sexta-feira, 27 de setembro de 2013

30 de setembro

30 de setembro

 
1914 – Regulamentada eleição em Campo Grande


Intendência Geral de Campo Grande, início do século XX


São baixadas as instruções para as eleições de 1 e 2 de novembro em Campo Grande, onde deveriam ser sufragados candidatos a deputados estaduais e Intendente, vereadores e juiz de paz do município. O ato do chefe do executivo foi publicado no semanário O Estado de Mato Grosso:

O cidadão José Santiago, 1º vice-intendente em exercício do município de Campo Grande, faz saber que tendo de realizar-se nos dias 1 e 2 de novembro as eleições para os cargos de deputados à Assembléia Legislativa do Estado, intendente, vereadores e juízes de paz que hão de servir no triênio de 1915 a 1917, divide de acordo com as leis ns. 34, de 7 de junho de 1893, 131, de 12 de março de 1896 e 417, de 22 de novembro de 1905, a Paróquia de que se compõe este município em seis sessões que funcionarão: a 1ª. na sala destinada às sessões do júri, no paço municipal; a 2ª. no mesmo edifício, na sala da secretaria; a 3ª. No edifício onde funciona a inspetoria de veterinária, na sala ao lado do nascente, nesta vila; a 4ª. no mesmo edifício, na sala do lado do poente; a 5ª na povoação de Jaraguari no edifício onde funciona a sub-delegacia e a 6ª finalmente, na povoação de Entre Rios, no edifício da escola pública. Pelo que convida a todos os cidadãos eleitores a comparecerem nos dias acima designados às 10 horas, a fim de darem os seus votos nas seções em que estiverem qualificados. Na eleição de deputados, no dia 1, cada eleitor deverá votar em uma só cédula, em 16 nomes diferentes. No dia 2 em quatro cédulas, contendo uma, um só nome para Intendente; outra, dois nomes para vereadores e cinco para suplentes de vereadores, separados estes daqueles por um traço bem visível e a última, três nomes para juizes de paz e três para suplentes de juizes de paz, também separados estes daqueles por um traço visível e tendo cada um a numeração da ordem que lhe corresponder.


E para que chegue ao conhecimento de todos, mandei lavrar este Edital que será afixado na porta principal deste edifício e publicado pela imprensa local. Eu, Manoel Leite da Silva, secretário da Câmara, o escrevi. Intendência Municipal de Campo Grande, em 30 de setembro de 1914. José Santiago, 1º vice-intendente.


Realizada a eleição para Intendente Geral sai vitorioso o fazendeiro e comerciante Sebastião Lima.

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 94.


30 de setembro 

2002 - O assassinato do jornalista Sávio Brandão





É morte em Cuiabá, o jornalista e empresário, Domingos Sávio Brandão Lima Júnior, diretor do jornal "Folha do Estado". Foi às 15h15. Dois homens em uma moto se aproximaram do empresário, que estava acompanhado de um amigo em frente à obra da futura sede do jornal Folha do Estado, no Bairro Consil, em Cuiabá. Um deles, na garupa, sacou uma pistola e disparou os tiros à queima roupa.¹ Brandão foi morto com sete tiros de pistola 9 mm. O mandante, condenado pela justiça, foi o então chefe do jogo do bicho em Cuiabá, João Arcanjo Ribeiro

Nos meses que antecederam sua morte, o jornal publicou reportagens sobre o crime organizado e, numa delas, o "comendador"Arcanjo, foi chamado de "Al Capone de Mato Grosso". Brandão foi morto com sete tiros de pistola 9 mm. 

Segundo a polícia, o motivo do assassinato foram as reportagens, onde Arcanjo é acusado de lavar dinheiro (pelo menos US$ 69,8 milhões), de ser o mandante de outros dois assassinatos, de comandar o crime organizado e de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal.²

Segundo o delegado Luciano Inácio da Silva, o assassinato de Brandão foi encomendado por "no mínimo" R$ 38 mil.

O cabo da PM Hércules de Araújo Agostinho, 34, acertou, segundo testes de balística, os tiros no empresário. Ele é acusado de outros cinco assassinatos (dois teriam sido encomendados também por Arcanjo). Preso um dia após a morte de Sávio Brandão, fugiu do presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá, no dia 1º de maio passado. Superou cinco portões sem ser incomodado por carcereiros.

