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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

8 de janeiro

8 de janeiro
1890 - Rondon gradua-se em engenharia militar



O alferes Cândido Mariano da Silva Rondon recebe da Escola Militar do Rio de Janeiro o título de engenheiro militar e o diploma de bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. 55 dias antes, por influência e sob as ordens de seu superior Benjamin Constant, participou da proclamação de República como estafeta do exército.

Órfão de pai (que não chegou a conhecer) e mãe (falecida dois anos e meio depois de seu nascimento) aos sete anos, em 1873, deixou Mimoso e mudou-se para Cuiabá, onde passou a ser criado por seu tio, Manoel Rodrigues da Silva. Iniciou seus estudos no mesmo ano, na escola particular de Mestre Cruz. No ano seguinte matriculou-se na escola pública do professor João Batista de Albuquerque. Completou o curso primário na escola do professor Francisco Ribeiro da Costa, mestre Chico, em 1878.

Em 1881, aos 16 anos, conclui o curso de professor no Liceu Cuiabano e foi nomeado para o cargo. Em 26 de novembro de 1881 sentou praça como soldado raso, sendo destacado para o 3° Regimento de Artilharia a cavalo, no quartel do antigo acampamento Couto Magalhães, em Cuiabá.

Em 31 de dezembro de 1881, iniciou seus estudos na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Em 1884 começou o seu curso superior na mesma escola militar.


FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, páginas 25 e 43.





7 de janeiro

7 de janeiro
1887 – Epidemia de cólera em Corumbá





Relatório do presidente da Câmara Municipal, Antônio Antunes Galvão, aos demais vereadores, aponta a principal causa da cólera que ataca a população da cidade e revela números da tragédia : “Há muito a nossa cidade precisa de saneamento que não se tem podido realizar. Pelo obituário comparado ao Rio de Janeiro, cidade taxada de pestilenta, vê-se que aqui morre sempre 8 a 10 vezes mais que naquela cidade”.

A propósito, a historiadora Lucia Salsa Correa, observa:

No período de 1867, ocasião da retomada de Corumbá, até o ano de 1920 a cidade padeceu com o surgimento de 34 epidêmicos, dos quais a Varíola foi a mais frequente, malgrado as campanhas e os esforços quase sempre infrutíferos das autoridades municipais.

A desastrosa epidemia de cólera em Corumbá (1886/1887), por exemplo, conforme detalhados relatórios do então presidente da Câmara Municipal, provocou uma profunda crise em todos os setores da cidade, desenvolvendo-se de forma avassaladora. Um cálculo aproximado revelou ter sido em número de mil as pessoas atingidas pelo Cólera em Corumbá, sendo que as autoridades locais não possuíam de fato meios adequados para enumerar e avaliar as perdas e danos causados nessas circunstâncias.

Quanto a origem da doença, além do contágio através do porto e da absoluta falta de saneamento básico na vila, "os aspectos mais dramáticos das epidemias parecem ter sido o abandono dos doentes pobres pelas ruas e até de cadáveres, a falta de medicamentos e de hospitais mesmo provisórios, além das fugas em massa da população para os campos, o que causava maior descontrole sobre as doenças e os óbitos".

Até a década de 18 do século XX, esse quadro de vulnerabilidade às endemias perdurou na cidade, vindo a rarear a partir de 1918, quando Corumbá e outros municípios do Estado, entre eles Campo Grande, foram alcançados pela temível gripe espanhola.

FONTE:  Lúcia Salsa Correa, Corumbá: um núcleo comercial na fronteira  de Mato Grosso 1870 - 1920, edição da autora, Corumbá, 1981, página 92.


7 de janeiro

1921 - Greve no porto de Corumbá isola Cuiabá

Paralisação dos trabalhadores no porto de Corumbá que já dura mais de um mês e uma super enchente no rio São Lourenço, que interrompeu as comunicações com a capital, isolaram Cuiabá. A crise tem repercussão em todo o Brasil, aqui resumida pelo Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro:

" Há cerca de um mês todo o pessoal da navegação declarou-se em parede, estando amarradas embarcações em Corumbá e suspensas assim as comunicações com Cuiabá.

O governo do Estado tem procurado conciliar os paredistas com os armadores, mas até agora sem resultado positivo.

É difícil a situação, pois isolando a capital, está criando embaraços de toda a ordem ao comércio e à população.

A extraordinária enchente do rio São Lourenço interrompeu as comunicações telegráficas com o sul do Estado, havendo aqui cerca de oitocentos despachos que não podem seguir o seu destino.

O general Rondon, que visitou a zona de interrupção, comunica que é impossível o restabelecimento das linhas antes da vazante, pois os fios estão em baixo.

A diretoria dos Telégrafos prestaria grande serviço determinando que S.Paulo encaminhe os telegramas para o Sul do Estado, inclusive Corumbá, por intermédio da Paulista e da Noroeste".¹ (Jornal Commercio 7/1/1921)

A greve, ainda segundo a imprensa carioca reinvindica aumento salarial e é pacífica.

A navegação começou a ser normalizada no dia 21 de janeiro: 

"Devido aos esforços do comandante da Circunscrição Militar, ficou restabelecido definitivamente o tráfego fluvial, tendo já algumas lanchas subido o rio em viagem para diferentes destinos".²

FONTE: ¹Jornal do Commercio (RJ) 07/01/1921, ²O Jornal (RJ), 22/01/1921.


