoso Ponce, chefe republicano de Mato Grosso nestes primeiros anos da República, visita Nioaque, liderando comissão oficial de apoio ao seu partidário Jango Mascarenhas, que acabara de derrotar em luta armada seus adversários do partido autonomista:

“A atividade de Ponce é incessante. Chega a Cuiabá em fins de julho e já nos primeiros dias de agosto segue para Nioac. Na longínqua localidade do sul, duas parcialidades em desarmonia estão a pique de conflagrar a região, tão remota na época, por falta de transporte. Antônio Fernandes Trigo de Loureiro, há pouco nomeado chefe de polícia, segue com ele. Todos pensam que só a alta autoridade do chefe supremo do partido e sua habilidade, conseguiriam pacificação".


Consagra o ‘Republicano’ de 24 de setembro de 96, o êxito da missão que durara mês e meio:

De volta da vila de Nioac, para onde partiram a 12 do mês pp. com o fim de com seu incontestável prestígio pacificar aquela remota região de nosso Estado, profundamente convulsionada por um movimento sedicioso, acha-se o eminente chefe político Generoso Ponce, que mais uma vez patenteou de maneira eloqüente e expressiva o acrisolado amor que consagra à sua terra natal, prestando-lhe na emergência atual e com sacrifício até de sua própria saúde, um relevantissimo serviço, cuja memória permanecerá imperecível na gratidão de seus coestaduanos’. 


FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952; página 139


24 de setembro


1915 – Lei garante monopólio da Mate Larangeira

Através da resolução 725, sancionada pelo presidente Caetano Albuquerque, a Empresa Laranjeira, Mendes & Cia, garante a renovação de seu contrato de arrendamento dos ervais do sul de Mato Grosso, até 1926. O contrato seria assinado a 19 de maio de 1916. 

FONTE: Gilmar Arruda, Círculo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986; página 287


sexta-feira, 12 de julho de 2013

12 de setembro


12 de setembro

1864 - Receita ameaça execução fiscal de escravocratas inadimplentes

Em edital publicado em jornais da capital, a Inspetoria da Fazenda, ameaça executar a dívida da taxa de escravos aos inadimplentes do exercício fiscal anterior:

"De ordem do Ilm° Senr. inspetor desta Tesouraria convido aos senhores colectados da cidade de Poconé que no exercício de 1861-1863 deixaram de pagar na coletoria geral do lugar o imposto de taxa dos escravos, para que hajam de por si ou por seus procuradores satisfazer a boca do cofre nesta repartição as importâncias de seus débitos no prazo de trinta dias a contar desta data; sendo que, se não o fizerem, serão as suas contas remetidas ao juízo competente para promover executivamente a cobranças delas.

Primeira Secção da Tesouraria da Fazenda de Mato Grosso em Cuiabá, 12 de setembro de 1864. O chefe interino, José Estevão Correa".


FONTE: A Imprensa de Cuyabá, 13 de setembro de 1864.





12 de setembro


1883 - Índios Coroados atacam fazendas em Coxim






Índios da tribo Coroados em ataque a moradores da margem esquerda do rio Taquari, em Bom Jardim, no distrito de São José de Herculânia (Coxim) "fizeram 12 vítimas e roubaram tudo quanto acharam", colocando em pânico "todos os moradores daquela circunferência" e obrigando a retirada de todos, abandonando suas propriedades e pertences. A denúncia consta de um apelo às autoridades, publicado em jornal de Corumbá, implorando o restabelecimento da ordem na região:

"Os índios da tribo - Coroados - que no Taquari, à margem esquerda fizeram 12 vítimas e roubaram tudo quanto acharam, fato que deu lugar a que todos os moradores daquela circunferência se retirassem abandonando tudo quanto tinham, assaltaram minha casa às 10 horas do dia 6 do corrente, deixando-me a dura provação de ver flechados um casal de escravos, de cujos ferimentos está à morte um deles.

Antes de darem este assalto haviam surpreendido e assassinado a mulher de um meu agregado a qual fora encontrada com a cabeça espedaçada por uma mão de pilão - de que se serviram, e junto ao cadáver encontrou-se ensanguentada.

As criações que no meu terreiro estavam, ficaram todas feridas de flechas e algumas mortas.

Como é de todos sabido os vândalos rapinas - com suas correrias, plantaram nesta zona um geral horror e completo desânimo de modo que, está quase de todo cortado o trânsito da estrada em que os habitantes deste sertão, do Goiás e parte do de Minas, comerciam na povoação de S. José de Herculânia. E, se imediatos socorros não vierem a impedir a audácia destes índios, seremos todos suplantados pela miséria e inúmeros serão os prejuízos a lamentar-se no comércio deste distrito e não menos no de Corumbá.

