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sábado, 19 de fevereiro de 2011

10 de junho

10 de junho

1888 - Chega a Cuiabá a notícia da abolição da escravatura

Tendo aparecido em primeira mão no jornal OÁSIS, de Corumbá em 27 de maio, é publicada, no jornal A Província de Mato Grosso (Cuiabá) a notícia da abolição da escravatura no Brasil, pela publicação da lei Áurea,sancionada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888.

 


1907Nasce em Corumbá Gabriel Vandoni de Barros




Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de São Paulo. Candidato a deputado federal em 1933, teve seus direitos políticos cassados por haver participado da revolução constitucionalista de 1932. Foi deputado à 
Constituinte estadual de 1936 e Secretário Geral no governo de Mário Correa da Costa. 

FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário biográfico mato-grossense, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 28.




10 de junho


1914Morto o vereador Amando de Oliveira


Amando de Oliveira e família, pouco antes de seu assassinato
É assassinado em Campo Grande, as 17 horas, quando se dirigia à sua fazenda Bandeira, o vereador Amando de Oliveira. Líder do Partido Republicano, empresário moderno e empreendedor, foi o construtor da primeira casa de alvenaria na vila. Autor de vários projetos aprovados pela Câmara, entre eles o que doou áreas para a Noroeste construir sua estação; que proibia a alienação de terras públicas urbanas às margens de córregos; e da primeira escola mista da cidade. 

Sua morte não foi esclarecida. Foram acusados como mandante o fazendeiro Joaquim Gomes Sandim e executores Procópio Souza de Mello e Antonio Elysio Emendias, que, denunciados pelo promotor Brasílio Ramoya, não chegaram a ser pronunciados. O juiz Manoel Pereira da Silva Coelho por falta de “indício veemente”, libera os acusados e manda o delegado reabir o inquérito, o que não ocorreu. Amando de Oliveira é nome de uma escola estadual na vila Piratininga, próxima à antiga sede de sua fazenda e de uma rua no bairro Amambaí. 



FONTE: Sergio Cruz, Sangue de herói, Primeira Hora e Açu Porã/Funcesp, Campo Grande, 2002, páginas 177 e 186.





10 de junho


1925Organiza-se a Coluna Prestes


A coluna Prestes e seu comando, organizado em Camapuã
Acampados na fazenda Cilada, em Camapuã, no sul de Mato Grosso os revolucionários, até então tidos apenas como revoltosos, decidem formalizar a coluna rebelde, que passou a ser chamada de Coluna Miguel Costa-Carlos Prestes e ficou popularmente conhecida como Coluna Prestes. Sua organização inicial foi a seguinte:

Comandante: General Miguel Costa; Chefe do Estado-Maior e comandante de fato: Coronel Luis Carlos Prestes; sub-chefe do Estado Maior: ten.-cel. Juarez Távora; secretário: capitão Lourenço Moreira Lima. Membros do Estado Maior: majores Paulo Kruger e Mário Geri; capitães Alberto Costa e Ítalo Landucci; tenentes Sadi, Nicário e Morgado; piquete do QG: tenente Hermínio; chefe de saúde: dr. Athaíde.


1º. Destacamento: Cordeiro de Farias, tendo como fiscal o major Virgílio dos Santos;
2º. Destacamento: João Alberto, tendo como fiscal o major Manoel Lira;
3º. Destacamento: Siqueira Campos, tendo como fiscal o capitão Trifino Correa; e 4º. Destacamento: Djalma Dutra, tendo como fiscal o major Ary Salgado. 



FONTE: Glauco Carneiro, O revolucionário Siqueira Campos, Recor Editora, Rio, 1966, página 363.


10 de junho

1929 - Avião desaparecido, encontrado no Pantanal

                                                         A NOITE (RJ) 6-9-2929
                         
Hans Gusy, o piloto do avião sinistrado


O avião "Mário Correa", desaparecido num voo entre Corumbá e Aquidauana é encontrado no Pantanal, nas proximidades do forte Coimbra. A informação é dada pelo diretor geral dos Correios, no Rio de Janeiro, que recebeu mensagens do chefe do distrito e encarregado de estações próximas ao local: 

"De Corumbá - Urgente - Aviador Hans, piloto do avião Presidente Mário Correa, que regressava de Cuiabá e desaparecido desde o dia 4, foi encontrado ontem em pleno pantanal, nas proximidades do Forte Coimbra, por cuja guarnição foi salvo. Consta aqui que um morador do Morro Grande, viajando pelo pantanal, viu de longe a descida do aparelho, indo comunicar o fato ao comandante do forte, que tomou as providências necessárias.

O aviador está em boa saúde, sendo conduzido para o forte onde se encontra. Diz que o aparelho está inutilizado. (a) Arnaldo Azeredo, chefe do distrito".