7 de janeiro

1930 - Tomam posse prefeito e vereadores de Campo Grande





São empossados o último intendente geral Antero Paes de Barros e os vereadores de Campo Grande da chamada República velha, abolida pela revolução de Getúlio Vargas, no dia 10 de outubro. O ato é registrado pelo Jornal do Comércio:

"Conforme fora previamente anunciado, realizou-se ontem ao meio dia, no Paço Municipal, a solenidade de compromisso e posse dos vereadores e intendente que administrarão o município no triênio de 1930 a 1932.

Depois de empossados os vereadores, estes elegeram o seu presidente o dr. J.P. Teixeira Filho. Em seguida, a câmara deferiu o compromisso ao Intendente, cel. A. Antero Paes de Barros. Após o ato, o presidente da Câmara proferiu uma brilhante alocução com a qual frisou, que tanto ele, como seus companheiros de Conselho, se sentiam animados dos melhores sentimentos no sentido de promoverem por todos os meios possíveis, o engrandecimento e progresso do Município.

Usou depois da palavra o intendente Cel. Antero de Barros que, em eloquente discurso, explanou as suas ideias sobre o que já se tem feito em Campo Grande e quais as obras que em sua administração pretende levar a efeito para que o nosso município atinja o ponto culminante que lhe será reservado, esperando a sincera e leal colaboração do legislativo para conseguir o seu desideratum.

À cerimônia estiveram presentes as autoridades, pessoas gradas e grande massa popular".

Assumiram ainda os vereadores Martinho Barbosa Martins, Aureliano Pereira da Rosa, Arnaldo Estevão de Figueiredo, Sebastião Inácio de Sousa, Nestor Martins Costa, José Marcondes Olivetti, José Jaime Ferreira de Vasconcelos, Plotino de Aragão Soares e Victor Pace. 


FONTE: Jornal do Comercio (Campo Grande) 8 de janeiro de 1930.  

6 de janeiro

6 de janeiro


1823 - Mato Grosso festeja a independência do Brasil

O povo de Cuiabá, confirmada a proclamação da independência do Brasil, no dia 7 de setembro do ano anterior, reúne-se para comemorar e marcar um de seus principais registros históricos: 

Em 6 de Janeiro a Camara fes cantar na Cathedral d’ esta Cid.e o Hino –Te Deum Laudamus– em acção de graças, e fes publicar trez dias de Luminarias pela Aclamação do Principe Regente, o Imperador Constituicional e Perpetuo Defensor do Brasil, e no dia 22 do dito mes, se ajuntarão na Camara a Ex.ma Junta Governantiva, e mais Cidadãos, Clero, e Povo, q.’ tinhão sido convidados, p.r Edital de 15, para-se manisfestar e declarar a vontade daquellas Respeitaveis Corporaçõens, e Povos, ora presentes, em abundantissimo numero, sobre a Independencia do Brasil, e aclamacão de S.M.I. Elevada a alta e Sublime Dignidade de Imperador do Brasil e seu Defensor Perpetuo, pela Nobre e Leal Cidade ao Rio de Janeiro, e p.r algumas outras Cidades, e Villas d’este vasto Imperio, como constava pelos Diarios daquella Cidade N. 124, 125, – e 126 – datados á 15,- 17, e 19 do mes de Outubro do anno transposto, chegados de proximo a esta Cidade, e com effeito foi expremido, e declarado p.r votos unanimes, acompanhados d’entusiasmo, e satisfação, q.’ o Povo do Brasil he livre, e Independente, que sua divisa por tanto deve ser, e he = A Independencia, ou morte = que tendo sido esta mesma Independencia, e liberdade, sustentada, Defendida, e Protegida em Gloria, e Proveito d’ este vasto Imperio, pelos Talentos, e Intrepides do Jovem Principe o Snr. D- Pedro d’ Alcântara ja amiassada pelos inimigos declarados d’ este mesmo Imperio, os degenerados Deputados das Cortes de Lisboa, q.’ a seu arbitrio, e com descarada perfidia | Despoticam.e, a querião agrilhoar, e escravisar p.r tanto havia p.r hadotado o Systema, a Heroyca Resolução daquella Nobre, e Sempre Leal Cidade do Rio de Janeiro, e outraz cidades, e Villas das próximas Prov.as, em terem aclamado o Mesmo Augusto Senr.’ D. Pedro d’ Alcântara Imp.or Constitucional do Brasil, e seu Perpetuo Defensor, e q.’ p.r isso, o innaogoravão, reconhecião, e aclamarão Imperador do Brasil, e seu Defensor Perpetuo, como expressa, e Declaradam.e foi confirmado, p.r todos, pela correspondencia, e repetição dos vivas, q.’ forão dados pelo Presidente da Camara o Alferes Jose de Pinto e Asevedo, o q.e aproximando-se a huma Janella da mesma, de pois de desenrolar a bandeira de q.’ usa a Camara, sustentada pelo Vereador transposto o Cap.m Jose Pereira dos Guimarães, e em voses inteligeveis, e claras, e altas, disse-viva a Nossa Santa Religião, viva o Imp.or Constitucional do Brasil, e seu Perpetuo Defensor, Viva a Imperatriz, sua Augusta Esposa, Viva a Augusta Descendencia de Suas Mag.es, Imperiais = Viva a Independencia do Brasil, Viva o Povo do Brasil, findando-se com repetidas vivas dadas p.r immenso Povo, q.’ para as ruas, e praças fronteiras tinha comcorrido, e assignarão a vereança mais de 200 pessoas.