O comandante do destacamento de Boa Vista, o sr. alferes Cipriano Alcides, a quem recorri temendo ser novamente agredido, mandou postar dois soldados em minha fazenda e outros dois na do sr. Leandro Borges, 5 léguas de minha residência, observando-me apenas, que tão logo acalmassem as hostilidades dos índios, tornassem os soldados ao destacamento, visto como se tomou a si o expediente de dar-me auxílio, foi pelo sentimento da piedade que o domina e não porque as autoridades, seus superiores, a isso instruissem, por isso que aconselhava-me a retirar quanto antes, afim de que seus soldados não demorassem fora do destacamento que, com as poucas praças que ali se compõe, podia ser também pelos índios atacado, e ele tinha então, necessidade de defender o quartel a mais pertences nacionais ou morrer sobre eles, com todos os soldados sob seu comando.

Dei razão ao dito sr. alferes; mas sr. redator em tais circunstâncias entre audazes e tiranos selvagens, sem poder com tranquilidade, cuidar de minha família objeto para cuja mantença me sacrifiquei a ocupar um pedaço de terra em que resido e onde tenho empregado não mesquinho capital, porém, sim de alguma importância, como devo estar e o que farei? onde trabalhar quando os terrenos estão de difícil aquisição e a quem pedir recursos em tão precária situação?

Providências a serem por mim tomadas, é a resignação de retirar-me de minha fazenda, sem esperança de jamais haver aquilo que com sacrifícios enormes pude adquirir em seis anos de assíduo labor.

Providências hão de sobejo; mas, para pedi-las o fraco som de minha voz, não alcança onde elas estão, e V. S. advogado da santa causa dos malaventurados e esclarecido como é, com a sublimidade de sua clara linguagem, com o robusto eco de seu conceituado jornal, do alto de sua tribuna tipográfica e traduzindo os sentimentos que nesta quadra de mim se apoderam e das mais vítimas minhas companheiras de sacrifícios, proclamará ao vivo ao administrador da província, os fatos supra narrados; e, então, far-me-á o favor, lhe rogo, pedir-lhe uma medida no sentido de afugentar esses índios, afim de que possamos tranquilos seguir a marcha de nossos trabalhos como outrora.

Convencido de que V.S. não se negará a este favor, desde já antecipo os meus agradecimentos e sou

De V. S.

Admirador am.°

Distrito de S.José de Herculânia no Bom Jardim, 12 de setembro de 1883.

José Venâncio Naves".


FONTE: jornal O Iniciador (Corumbá), 1° de novembro de 1883.


FOTO: reprodução meramente ilustrativa.




12 de setembro
   
1893 – Morre o marechal Porto Carreiro

Falece ao 74 anos no Rio de Janeiro, Hermenegildo de Albuquerque Porto Carreiro, o barão do Forte de Coimbra. Nascido em Recife, Pernambuco em 1818. No exército brasileiro chegou a marechal. Era o comandante do forte de Coimbra em 27 dezembro de 1864, por ocasião da ocupação paraguaia e coordenou a fuga  para evitar combate desigual com a armada paraguaia. A frota inimiga, capitaneada pelo Igurey, era formada por 5 vapores e 5 grandes embarcações a reboque, e totalizava 39 canhões de bordo. A reboque também balsas-curral com gado para o abastecimento da tropa e cavalos. As tropas de combate formavam 4 batalhões, num total de 3.200 homens. Traziam também 12 peças de campanha. A artilharia brasileira,por sua vez, era constituída de 31 canhões velhos, dos quais apenas 11 estavam em condições de atirar, mas com o número de artilheiros era insuficiente, somente 5 podiam atirar.




FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, sentinela avançada da fronteira, Edições UFMT, Cuiabá, 1974, página 60.



12 de setembro

1934 – Nasce em São Paulo, Rubens Gil de Camilo





Nasce em São Paulo, Rubens Gil de Camilo. Mudou-se para Campo Grande aos 5 anos de idade. Fez o primário no Colégio Dom Bosco, o ginasial no Joaquim Murtinho. Aos 16 anos entrou para a Aeronáutica. Com 17 anos prestou exame para a Marinha em Corumbá. Aos 18, em 1951 muda-se para São Paulo, onde cursou arquitetura na Universidade Mackenzie, formando-se em 1960. Retorna a Campo Grande onde se dedica à profissão. Seus projetos mais conhecidos são o Palácio Popular da Cultura no Parque dos Poderes e a sede da Federação das Indústrias, na avenida Afonso Pena.
Faleceu tragicamente durante uma pescaria em agosto de 2000. Em sua homenagem o governo do Estado deu o seu nome ao Centro Popular de Cultura, seu mais conhecido projeto.