A pequena aeronave, pilotada pelo alemão Hans Gusy, retornava de Cuiabá, onde participou de uma competição, promovida pela governo do Estado. A primeira escala foi em Corumbá e a segunda seria em Aquidauana, para onde levantou voou no dia 1° de junho. No trajeto deu-se o desaparecimento.²



FONTE: ¹Correio Paulistano, 11/06/1929, A Cruz (Cuiabá), 29/06/1929.


terça-feira, 1 de março de 2011

10 de julho

10 de julho

1724 - Governador de São Paulo anuncia visita a Cuiabá

Recém empossado no governo da Capitania de São Paulo, da qual fazia parte o atual território de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Rodrigo Cezar de Menezes comunica a Pascoal Moreira Cabral, sua visita às minas de Cuiabá:

“Recebi de Vmce. pelo padre André dos Santos, a qual me deixa muito satisfeito pela certeza de sua boa saude e tambem pela boa noticia que me dá do novo descoberto, que permitta Deus se augmente para que El-Rei Nosso Senhor tenha accrescimo na sua Real Fazenda e Vossamercê os bens e fortunas que eu lhe desejo. Mando ao capitão Fernando Dias Falcão e João Antunes Maciel com ordens que a Vossamercê constarão, encaminhando tudo ao socego e união destes moradores, e assim Vossamercê, como os mais, concorrerá com tudo o que pudér para que se execute o que ordeno, encaminhando tudo a melhor conservação de Vossasmercês e augmento das minas emquanto eu não chego a ellas para dispôr com approvação de todos, Vossasmercês, o que for mais conveniente ao Real Serviço e util a todos. “Eu parto sem falta no principio de Junho para essas minas e serei portador dos papeis de Vossamercê, que remetti a El-Rei Nosso Senhor, como também de mais alguma mercê, pois me não descuidei de por na Real Presença os bons serviços e merecimento de Vossamercê para por elles ser attendido, e assim espero que Vossamercê obre de sorte que me faça me recedor de mais e eu tenha que agradecer-lhe. Fico para servir a Vossamercê com boa vondade. Guarde Deus a Vossamercê muitos annos. – S. Paulo dez de Julho de mil setecentos e vinte e quatro. – Servidor de Vossamercê. – Senhor Paschoal Moreira Cabral. – Rodrigo Cezar de Menezes.” 

FONTE: Anaes do Senado da Câmara do Cuiabá (1719-1830), página 51.


10 de julho 


1852 Nasce em Cuiabá Generoso Ponce


Generoso Ponce, o grande líder político da 1a. República



Nasce em Cuiabá, Generoso Ponce, filho do sargento José Ponce Martins e Corsina Romana. Herói de guerra aos quinze anos, combateu os paraguaios em 1867, na retomada de Corumbá, como comandado do coronel Antônio Maria Coelho, de quem mais tarde, viria a ser adversário político. No império chegou à presidência da Assembleia Provincial de Mato Grosso. Na República, foi a mais expressiva figura da história do Estado, no início do novo regime.

Liderou a primeira eleição de 28 de maio de 1891 para a Assembleia Constituinte, da qual foi seu presidente, tendo Manoel Murtinho, como presidente do Estado; comandou o contragolpe de 1892, devolvendo o poder ao presidente Murtinho, deposto em janeiro por militares ligados ao general Antônio Maria Coelho; comanda, em 1906, a partir de Corumbá, a rebelião que derrubaria o presidente Totó Paes, morto nessa ocasião. Presidente do Estado, deputado federal e senador da República, Ponce morreu no Rio de Janeiro a 7 de novembro de 1911. 





FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, um chefe, Pongetti, Rio, 1952, página 126.



10 julho


1862Albuquerque Velha vira Corumbá, oficialmente





Decreto n. 8, do presidente Herculano Ferreira Pena, eleva à categoria de município a povoação de Albuquerque, mudando-lhe a denominação para  Corumbá oficial e definitivamente, nos seguintes termos:

"Art. 1° - Fica elevada à categoria de vila a povoação de Corumbá com a denominação de - Vila de Corumbá - e pertencerá como até aqui à 3a. comarca.

Art. 2° - É criada para a mesma vila uma freguesia com a invocação de Santa Cruz, a qual se denominará - Freguesia de Santa Cruz da Vila de Corumbá - com os seus limites, por uma desmembração razoável da freguesia de Albuquerque serão marcados pelo presidente da província.

Art. 3° - A nova vila funcionará depois que os seus habitantes derem pronta, à sua custa, a casa para as sessões da Câmara e do juri e o seu município compreenderá a sua mesma freguesia e a de Albuquerque".¹

Há muito tempo a população havia deixado o Albuquerque de lado, mantido apenas formalmente, por resistência dos governadores, que insistiam em manter para o povoado o sobrenome de seu fundador. Augusto Leverger, com o peso de seu prestígio, foi o maior defensor desse ponto de vista, chegando a proibir o uso de Corumbá nas correspondências oficiais, quando era ele o presidente da província.