FONTE: Annaes do Senado da Câmara do Cuiabá (1823) 


1778 - Guaicurus cometem chacina no forte Coimbra

 

 

Índios guaicurus, insinuando visita pacífica ao forte Coimbra,traiçoeiramente, cometem chacina contra a guarnição militar. O episódio é revisto pelo pesquisador Carlos Francisco Moura:

Era um grupo numeroso de índios a pé e a cavalo,acompanhados de suas mulheres. Vinham sem lanças nem flechas e traziam carneiros, aves, peles de animais e outros artigos para negociar.

O cacique e seu intérprete entraram na estacada para parlamentar com o comandante Marcelino Camponês, enquanto do lado de fora os soldados comerciavam com os índios, vigiados por uma escolta de doze soldados armados.

Alegando que as mulheres tinham medo de arma de fogo, os guaicurus pediram ao ajudante Tavares que as retirasse à escolta e as colocasse sob uma tolda próxima.Disseram que os soldados não precisavam ter medo pois eles estavam sem armas, só com cacetes e facas. Atendidos nesse pedido, convidaram os soldados a descansar no regaço de suas mulheres. Estavam assim descuidados alguns, e outros negociando ativamente com os índios, quando o cacique, carregado de presentes oferecidos pelo comandante, saiu da estacada. Já próximo ao local onde se encontravam índios e soldados deu um assovio e imediatamente a esse sinal cada índio atacou com o cacete o soldado que estava mais próximo e a seguir o degolou com a faca. Tão inopinado foi o ataque que em poucos instantes estavam quase todos mortos, e quando os soldados que estavam na estacada saíram em auxílio dos companheiros, já os guaicurus se retiravam sem nenhuma perda, levando armas e até roupas dos soldados mortos.

Nessa trágica cilada morreram 54 soldados e ficaram feridos seis.


FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, Editora da UFMT, Cuiabá, 1975, página 34.

FOTO: Reprodução guaicuru. Meramente ilustrativa. 



6 de janeiro

1865 - Paraguaios degolam cirurgião brasileiro

É degolado por soldados paraguaios, no Pantanal, o médico-cirurgião, José Candido de Freitas, lotado na armada do forte Coimbra. Com 30 anos de idade, natural da Bahia, José Cândido foi vítima do massacre contra os passageiros do Anhambai, navio brasileiro em fuga de Coimbra para Cuiabá:

Na foz do São Lourenço, a 6 de janeiro de 1865 o Anhambaí é avístado pelos dois navios de guerra paraguaios.

Imediatamente perseguido rio acima pelo inimigo, tomando a dianteira o Iporá, o vapor brasileiro faz vivo fôgo sôbre o mesmo, apesar de seguir em retirada que se estendeu por seis léguas. O navio brasileiro se encontrava com apenas um rodízio de 32 que no décimo-terceiro tiro desmontou-se,conforme diz, em sua parte, o Capitão de Fragata Castro Menezes.Nêsse último disparo foi matar o 2.° Tenente de Marinha Gregório Benítez, do Iporá. Em uma das voltas mais estreitas do rio, foi o Anhambaí sôbre a barranca, perto do morro do Caracará, quando é abordado pelo Iporá que mais de perto o seguia. Após uma resistência gloriosa e diante  da demasiada superioridade do inimigo, alguns marinheiros saltam em terra e salvam-se, outros, entretanto, permanecem no navio, lutando contra o invasor. Em seus postos de honra, pelejando bravamente, estavam o comandante, Piloto José Israel Alves Guimarães, o comissário Fiúza e o 2.° Cirurgião DOUTOR  JOSÉ CÂNDIDO DE FREITAS ALBUQUERQUE que foram heróis da resistência. Ao médico militar os selvagens, depois de o fazer prisioneiro, degolam-no, mutilam-lhe, cortando as orelhas para remetê-las ao seu comandante, pois, como  diz Sacramento Blake, era assim que procediam os paraguaios com seus prisioneiros- de guerra.

FONTE: Luiz Castro de Souza, (artigo) in Revista Marítima Brasileira (RJ), 1961. 

1905 – Rondon em Nunca-Te-Vi, distrito de Bela Vista



A passagem do jovem major Cândido Rondon pela localidade de Nunca-Te-Vi, por ocasião da ligação do serviço telegráfico em Bela Vista, é assinalada por acontecimento que marca o perfil justiceiro e pacificador do célebre sertanista:

Curioso episódio se passou aí, quando estávamos em serviço na fronteira, nas proximidades de Nunca Te Vi. Em território brasileiro embora, era a população de Nunca Te Vi paraguaia – guaranis industriosos que desenvolviam suas lavouras, vivendo pacatamente. Foi quando revolucionários, expulsos do Rio Grande do Sul e que, vindos pela fronteira em busca de local onde se estabelecessem, deram com Nunca Te Vi. A pretexto de que não eram brasileiros, expulsaram os pobres guaranis de suas terras. Vieram eles procurar-me e eu consegui que o Presidente do Estado lhes reconhecesse e mantivesse a posse. Munido dessas credenciais, pude convencer os invasores de que se deveriam retirar pacificamente.

