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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

16 de fevereiro

16 de fevereiro

1877 - Escravos matam senhor e capataz de fazenda em Corumbá




Revoltados com o dono e seu capataz, escravos matam os dois, saqueiam a fazenda e fogem. A notícia teve repercussão nacional:

"A 16 do corrente foram assassinados no porto do Chané, a algums léguas desta vila, o fazendeiro Firmiano Firmino Ferreira Cândido e um seu empregado (supomos que administrado) por nome João Pedro.

Segundo vemos de uma carta particular, escrita desse ponto por um genro do primeiro a um dos habitantes desta vila, os homicídios foram perpetrados por escravos do próprio Firmiano, os quais, depois de o assassinarem  e ao referido João Pedro, saquearam da fazenda o que puderam, tendo antes exigido as chaves das canastras existentes em casa, e retiraram-se, montados e bem armados, em número de vinte, inclusive alguns crioulinhos e dois ou três camaradas.

O assassinos, para dificultarem a ação da justiça, levaram consigo todo o armamento e animais que havia na fazenda e inutilizaram a machado três canoas, em que só os podia perseguir.

Logo que se teve aqui notícia de tão tristes acontecimentos, o Sr. Dr. juiz municipal, com alguma força seguiu para o teatro deles, a fim de tomar as devidas providências"¹.

Presos, dois escravos foram condenados à morte, e tiveram a pena capital comutada em galés perpétuas, por decreto do imperador D. Pedro II, de 15 de abril de 1881, nos termos da seguinte comunicação, do governo da província:

"Ao dr. juiz de direito da comarca de Santa Cruz de Corumbá. - Transmito a v. s. para a devida execução, cópia do decreto de 15 de abril último, pelo qual sua majestade o imperador houve por bem comutar em galés perpétuas a pena de morte a que foram condenados por esse juízo, em 29 de março de 1879, os réus escravos José e Benedito por crime de homicídio, mencionados na relação também junta por cópia".² 

FONTE: ¹Gazeta de Notícias (RJ), 1º de março 1878, ²A Província de Matto-Grosso (Cuiabá), 17-07-1881.

FOTO: Fac-simile do jornal Gazeta de Notícias.
 


16 de fevereiro

1888 - Nasce no Rio, José Jaime Ferreira de Vasconcelos





Nasce no Rio de Janeiro, José Jaime Ferreira de Vasconcelos. Advogado pela antiga Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro; farmacêutico pela Faculdade de Odontologia e Farmácia de Campo Grande, jornalista, fundador e diretor do Jornal do Comércio de Campo Grande.

Foi promotor de justiça, inspetor federal do ensino, auditor de guerra, deputado estadual por diversos mandatos, procurador geral do Estado, chefe de polícia, consultor geral do Estado, presidente do Conselho Administrativo do Estado, representante de Mato Grosso na Comissão de Planejamento da Valorização Econômica da Amazônia. Ocupou a cadeira 35 da Academia Mato-grossense de Letras. 



FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico de Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 157.


FOTO: Jornal do Comercio, Campo Grande



16 de fevereiro

1943 - Criado o Serviço Nacional da Bacia do Prata



Pela lei nº 5252, 16 de fevereiro de 1943 é criado o Serviço Nacional da Bacia do Prata (SNBP), entidade autárquica, em seguida transformada em sociedade anônima, com sede em Corumbá. Subordinado ao Ministério de Viação e Obras Públicas e à Comissão de Marinha Mercante, o SNBP incorporou o acervo do Lloyd Brasileiro.

"Apesar de ter enfrentado muitas dificuldades financeiras - constata Augusto César Proença - e de ter tido a necessidade de receber do governo subvenções, para poder se manter e continuar atuando na hidrovia, a empresa estatal trouxe inúmeros benefícios para Corumbá e para a região pantaneira," a saber:

Para Corumbá, quando transportava o minério de ferro e o manganês, e ainda cimento da Companhia de Cimento Portland Itaú. Para a pecuária pantaneira, quando utilizava os seus "boieiros" transportando gado em época de grandes enchentes, ou no desembarque ferroviário para os frigoríficos de Campo Grande e São Paulo, em conjugação com o terminal de Ladário. Cada "boieiro" transportava 300 reses em pé e possuía, a bordo, chuveiros para banhos de carrapaticidas ou de outra natureza.

O SNBP prestou também relevantes serviços à região agrícola de Cáceres, ao transportar cereais com fretes bem mais em conta que o cobrado por caminhões através de estradas de rodagem.

Durante o tempo em que atuou na hidrovia Paraguai-Paraná, aproximadamente 50 anos, adquiriu várias embarcações modernas, como a Guarapuava e a Guairicá,construídas na Holanda, além de rebocadores, barcaças tipo C, chatas M1 e N2, como também chatas N  e chatas petroleiras.