Corumbá, segundo alguns autores, deriva-se o nome do étno indígena "Curupah", "curu" significando "rugoso", "empolado", palavra com a qual os aborígenas designavam a aroeira, em virtude do aspecto de sua córtex, e "pah", abundância, Curupá viria a se transformar em Corumbá, nome pela qual eram conhecidas as serras que se estiram pela margem direita do Paraguai.
Querem outros que Corumbá significa ‘banco de cascalho, por causa das margens calcárias do rio no trecho em que atravessa a cidade. "Corumbaíba" seria banco de cascalho ruim.

No ‘Novo Dicionário Aurélio’, o autor registra o verbete como sinônimo de "lugar esquecido, desprezado ou distante", o que bastante se coaduna com a situação da localidade naquela difícil fase de sua existência.


Aventam uns poucos a hipótese de haver o vocábulo se originado por apócope, de ‘corumbatá’, peixe sobremodo abundante nos rios de Mato Grosso.²




FONTE: ¹Coleção das leis provinciais de Mato Grosso, 1862, ²Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., páginas 50 e 54.

FOTO: reprodução de planta da cidade de Corumbá, em 1875, de João Severiano da Fonseca, do Livro História de Corumbá, de Lécio G. de Souza.




10 de julho

1927 - Prefeitos pedem ligação rodoviária do Sudoeste

Prefeitos dos três principais municípios do Sudoeste do Estado reunem-se em Nioaque para reivindicar do governo federal a abertura de uma estrada de rodagem ligando Aquidauana, Nioaque e Bela Vista:

"Reunião importante - Com a presença dos intendentes de Bela Vista, Aquidauana e presidida pelo nosso, realizou-se nesta vila uma importante reunião para resolver pedir ao governo da União a abertura de uma estrada ligando praticamente os três municípios vizinhos.

Ideia aventada pelo sr. Jorge Bodstein Filho, teve desde logo o mais decidido aplauso e encontrou por parte dos dirigentes uma acolhida promissora que os fatos vieram, afinal, concretizar".

A estrada reivindicada pelos prefeitos é atualmente trecho da BR-419.


10 de julho


1967 Oposição pede anulação dos atos do Pedrossian

 
Governador Pedro Pedrossian



A crise entre o governador Pedro Pedrossian e sua oposição na Assembleia Legislativa, surgida com o pedido de impeachment em 18 de fevereiro, é agravada por uma representação do deputado Júlio de Castro Pinto, dirigida ao procurador geral da República, Haroldo Valadão, requerendo junto ao Supremo Tribunal Federal, a declaração de nulidade dos atos praticados pelo chefe do executivo, a partir de 28 de fevereiro de 1967, data do decreto firmado pelo presidente da República e pelo ministro da Viação que o demitira “a bem do serviço público”, do cargo de superintendente da Noroeste do Brasil.

O governo reduz sua maioria na Assembleia
com a retirada de sua base de apoio dos deputados sulistas Cleômenes Nunes da Cunha, Valdevino Guimarães e Sebastião Cunha. 





FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso (II), Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967. Página 321.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

26 de junho

26 de junho

1786 - Missão científica chega a Corumbá

Por ordem do governador Luis de Albuquerque, com a tarefa de mapear e determinar posições geográficas na região do Pantanal, chega a Albuquerque (atual Corumbá) , a comissão técnica formada pelo capitão-engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida. A finalidade da diligência era a exploração dos rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e a desembocadura de seus afluentes, bem como as principais lagoas e baias do Pantanal. O termo da expedição foi o forte de Coimbra. 

Sobre o vilarejo de Albuquerque o escriba da caravana escreveu comentário pouco lisonjeiro:

26 - Com marcha de 12 léguas chegamos à povoação de Albuquerque, correndo sempre o rio a Sul com várias voltas. Esta povoação é de miseráveis, que passam a vida cheios de fome e nudez; o comandante dela só cuida em utilizar-se do suor deles. Só estão fartos de palmatoadas, correntes e rodas de pau.


FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 29.




26 de junho


1863 - Morre Inácio Barbosa


Cemitério da fazenda Passatempo em Rio Brilhante
Aos 57 anos faleceu e foi sepultado no cemitério de sua fazenda Passatempo, na Vacaria, Inácio Gonçalves Barbosa, patriarca da família Barbosa . Nascido em Sabará, Minas Gerais, em 1806, chegou aos campos de Vacaria, em 1842, chefiando uma caravana, da qual participavam mais dois irmãos, João e Francisco, procedente de Franca, no interior de São Paulo, no rastro de seu irmão mais velho, Antônio Gonçalves Barbosa, que viera para Mato Grosso há seis anos, em companhia de seu genro José Francisco Lopes. 

Em seu percurso adormeciam serenamente, sem pensar nos perigos que lhes poderiam surgir pela vida tornando-se valentes e destemidos bandeirantes enfrentando a frialdade das noites e a intensidade dos raios solares pelas estradas incultas, sem nem sequer encontrarem algum abrigo bom ou ruim, atravessando os areais do Sucuriu, do Pardo e depois subindo até atingir o Anhanduí e chegando satisfeitos na tão almejada Vacaria.