FONTEEsther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969.

6 de janeiro

1910 - Padeiros em greve, em Corumbá


Reclamando o direito de folgar aos domingos, trabalhadores em padarias em Corumbá fazem greve de protesto. A notícia de última hora é dada pelo jornal O Brazil:


FONTE: O Brazil (Corumbá) em 6 de janeiro de 1910. 


6 de janeiro

1912 - Inaugurada iluminação elétrica em Corumbá

Com um baile oferecido pela sociedade local ao dr. Oscar da Costa Marques, diretor de empresa concessionária,, é inaugurado em parte da vila, o moderno sistema de iluminação elétrica de Corumbá, que consta de seis arcos voltaicos. O evento é registrado pelo semanário O Debate, de Cuiabá:

"Foi inaugurada a iluminação elétrica desta cidade, que apresenta belíssimo aspecto.

Passageiros chegados no paquete Coxipó, entrando à noite, dizem apresentar Corumbá, visto de longe, o aspecto de uma grande cidade".

FONTE: O Debate (Cuiabá), 12 de janeiro de 1912.

6 de janeiro

1969 - Morre em Corumbá, Olegário Moreira de Barros

Falece em Corumbá, sua cidade natal, aos 69 anos, Olegário Moreira de Barros. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, exerceu os cargos de delegado e chefe de polícia do Estado, diretor de Imprensa Oficial, consultor jurídico, Procurador Geral, juiz de direito, secretário geral do Estado, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, tendo sido nessa condição nomeado interventor federal do Estado de Mato Grosso, tendo governado de 8 de novembro de 1945 a 8 de julho de 1946.

Jornalista, colaborou com todos os jornais de Cuiabá e Corumbá. Era membro da Academia Mato-Grossense de Letras, onde ocupava a cadeia n° 34, cujo patrono é o poeta José Tomás de Almeida Serra.

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 27.



  

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

4 de janeiro

4 de janeiro 


1821 - Junta governativa de Mato Grosso inicia atividade em Cuiabá




Iniciando o processo de mudança da capital de Mato Grosso, de Vila Bela da Santíssima Trindade para Cuiabá, já instalada oficialmente, reúne-se pela primeira vez em sua nova sede, a Junta Governativa da capitania, conforme os anais do Senado da câmara da cidade:

Por ordem Regia do anno de 1820, foi mandado transferir de Mato Grosso, para a Cuyabá, a Junta d’ Administração, e Arrecadação de Faz.a e a Casa da Fundição do ouro, e com efeito no dia 4 de Janeiro do corrente, teve lugar a primeira sessão da mesma sendo Pres.e o atual Gov.or e Cap.m Gen.al Francisco de Paula Magesse Tav.es de Carv.º, e Deputados, o D.or Ouv.or Geral, e Corregedor da Comm.a Antonio Jose de Carv.o Chaves, em qualidade de Juis dos Feitos da Coroa, o Cap.mor João Jose Guim.es e Silva em qualid.e de Escr.m e Deputados, o Sarg.mor André Gaudie Ley em qualid.e de Thesoureiro; e Cap.m Manoel Antonio Pires de Miranda em qualidade de Procur.º da Coroa, e comissão também a trabalhar a casa da Fundição do ouro.

Oficialmente, a mudança da capital para Cuiabá deu-se somente em 28 de agosto de 1835.


FONTE: Annaes do Senado da Câmara do Cuiabá (1719-1830).


4 de janeiro

1775 – Declarada a inutilidade do presídio de Iguatemi






O brigadeiro Sá e Faria, por determinação da corte portuguesa, faz visita de inspeção ao forte de Iguatemi, conhecido oficialmente  como colônia Nossa Senhora dos Prazeres,  e em relatório aos seus superiores, concluiu pela inutilidade e inconveniência da manutenção do estabelecimento “pois a região se apresentava inacessível e cercada de dificuldades insuperáveis, nada justificando tantas despesas e sacrifícios".

colônia foi abandonada pelos paulistas e incendiada pelos espanhóis em 27 de outubro de 1777.


FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, S.Paulo, 1985. 

FOTO: planta da praça de praça de Nossa Senhora dos Prazeres (forte Iguatemi), feita, em 1774, por José Custódio de Sá e Faria.


4 de janeiro


1904 - Nasce Joaquim Teodoro de Faria




Nasce na fazenda Forquilha, município de Nioaque, Joaquim Teodoro de Faria. Formado em engenharia civil pela Escola Politécnica de São Paulo, em 1927, exerceu a profissão em Campo Grande, onde deixou várias obras, entre elas os prédios do Colégio Auxiliadora, edifício Nakao, Cine Rialto e Hotel Gaspar. Foi prefeito nomeado de Campo Grande, no final da ditadura do Estado Novo (1945-1947). Faleceu em São Paulo, em 1984.


FONTE: Ângelo Arruda, Pioneiros da arquitetura e da construção em Campo Grande, Uniderp, Campo Grande, 2002, página 179.

FOTO: Reprodução do livro 100 anos do legislativo de Campo Grande, 2005.