Prestou serviços à Flota Del Estado Argentino no transporte de minérios e à Comissão Mista Brasil-Bolívia, transportando trilhos e material ferroviário de Montevidéu a Corumbá.

Em 1992 o SNBP foi privatizado passando ao controle da Companhia Interamericana de Navegação e Comércio (CINCO).

FONTE: Augusto César Proença, Corumbá de todas as graças, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande,sd., página 51.


16 de fevereiro

1949 - Morre Nicolau Fragelli


Anúncio publicado em 1914

Com 64 anos, faleceu em Campo Grande, o médico Nicolau Fragelli. Filho de Corumbá, formou-se em Medicina em Porto Alegre e fez curso de especialização em Paris. Entrou na política em 1918, elegendo-se deputado estadual. Em pleno mandato é nomeado pelo presidente dom Aquino Correa para intendente geral de Corumbá, diante de uma crise política local. “No exercício desse cargo teve Fragelli oportunidade de por à prova o seu espírito de serenidade e de conciliação, fazendo voltar a paz e tranquilidade àquela próspera comuna”, conforme Nilo Póvoas.

Em 1930, com a revolução, perde seu mandato de deputado estadual e volta à medicina, ao magistério e ao jornalismo. Em 1934, elege-se deputado estadual constituinte pelo Partido Evolucionista. Com o golpe getulista de 10 de novembro de 1937, voltou ao ostracismo, para retornar à atividade em 1945, ingressando na UDN e elegendo-se suplente de senador. Foi por longo tempo diretor do jornal O Progressista de Campo Grande e membro da Academia Mato-grossense de Letras.


Seu herdeiro político foi o filho José Fragelli, que chegou ao governo do Estado, nomeado pela ditadura militar de 1964 e ao Senado, do qual foi presidente de 1985 a 1987.



FONTE: Nilo Póvoas, Galeria dos varões ilustres de Mato Grosso, vol 2, Fundação de Cultura, Cuiabá,  página 131.



16 de fevereiro


1950 - Criada a paróquia de São Francisco, em Campo Grande







Dom Orlando Chaves, bispo de Corumbá, decide criar a paróquia de São Francisco e nessa data “reuniu todos os párocos de Campo Grande para tratar do assunto e realizar com os mesmos uma visita ao Cascudo para determinar os limites da nova paróquia. Ela devia abranger uma parte da cidade num raio de 2 km ao redor da igreja matriz. Além disso, todo o sertão, incluindo o distrito de Terenos e toda a região do município de Campo Grande para o sul, até os limites com as paróquias de Rio Brilhante e Maracaju. A paróquia teria uma superfície de uns 11.150 km2 com 14.000 habitantes, dos quais uns 2.000 no bairro e 12.000 no resto do território.” 

"Na época - lembra frei Pedro Knob - instalou-se uma igreja provisória, num salão alugado e já existiam as capelas de Terenos e Sidrolândia. Também a paróquia de Coxim foi anexada à nova paróquia e ficou sob os cuidados dos franciscanos. Já no dia 21 de maio, o bispo de Corumbá entregou oralmente ao frei Eucário Schmith, qur tomou posse no dia 8 de dezembro de 1950. A igreja matriz provisória,após um trabalho de reforma no salão e construção dos altares foi inaugurada no dia 25 de janeiro de 1951".


FONTE: Frei Pedro Knob, A missão franciscana de Mato Grosso, Edições Loyola, S. Paulo, 1988, página 347




16 de fevereiro

1963 - Inaugurado o serviço de telefonia interurbana Mato Grosso - São Paulo

Jornalistas Adelino Praeiro, Valmor Aguiar e Juber Felix entrevistam
Humbeto Neder, presidente da Teleoste

É oficialmente entregue a telefonia interurbana entre Campo Grande e São Paulo. Humberto Neder, presidente da Teleoeste, empresa campograndense responsável pelo serviço lembra a data:

Na inauguração do sistema interurbano veio o Governador do estado de Mato Grosso e também o ministro da Saúde, Wilson Fadul, representando o presidente João Goulart, e veio o prefeito de São Paulo, Prestes Maia, acompanhado de uma grande comitiva de pessoas interessadas e amigos em voo fretado por nós para assistir a inauguração desse serviço tão importante, que recebi uma mensagem até do Assis Chateaubriand, me felicitando por isso.

A revista Cruzeiro, a mais importante publicação mensal do Brasil à época, deu destaque ao evento:

Os 600 mil habitantes da região de Campo Grande, no Sul de Mato Grosso, que até o mês passado, viviam praticamente isolados do resto do país, já podem falar com qualquer parte do mundo, por telefone. A inauguração do sistema interurbano da Companhia Telefônica Oeste do Brasil (Teleoeste) através do empreendimento do Senador mato-grossense Humberto Neder vai permitir, daqui para a frente, maior desenvolvimento da região, que era rica mas incomunicável.