Os irmãos tomaram posse de praticamente todos os chamados campos de Vacaria. Inácio ficou com a fazenda Passatempo, posse limitada com seus três irmãos. Desta fazenda, informa Ledir Marques Pedrosa, “Inácio fez doação ao governo da província de uma gleba de terras à margem direita do rio Nioaque com a finalidade de instalarem um posto do Exército para deterem a invasão paraguaia, que ele já estava prevendo acontecer de uma hora para outra. A esta vila deu-se o nome de Santa Rita de Nioaque. Quando o governo aceitou a oferta, enviou um contingente do Exército com o seguinte acordo que Inácio ajudasse a construir o aquartelamento e servisse a tropa de todo mantimento, enquanto ali permanecesse.


De numerosa geração de descendentes, Inácio era avô de Vespasiano Barbosa Martins e bisavô do ex-governador Wilson Barbosa Martins. 








FONTE: Ledir M. Pedrosa, Origem, Histórico e bravura dos Barbosas, edição da autora, Campo Grande, 1980. Página 43.






26 de junho


1904 - Nasce em Corumbá, Carlos Vandoni de Barros. 



 Filho de Pedro Paulino de Barros e de Josefina Vandoni de Barros, nasce em Corumbá, Carlos Vandoni de Barros
Formado em engenharia civil em 1927, foi oficial de engenharia da reserva de primeira linha. Iniciou sua carreira política elegendo-se deputado estadual. Exerceu o mandato entre 1928 e 1930.
Membro do Partido Liberal Mato-Grossense em 1933, nesse mesmo ano passou-se para o Partido Evolucionista de Mato Grosso, pelo qual se elegeu deputado federal no pleito de outubro de 1934. Exerceu o mandato de 12 de agosto de 1935 a 10 de novembro de 1937, quando o advento do Estado Novo suprimiu todas as câmaras legislativas do país.
Diretor do Instituto Nacional do Mate e diretor do Serviço de Navegação da Bacia do Prata S.A., após a reconstitucionalização do país (1945) elegeu-se no pleito suplementar de janeiro de 1947 deputado federal por Mato Grosso na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Assumindo a cadeira em 24 de março de 1947, integrou durante o mandato a Comissão Permanente de Transportes e Comunicação e a Comissão Especial de Pecuária da Câmara dos Deputados.
Candidato à reeleição no pleito de outubro de 1950, ainda pelo PSD, obteve apenas uma suplência, deixando a Câmara em 31 de janeiro de 1951, a ela não mais retornando.
Dirigiu o jornal A Cidade, de Corumbá, foi sócio-correspondente da Academia Mato-Grossense de Letras e sócio efetivo do Instituto Histórico de Mato Grosso.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 16 de maio de 1986.
Era casado com Anatália Beltrão de Barros, com quem teve duas filhas.
Publicou Nhecolândia (1934), Construir — palavra de ordem (1941), O setor transporte no Plano Salte (1948) e Em defesa de um rio esquecido (o Paraná) (1950).

FONTES: Boletim Min. Trab. (5/36); CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1946-1967); Diário do Congresso Nacional; Globo (17/5/86); Jornal do Brasil (17/5/86); MENDONÇA, R. Dic.; MOREIRA, J. Dic.; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1 e 2).
 


26 de junho

1951 - Morre Albertina Pereira de Matos, primeira vereadora de Dourados


Albertina Ferreira de Matos

Nascida em São Luiz Gonzaga (RS) em 24 de março de 1901, faleceu em Dourados, Albertina Ferreira de Matos. Em Dourados desde 1903, dedicou-se às atividades empresariais e políticas. Como comerciante foi uma das fundadoras da Associação Comercial e Industrial de Dourados (Acid) e na política, foi a primeira mulher a eleger-se vereadora no município. Venceu em 1947, na primeira eleição, depois da ditadura de Vargas, elegendo-se vereadora pela União Democrática Nacional (UDN) na administração do prefeito Antonio de Carvalho, o Carvalhinho. Albertina foi homenageada pela comunidade douradense, dando nome a uma rua na vila Guarani e a uma escola na vila Mary.


FONTE: Marli Carvalho Owens, Mattos, a saga de uma família, edição da autora, Dourados, 2000, página 291.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

13 de junho

13 de junho


1866 Morre o brigadeiro Galvão



Morre às margens do rio Negro, o brigadeiro José Antonio Fonseca Galvão, comandante da força expedicionária brasileira, que no ano seguinte protagonizaria a célebre retirada da Laguna.