4 de janeiro

1910 - O Commercio, novo jornal em Corumbá

Passa a circular em Corumbá mais um jornal. Sob a direção de Luis Knippel, o novo jornal recebe as boas vindas de seu concorrente:

"O novo órgão de publicidade será como seu título o indica, um defensor do comércio, indústria e agricultura do Estado, cujo progresso acompanhará e incentivará na medida de suas forças;

Servindo a uma causa tão merecedora de apoio e refletindo o ardor patriótico que anima o seu corpo de redação, a nova folha será sem dúvida um elemento eficaz de nosso progredimento local, merecendo por isso as simpatias populares".


FONTE: Correio do Estado (Corumbá) 1° de janeiro de 1910.




4 de janeiro
1932 – Dutra deixa o Sul de Mato Grosso


Dutra, natural de Cuiabá, aliado de Getúlio, chegou à Presidência da República

Removido para o Rio de Janeiro, despede-se do Sul de Mato Grosso, onde esteve desde dezembro de 1930, o tenente-coronel cuiabano Eurico Gaspar Dutra. Sua primeira cidade foi Ponta Porã, onde comandou o 11º. R.C.I. Em seguida esteve à frente da Circunscrição Militar em Campo Grande e, posteriormente, da chefia do Estado-Maior da mesma circunscrição, à época comandada pelo general Bertoldo Klinger. Mais tarde general e marechal, Dutra chegou à presidência da República em eleição direta (1945 a 1950).

Seu último trabalho no Estado foi a organização e comando de grandes manobras militares em Nioaque, cujo desempenho mereceu de seu superior a seguinte manifestação:

"O seu a seu dono. Ao Sr. Tenente-Coronel Eurico Gaspar Dutra, Chefe do Estado-Maior da direção das manobras em Nioaque, compete a indiminuivel glória de haverem sido as mesmas tão bem sucedidas, como o foram, mais até do que esperávamos, acrescentando ao nosso legítimo júbilo o de todos quantos nas mesmas tomaram parte. Este comando não abdica de responsabilidade nem méritos; sei que fiz o que me competia: como chefe - meditar, conceber e resolver. Mas, o meu pujante Estado-Maior, tendo como chefe esse extraordinário oficial, fez o que a ele competia - colaborador irrestrito do comando, preparou as suas resoluções: apreender, adotar e elaborar praticamente as suas diretivas e opiniões, supervigiar a execução.

Nada adito em palavras de louvor que não se acharia à altura do merecimento desse camarada. Com ele no Estado-Maior não há missão difícil para um Chefe. As suas altas qualidades assentam, ademais, como não pode deixar de ser para a competência funcional, não meramente livresca, no conhecimento prático das virtudes e franquezas,necessidades e gestos, corpo e alma da tropa.

Foi só esmorecer o crepitar das paixões para que a justiça lhe fosse novamente feita".

FONTE: Mauro Leite e Novelli Jr., Marechal Dutra, o dever da verdade, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1983, página 32.


4 de janeiro

1969 - Assassinado o jornalista Alves de Oliveira



Morto em Cuiabá, com um tiro no rosto, o jornalista e emoresário João Alves de Oliveira, proprietário e redator do "Diário de Cuiabá". Executado por motivo torpe, o jornalista foi atingido quando acompanhava a distribuição do jornal, numa kombi da empresa. O criminoso alegou que cometeu o homicídio porque o jornal havia publicado uma notícia sobre um acidente no trânsito, envolvendo uma irmã.

Ex-vereador Alves de Oliveira dedicou sua carreira como profissional de rádio, como dirigente e apresentador de programas jornalísticos na rádio "Voz d'Oeste", de Cuiabá.

Na Cidade Alta, em Cuiabá há uma rua com o nome dele, como reconhecimento à sua vida dedicada à defesa da cidade.

FONTE: Eduardo Gomes, Boa Mídia, (Cuiabá) 07-10-2008


domingo, 1 de janeiro de 2017

3 de janeiro

3 de janeiro

1865 – Tropas paraguaias ocupam Corumbá
                                 Francisco Solano Lopes, ditador paraguaio



Após a tomada do forte de Coimbra no dia 28 de dezembro, as forças paraguaias, sem resistência, entram triunfalmente em Corumbá. O episódio é acompanhado pelo historiador Other de Mendonça:

A coluna paraguaia ao mando do Coronel Vicente Barrios, cunhado do marechal Solano Lopez, a 3 de janeiro de 1865, efetua desembarque e ocupação de Corumbá, abandonada desde o dia anterior.

Do navio-chefe, fundeado junto à Mesa de Rendas, o comandante da expedição assistiu ao desfilar das tropas, divididas em duas seções, sobressaindo o fardamento novo, de um vermelho vivo, dos batalhões sexto e sétimo, este ocupando a vanguarda. Parte da expedição já havia ocupado a povoação do Ladário.

Pelas ladeiras que punham em comunicação o porto com a parte alta da vila, a força invasora serpeava em marcha acelerada, armas em prontidão, penetrando desembaraçadamente nas poucas ruas então existentes na localidade.

De quando em quando ponteando aqui e ali, raros moradores apareciam, confiantes nas suas imunidades de estrangeiros e abrigados sob as bandeiras das respectivas nacionalidades; os naturais que não puderam fugir por água internaram-se, desamparados, pelos matos vizinhos, sem guia e sem recursos".¹

Sobre o episódio, Barrios encaminha ao ministro da guerra de seu país a seguinte parte:

"Viva a Republica do Paraguay.- Sr. ministro.-
Tenho a honra de participar a V. Ex. que se acham em
nosso poder Albuquerque e Corumbá.