Em seu relatório, o delegado afirma que o assassinato de Sávio Brandão envolve, além de Agostinho e Arcanjo, mais três pessoas:

1) o ex-cabo da PM Célio Alves Barbosa, 38, também acusado de ser pistoleiro de Arcanjo, que, segundo o delegado, vigiou os passos de Sávio Brandão para dar informações a Agostinho. 

2) o vigia Fernando Barbosa Belo, que, segundo a polícia, pilotou a moto da qual Agostinho fez disparos.

3) o "cobrador de dívidas" João Leite, que, segundo a polícia, contratou Agostinho a pedido de Arcanjo para matar Sávio Brandão. Leite tinha comprovante de que pagou R$ 38 mil a Barbosa pela morte de Brandão.

Além dos telefonemas para a VIP Factoring, que pertence a Arcanjo, Leite também ia à empresa frequentemente, afirmou o delegado Silva. A polícia também se baseia em depoimento do presidiário Paulo César Mota. Então vizinho das celas de Agostinho e Barbosa, ele diz ter ouvido os dois comentarem que o "comendador" mandou matar Brandão.²

Arcanjo foi condenado, esteve preso por durante 15 anos. Em fevereiro de 2018 conseguiu a progressão da pena do regime fechado para o semiaberto.

FONTE: ¹Sandra Carvalho, Circuito Mato Grosso, Cuiabá, 1°-9-2017, ²Hudson Correa, Folha de S.Pulo (online), 1°.09.2003.

FOTO: Circuito Mato Grosso.



30 de setembro

2021 - Morre o deputado Ary Rigo


                                                                                                                   MIDIAMAX



Aos 74 anos, morre em Campo Grande, o deputado Ary Rigo, vítima de traumatismo craneano, provocado por um acidente doméstico. Gaúcho de Passo Fundo, formado em Agronomia no Rio de Janeiro, mudou-se para o Estado no início da década de 70. Dirigente de cooperativa agrícola em Maracaju, ingressou na política em 1978, quando elegeu-se, pela Arena, deputado estadual constituinte, cargo que exerceu por mais quatro mandatos. De 1991 a 1994 foi vice-governador do Estado na chapa do governador Pedro Pedrossian.

Em 1994 chegou a ser candidato ao Senado, tendo sido derrotado por Lúdio Coelho e Ramez Tebet. Em 2010, como primeiro secretário da Assembleia Legislativa, foi envolvido em um escândalo de corrupção e perdeu a reeleição para deputado estadual.

Rigo deixou a esposa e dois filhos.

Com informações do Campo Grande News.


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29 de setembro

29 de setembro

 29 de setembro

 

1865 – Expedicionários entram em Goiás

As forças atravessam o rio Paranaíba, na divisa de Minas com Goiás, numa travessia que durou 9 dias. Na província goiana acamparam na vila de Santa Rita do Paranaíba (atual Itumbiara), descrita por Taunay:

Ergue-se a povoação de Santa Rita de Cássia à margem direita do rio Paranaiba, estendendo as suas primeiras casas no declive da rampa que leva ao porto, onde aproam as barcas de passagem. A sua fundação é moderna; há vinte e tantos anos aí se estabeleceram alguns mineiros exploradores, dando princípio a um arraial que foi ereto em freguesia no ano de 1850. O movimento comercial é quase nulo; apenas alguma passagem e recovas carregadas de sal, com destino a Goiás, tiram-na momentaneamente da atonia e estagnação que a personificam.

FONTE: Taunay, A marcha das forças, Melhoramento, S. Paulo, 1928, página 84.


29 de setembro


1932 – Guera civil brasileira: São Paulo capitula


Vargas e general Gois Monteiro, a vitória legalista


Depois de agitada reunião da cúpula dirigente da revolução constitucionalista, a qual o general Bertoldo Klinger foi representado por Lísias Rodrigues, o comandante militar rebelde “transmitiu a Vargas o telegrama decisivo, omitindo a frase ‘de acordo com o governo paulista’ que o esboço original continha. ‘Com o fito de não causar à nação mais sacrifícios de vidas nem mais danos materiais,’ declarou, ‘o comando das Forças Constitucionalistas propõe imediata suspensão das hostilidades em todas as frentes, a fim de serem assentadas as medidas para a cessação da luta armada.’ Vargas, as 7.43 h, respondeu instruindo Klinger a enviar um emissário ao quartel-general de Góis Monteiro para tratar das providências necessárias para por fim à luta. Klinger então, por uma troca de telegramas, combinou com Góis Monteiro que o tenente-coronel Osvaldo Vila Bela, seu Chefe de Estado-Maior, partiria de automóvel naquela tarde para Lorena, onde seria recebido pelo recém-promovido general Daltro Filho e conduzido até Cruzeiro”. 