Taunay, o escritor da expedição, registra o lamentado ocorrido em seu diário de campanha:

A 13 do mesmo mês, soltou o último suspiro o comandante das forças o brigadeiro graduado José Antônio da Fonseca Galvão. Em idade avançada, debilitado pelo mal passadio a que todos se viram sujeitos, acabrunhado de desgostos, não resistiu à invasão do mal que, em poucos dias, o atirou ao leito da morte. A divisão expedicionária fez as honras fúnebres ao chefe que a guiara desde o Rio dos Bois até aquele ínvio ponto, dando as salvas do estilo o parque de quatro peças de artilharia que chegara então a 8 daquele mês. A cruz que protege os seus restos levanta-se à margem esquerda do rio Negro, e tosca inscrição declara a hierarquia da pessoa que ali descansa para sempre, em melancólico e deserto sítio, na paz dos sertões.



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Edições Melhoramentos, São Paulo, sd. página 71




13 de junho


1867Retomada de Corumbá


Tendo à frente o tenente-coronel Antônio Maria Coelho, corpo expedicionário, organizado pelo presidente da província Couto de Magalhães, retoma Corumbá aos paraguaios que a ocupam desde 3 de janeiro de 1865. O Boletim de Mato Grosso em Cuiabá, deu a notícia:

O tenente-coronel Antonio Maria Coelho, que desta capital partiu a 10 do passado, atacou e enxotou de Corumbá nesse dia os inimigos invasores.


Entretanto, pelo caminho das Piraputangas, ao chegar no antigo acampamento das forças paraguaias, o tenente-coronel Antonio Maria Coelho, do 1º corpo da vanguarda das forças expedicionárias, deu vivas à S. M. o Imperador e toda a tropa partiu em marche-marche.

A ala direita, ao mando do capitão Joaquim José de Pinho, escalou a ponta da trincheira, do lado do rio, por onde o fosso não estava concluído.
O tenente-coronel, com a 6ª companhia, avançou sobre 2 bocas de fogo colocadas do outro lado da trincheira e os demais avançaram para a ponta do morro, a fim de ofender os vapores.


Após grande e renhido combate em terra, onde infelizmente sucumbiram como heróis o capitão de comissão Cruz, um cadete e seis soldados, sendo também vítimas, inclusive o coronel Cabral, o Padre e o valente tenente Roa.
Perdidas as esperanças de defesa, os dois vasos tomaram águas acima e refugiaram-se na volta do rio, onde os não podiam perseguir nossas artilharias, e daí regressaram em fugida para Assunção, às 4 horas da madrugada.
Contam-se vinte e sete paraguaios prisioneiros, e reduzidos ao seu estado de liberdade quinhentos e tantos brasileiros, entre homens e mulheres, os quais não se farão muito aqui esperar.


Como despojos deixaram-nos os inimigos oito bocas de fogo, muito armamento, munições de guerra e depósito de víveres.

O tenente-coronel Hermogenes Cabral, comandante paraguaio da vila ocupada, morreu em combate, o que não impediu que fosse responsabilizado pela derrota e acusado de traidor da pátria por seus comandados e superiores.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 287. 




13 de junho

1912 - Emancipação de Porto Murtinho


Porto Murtinho, às margens do rio Paraguai

Desmembrado do município de Corumbá pelo Decreto Estadual nº 310, de 02-04-1912, é instalado o município de Porto Murtinho. O povoado nasceu nos primórdios de 1892, pela necessidade da criação de um porto de embarque de erva-mate, às margens do rio Paraguai, na altura de 50 quilômetros a montante da barra do rio Apa, em terras das fazenda Três Barras, 3600 hectares, adquiridos pela Companhaia Mate Larangeira. Murtinho é homenagem ao ministro Joaquim Murtinho, diretor do Banco Rio e Mato Grosso, controlador da citada empresa. Com área de 16.000 quilômetros quadrados.

FONTE: IBGE.



13 de junho

1959Divisão do Estado discutida na Assembléia


Discurso do deputado Edson Brito Garcia, de Aquidauana, sobre a questão divisionista tumultua a sessão da Assembléia Legislativa, em Cuiabá, onde se homenageava a retomada de Corumbá. O deputado sulista analisava expediente das câmaras municipais de Campo Grande e Dourados, defendendo a idéia separatista e discutia requerimento de sua autoria, apoiando a divisão. Posto em votação a proposição foi derrotada por 13 votos a 11. Votaram a favor:

Edson Brito Garcia, Reis Costa, Oliveira Lima, Olivia Enciso, Edil Ferraz, Ranulfo Marques Leal, Salvador Roncisvale Filho, Alarico Reis d’Ávila, Francisco de Barros Por Deus, Pedro Luiz de Souza e Waldir dos Santos Pereira, todos do Sul. Votaram contra: Augusto Mário Vieira, Manoel José de Arruda, Ubaldo Monteiro da Silva, Clóvis Hugueney, Fauze Gattass (de Corumbá), João Franchi, Licínio Monteiro da Silva, Mário Vand den Bosch, Sebastião Nunes da Cunha (de Aquidauana), Vicente Vuolo, Wilson Dias de Pinho (de Dourados), Lourival Fontes e Edmir Moreira Rodrigues (de Corumbá).