O trabalho do Senador Humberto Neder, que é, também, diretor da Teleoeste, consistiu em chegar à fórmula mais barata de levar fios telefônicos aos mato-grossenses e, em seguida, conseguir os meios e o apoio oficial para a iniciativa. A colaboração da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, do Governo Federal e da Ericson do Brasil (Fabricantes de materiais telefônicos) permitiu a inauguração do sistema Campo Grande - Bauru - São Paulo. - Revista o Cruzeiro, n° 26, página 102, 1963.


O serviço chegaria em Cuiabá somente em 30 de abril de 1967.
FONTE: Cláudio Vilas Boas Soares, Humberto Neder, o pioneiro das telecomunicações, FCMS, Campo Grande, 2010, página 92.




16 de fevereiro


1992 - Morre o ex-presidente Jânio Quadros


Nascido em Campo Grande em 25 de janeiro de 1917, morre em São Paulo, no dia 16 de fevereiro de 1992, o ex-presidente Jânio Quadros.





Na edição que anunciou a morte do ex-presidente, em editorial, o jornal Folha de S. Paulo sintetiza sua trajetória:

Estilo carismático marcou sua carreira

Cabelo desalinhados e caspa nos ombros foram alguns símbolos cultivados por Jânio em sua vida pública
Da Redação

Jânio costumava aparecer em público com os sapatos trocados. Nos palanques das campanhas eleitorais levava uma vassoura, com a qual iria "varrer" a corrupção do país. Esse símbolo o acompanhou durante toda sua carreira política.
Entre os discursos de campanha, comia sanduíches de mortadela e pão com banana, numa tentativa de identificar sua imagem com o eleitorado mais pobre.
Jânio procurou sempre se diferenciar dos outros políticos. Vestia roupas surradas, usava cabelos compridos, deixava a barba por fazer, os ombros cheios de caspa e exibia caretas ao fotógrafos.
Sua sintaxe era um caso à parte. Em seus discursos, procurou sempre utilizar um vocabulário apurado, recheado por frases de efeito. É um enigma saber como conseguia se comunicar de forma eficiente com seus eleitores, a maioria sem instrução escolar.
Chefe do Executivo, fosse municipal, estadual ou federal, o autoritarismo e o carisma foram seus traços característicos. Seus bilhetinhos, com ordens a subordinados, se tornaram célebres.
Segundo seus adversários, Jânio sempre demonstrou desprezo pelos partidos e pelo Poder Legislativo. Ao longo de sua carreira trocou de legenda sucessivamente.
Essas demonstrações de força aumentaram sua popularidade junto a diversos segmentos do eleitorado. Jânio parecia diferente dos outros políticos.
Eleito pela segunda vez prefeito de São Paulo, em 1985, seu primeiro ato ao tomar posse, em 1° de janeiro de 86, foi desinfetar a cadeira de seu gabinete. Alguns dias antes da eleição, seu adversário de campanha, Fernando Henrique Cardoso, candidato do PMDB, ocupou a cadeira para ser fotografado pela imprensa.
Em mais um de seus vaivéns políticos, no seu último mandato como prefeito literalmente "pendurou as chuteiras" na porta do gabinete, afirmado que nunca mais seria candidato a um cargo público - o que provavelmente não correspondia a suas intenções eleitorais, mas que acabou, com sua doença, revelando-se como uma espécie de premonição política.
Na campanha para a eleição presidencial de 1989, passou várias semanas transmitindo informações desencontradas sobre sua intenção de se candidatar novamente à Presidência.
Em 27 de maio, com baixos índices de popularidade e abalado por problemas de saúde, anunciou sua desistência com um discurso dramático feito da sacada de sua casa no Morumbi, em São Paulo: "Peço-lhes paciência para quem se retira por deficiência física irreparável da vida pública sem retirar-se da condições de brasileiro", disse ele aos jornalistas.
Jânio fazia discurso contundentes e contraditórios. Para fazendeiros do Nordeste era capaz de defender o latifúndio com a mesma tranquilidade com que, para uma platéia estudantil, defendia a reforma agrária.
Dias antes de sua renúncia, em agosto de 1961, condecorou o ex-guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul, no grau de Grã-Cruz. Paralelamente, tomava medidas evitando que a Guiana se tornasse um país comunista.