O pavilhão nacional tremula nesta ultima desde 3 do corrente, dia da minha chegada.

A população brasileira e guarnição destes pontos tinham-se retirado antes da nossa chegada por notícias transmitidas oportunamente pelo barão de Villa Maria, segundo declarações tomadas.  Estamos pois de posse destes pontos sem queimar um só cartucho, tendo sido a fuga do inimigo tão precipitada que deixou, como em Coimbra, toda a artilharia, armamento geral, munições e apetrechos de guerra. 

A canhoneira Anhambahy foi perseguida e tomada por abordagem no dia 6 do corrente no rio S. Lourenço pelos vapores desta divisão.

O quartel de Dourados se encontrou também abandonado.

Os vapores Ipora e Apa que fizeram o reconhecimento do Rio de S. Lourenço aprezaram o já citado vapor Anhambahy, cuja tripulação pereceu em parte, escapando-se alguns, e prisioneiros outros, comportando-se bizarramente o 1º tenente de marinha, cidadão André Herreros, a quem havia confiado esta missão e
comandava o Ipora, que deu abordagem.

Os vapores Taquari e Marquez de Olinda estão no quartel dos Dourados, onde também o inimigo abandonou um grande parque.

O povoado de Corumbá caiu em nosso poder com a maior parte de suas casas saqueadas pelos poucos habitantes que se encontraram, porém desde a chegada das nossas tropas pôs-se termo a tal desordem. 

Informado que muitas famílias fugindo deste povoado se acham metidas pelas matas, dispus que dous vapores e força de terra as recolham e devolvam ás suas casas, e neste momento me avisam que chega o Paraguai com muitas famílias, e quando as tiver desembarcado voltará ao mesmo objecto.

Enquanto dou a V. Ex. uma parte detalhada, aproveito
o regresso do 2º tenente Godoy no vapor inglês Ranger, chegado ontem, para dar a V. Ex. esta primeira noticia.

Deus guarde a V. Ex. por muitos anos. Acampamento em

Corumbá, 10 de Janeiro de 1865.- Vicente
Barrios.

A S. Ex. o Sr. ministro da guerra e marinha.

Viva a Republica do Paraguay.²

Ainda sobre a ocupação do Corumbá, o coronel Vicente Barrios inclui detalhes neste amplo relatório aos seus superiores sobre os primeiros dias da invasão ao território brasileiro: 

As 5 e 1/2 da tarde do dia seguinte, depois de haver conferido o mando do ponto ao subtenente  Feliz Vera e de haver ordenado o embarque,  pus-me em marcha sobre Corumbá, não sem antes haver-me assegurado de que Albuquerque possuía recursos suficientes em gado e estabelecimentos agrícolas para a manutenção da guarnição, julguei prudente continuar por água com as forças de meu  comando, porque, embora haja um caminho terrestre, não possuía a mobilidade suficiente para esta operação de dispunha de uma pessoa de bastante confiança para servir de guia.

Pelos informe obtidos sabia por outra parte,que, há pouco menos de 2 léguas, poderia dispor de um sdesembarcadouro.

Na tarde do dia seguinte 3 do corrente, cheguei  ao lugar citado e ordenei  que a tropa do desembarque saltasse à terra, operação que se deu com brevidade. Pelo silêncio observado nas choças situadas na imediação se via o abandono do local e na noite foram feitas explorações que na manhã do dia seguinte levaram o capitão Fleitas com as 4 companhias de infantaria encarregadas por este serviço, adquirindo a notícia de que as autoridades civis e militares do lugar haviam fugido com sua guarnição e moradores para Cuiabá.

Ao mesmo tempo se observou uma bandeira branca em direção à povoação  e o Rio Apa foi despachado para saber o que importava aquele sinal no rio e encontrando pelo caminho uma canoa se apresentaram os negociantes estrangeiros D. Nicolas Canaria Manuel Cavassa e Juan Viacaba que vinham pedir auxílio e proteção a esta divisão contra os saqueadores de casas, que vinham destroçando a cidade abandonada e sendo trazidos à minha presença deram informes circunstanciados sobre o acontecido em Corumbá.

Tão pronto como recebi esta notícia mandei a competente ordem ao capitão Fleitas, destinando ao tenente Gorostiaga com sua companhia para restabelecer a ordem.

Segundo dados obtidos os vapores brasileiros Anhambay e Jauru e a escuna Jacobina haviam saído com tropas do porto de Corumbá, somente um dia antes de nossa chegada. Com esta notícia despachei os vapores Yporã e Rio Apa, que por seu calado permitiam subir o rio São Lourenço em perseguição dos navios brasileiros, assim como reconhecer e explorar aquele rio, porém, por falta de combustível suficiente estas embarcações não puderam partir se não na manhã do dia 4.

Confiei o comando desta expedição de exploração ao tenente de marinha Andres Herrero.

O tenente Jara não tendo encontrado colonos nem cavalos e somente gado trouxe informação de que o barão de Vila Maria tem cavalos e mulas.

A fuga dos chefes brasileiros foi tão precipitada que abandonaram todos os seus recursos, até seus próprios soldados, dispersos em diferentes direções.