FONTE: Rubens de Mendonça, Historia do poder legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 128.



13 de junho

1979Mato Grosso do Sul ganha sua carta





Numa manhã fria, tendo como plenário uma dependência da universidade federal, sob quente clima político, com os rumores da demissão do governador Harry Amorim Costa, dá-se em Campo Grande a promulgação da primeira constituição estadual. Na cerimônia simples, falaram o presidente da Assembléia, Londres Machado e os líderes da Arena, Waldomiro Gonçalves e do MDB, Sergio Cruz. Subscreveram a Carta os seguintes deputados constituintes: da Arena, Londres Machado, Walter Benedito Carneiro, Horácio Cerzósimo de Souza, Waldomiro Alves Gonçalves, Alberto Cubel Brull, Ary Rigo, Oswaldo Ferreira Dutra, Paulo Roberto Capiberibe Saldanha, RamezTebet, Rudel Espíndola Trindade e Zenóbio Neves dos Santos e pelo MDB, Cecílio de Jesus Gaeta, Getúlio Gideão Bauermeister,Odilon Nakasato, Onevan José de Matos,Roberto Moaccar Orro, Sergio Manoel da Cruz e Sultan Rasslan.


FONTE: anais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.


13 de junho


2020 - Primeiro posto  público para abastecimento de carros elétricos



Reportagem do jornal Correio do Estado dá conta da ativação em Campo Grande, da primeira estação solar para abastecimento de carros elétricos em Mato Grosso do Sul. Trata-se de iniciativa da empresa Solar Energy, cujo objetivo, segundo seu diretor Heverton Martins, "é criar uma rota de postos solares que chegue até São Paulo, para dar autonomia aos viajantes".

Trata-se de "de um estacionamento coberto com painéis solares e é público. Qualquer viajante que passar por ali pode abastecer e acessar o WI-FI gratuitamente". Ainda segundo o proprietário da estação, "a ideia a gente vem amadurecendo há dois anjos. Fomos à Alemanha e aos Estados Unidos para saber qual a tecnologia mais viável e acessível aqui. É o primeiro posto gratuito, está na rua e é público, o que já existe aqui em Campo Grande é particular e de uso privativo".

Segundo o jornal as "vendas de carros elétricos e híbridos tem participação discreta no mercado brasileiro, representando 0,2 do total de emplacamentos feitos no Brasil em 2019. De acordo com a Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVB) até o ano passado, o Brasil registrou 15 mil unidades de veículos elétricos circulando pelo país". 

A empresa está de olho no mercado futuro, segundo seu proprietário: "Nos trabalhamos há dez anos com energia solar fotovoltaica, hoje já temos tanto os equipamentos quanto oferecer a manutenção. Queremos fazer uma rede de abastecimento, criando uma rota que chegue até São Paulo. Alguém que tem um hotel ou restaurante, por exemplo, pode criar uma estação para atender seus clientes".

FONTE: Susan Benites, Correio do Estado, Campo Grande, 13 de junho de 2020.

FOTO: Valdenir Rezende, Correio do Estado.



domingo, 27 de fevereiro de 2011

23 de junho



23 de junho


1859 - Delamare contra a mudança do nome de Albuquerque




Rua De Lamare, no centro de Corumbá

Responsável pelo arruamento do povoado, presidente da província de Mato Grosso, de 1858 a 1859, Joaquim Rodrigues de Lamare se opôs à mudança do nome de Albuquerque para Corumbá:

O Corumbá é a povoação de Albuquerque, solenemente erigida em 21 de setembro de 1778 e cujo auto de fundação foi cuidadosamente mandado registrar nos livros das Câmaras e outras repartições públicas. É, ao meu ver, inconsideravelmente que, de há pouco tempo a esta parte, tem-se introduzido nas relações oficiais este nome de Corumbá, com o risco de tornar para o futuro ininteligíveis documentos políticos e históricos que não são sem valor.

 
Outro que também se opôs e protestou contra a mudança de denominação foi Augusto Leverger, o barão de Melgaço. 


Oficialmente, a mudança definitiva do nome ocorreu apenas em 10 de julho de 1862.



FONTE: Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd, página 34; Terezinha Lima Tolentino, Ocupação do Sul de Mato Grosso antes e depois da guerra da tríplice aliança, Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, São Paulo, 1986, página 110.






23 de junho


1890 - Nova concessão para exploração da erva mate


Parte hachurada, área de concessão de Thomaz Larangeira 


Thomaz Larangeira, concessionário da exploração dos ervais do Sul de Mato Grosso, desde 1882, ainda no Império, consegue sua primeira autorização do governo republicano para continuar suas atividades e ampliar sua área de atuação. Pelo decreto n° 520, assinado pelo presidente Marechal Deodoro, Larangeira tem renovada a permissão por mais dez anos, nos seguintes limites: desde as cabeceiras do ribeirão das Onças na serra do Amambai, pelo ribeirão São João e rios Dourados, Brilhante, Ivinhema e Paraná até ao Iguatemi e por este até as suas cabeceiras na serra Maracaju e pela crista de ambas as serras até as referidas cabeceiras do ribeirão das Onças. 