Jânio pode ser considerado um precursor do marketing político. Sabia criar eventos que seriam notícia. O polêmico decreto que proibiu o uso de biquínis quando era presidente teria sido uma inspiração sua para dar aos jornais uma manchete no dia seguinte. Em sua volta à Prefeitura, saía pelas ruas com sua assessoria militar multando motoristas infratores.
Não foram poucos seus atritos com a imprensa. Por exemplo, chegou a proibir o acesso de jornalistas ao seu gabinete e a selecionar os jornais e revistas para os quais daria entrevistas.
Da Reportagem LocalJânio da Silva Quadros fez sua primeira campanha por votos, ainda aos 19 anos, sentado num barril. Era candidato a secretário do Centro Acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Ele prendeu a inscrição "vote em Jânio" no chapéu e sentou-se em um barril na porta de entrada da faculdade. Para surpresa de seus adversários, venceu. Na época, 1936, cursava o segundo ano de Direito.
Jânio nasceu em Campo Grande, no antigo Estado do Mato Grosso (atualmente Mato Grosso do Sul), em 25 de janeiro de 1917.
No quarto ano de faculdade, conheceu Eloá, então com 15 anos, no Guarujá, litoral de São Paulo. Eloá afirmaria depois: "Eu jamais conhecera um homem tão feio quanto Jânio". Casaram-se em 1939, quando ele se formou.
Jânio montou um escritório de advocacia e deu aula em escolas. Apoiado por pais de alunos do colégio paulistano Dante Alighieri - onde era professor de português -, decidiu se candidatar a vereador em 1947 pelo Partido Democrata Cristão (PDC).
Com 1.707 votos, obteve uma suplência. Jânio tomou posse em 1948, após a cassação dos vereadores comunistas, no governo do então presidente Eurico Gaspar Dutra. O Congresso Nacional votou pela cassação de todos os parlamentares comunistas, fazendo o Partido Comunista do Brasil entrar para a clandestinidade.
Sua atuação, em quatro anos, foi polêmica. Apresentou 162 projetos de lei, fez discursos violentos, envolveu-se em tumultos.
A fama aumentou tanto que Jânio foi eleito deputado estadual, em 1950, com a maior votação. Ganhou o posto de líder do PDC. Em 1953, já estava em campanha para prefeito de São Paulo.
Surgiram aí o slogan "o tostão contra o milhão" e a vassoura, referências à corrupção que ele criticava no esquema político de Adhemar de Barros. Foi eleito e tomou posse em 1953, aos 36 anos. Em 1954 se candidatou ao governo paulista.
Lançado pelo PDC, Jânio acabou expulso do partido. Voltou à campanha apoiado por partidos menores.
Enfrentou seu grande inimigo, Adhemar de Barros - enfraquecido pelas disputas com o governador e ex-aliado político Lucas Nogueiro Garcez, que lançou como candidato Prestes Maia. Jânio teve 660 mil votos, Adhemar 641 mil e Maia 492 mil.
Como governador de São Paulo, ele se beneficiou do Plano de Metas do então presidente Juscelino Kubitschek, que pretendia atrair o capital internacional para impulsionar a industrialização do país.
Jânio se aproveitou da situação e São Paulo foi o Estado mais beneficiado com a implantação de parques industriais - como o parque automobilístico.
Nesse período, a receita tributária do Estado aumentou e o déficit financeiro deixado pelos governos anteriores caiu.
Jânio investiu no Estado de São Paulo em estradas, saneamento básico, usinas hidrelétricas e abastecimentos de água.
Em seu governo, Jânio adotou a política de rígido controle para abertura de novos créditos. O sistema de arrecadação e de fiscalização tributária do Estado foi reformulado para diminuir o impacto das sonegações nas contas públicas.
No final de seu governo, conseguiu eleger seu secretário de Finanças, Carvalho Pinto, com mais de 200 mil votos de diferença sobre Adhemar de Barros.
Candidatou-se a deputado federal no Paraná, pelo PTB, e teve a maior votação do Estado.
Jânio jamais foi ao Congresso Nacional. Aproveitou para viajar pelo mundo com a mulher Eloá e a filha Dirce Tutu Quadros.