Corumbá e Ladário não aderiram à revolução, tendo permanecido fieis ao presidente Vargas.

FONTE: Stanley Hilton, 1932, A guerra civil brasileira, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1982 página 321




29 de setembro

2003 - Criado o município de Figueirão


Moysés Galvão e sua esposa Leontina, os fundadores de Figueirão

Fundado em 1949 pelo goiano Moysés Araujo Galvão, é criado o município de Figueirão, pela lei nº 2.680, de iniciativa de deputado Akira Otsubo (PMDB) e sancionada pelo governador Zeca do PT. Desmembrado de Camapuã, p município localiza-se na micro-região do Alto Taquari ao norte do Estado, limitando-se com Costa Rica, Camapuã, São Gabriel do Oeste, Coxim e Alcinópolis. Está a 260 quilômetros de Campo Grande. Seu primeiro prefeito foi Ildo Furtado de Oliveira (PT, PTB e PSDB), com os seguintes vereadores: Gilson Pereira de Faria, Neilo Souza da Cunha, Marizeth Venância de Oliveira, Edegar José de Lima, Eliane Geraldino de Oliveira, Antonio Inácio Furtado, Ari Lima Carrijo, Antonio Azevedo Nabhan e José Aparecido de Assis.


FONTE: Admar de Araújo, Figueirão, Editora Iaçu Porã, Campo Grande, 2005, página 169 

28 de setembro

28 de setembro

 
1886 – Bispo de Cuiabá chega pela primeira vez a Campo Grande

Capela de Santo Antonio, primeira igreja de Campo Grande


Na primeira visita da mais alta autoridade da igreja católica da província ao povoado, chega ao vilarejo chefiado por José Antônio Pereira, 28 de setembro de 1886, d. Carlos Luis D’Amour, bispo de Cuiabá, com jurisdição em todo o Estado. O registro é do cônego Bento Severiano da Luz, escriba da comitiva:

Pelas 7:00 horas da manhã deixamos a Lagoinha e às 9 apeamo-nos em casa de José Tomaz da Cunha, no lugar chamado Lagoa, onde já se achava um grupo de cavaleiros da povoação de Campo Grande, deputados para encontrar nessa altura a S. Exa. Rvma. O sr. Cunha nos deu excelente almoçozinho e desvanecidamente cumpriu seu dever o que foi muito auxiliado pelas boas maneiras de sua gentil consorte a Exa. Sra. D. Josefa Benedita de Jesus. Nada vi ali que mereça atenção a não ser o local, que é aprazibilíssimo pela vista que oferece. À pequena distância passam dois arroios, o que dá nome ao sítio e o Imbirussu; ambos são tributários do Inhandui, que os recebe na margem direita. Partimos depois do meio-dia. Em caminho, a mais de meia légua de distância, encontramos uma multidão de cavaleiros perfilados com dez batalhões, tendo por uniforme (quase todos) palas listradas e de duas vistas. Depois deste encontro vieram outros e mais outros até a povoação, a cuja entrada repetiu-se a mesma cena dos outros povoados, isto é, fogo do ar, salvas de ronqueiras, beija-mão, etc. Enfim a festa que se fez para honrar a chegada do pastor a uma localidade é demasiadamente popular para que eu aqui a descreva ainda. S. Exa. Rvma. ocupou uma casa que o sr. José Antônio Pereira lhe havia preparado e recebeu deste distinto cavalheiro um tratamento franco e generoso quanto permitiam os recursos do lugar.


Dom Luis e sua comitiva deixam Campo Grande, de volta a Cuiabá, as 7 horas da manhã do dia 4 de outubro.

FONTE: Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, sd, página 180.