FONTE: Ângelo Marcos Vieira de Arruda, Pioneiros da Arquitetura e da Construção em Campo Grande, Uniderp, Campo Grande, 2002; página 323.


12 de setembro

1976 - Sequestro e morte de Lúdio Coelho Filho, o Ludinho




Sequestrado e morto em Campo Grande, o jovem Lúdio Martins Coelho, o Ludinho, filho do empresário e político Lúdio Martins Coelho. O crime, por envolver uma das mais tradicionais famílias de Mato Grosso, e, principalmente, por ser um dos primeiros no gênero no Brasil, teve enorme repercussão, desde o rapto da vítima até a prisão dos suspeitos e condenação de seus autores.

As primeiras notícias davam conta de que com "um tiro na testa, uma mulher encontrou ontem, num terreno baldio no centro de Campo Grande, o corpo do estudante Lúdio Martins Coelho Filho, sobrinho do senador Italívio Coelho (Arena-MT) e filho do banqueiro e pecuarista Lúdio Martins Coelho. O rapaz havia sido sequestradosexta-feira e seu carro, deixado em frente à residência da família, foi encontrado um bilhete exigindo resgate de Cr$ 6 milhões".

O mesmo noticiário dava conta que "um forte esquema de segurança o corpo de Ludinho, que permaneceu intocável até a noite, quando a Polícia Técnica de São Paulo - vinda em jato fretado - o examinou. O delegado Fleury comanda as investigações. O sequestro era mantido em rigoroso sigilo até ontem às 15.45 quando o corpo foi encontrado. O tiro teria sido disparado na manhã de ontem (dia 10), segundp a polícia."

OS AUTORES - Com o auxílio da polícia do Estado, o delegado Luis Antonio Fleury, do DOPS de São Paulo, comandou as investigações e chegou aos suspeitos, graças à delação do cabo Luiz Targino, que soube do fato, através de um de seus autores, o tenente Aramis.

Os tenentes da PM de Mato Grosso, Aramis Ramos Pedrosa e João Louzada, e João Leozar Machado, presos dez dias depois, confessaram a autoria do crime. Aramis assumiu a autoria intelectual da trama e dos dois disparos que mataram Ludinho. No depoimento, acrescentou que o objetivo do sequestro era apenas o dinheiro, salientando que de qualquer forma o jovem seria morto, pois conhecia bem os sequestradores e os denunciaria.

Foram condenadas, além de Aramis e Machado. a amante deste, Josélia Rosa da Costa e a esposa daquele, Iolanda Grizahay Ramos.

O crime foi celebrizado pela música sertaneja "Lágriimas que choram", da dupla Milionário e José Rico.

FONTE: Jornal do Brasil (RJ) 11 de setembro de 1976.

FOTO: Correio Braziliense, Brasilia, DF.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

18 de setembro

18 de setembro


18 de setembro


1728 - Fundação de Diamantino


Rua de Diamantino em foto de 1968

Em 18 de setembro de 1728, poucos anos depois da fundação de Cuiabá, começou a movimentação para formação do núcleo que deu origem ao atual município de Diamantino. Gabriel Antunes Maciel escreveu à Câmara de Cuiabá, dando notícias da descoberta do ouro.Inicialmente, o local era denominado de Arraial do Ouro, nome dado ao córrego onde o metal havia sido encontrado. Posteriormente, o lugar passou a chamar-se Félix, certamente o nome de um garimpeiro pioneiro na região.

Pouco tempo depois, os garimpeiros encontraram pedras diamantíferas, cuja extração era privativa da Coroa Portuguesa. Tal achado fez com que o governo fechasse todos os garimpos da região. Mas a mineração clandestina continuou. Foi criado o Destacamento Diamantino do Paraguai, para inibir o garimpo ilegal, o qual assegurou a fixação do povoado de Diamantino.

No dia 9 de agosto de 1811, a Resolução Régia criou a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Alto Paraguai Diamantino. O nome Paraguai, incluso na denominação, vinha de um erro geográfico dos bandeirantes, que julgavam se encontrar estabelecidos nas cabeceiras do rio Paraguai, quando o rio Diamantino é apenas um afluente desse rio.

Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Alto Paraguai Diamantino, por resolução régia de 09-08-1811, subordinado ao município de Cuiabá.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Alto Paraguai Diamantino, por alvará de 23-11-1820, desmembrado de Cuiabá. Constituído do distrito sede.

Suprimida por lei estadual nº 282, de 06-04-1901 com a denominação de Diamantino.

Restaurada pela lei nº 452, de 04-08-1906, reinstalada em 03-12-1906.

Elevada à categoria de cidade, por lei estadual nº 772, de 16-07-1918.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.

Pelo decreto-lei estadual nº 208, de 26-10-1938 é criado o distrito de Pontezinha e anexado ao município de Diamantino.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Pontezinha.

Pelo decreto-lei estadual nº 545, de 31-12-1943, é criado o distrito de Utiariti e anexado ao município de Diamantino, o mesmo decreto extinguiu o distrito de Pontezinha, transferindo o seu território para o município de Rosário Central.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Utiariti.

Pela lei estadual nº 193, de 17-11-1948 é criado o distrito de Alto Paraguai (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: Diamantino, Alto Paraguai e Utiariti.

Pela lei estadual nº 709, de 16-12-1953, desmembra do município de Diamantino o distrito de Alto Paraguai. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Utiariti.

Pela lei estadual nº 3784, de 04-06-1976 é criado o distrito de São José do Rio Claro e anexado ao município de Diamantino.

Pela divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 distritos: Diamantino, São José do Rio Claro e Utiariti.

Pela lei estadual nº 4239, de 04-11-1980, é criado o distrito de Brasnorte e anexado ao município de Diamantino.

Pela lei estadual nº 4405, de 26-11-1981, é criado o distrito de Nova Mutum (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.

Pela lei estadual nº 4407, de 30-11-1981, é criado o distrito de Tapurah (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 6 distritos: Diamantino, Brasnorte, Nova Mutum, Tapurah, Utiariti e São José do Rio Claro.

Pela lei estadual nº 4948, de 16-12-1985, é criado o distrito de Lucas do Rio Verde e anexado ao município de Diamantino.

Pela lei estadual nº 5047, de 05-09-1986, desmembra do município de Diamantino o distrito de Brasnorte. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 5318, de 04-07-1988, é extinto o distrito de Utiariti, sendo sua área anexada ao novo município de Campo Novo do Parecis.

Pela lei estadual nº 4161, de 20-12-1979 desmembra do município de Diamantino o distrito de São José do Rio Claro. Elevado à categoria de município com a denominação de Rio Claro.

Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988, o município é constituído de 4 distritos: Diamantino, Brasnorte, Nova Mutum e Tapurah.

Pela lei estadual nº 5315, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Campo Novo do Parecis. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 5316, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Tapurah. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 5318, de 04-07-1988, desmembra de Diamantino o distrito de Lucas do Rio Verde. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 5321, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Nova Mutum. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.

Alteração toponímica municipal

Alto Paraguai Diamantino para Diamantino, alterado pela lei nº 452, de 04-08-1906.

FONTE: IBGE.

18 de setembro
 
1801Recrudesce ataque ao forte de Coimbra  


Ricardo Franco, o comandante do forte


Iniciado no dia anterior, 17 de setembro de 1801, pelas tropas espanholas, comandadas por dom Lázaro de Ribera os combates para tomada da fortificação portuguesa de Forte Coimbra tornam-se mais vigorosos:

...pelas oito horas da manhã, d. Lázaro de Ribera enviou um emissário com a seguinte intimação:


‘Ayer a la tarde, tube el honor de contestar el fuego que V. S. me hizo; y habiendo reconocido que la fuerzas conque voy inmediatamente atacar ese fuerte son muy superiores a las de V. S. no puedo menos de vaticinarle el ultimo infortunio; pero, como los vassalos de S. M. Católica saven respetar lãs leys de la humanidad, aun em medio de lãs misma guerra, requiero, portanto, a V.S. se rinda a las armas de Rey mi Amo, pués de lo contrario, el canõn y la espada decidirán de la suerte de Coimbra, sufriendo su desgraciada guarnicion todas las extremidades de la guerra, de cuyos estragos e verá libre si V. S. conviene com mi propuesta, contestandome categoricamente esta em el termino de una hora.


A bordo de la Sumaca Nuestra Señora del Carmen, 17 de setembro de 1801.