No governo, defendeu o 'saneamento moral'

Da Redação


Nos sete meses em que ocupou a Presidência, Jânio tomou medidas para promover o "saneamento moral da nação". Introduziu a censura "moralizadora" na TV e proibiu as brigas de galo, a propaganda comercial em cinemas, os desfiles de misses com maiôs "cavados", o uso de lança-perfume no Carnaval e as corridas de cavalos em dias úteis.
Sua cruzada começou no dia da posse, em 31 de janeiro de 61, com a criação de cinco comissões de sindicância para apurar irregularidades no governo de Juscelino Kubitschek. Até 31 de março, Jânio criaria mais 28 comissões de sindicância e inquérito, todas presididas por militares.
A intensa utilização de oficiais das Forças Armadas em sua administração e o temor do envolvimento de nomes do governo anterior em processo acirrou a hostilidade dos congressistas.
Jânio não fez questão de aprofundar relações com o Congresso. Ele recebia deputados federais duas vezes por mês e senadores uma - em audiências coletivas.
No plano externo, Jânio anunciou em 6 de fevereiro que adotaria uma política de neutralidade. Jânio negou-se a apoiar a invasão de Cuba pelos Estados Unidos no dia 16 de abril. Também enviou missões comerciais aos países então comunistas URSS, Bulgária, Hungria). Pretendendo ampliar a presença brasileira na África, o governo abriu embaixadas no Senegal, Gana, Nigéria e Zaire.
Em 19 de agosto, condecorou Ernesto "Che" Guevara, então ministro da Economia de Cuba, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do sul, provocando protestos dos militares e da UDN.
A política econômica de Jânio teve como principal objetivo o combate à inflação, que havia atingido 30,6% ao ano em 1960, a redução da dívida externa e a diminuição do déficit orçamentário. Apesar economia em 61 ainda experimentar uma taxa de crescimento em torno de 7% ao não, o déficit orçamentário atingia nesse ano a marca de Cr$ 113 bilhões (valores da época).
O ministro da Fazenda, Clemente Mariani, adotou uma política recessiva. No dia 13 de março, anunciou uma reforma cambial. O cruzeiro foi desvalorizado em 100% em relação ao dólar.
Foram eliminados os subsídios na importação do trigo (o que provocou um aumento no preço do pão), petróleo (aumento da gasolina) e dos bens de produção sem silimar nacional.
Jânio enviou ao Congresso dois projetos polêmicos - a lei antitruste, que visava "embarcar a criação ou funcionamento de monopólios", e a lei de remessa de lucros, que só foi aprovada no governo de João Goulart.
Seu relacionamento com o Congresso foi se deteriorando. Ele estava praticamente isolado no Palácio do Planalto quando renunciou na manhã de 25 de agosto. Sua saída foi precipitada por um discurso do então governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda (UDN).
Na noite anterior, Lacerda usou uma cadeia estadual de rádio e TV para acusar Jânio de tramar um golpe contra o Congresso. Ele soube do discurso na manhã do dia seguinte. Reuniu auxiliares e disse que iria renunciar. 

FONTE: Folha de S. Paulo, 17 de fevereiro de 1992.

12 de fevereiro

12 de fevereiro

1866 - Taunay deixa Coxim com destino a rio Negro e Miranda




Acampamento das tropas brasileiras em Coxim (desenho de Taunay)


Com destino ao rio Negro e a Miranda, a comissão de engenheiros da força expedicionária brasileira, estacionada às margens do Taquari, inicia a exploração do percurso por onde deverá seguir a tropa para dar combate ao exército paraguaio na região fronteiriça. O tenente Taunay, que faz parte dessa comissão, relata:
 
“A 12 de fevereiro de 1866 partimos, pois, e atravessamos o rio Taquari, deixando para sempre o Coxim, onde tanto e tanto sofri de melancolia e desânimo.

 
Nenhuma lembrança grata me prende a este lugar, a não ser as horas em que escrevi e li, com certa ufania, ao Juvêncio, alguns rascunhos literários, O Casamento de Ferrugem e o primeiro ato de uma comédia, A dedicação de Zopyro e que mereceram de meu ouvinte grandes elogios. (...)

 
Logo que comecei a viajar, achei-me outro e, bem me recordo, dormi otimamente, nessa noite de 12 de fevereiro, do outro lado do Taquari, junto a um afluente do Coxim, de onde ainda ouvimos os clarins e cornetas do acampamento.” 



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Companhia Melhoramentos, São Paulo, sd. Página 12.




12 de fevereiro


1885 - Miranda decreta abolição da escravatura

Miranda, rua do Carmo, no início do século passado



O Clube Emancipador Mirandense em sessão solene declara “completamente livres os escravos da vila de Miranda.” O ato foi reconhecido pela Câmara Municipal que igualmente comemorou o acontecimento, comunicando-o ao juiz de direito, Alcindo Vicente de Magalhães, que então se encontrava em Cuiabá como chefe de polícia da província. 

O ato foi registrado na seguinte ata:

Aos doze dias do mês de fevereiro do ano de mil oitocentos e oitenta e cinco, nesta vila de Miranda, em o Paço da Câmara Municipal, às sete horas da noite, presentes os senhores Capitão Luiz Generoso da Silva e Albuquerque, Antonio Xavier Castelo, Luiz da Costa Leite Falcão, Francisco Eugênio Moreira Serra, Horácio de Almeida Castro e João Augusto da Costa Leite, além de numerosos concursos de senhoras e cavalheiros, foi pelo presidente Capitão Luiz Generoso da Silva Albuquerque, aberta a sessão. Achando-se presente o Excelentíssimo Senhor doutor Juiz de Direito da comarca, Eduardo Augusto Nogueira de Camargo, o senhor Presidente, tomando a palavra, propôs que fosse o mesmo convidado, na qualidade de primeira autoridade Jurídica ou seja judiciária e presidente honorário do clube, para residir a sessão nomeando uma comissão composta dos senhores Castelo e Costa Leite para recebê-lo; o que foi feito, o mesmo tomou a presidência dando em seguida a palavra depois de breve alocução congrulatória ao senhor Capitão Silva e Albuquerque, que proferiu um discurso análogo. Tomou a palavra o secretário Costa Leite, que igualmente proferiu um discurso achando-se presente, entre outros hóspedes e estrangeiros, o tenente Carlos Peixoto de Alencar, o Sr. Presidente, em homenagem às ideias do mesmo, ofereceu-lhe a palavra que, sendo aceita, fez-se ouvir em eloquentes frases. Depois do que, e de breves palavras, o senhor presidente que as proferiu convidou as senhoras e cavalheiros presentes para o baile pela mesma comissão preparado, levantando a sessão, na abertura da qual foram declarados completamente livres os escravos da Vila de Miranda, por entre estrepitosas salvas de palmas e estrondosos vivas. E do que para constar lavrei esta ata, Eu, João Augusto da Costa Leite, Secretário do Club. - Miranda, doze de fevereiro de mil oitocentos e oitenta e cinco. - Eduardo Augusto Nogueira de Camargo, Luiz Generoso da Silva Albuquerque, João Augusto da Costa Leite, Antonio Xavier Castelo, Luiz da Costa Leite Falcão, Horácio de Almeida Castro, Francisco Eugênio Moreira Serra.