 28 de setembro

1948 – Criado o município de Aparecida do Taboado 


Pela lei estadual número 30, o distrito de Aparecida do Tabuado, na região leste Sul de Mato Grosso, é desmembrado do município de Paranaíba. Fundado em 1910 em terras doadas por Antonio Leandro de Menezes, a vila nasceu com o nome de Lagoa Suja. Faz divisa com o Estado de São Paulo. A sua economia tem por base a pecuária, sendo que a zona urbana começou na última década a ser beneficiada com o surgimento de várias indústrias.Está  ligada ao Estado de São Paulo pela ponte rodoferroviária da Ferronorte.


FONTE: Enciclopédia Forças Vivas da Nação, 74

FOTO: Wikipédia


28 de setembro

1972 - Inaugurado o Palácio do Comércio, nova sede da Associação Comercial de Campo Grande
                                                                                          ACICG



É inaugurado o Palácio do Comércio, nova sede da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, à rua 15 de Novembro, 390, em frente à praça Ari Coelho. O ato, dirigido pelo empresário Nelson Borges de Barros, presidente da entidade, foi prestigiado pelo governador do Estado, José Frangelli, o prefeito Antonio Mendes Canale e uma grande plateia, composta de autoridades e empresários.

O prédio é, segundo boletim da associação, "é um empreendimento fora do comum, de arquitetura de vanguarda, em dois blocos ultrafuncionais, de 16 andares, com todos os apartamentos de frente e independentes. No mesmo local, porém com entradas isoladas e completamente separadas dos apartamentos, funcionará a Associação Comercial de Campo Grande, da qual obtivemos a honra e a primazia da construção do Palácio do Comércio". 


FONTE: ASSOCIAÇÃO Comercial e Industrial de Campo Grande, (revista) Registros na História (1926 - 2016), Campo Grande, 2016, página 101.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

27 de Setembro





27 de setembro

 
1907 – Proibido desembarque de príncipe brasileiro em Corumbá



Proibido de desembarcar em território pelo governo republicano, o príncipe d. Luiz d’Orleans, que se encontrava de volta da sua excursão a vários países sul-americanos, é cumprimentado por diversos patrícios de Corumbá, que se deslocaram ao país vizinho para esta finalidade. No dia seguinte, com permissão para transitar pelo porto de Corumbá, chegava D. Luiz ao ancoradouro da cidade, vindo na lancha boliviana Inca, de onde transbordou-se para o vapor Fernandes Braga que o devia conduzir a Assunção.
A bordo deste navio fez-lhe as honras da recepção o cônsul português Gonçalo Cristovam e muitos brasileiros que lhe levaram saudações pessoais. Dom Luiz era neto de Dom Pedro II.  

FONTE:  Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 171.

FOTO: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Luis_prince_imperial_1909_Brazil.JPG 




27 de setembro

1915 - Morre o líder separatista Bento Xavier da Silva




Faleceu aos 53 anos em Belém, Paraguai, o gaúcho Bento Xavier da Silva. Natural de Santana do Livramento, chegou ao Sul de Mato Grosso no final do século XIX, como refugiado da revolução federalista na qual lutou no exército maragato de Gumercindo Saraiva, derrotado pelos picapaus de Júlio de Castilho. Em Bela Vista dedicou-se à pecuária, ingressando em seguida nas lutas políticas regionais. Um dos pioneiros na luta pela divisão de Mato Grosso, liderou na primeira década do século passado a fase insurrecional da campanha separatista, chefiando um movimento conhecido como Revolução da Paz, que "chegou a ter mais de 5.000 seguidores, que, para a época era um verdadeiro exército".

Batido nos combates de Estrela, em 1911 por tropas legalistas comandadas pelo major Gomes exilou-se no Paraguai, onde passou a trabalhar como açogueiro. 



FONTE: Sidney Nunes Leite, Bela Vista uma viagem ao passado, edição do autor, Bela Vista, 2001, página 232.