FONTE: Gilmar Arruda, Heródoto, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986. Página 278.








23 de junho


1911 - Batidas as forças de Bento Xavier


Palco da última batalha de Bento Xavier contra a polícia estadual




 
 

O major Gomes consegue, finalmente derrotar as forças do rebelde Bento Xavier, que incluía a divisão do Estado no programa de sua revolução. Eis a versão do vencedor:

A 22, mandei diversas descobertas, pois estávamos nas zonas inimigas, já perto da fronteira e Ponta Porã. Regressando algumas descobertas, me informaram da marcha da força rebelde com direção a Ponta Porã. Apressei-me em dar proteção às forças amigas ali estacionadas, e a 23, pela madrugada, prossegui a marcha e às 7 horas da manhã, passava o Rio Dourados na antiga Colônia desse nome, e aí, enquanto mandei dar água aos cavalos e arrumar a força, tive um pressentimento, próprio da guerra, que os inimigos estavam perto. Em seguida, destaquei dois piquetes de polícia, um ao mando do bravo Tenente Wladislau Lima e outros do Alferes Irineu Mendes, para fazerem a retaguarda e flanqueadores, com ordem de se encontrassem qualquer força inimiga, depois de bem reconhecida, irem tiroteando e chamando-os, em retirada, ao centro de minhas forças. Momentos depois marchou toda a pequena coluna e, às 9 horas mais ou menos sentiu-se disparos de tiros, acerca de um quilômetro de distância, na vanguarda da força.


O terreno era próprio: descobertas campanhas; e a força na fralda de uma coxilha, e como era natural, o inimigo que se limitou simplesmente a atacar os piquetes, vieram cair nos centros de nossas forças, sem mais poderem se organizar, recebendo nessa ocasião um vivo fogo, de 50 homens, que mandei apear, e dos dois flancos. Vendo-se o inimigo perdido tentou levar uma carga que não só foi rechaçada, como teve logo de retaguarda uma bem organizada carga de nossa força que os destroçou completamente, deixando eles no campo 15 mortos, alguns prisioneiros, muitos cavalos encilhados, algumas armas, a tropa sobressalente em nº de 51 cavalos. 


Da nossa força saíram simplesmente feridos alguns soldados que nem baixaram à enfermaria. Deste ponto da derrota, Bento Xavier, seus filhos, alguns amigos, todos em nº somente de 19 homens, fugiram em retirada procurando o Paraguai pela Cabeceira do Estrela, e a duas léguas dessa retirada um piquete das nossas forças correu-os a bala até na divisa do Paraguai e só se escaparam por estarem bem montados em cavalos que naqueles dias haviam roubado do sr. Manoel Moreira, fazendeiro no Brasil, que havia passado uma cavalhada para o Paraguai e ali mesmo foi arrebanhado pelos bandos Bentistas.


Reunida toda minha força mandei dar almoço, isso já às 3 horas da tarde, e aí fomos muito visitados, não só pelos nossos patrícios emigrados no Paraguai, na Fazenda Estrela, como pelos próprios cidadãos paraguaios empregados daquele importante estabelecimento paraguaio da firma Quevedo e Companhia, fortes negociantes da Vila Conceição, e protetores de Bento Xavier. Por eles e pelos prisioneiros nos foi contado que Bento havia saído um dia antes de Ponta Porã (Paraguai) e que ali arranjara bastante dinheiro, gente, armamentos, arrebanhara as tropas emigradas e se pusera em campo, trazendo recursos para os companheiros fugidos com ele do combate de 16 nas Areias, e que se encontraram naquela manhã na cabeceira do Estrela, formando já uma força de cento e muitos homens, todos bem armados e espontâneos, cavalhada muito boa, gorda e que levavam desta vez certeza de derrotar as forças do meu comando, por ter-lhes constado a minha morte no combate das Areias. 


Ainda informaram-me os visitantes que Bento havia mandado um próprio a toda força para baixo da serra ordenando a um seu irmão de nome Antônio Xavier, que comandava um grupo de 70 homens mais ou menos, que se reunisse a eles com a máxima urgência, fazendo-o até responsável por qualquer desastre que houvesse. Não sabendo ele que este grupo já havia corrido em debandada para o Paraguai acossado por uma força legal comandada pelo Capitão Macias e chefiado pelo abnegado patriota Militão Loureiro, chefe do nosso partido em Bela Vista, conforme ordem que eu havia lhes mandado da fazenda do Cap. José Martins. 