FONTE: Estêvão de Mendonça, Datas Matogrossenses, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 90.
FOTO: Album Grafico de Mato Grosso (1914)



12 de fevereiro 

1910 - Aventureiro solitário navega de Cuiabá a Corumbá numa jangada




Tendo como veículo uma pequena jangada, chega a Corumbá, procedente de Corumbá, o poeta e jornalista gaúcho, Sebastião de Campos, que tem percorrido a pé, todos o estados do Brasil, tendo iniciado sua viagem há nove anos. "Chegado à capital do Estado a 1° de agosto - revelou em entrevista a um jornal corumbaense - dali prosseguiu a 19 de dezembro seu itinerário em jangada até esta cidade, gastando nesse penoso e arriscadíssimo percurso fluvial 57 dias de viagem".

Ao jornal, o andejo sintetizou esta sua extenuante caminhada pelo país:

"O sr. Sebastião de Campos iniciou a sua viagem em Porto Alegre, a 15 de junho de 1901,e, atravessando os estados de Santa Catarina e Paraná, terminou este trecho de sua viagem na cidade de Campinas a 30 de novembro.

Daí em continuação de sua viagem, planejada então em volta da terra, partiu a 15 de maio de a904, chegando a Manaus a 3 de abril de 1906, tendo percorrido todos os estados do litoral do Rio de Janeiro até o Pará.

Um dia antes de sua partida de Campinas, no Centro de Ciências, Letras e Artes, do qual Sebastião de Campos é sócio, discutiu-se o itenerário de sua viagem, por uma seleta assembleia  onde muitos oradores se manifestaram contrários a esse empreendimento.

Entretanto, o sr. Sebastião de Campos ocupando por último a tribuna, declarou que sentia profundamente não poder corresponder aos desejos de seus amigos, pois a sua viagem era obra de um mistério e que mais tarde, se tivesse a ventura de regressar ali, então desvendaria esse segredo, que resumiu num símbolo e comovido, beijou nesse momento a bandeira nacional.

Conhecendo já uma parte do opulento estado de Minas, mas faltando-lhe conhecer os estados de Goiás e de Mato Grosso, que não entravam no itenerário de sua viagem, resolveu ele percorrer esses estados. E assim o fez, não sem experimentar longos dias de provações , na espinhosa travessias dos sertões que percorreu, afinal, a sua intrepidez e coragem inauditas".

De Corumbá, Sebastião de Campos deverá seguiu para Assunção, no Paraguai.


FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 16 de fevereiro de 1910. 




12 de fevereiro

1965 - Vespasiano Barbosa Martins é homenageado na Câmara dos Deputados



Um mês depois de sua morte, o ex-senador e líder divisionista é homenageado em sessão da Câmara dos Deputados. Entre outros, usaram da palavra os deputados Rachid Derzi, que discorreu de sua amizade pessoal e afinidade político-partidária com o homenageado, Afrânio de Oliveira, de São Paulo e Rui Santos da Bahia, que assim fechou seu discurso:

Conheci Vespasiano na Constituinte 46. Uma das melhores expressões de vida pública brasileira, com quem privei naquela época, foi justamente ele, franco, sincero, honesto, leal, capaz, digno. Não só Mato Grosso, como o Brasil inteiro perde, c
om Vespasiano, um dos exemplares melhores, uma das figuras mais perfeitas da vida pública nacional.



FONTE: Academia de Letras e História de Campo Grande, Biografia de patronos, página 27.

14 de fevereiro


14 de fevereiro

1914 - Instalada a comarca de Coxim




Criada pela lei n° 630 de 3 de julho de 1913, é instalada a comarca de Coxim. O evento foi registrado pela imprensa cuiabana:

"Coxim, 17 - Com toda solenidade foi a 14 do corrente instalada a Comarca, sob a presidência do dr. Amâncio Ramos, juiz de Direito.