27 de setembro

1952 - Navios holandeses para novas linhas na bacia do Prata

                         Navio para reforçar a frota. Foto A Manhã (RJ)

Direto da Europa para a bacia do Prata passam "hoje pelo Rio, para serem entregues à Superintendência da Bacia do Prata os dois navios fluviais, recém construídos na Holanda, que serão utilizados nas linhas de Corumbá (Mato Grosso) - Assunção (Paraguai) - Montevideo (Uruguai) e Porto Mendes (Paraná) - Assunção (Paraguai), estabelecendo, pela primeira vez, a ligação desses estados do Brasil, através dos rios Paraguai e Paraná e das repúblicas do Paraguai e do Uruguai. Esses navios tomarão a denominação de Guarapuava e Guairacá, medem 70 metros de comprimento, 7 metros de boca, 1,20 de calado, estão dotados 3 motores de potência de 960 HP e desenvolvem a velocidade de 12 milhas horárias, possuindo acomodações para 24 passageiros de segunda classe, todo o conforto e segurança, com amplo salão de refeições, bar, deks para passeios, ventilação e calafetação interna, radiotelegrafia e radiotelefonia".

FONTE: A Manhã, (RJ) 27/09/1952.

26 de Setembro


 26 de setembro



1844 – Ameaça de invasão boliviana



Assume o governo da província de Mato Grosso o tenente-coronel Ricardo José Gomes Jardim. Sua gestão de dois anos e meio, segundo Rubens de Mendonça teve de aplicá-la nos meios de defesa da fronteira boliviana, então ameaçada de invasão. Como medida preliminar fez seguir para o alto Paraguai duas barcas canhoneiras, ao mando do capitão-tenente Augusto Leverger, a fim de vigiar as imediações das lagoas Gaíba e Uberaba, área localizada atualmente no Estado de Mato Grosso do Sul. Além dessa, outras providências militares foram postas em execução, absorvendo-lhe por esse modo a atividade como governador. 


FONTE:  Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 169.


26 de setembro

1929Assembleia reconhece eleição governamental

Os deputados estaduais de Mato Grosso aprovam o resultados das últimas eleições do primeiro período republicano, revogado em outubro do ano seguinte pela Revolução de 30. São reconhecidos os seguintes resultados:
Para presidente: Aníbal de Toledo, 10.432; Pedro Celestino Correa da Costa, dois votos; Manoel Severino Ferreira Marques, um voto. Na mesma ocasião o poder legislativo reconheceu o major João Cunha, Oscar Costa Marques e Generoso Alves de Siqueira, para primeiro, segundo e terceiro vice-presidentes respectivamente. 

FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 160


26 de setembro

1955 - Vereador do PTB é morto em frente ao diretório do partido

É morto em Ponta Porã, às vésperas do pleito que elegeu Juscelino para Presidente da República e João Ponce de Arruda, para governador, o vereador Leopoldo Cortes, de Ponta Porã. O episódio, que esquentou o clima da campanha eleitoral, foi comunicado, com a repulsa do partido ao qual pertencia o edil assassinado, pelo deputado Agápito Boeira, líder político da fronteira, em telegrama à Comissão Executiva do PTB, em Cuiabá:

Lançamos nossos mais veementes protestos contra onda assassinos pretende a UDN lançar regime terror Ponta Porã pt Mataram barbaramente vereador Leopoldo Cortes nosso correligionário prestigioso Bocajá vg ferido Benedito Almiron PSD vg mais outros consequência desespero UDN pt Face fracasso comicios realizados assassinos organizados em grupos atacaram surpresa saindo sede partido não tendo força federal tido tempo impedir covarde agressão pt Serviu pretexto um aparte surgido elemento estranho politica local consequentes ataques pessoais padronizaram comício udenista quando lia impropérios em discurso preparado a professora Mengine Fernandes pt Polícia prendeu feridos deixando criminosos ampla liberdade pt Estão envolvidos irmãos Novaes funcionários correio local sendo um deles provável assassino outros conhecidos desordeiros e ladrões de gado fronteiras irmãos Freitas pt Delegado local licenciado para dar margem tal acontecimento foi visto empunhando arma pt Cidade revoltada clama justiça contra ato selvageria pt

O Estado de Mato Grosso (Cuiabá), 29/09/1955.