Nesta mesma tarde de 23 fiz um próprio a Ponta Porã, comunicando ao comandante do 17º Regimento de Cavalaria, ao Delegado de Polícia e ao comandante das forças patrióticas dali, que naquele momento havia derrotado completamente a força de Bento e que eu descia a serra com destino a Bela Vista a fim de observar dali a marcha dos rebeldes, ordenando ao Delegado de polícia que congregasse mais alguns elementos e rondasse a fronteira do Ipehum à Cabeceira do Apa, a fim de pacificar logo esta zona para não transcorrer complicações para todo o Estado. No mesmo dia regressei passando no lugar do teatro da luta e acampei na margem esquerda do Dourados.¹


Bento Xavier exila-se definitivamente no Paraguai, onde faleceu em 1915. A fase insurreicional do movimento divisionista de Mato Grosso, entretanto, seria encerrada somente com a revolta do regimento de Ponta Porã em 6 de maio de 1912. De Vila Conceição, onde se refugiou, Bento Xavier, em publicação no jornal O Tempo, de Assunção, transcrita pelo Correio do Estado (de Corumbá), explica a incursão, detalha os confrontos e reconhece a derrota:

No dia 1° de junho, a 1 hora da madrugada, passei a fronteira com 19 companheiros. A 1 hora da tarde desse mesmo dia, encontramo-nos com um piquete da polícia do Estado, comandado pelo capitão Reginaldo de Mattos. Travou-se a luta, ficando morto o capitão Mattos e ferido um de seus soldados, com a perna quebrada. Ficaram dois prisioneiros em meu poder, aos quais pus em liberdade para que conduzissem seu companheiro ferido até a casa mais próxima.

Daí seguimos em direção a Aquidauana, onde chegamos a 11 do mesmo mês de junho. A 16, encontrando-nos no lugar denominado Areias, dando pasto aos nossos cavalos encilhados, fomos surpreendidos pelos governistas. Toda nossa cavalhada fugiu, ficando a pé os meus soldados, em número de 120 homens mal armados. Apesar disto, consegui organizar 50 de meus antigos companheiros com armas e empreendi a retirada, perdendo apenas um homem e fazendo várias baixas no inimigo. Consegui também recolher 33 dos meus cavalos encilhados.

Depois, acompanhado de um de meus amigos, dirigi-me ao encontro de uma força de 80 homens, comandada pelo capitão Ozório de Baires, que era meu partidário, para ir em busca do inimigo. Como não encontrei Baires, segui até Ponta Porã, onde também contava com alguns elementos. Estando já de regresso, a 21 fui informado por meu filho mais velho Antonio Xavier da Silva, que se tinha encontrado nas imediações de Bela Vista, na estância de minha propriedade, com uma força de 78 homens comandados pelo delegado de polícia Álvaro Brandão.

Assim que avistei-me com essa força travamos luta. O delegado viu-se obrigado a retirar-se precipitadamente, alcançando os currais da estância onde entrincheirou-se. Entretanto teve de abandonar também a posição, deixando cinco mortos e onze armas de fogo com algumas munições. Não foi mais perseguida essa força porque as minhas tinham ordem terminante de não perseguir o inimigo já derrotado.

Nesse mesmo dia segui para incorporar-me à minha gente acampada na Estrela, defronte da estância dos srs. Quevedo. Desse ponto fui para adiante comandando 50 homens. A 23 encontrei-me com uma força adversária de 200 soldados, mais ou menos, e como o encontro deu-se em uma lombada limpa e as tropas estavam muito perto uma da outra, não pude evitar o combate. Mandei, então, carregar sobre o inimigo para ver se conseguia envolver a cabeça da coluna.

Meu plano foi burlado pelo inimigo que já nos tinha descoberto e era muito superior a nós em número e armamento. Assim é que os governistas, não podendo retroceder, carregaram também sobre nós, dando-se uma pequena refrega da qual resultaram várias baixas de ambas as partes.

Vi-me, assim, obrigado a retirar-me, deixando a vitória aos adversários.

Esta é a expressão da verdade.²  
   

FONTE -¹Major Gomes, parte ao presidente Costa Marques, 11- 09-1911. ²Correio do Estado (Corumbá) 20-07-1911




23 de junho



1925 - Coluna Prestes deixa Mato Grosso







Fustigados pelo exército legalista os rebeldes “abandonam Mato Grosso e entram em Goiás, através da região conhecida como Cabeceira Alta, onde decidem acampar, depois da obstinada opressão imposta pelo major Klinger. Eles caminharam cerca de dois mil quilômetros em terras mato-grossenses. Os canhões que trouxeram de Foz do Iguaçu não foram abandonados no Paraguai, como ordenara Miguel Costa, mas enterrados dias depois na fazenda Jacareí, em território brasileiro, quando os oficiais paulistas se convenceram definitivamente de que a artilharia é incompatível com a guerra de movimento. A tropa revolucionária, despojada de seus canhões, está agora armada apenas com revólveres, fuzis e metralhadoras”.


FONTE: Domingos Meirelles, A noite das grandes fogueiras, Editora Record, Rio, 1995. Página 402.

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