O coronel Manoel Dias Pinho, intendente do município, foi um esforçado para que o ato se revestisse de todo brilhantismo, tendo decorado o edifício da Câmara Municipal onde estava um grande arco com a seguinte inscrição: VIVA O DOUTOR COSTA MARQUES.

Enchiam as salas do edifício muitas famílias, funcionários públicos, professores e alunos de todas as escolas, comerciantes e fazendeiros e grande massa popular, congratulando-se todos com o honrado e fecundo governo do exm. dr. Augusto da Costa Marques, que foi muitíssimo aclamado, assim como o diretório  central do P.R.C., desembargador Ferreira Mendes, coronel Eduardo Siravegna e demais representantes do Diretório local.

Durante a solenidade falaram o professor Rosendo de Almeida, capitão Batista de Sousa e o intendente Manoel Dias Pinho, exaltando o grande progresso da futurosa comarca, resultado da administração do dr. Costa Marques.

À noite houve um animadíssimo baile no edifício da Câmara cujas fachadas estavam iluminadas caprichosamente. Ao baile compareceu a elite da sociedade coxinense, tendo as danças se prolongado até as três horas da madrugada.

Foram nomeados e tomaram posse dos seus respectivos cargos os srs. Manoel Dias Pinho, promotor de justiça, Joaquim Santana, primeiro tabelião, João B. de Almeida, oficial de justiça, e Nicolau Nunes, porteiro dos auditórios.

Foi também nomeado segundo tabelião, o sr. Felix Petrowsky.

O povo está satisfeitíssimo.


FONTE: O Debate (Cuiabá) 14 de fevereiro de 1914.  

FOTO: reprodução do livro Raízes de Coxim, de João Ferreira Neto, pag. 230 
 


14 de fevereiro 

1919 – Deputado é morto por irmão em hotel de Campo Grande




O deputado estadual Armindo Paes de Barros, proprietário da usina Conceição no município de Santo Antonio do Rio Abaixo, próximo a Cuiabá, é assassinado por seu irmão Henrique, com 5 tiros de revólver, quando jantava no restaurante do hotel Royal, em Campo Grande. Armindo havia desembarcado na estação ferroviária e deveria pernoitar na vila, quando foi abruptamente abordado pelo irmão que, após rápido monólogo, sacou a arma e executou o irmão, que não teve tempo de se defender. Os motivos do crime não chegaram a ser devidamente esclarecidos.

A ocorrência teve grande repercussão, principalmente em Cuiabá e Santo Antonio, redutos eleitorais da vítima. O Matto-Grosso, jornal oficial do partido celestinista, ao qual o deputado era filiado, traçou o seu perfil:

“Moço, elegante, belo como um Apolo e com relevo que lhe dava a reputação duma bravura de herói levada à temeridade, a sua pessoa tinha todas essas qualidades brilhantes que despertam irresistivelmente a atração e fascinante simpatia. Seu fim trágico e inesperado tinha de produzir o mais profundo sentimento como uma revoltante iniquidade.

O nosso malogrado amigo desaparece aos 30 anos de idade. Em pequeno em companhia de outros irmãos, seu finado pai o coronel João Pais de Barros o levara para o Rio onde o matriculou em um colégio interno. Depois de concluído o curso secundário matriculou-se em uma das faculdades superiores da capital da República, na escola Politécnica, interrompendo seus estudos por ter tido necessidade de vir se por à testa da usina de propriedade de sua família. Viajara antes à Europa, tendo permanecido logo tempo na Itália em companhia dos seus.

Na direção do importante estabelecimento legado pelo seu velho pai, revelou notáveis qualidades de administrador e industrial ativo, inteligente, honesto e pontual nos seus compromissos. É do conhecimento de todos os felizes resultados que coroaram a sua ação conseguindo com a disciplina imposta pelo seu pulso férreo libertar em poucos anos a usina de pesados encargos e das dificuldades que antes assoberbavam. E uma das circunstancias que tornam mais dolorosa a sua morte, é não ter ele podido ver, como filho extremoso que era, o coroamento de seus esforços nessa obra a que se dedicara de corpo e alma para salvar os haveres da família e assegurar o bem estar e abastança de sua mãe e irmãos. A sua viagem de agora, na qual tombou em meio do caminho, ele a fazia no desempenho dos seus deveres para com os interesses industriais da usina que dirigia de modo tão seguro e feliz.

Politicamente a morte de Armindo Paes abre nas nossas fileiras um claro que o fará sempre por nós lembrado e com o qual nunca nos conformaremos.
Dá bem a medida do seu valor a alta graduação que tinha na nossa poderosa agremiação partidária e as elevadas posições que tão moço atingira de intendente do município de Santo Antonio do Rio Abaixo e deputado à Assembleia Legislativa. Além do dotado de apurada perspicácia e extraordinário poder de assimilação, possuía também essas qualidades de caráter que primam sobre as da inteligência, essa vontade firme dos que mandam e sabem se fazer obedecer, e que sagra os que nasceram para condutores dos homens”.