26 de setembro

1964 - Instalada a comarca de Amambai 


Em ato presidido pelo juiz de Direito de Ponta Porã, Humberto Neves, é instalada a comarca de Amambai. A solenidade aconteceu no salão do cine Primavera e contou com a presença das seguintes personalidades: dr. José Antonio, promotor da comarca de Ponta Porã; cel Alfredo Aristarcho Leyraud Marquesi, comandante do 11° RC;drs. João Portela Freire e Hélio Capilé; capitão Estácio Azambuja; deputado Alexandrino Marques e dr. Sergio Martins, todos da delegação daquela cidade;e José Medina e José Ambrósio da cidade de Dourados.
Usaram da palavra o prefeito Sergio Martins, de Ponta Porã, o vereador Walmir da Rosa Peixoto, de Amambai, o coronel Alfredo Marquesi, o empresário José Ambrósio e Inocêncio Rodrigues em nome do prefeito Heron da Rosa Brum. O dr.Henrique Grion foi empossado juiz de direito e Maria Aparecida Maciel Muller, oficial do 1° Ofício.

FONTE: Hamilton Carvalho Maciel, Revista Brasil-Oeste, novembro de 1964 (n° 99), Brasil-Oeste Editora Ltda., São Paulo, página 49  

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

25 de setembro


25 de setembro

 
1856 – Cuiabanos exploram o extremo sul do Estado



Serra de Maracaju, no roteiro dos primeiros exploradores de Cuiabá


137 anos da descoberta de Cuiabá e 108 depois da criação da capitania de Mato Grosso, parte de Cuiabá para exploração no sul do Estado o capitão Francisco Nunes da Cunha. De seu retorno, no ano seguinte, entrega ao presidente Augusto Leverger, o barão de Melgaço, o seguinte relatório:

A zona do terreno compreendida a leste pelo rio Brilhante e a oeste pelas alturas da serra Maracaju, e que se estende desde o paralelo que fica ao sul das últimas cabeceiras do rio Dourados, é a que mais ou menos percorri e explorei; ela compõe-se de altas e bonitas chapadas, separadas por uma infinidade de vertentes, que formam os ribeirões Santo Antônio, Santa Gertrudes, Cachoeira, Santa Maria e Dourados; cada uma das vertentes é coberta de espessa mata, excelente para cultura de toda espécie de grão; os leitos dos ribeirões que ficam ao norte são mais ou menos descobertos ou bordados de estreita mata pouco própria para cultura; na confluência de seus galhos, porém, sempre há matas de boa qualidade.


A proporção que se anda para o sul e desde o ribeirão da Cachoeira, vê-se que se multiplicam as vertentes e que as matas, tornando maiores, guarnecem já grande parte das margens dos ribeirões; no mesmo rio Dourados se observa que as matas das últimas vertentes dos sul são mais extensas e mais abundantes em madeira e erva-mate do que as das vertentes do norte: nestas matas predomina a peroba da melhor qualidade e ali crescem com tanto viço e vigor que tomam proporções extraordinárias; em qualquer mata que casualmente se penetre encontram-se sempre perobas, cujos troncos têm às vezes, vinte, trinta ou mais palmos de circunferência. 


No esboço que acompanha este, estão figurados os três galhos do rio Dourados, que se aproximam mais das matas conhecidas pelas do Iguatemi; destes galhos, um corre a leste e dois a nordeste e destes últimos o de oeste, por sua posição topográfica relativamente à das referidas matas, o que deve ser escolhido para na sua margem ser assentada a projetada colônia. A uma légua das mencionadas matas e duzentas braças arredado da margem direita do citado galho, fiz plantar um esteio lavrado para marca ou sinal do lugar que me pareceu mais próprio para assento da colônia.


A chapada que separa as águas do Dourados das que nascem das matas supramencionadas, é dos terrenos que explorei o mais elevado; dela a rumo de sudoeste se avista uma alta serra que corre de noroeste a sueste e que parece estar a dez léguas mais ou menos e já a leste das cabeceiras do rio Apa.

 
Desta vistoria resultou a construção da colônia militar de Dourados, hoje município de Antônio João. Até então as únicas áreas habitadas no Sul do Estado eram a decadente fazenda Camapuã, a vila de Santana do Paranaíba, Nioaque, Miranda, Vacaria, Forte Coimbra e Albuquerque.

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 167.