Ricardo Franco, o comandante do forte responde ao governador espanhol:

Tenho a honra de responder categoricamente a V. Exa. que a desigualdade de forças foi sempre um estímulo que muito animou os portugueses, por isso mesmo a não desampararem seus postos e defendê-los até as duas extremidades ou de repelir o inimigo ou de sepultar-se debaixo das ruínas dos fortes que lhes confiaram; nesta resolução estão todos os defensores deste presídio, que tem a distinta honra de ver em frente a excelsa pessoa de V. Exa.
Coimbra, 17 de setembro de 1801.


Ilmo. e Exmo. Sr. D. Lázaro de Ribeira.
 
Esta resposta respeitosamente corajosa “atiçou a ira do comandante espanhol que ordenou mais violento bombardeio que no dia anterior.


Nos quatro dias seguintes continuou a bater o forte de dia e de noite.
Como a nossa artilharia não alcançava as sumacas, os espanhóis as manobravam rio acima e rio abaixo, provocando e vaiando os defensores do forte.


Tão esmagadora era a superioridade do inimigo que houve espíritos timoratos que chegaram a descrer da vitória. O patriotismo e o valor militar de Ricardo Franco, entretanto, sobrepuseram-se a essas fraquezas humanas.


No dia 18, enquanto as sumacas faziam violento fogo contra as muralhas, os espanhóis tentaram um desembarque em canoas ligeiras mas foram repelidos com 7 perdas”.

Os ataques sem nenhuma trégua duraram até a noite do dia 24 seguinte.


FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, Editora UFMT, Cuiabá,1975,página 47


 

1916Gomes vence combate de Água Amarela

O major Gomes, comandando uma força rebelde contra o governo do general Caetano de Albuquerque vence a primeira batalha com o chefe legalista do Sul, coronel Joselito, genro de Pedro Celestino, o principal aliado político do governo:


“O comandante do Regimento Misto, Antonio Gomes, mandou uma patrulha avançada, sob as ordens do tenente Rodrigo Peixoto, que tinha como auxiliar o famoso sargento João Coco, sondar o inimigo. Por sua vez, Zelito fez a mesma coisa, em sentido contrário. O encontro ocorreu no Barro Preto.
Gomes, avisado, manobra rapidamente seus homens, instalando-se junto ao córrego Água Amarela, em local extremamente propício na escarpa dos morros, de tal sorte que a entrada do acampamento era exclusivamente pela Ponte Hu (Ponte Preta). Aí permaneceu em silêncio.
Os legalistas, como disse contavam com uma força heterogênea e armas improvisadas, até facas amarradas em varas compridas, à guisa de lanças. Ostentavam, todavia, indiscutível superioridade numérica, cerca de mil homens contra quatrocentos e não setecentos, como Gomes blazonava. (...)
Ao ultrapassar a Ponte Hu, prosseguiu, vale adentro, sem pressentir que o declive dos morros estava apinhado de soldados inimigos. Na medida em que avançava pela angastura, os rebeldes recuavam pelos flancos, facilitando a penetração. Uma autêntica ratoeira.
Dois pelotões de Gomes contornaram os morros para bloquear a única saída. Quando veio o fogo cerrado, houve inúmeras baixas no regimento invasor. Os homens procuravam em pânico, o caminho de volta pelo desfiladeiro. Seriam todos destruídos não fora a ação de Vicente Jacques, homem bravo, destemido, que resistiu tenazmente ao arremesso inimigo, cobrindo estrategicamente a retirada das tropas governistas. Estas acabaram duramente batidas pelos experimentados guerreiros do major Gomes que, entretanto, registrou algumas baixas, sendo ferido o coronel Ladislau Lima e morrendo, entre outros o destemeroso corneteiro do regimento, abatido no instante em que, numa proeminência do terreno, expondo-se ao perigo, tocava AVANÇAR. No local uma cruz assinala sua bravura, bem junto a uma vetusta bocaiuveira, nascida logo depois, como marco inconteste de homenagem da natureza ao homem valente.
A batalha que começara as oito horas da manhã do dia 18 de setembro de 1916 terminou por volta das treze horas. Como saldo negativo da operação é de assinalar-se a morte do capitão Pantaleão de Brum, irmão de Sérgio, e de um sem número de soldados, além de uma legião de feridos, entre eles o tenente Jacques da Luz, sendo que alguns, com muita dificuldade, conseguiram sair do local. Outros ficaram prisioneiros.”
 


Os rebeldes seriam batidos no dia 4 de fevereiro de 1917 no combate de Barro Preto, nas proximidades de Miranda. 


FONTE: 34 - Paulo Coelho Machado, A rua velha, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande,1990. Página  60

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...