A artilharia tomada aqui compõe-se de 23 peças de bronze das quais remeto 17, ficando 6.

A comissão naval de perseguição e exploração encontrou a 6 léguas mais ou menos acima de Corumbá a escuna Jacobina abandonada e atracada em terra. O tenente Herreros mandou tripular e navegar águas abaixo e apresentar-se ao capitão Meza, chefe da frota.

Das averiguações feitas a este respeito, resulta que esta embarcação é de propriedade estrangeira , a mesma em que haviam saído águas acima as tropas de Corumbá, razão porque a conservo para serviços ulteriores, como embarcação tomada em serviço do inimigo.

Para ter notícias de Albuquerque e principalmente para ver se tinha alguns cavalos, despachei no dia 5 o subtenente Manuel Delgado com 20 de tropa, que regressou dando conta de que não viu novidade daquela guarnição e de que não havia encontrado cavalos e somente gado bovino em abundância.

Não sendo de fácil vigilância a embocadura do rio Mbotetey, mandei apostar ali a guarda conveniente.

Quando nossas forças chegaram aqui, a maior parte das casas estavam abertas e saqueadas e em presença e em função disso foram tomadas medidas severas, estabelecendo uma polícia que responde pela segurança e tranquilidade pública. Foram apreendidos quatro criminosos estrangeiros no ato de roubar casas, que serão julgados segundo as leis militares.

Na tarde do dia 6 chegaram um cabo e 2 soldados brasileiros que vinham  de Miranda em canoa e foram tomados com as correspondências oficiais de que estavam encarregados, entre as quais três referentes à tomada das colônias de Miranda e Dourados por forças paraguaias, como o verá E. Exa.

Este chasque foi despachado da vila de Miranda no dia 1°, encontrou-se com outro que levava a notícia da tomada de Coimbra e Albuquerque.

Como o quartel de Dourados, situado a poucas léguas da embocadura do São Lourenço à coisa de 30 acima deste lugar, pudesse haver resistência o Yporã e o Rio Apa, no caso menos provável de que houvesse sido abandonado este lugar, que se pode chamar de arsenal militar, dispus que os vapores Taquari e Marquês de Olinda arribassem até lá para dele apoderar-se.

Das declarações indagatórias tomadas a estrangeiros e brasileiros, resultam que o tenente-coronel Porto Carreiro, comandante de Coimbra, no momento em que chegou a Corumbá havia sido posto em prisão e enviado na qualidade de réu a Cuiabá a bordo do vapor Corumbá pelo comandante de armas Carlos Augusto de Oliveira.

Os vapores Anhambay e Jauru partiram daqui na véspera de nossa chegada, transportando famílias e tropas. Um pailebot brasileiro, uma escuna e uma chalana de propriedade estrangeira serviram também para o transporte de pólvora e de mais de 3.000 homens de tropa.

Os canhões, munições  e demais petrechos de guerra que estão aqui havia sido trazidos, segundo parece, recentemente de Miranda por disposição do comandante de armas.

Segundo a declaração do cabo vindo de Miranda aquele ponto está guarnecido pelo 14 de Caçadores com nove oficiais, sob o comando do capitão Motta, contando com duas peças de artilharia.

A guarnição de brasileira de Corumbá havia feito preparativos de defesa, colocando baterias no barranco em frente à cidade e a três quartos de légua abaixo, estendendo correntes através  dó rio para impedir a passagem de nossos vapores.

Na tarde do dia 8 chegou aqui de regresso o Yporã trazendo a notícia do encontro e tomada do vapor inimigo Anhambay que ganhando a embocadura do rio São Lourenço foi perseguido águas acima em sua precipitada fuga pelo Yporã, sendo mais lenta a marcha do Rio Apa que o IYporã.

Nesta perseguição e durante seis léguas o Anhambay havia feito forte fogo sobre o Ypora que sem contestá-lo procurava dar-lhe caça, como  com efeito lhe deu, tomando-lhe por abordagem por sua tripulação e os poucos infantes comandados pelo alferes Pedro Garay.  O último tiro dado pelo Anhambay antes das abordagem acertou o subtenente  Gregório Benitez que guardava bem seu posto, sendo esta a única baixa que tivemos.

A maior parte da tripulação do Anhambay foi morta atirando-se n’água , de onde escaparam alguns, fazendo-se sete prisioneiros entre eles o 2° comandante.

Imediatamente que o tenente Herreros tomou o Anhambay içou em seu topo a bandeira nacional e tripulando seguiu adiante em perseguição aos demais vapores brasileiros depois de haver despachado o Ypora a trazer-me a notícia do sucesso, os prisioneiros feitos e o aviso do recente abandono do quartel de Dourados com muitos artigos de guerra.

O Taquari e o Olinda estão atualmente no quartel de Dourados, de onde o alferes Fernandez, comandante do Ypora trouxe também quatro canhões e seis lanchões carregados de pólvora e outros objetos bélicos.

O Rio Apa acompanha agora o Anhambay e dentro de breves dias espero notícias da exploração e perseguição encomendada ao tenente Herreros.