25 de setembro 


1924 – Rondon chefia tropas legalistas no Paraná




Na única vez em que assume funções de comando em conflito armado, o sertanista matogrossense general Candido Mariano da Silva Rondon é nomeado para combater os revolucionários paulistas do general Isidoro Dias Lopes, refugiados no Paraná:

A 25 apresentei-me ao Ministro de acordo com um novo recado trazido pelo seu oficial de gabinete. Fez-me então convite pessoal para comandar aquela expedição, dando-me carta branca sobre o meu modo de dirigir.
É que, vencida a revolução de São Paulo, deixara Isidoro Dias Lopes aquele Estado, com as suas tropas, visando contornar as forças do governo para atingir o rio e, por outro lado, estender a revolução, conflagrando o país do Rio Grande do Sul ao Contestado.


Aceitei a incumbência porque ao receber o recado, na véspera, refletira maduramente e ouvira minha esposa.


Vencidos os rebeldes em maio do ano seguinte, a 12 de junho o general Rondon estingue o comando, “publicando o boletim final e a 15 chegava ao Rio, apresentando-me, logo no dia seguinte, com os oficiais do meu Estado-Maior, aos chefes do Estado-Maior do Exército, do Departamento de Guerra, ao Comandante da Região Militar, ao Ministro da Guerra, ao presidente da República.” 


Os rebeldes, derrotados por Rondon entraram em Mato Grosso e formaram a Coluna Prestes.


FONTE: Esther Viveiros, Rondon Conta Sua Vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 477.


24 de setembro

24 de setembro

 
1801 – Suspenso ataque a Coimbra



Tentando tomar a fortificação portuguesa em constantes ataques desde o dia 16 de setembro, o governador espanhol do Paraguai, d. Lázaro de Ribera, ante a brava resistência de Ricardo Franco, apesar da superioridade numérica de suas forças, surpreendentemente desiste de sua missão:

No dia 24, às 3 horas da tarde recomeçou o inimigo o bombardeio com a artilharia das três sumacas e manteve o fogo até às ave-marias. Como se colocaram longe do alcance dos canhões brasileiros, o forte não respondeu ao fogo.


Pelas nove horas da noite, informa Ricardo Franco, o inimigo ‘tocou a retreta, com a sua música de oboé e zabumba’, e do forte responderam os defensores com ‘dois tambores, rebeca e flauta.’


A seguir as embarcações espanholas começaram a descer o rio, ante o olhar atônito da guarnição, que mal podia acreditar no que via: a poderosa frota, com força suficiente para esmagar a diminuta resistência, batia em retirada.
Fato notável foi que em todo o tempo que durou o assédio, durante o qual houve sete dias de intenso bombardeio e três recontros, não sofreu a guarnição nenhuma baixa. Apenas um defensor foi ferido levemente na cabeça por um estilhaço de pedra.


Os espanhóis, em contrapartida, tiveram vinte perdas entre mortos e feridos.
A vitória dos defensores de Coimbra causou o maior entusiasmo em toda capitania, no resto do Brasil e em Portugal.
O governador Caetano Pinto premiou com promoções e oitavas de ouro os soldados que mais se distinguiram.


A Coroa promoveu Ricardo Franco a coronel e concedeu-lhe o hábito de S. Bento de Avis ‘com 300$000 rs de Tença nas comendas vagas.


FONTE: Carlos Francisco de Moura, O forte Coimbra, Editora UEMT,Cuiabá,1975,  página 51.



 24 de setembro


1896 – Generoso Ponce em Nioaque







Senador e deputado estadual, Generoso Ponce, chefe republicano de Mato Grosso nestes primeiros anos da República, visita Nioaque, liderando comissão oficial de apoio ao seu partidário Jango Mascarenhas, que acabara de derrotar em luta armada seus adversários do partido autonomista:

“A atividade de Ponce é incessante. Chega a Cuiabá em fins de julho e já nos primeiros dias de agosto segue para Nioac. Na longínqua localidade do sul, duas parcialidades em desarmonia estão a pique de conflagrar a região, tão remota na época, por falta de transporte. Antônio Fernandes Trigo de Loureiro, há pouco nomeado chefe de polícia, segue com ele. Todos pensam que só a alta autoridade do chefe supremo do partido e sua habilidade, conseguiriam pacificação".