Outra tragédia atingindo a família ocorreu em 1906, com o assassinato de seu tio Totó Paes,  então presidente do estado de Mato Grosso.



FONTE: Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá), 20 de fevereiro de 1919.


14 de fevereiro

1925 - Toma posse a primeira diretoria do Rádio Clube






Eleita a 19 de janeiro, assume a primeira diretoria do Rádio Clube de Campo Grande, assim constituída: presidente: Laurentino de Araújo Chaves; vice-presidente: Arnaldo Estevão de Figueiredo; 1° tesoureiro: Antônio Carlos Bastos; 2° tesoureiro: Gilberto de Oliveira; 1° secretário, Eduardo da Costa Manso; 2° secretário, Edmundo Machado; e conselho fiscal, Eduardo Olímpio Machado, Miguel Carmo de Oliveira e Auro Martins.


Um dos mais antigos de Campo Grande, o Rádio, que nasceu em 1924 da "ideia da criação de um clube que tivesse como principal atração um aparelho receptor de rádio, coisa nova na época", segundo Paulo Coelho Machado, transformou-se em ponto de encontro da elite da cidade, tornando-se "nesta fase inicial um grêmio elitista, fechado, com disparatada discriminação de raça, condição econômica e profissão." A admissão e frequência ao clube eram "exageradamente fiscalizadas." Conta o cronista: "Como alguns sócios eram oficiais do Exército, a entrada de sargentos ficou vedada."



FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, in Pelas ruas de Campo Grande, 2a. edição, livro V, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008, página 322.


14 de fevereiro

1951 - Violência na fronteira tem repercussão nacional

Tem repercussão nacional a onda de violência na fronteira Brasil-Paraguai, cometida por quarteiros, ladrões e assaltantes, que atacavam no Brasil e se homiziavam na república vizinha. O alvo principal dos bandidos eram os criadores de gado e o objetivo era roubar o dinheiro da venda de gado. Ousados e violentos, a mais recente façanha dos bandoleiros foi a recente tentativa da invasão ao distrito de Sanga Puitã, a 16 quilômetros de Ponta Porã, e, o crime mais revoltante, foi o assassinato da família Medina em Amambai:

"No município de Amambai foi atacada por um grupo de bandoleiros armados a família do sr. Zenon Arce Medina. Os assaltantes pertencem ao bando de bandidos que está atuando nesta região. P sr. Zenon foi barbaramente assassinado, bem como sua sobrinha e uma filha menor, de 4 anos de idade. Antes de efetuarem os assassinatos, os quarteiros queimaram as mãos da menina para depois degola-la, diante dos olhos dos pais estarrecidos".

FONTE: Correio da Manhã (RJ), 15 de fevereiro de 1951

domingo, 6 de março de 2011

16 de agosto

16 de agosto


1869Frei Mariano de Bagnaia é libertado


Preso em Miranda a 22 de fevereiro de 1865, no início da guerra do Paraguai, frei Mariano de Bagnaia é  “levado para Nioaque, para as margens do rio Apa e dali para Assunção onde já se encontrava encarcerado seu colega frei Ângelo Caramânico. O frei Mariano foi por ordem superior encerrado numa casa velha, há muito tempo abandonada, sob cujo assoalho as cobras tinham feito seus esconderijos. Deram-lhe por cama um catre velho e nojento, infectado por uma infinidade de percevejos, pulgas e outros insetos.

De Assunção foi removido para Ascura na Cordilheira e depois transportado para o presídio de Caacupê. E por fim frei Mariano de Bagnaia foi removido para o presídio de Parrero Grande. Em 16 de agosto de 1869 foi libertado pelo exército brasileiro”. 


Em sua volta a Mato Grosso, frei Mariano assume a paróquia de Corumbá, sendo a construção da igreja da Candelária sua obra mais duradoura na cidade branca. Uma das principais ruas de Corumbá tem o seu nome.



FONTE: Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992, página 200. (retrato: Retirada da Laguna, de Taunay)




16 de agosto


1872 Iniciada a demarcação de limites entre Brasil e Paraguai



General Rufino Eneias Gustavo Galvão



Na confluência do Apa principiam as operações de campo na demarcação dos limites entre Brasil e Paraguai, chefiadas pelo coronel Rufino Enéias Gustavo Galvão, o visconde de Maracaju, que para “desempenhar a incumbência que lhe fora cometida – segundo Virgílio Correa Filho – fez-se mister o auxílio de contingente militar de 50 praças de infantaria e 10 de cavalaria, sob o comando do major Antônio Maria Coelho. De outra maneira não seria exequível a magna tarefa, a que os nativos se oporiam, decididos a impedir a entrada de estranhos em seus domínios.” 



FONTE: Rubens Aquino, Tererê, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 350.


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...