Vão chegando as famílias que se buscam nos desertos destes arredores. A população deste lugar foi extraviada nos morros e pantanais pelas aterradoras notícias que lhes foram trazidas pelo barão de Vila Maria e confirmadas pelos fugitivos de Coimbra.³


FONTE: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2ª edição, Governo de Mato Grosso, página 19; ² Antonio Correa do Couto, Dissertação sobre o atual governo da República do Paraguai, Tipografia do Imperial Instituto Artístico, Rio de Janeiro, 1865, página 44. ³El Semanário (PY) Assunção, 14 de janeiro de 1865.


3 de janeiro

1866: Condecorados defensores de Coimbra

Hermenegildo Porto Carreiro, o comendante da resistência


Decreto do governo imperial condecora os defensores brasileiros que resistiram ao ataque das forças inimigas na guerra do Paraguai. Foram agraciados os seguintes cidadãos:

Ordem Imperial do Cruzeiro
Oficial: tenente-coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carreiro.
Cavaleiros: Capitão Antonio José Augusto Conrado, segundo tenente João de Oliveira Melo, segundo cadete Manoel Eugênio Barbosa e o segundo sargento Firmino Cesário Monteiro.
Ordem da Rosa: primeiro-sargento Antonio Luiz Vieira, o amanuense da polícia Manoel Nonato da Costa Franco, os guardas da alfândega Justino Urbano de Araújo. Laurindo Antonio da Costa, Manoel Sabino Melo, Evaristo Paes de Barros, o paisano Américo de Albuquerque Porto Carreiro, os componentes da guarda nacional Estêvão Antonio, Caetanos Paes Rodrigues e Francisco Campos e o operário contratado Amaro Francisco dos Santos.

A justificativa para o reconhecimento pelo Marquês de Olinda, ministro do Império, nos seguintes termos:

Atendendo aos relevantes serviços prestados no ataque do forte de Coimbra, nos dias 27 e 28 de dezembro de 1864, pelos oficiais e praças do exército e da guarda nacional e paisanos, cujos nomes constam da relação que com este baixa, assinada pelo marquês de Olinda, conselheiro de estado, presidente do conselho de ministros e ministro e secretário dos negócios do Império, e de conformidade com os §§ 1º e 3º do art. 9° do decreto n. 2.858 de 7 de dezembro de 1861, hei por bem conferir-lhes as condecorações que se acham designadas na mesma relação.

Palácio do Rio de Janeiro, em 3 de janeiro de 1866, 45° da independência e do Império. - Com a rubrica do S.M. o Imperador. - Marquêz de Olinda.

FONTE: Diário do Rio de Janeiro (RJ) 11 de janeiro de 1866


3 de janeiro

1888 – Nasce em Cuiabá, Antero Pais de Barros



Nasce em Cuiabá, Antero Paes de Barros. Professor primário público e particular. Inspetor de ensino primário no Sul do Estado, coletor federal e estadual de Campo Grande, inspetor de Fazenda, vereador e presidente da Câmara Municipal, intendente geral de Campo Grande deposto pela revolução de 30. Fundador do jornal “Correio do Sul”, empastelado por ocasião da vitória da revolução de 30.


FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Matogrossense, edição do autor, Cuiabá, 1971.



3 de janeiro

1961 - Criada companhia administradora da construção da hidrelétrica de Jupiá




É criada em São Paulo a empresa interestadual, destinada a administrar a construção da hidrelétrica de Jupiá, no rio Paraná. O evento, pela importância econômica da obra, teve ampla repercussão:

Em solenidade realizada no Palácio dos Campos Elísios, sob a presidência do governador Carvalho Pinto, foi constituída, em 3 do corrente mês, a empresa que se encarregará do aproveitamento do Salto de Urubupungá: Centrais Elétricas do Urupupungá S.A. - CELUSA. Com exceção do sr. Bias Fortes, de Minas Gerais, estiveram presentes todos os demais governadores dos Estados participantes da Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai: srs. João Ponce de Arruda, de Mato Grosso; José Feliciano Ferreira, de Goiás; Moisés Lupion, do Paraná; Heriberto Hulse, de Santa Catarina e Leonel Brizola, do Rio Grande do Sul. Compareceram também à solenidade os governadores eleitos de Minas Gerais, sr. Magalhães Pinto; do Paraná, major Ney Braga; de Santa Catarina, sr. Celso Ramos; de Mato Grosso, Fernando Correa da Costa, bem como o sr. Walfrido do Carmo, representando o novo governador de Goiás, sr. Mauro Teixeira.

As Centrais Elétricas de Urubupungá constituem o maior aproveitamento hidrelétrico projetado no país e mesmo um dos maiores do mundo: cerca de 4 milhões de HP, beneficiando vasta região dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Paraná, dentro de um raio de 600 quilômetros.

A diretoria da empresa ficou assim constituída: Presidente, sr. Hélio Bicudo; Diretores: sr Diogo Nunes Gaspar, eng. Souza Dias, sr. Nilde Ribeiro dos Santos e sr. Demóstenes Martins. - Conselho Fiscal: titulares - srs. Plínio Queiroz, Fernando de Oliveira e José Pauloni Neto: suplentes - srs. Mário Laranjeira de Mendonça e Antonio Ponzio.

Demóstenes Martins era o representante de Mato Grosso na diretoria da empresa. Iniciada em abril desse mesmo ano, a usina de Jupiá iniciou suas operações em 14 de abril de 1969.

FONTE: revista Brasil-Oeste (SP), janeiro de 1969, página 20.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...