Consagra o ‘Republicano’ de 24 de setembro de 96, o êxito da missão que durara mês e meio:

De volta da vila de Nioac, para onde partiram a 12 do mês pp. com o fim de com seu incontestável prestígio pacificar aquela remota região de nosso Estado, profundamente convulsionada por um movimento sedicioso, acha-se o eminente chefe político Generoso Ponce, que mais uma vez patenteou de maneira eloqüente e expressiva o acrisolado amor que consagra à sua terra natal, prestando-lhe na emergência atual e com sacrifício até de sua própria saúde, um relevantissimo serviço, cuja memória permanecerá imperecível na gratidão de seus coestaduanos’. 


FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952; página 139


24 de setembro


1915 – Lei garante monopólio da Mate Larangeira

Através da resolução 725, sancionada pelo presidente Caetano Albuquerque, a Empresa Laranjeira, Mendes & Cia, garante a renovação de seu contrato de arrendamento dos ervais do sul de Mato Grosso, até 1926. O contrato seria assinado a 19 de maio de 1916. 

FONTE: Gilmar Arruda, Círculo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986; página 287


23 de setembro


23 de setembro
1996 - Morre Felix Zavattaro, pioneiro do ensino superior em Campo Grande

Padre Felix Zavataro
Nascido em 12 de maio de 1914 no burgo de San Marino, no Piemonte, falece em Savona, na Itália, o padre Felix Zavattaro. Filho de Giovanni e Felicitá Zavataro, aos 15 anos, a 26 de junho de 1929 deixou a terra natal com destino ao Brasil. Em janeiro de 1930 iniciou em Lavrinhas, São Paulo, o seu noviciado. Em Lavrinhas completou os estudos de Filosofia. Em 1932 iniciou a carreira de professor no Ginásio Anchieta, na cidade de Silvânia (Goiás). Em 1933 leciona no Colégio Salesiano de Santa Teresa, em Corumbá. Em 1936 regressou à Itália para cursar Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana. 

Retornou ao Brasil em 1947 e foi designado para trabalhar no Ateneu Dom Bosco, de Goiania. Em Campo Grande dirigiu o Colégio Dom Bosco até 1955. Em 1957 foi nomeado diretor do Colégio Salesiano de Lins, no interior de São Paulo. Em 1961 reassume a direção do Colégio Dom Bosco de Campo Grande, ano em que ele e o padre Ângelo Venturelli fundaram a Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, que passaria a funcionar no ano seguinte com os cursos de Letras e Pedagogia,inserindo Mato Grosso no ensino superior.
Em 1964 assumiu a direção do Jornal do Comercio, pertencente à Missão Salesiana, fechado em 1971.

A professora Maria da Glória Sá Rosa,uma das primeiras professoras da FUCMAT, sentetiza-o:

Dotado de rara inteligência, procurava manter-se à margem quando era o centro do diálogo. Seu mundo eram os livros, os alunos, as obrigações para com  Deus e a Congregação Salesiana. Fez da entrega ao próximo um lema de vida. Era despojado de vaidades, totalmente desapegado de bens materiais. A única riqueza que lhe interessava era a interior, acumulada em anos de total desprendimento do mundo e de suas fantasias.


FONTE: Maria da Glória Sá Rosa, Félix Zavattaro, in Campo Grande: personalidades históricas, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 191

 

23 de setembro

2002 – Morre o construtor Alexandre Tognini


Aos 97 anos falece em Campo Grande o construtor Alexandre Tognini. Natural de Avaré, no Estado de São Paulo, chegou a Campo Grande em 1916, dedicando-se à construção civil, começando aos 12 anos como servente de pedreiro nas obras do atual Colégio Oswaldo Cruz. Na atividade, segundo seu biógrafo Ângelo Arruda, reformou o prédio da prefeitura e do fórum da cidade, na avenida Afonso Pena esquina com a Calógeras, construiu o Hospital Santa Maria para o médico Ari Coelho de Oliveira, na avenida Afonso Pena. Nos anos 40 construiu a sede do Rádio Clube, inclusive sua piscina, e nos anos 60, as sedes do Banco do Brasil em Aquidauana, Três Lagoas, Andradina-SP e Londrina-PR. 

Aposentou-se em 1974, sendo sua última obra a residência de César Macksoud.  


FONTE: Ângelo Arruda, Pioneiros da Arquitetura e da Construção em Campo Grande, Uniderp, Campo Grande, 2002, página 49.

FOTO: acervo Angelo Arruda.

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