sexta-feira, 12 de julho de 2013

12 de setembro


12 de setembro

1864 - Receita ameaça execução fiscal de escravocratas inadimplentes

Em edital publicado em jornais da capital, a Inspetoria da Fazenda, ameaça executar a dívida da taxa de escravos aos inadimplentes do exercício fiscal anterior:

"De ordem do Ilm° Senr. inspetor desta Tesouraria convido aos senhores colectados da cidade de Poconé que no exercício de 1861-1863 deixaram de pagar na coletoria geral do lugar o imposto de taxa dos escravos, para que hajam de por si ou por seus procuradores satisfazer a boca do cofre nesta repartição as importâncias de seus débitos no prazo de trinta dias a contar desta data; sendo que, se não o fizerem, serão as suas contas remetidas ao juízo competente para promover executivamente a cobranças delas.

Primeira Secção da Tesouraria da Fazenda de Mato Grosso em Cuiabá, 12 de setembro de 1864. O chefe interino, José Estevão Correa".


FONTE: A Imprensa de Cuyabá, 13 de setembro de 1864.





12 de setembro


1883 - Índios Coroados atacam fazendas em Coxim






Índios da tribo Coroados em ataque a moradores da margem esquerda do rio Taquari, em Bom Jardim, no distrito de São José de Herculânia (Coxim) "fizeram 12 vítimas e roubaram tudo quanto acharam", colocando em pânico "todos os moradores daquela circunferência" e obrigando a retirada de todos, abandonando suas propriedades e pertences. A denúncia consta de um apelo às autoridades, publicado em jornal de Corumbá, implorando o restabelecimento da ordem na região:

"Os índios da tribo - Coroados - que no Taquari, à margem esquerda fizeram 12 vítimas e roubaram tudo quanto acharam, fato que deu lugar a que todos os moradores daquela circunferência se retirassem abandonando tudo quanto tinham, assaltaram minha casa às 10 horas do dia 6 do corrente, deixando-me a dura provação de ver flechados um casal de escravos, de cujos ferimentos está à morte um deles.

Antes de darem este assalto haviam surpreendido e assassinado a mulher de um meu agregado a qual fora encontrada com a cabeça espedaçada por uma mão de pilão - de que se serviram, e junto ao cadáver encontrou-se ensanguentada.

As criações que no meu terreiro estavam, ficaram todas feridas de flechas e algumas mortas.

Como é de todos sabido os vândalos rapinas - com suas correrias, plantaram nesta zona um geral horror e completo desânimo de modo que, está quase de todo cortado o trânsito da estrada em que os habitantes deste sertão, do Goiás e parte do de Minas, comerciam na povoação de S. José de Herculânia. E, se imediatos socorros não vierem a impedir a audácia destes índios, seremos todos suplantados pela miséria e inúmeros serão os prejuízos a lamentar-se no comércio deste distrito e não menos no de Corumbá.

O comandante do destacamento de Boa Vista, o sr. alferes Cipriano Alcides, a quem recorri temendo ser novamente agredido, mandou postar dois soldados em minha fazenda e outros dois na do sr. Leandro Borges, 5 léguas de minha residência, observando-me apenas, que tão logo acalmassem as hostilidades dos índios, tornassem os soldados ao destacamento, visto como se tomou a si o expediente de dar-me auxílio, foi pelo sentimento da piedade que o domina e não porque as autoridades, seus superiores, a isso instruissem, por isso que aconselhava-me a retirar quanto antes, afim de que seus soldados não demorassem fora do destacamento que, com as poucas praças que ali se compõe, podia ser também pelos índios atacado, e ele tinha então, necessidade de defender o quartel a mais pertences nacionais ou morrer sobre eles, com todos os soldados sob seu comando.

Dei razão ao dito sr. alferes; mas sr. redator em tais circunstâncias entre audazes e tiranos selvagens, sem poder com tranquilidade, cuidar de minha família objeto para cuja mantença me sacrifiquei a ocupar um pedaço de terra em que resido e onde tenho empregado não mesquinho capital, porém, sim de alguma importância, como devo estar e o que farei? onde trabalhar quando os terrenos estão de difícil aquisição e a quem pedir recursos em tão precária situação?

Providências a serem por mim tomadas, é a resignação de retirar-me de minha fazenda, sem esperança de jamais haver aquilo que com sacrifícios enormes pude adquirir em seis anos de assíduo labor.

Providências hão de sobejo; mas, para pedi-las o fraco som de minha voz, não alcança onde elas estão, e V. S. advogado da santa causa dos malaventurados e esclarecido como é, com a sublimidade de sua clara linguagem, com o robusto eco de seu conceituado jornal, do alto de sua tribuna tipográfica e traduzindo os sentimentos que nesta quadra de mim se apoderam e das mais vítimas minhas companheiras de sacrifícios, proclamará ao vivo ao administrador da província, os fatos supra narrados; e, então, far-me-á o favor, lhe rogo, pedir-lhe uma medida no sentido de afugentar esses índios, afim de que possamos tranquilos seguir a marcha de nossos trabalhos como outrora.

Convencido de que V.S. não se negará a este favor, desde já antecipo os meus agradecimentos e sou

De V. S.

Admirador am.°

Distrito de S.José de Herculânia no Bom Jardim, 12 de setembro de 1883.

José Venâncio Naves".


FONTE: jornal O Iniciador (Corumbá), 1° de novembro de 1883.


FOTO: reprodução meramente ilustrativa.




12 de setembro
   
1893 – Morre o marechal Porto Carreiro

Falece ao 74 anos no Rio de Janeiro, Hermenegildo de Albuquerque Porto Carreiro, o barão do Forte de Coimbra. Nascido em Recife, Pernambuco em 1818. No exército brasileiro chegou a marechal. Era o comandante do forte de Coimbra em 27 dezembro de 1864, por ocasião da ocupação paraguaia e coordenou a fuga  para evitar combate desigual com a armada paraguaia. A frota inimiga, capitaneada pelo Igurey, era formada por 5 vapores e 5 grandes embarcações a reboque, e totalizava 39 canhões de bordo. A reboque também balsas-curral com gado para o abastecimento da tropa e cavalos. As tropas de combate formavam 4 batalhões, num total de 3.200 homens. Traziam também 12 peças de campanha. A artilharia brasileira,por sua vez, era constituída de 31 canhões velhos, dos quais apenas 11 estavam em condições de atirar, mas com o número de artilheiros era insuficiente, somente 5 podiam atirar.




FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, sentinela avançada da fronteira, Edições UFMT, Cuiabá, 1974, página 60.



12 de setembro

1934 – Nasce em São Paulo, Rubens Gil de Camilo





Nasce em São Paulo, Rubens Gil de Camilo. Mudou-se para Campo Grande aos 5 anos de idade. Fez o primário no Colégio Dom Bosco, o ginasial no Joaquim Murtinho. Aos 16 anos entrou para a Aeronáutica. Com 17 anos prestou exame para a Marinha em Corumbá. Aos 18, em 1951 muda-se para São Paulo, onde cursou arquitetura na Universidade Mackenzie, formando-se em 1960. Retorna a Campo Grande onde se dedica à profissão. Seus projetos mais conhecidos são o Palácio Popular da Cultura no Parque dos Poderes e a sede da Federação das Indústrias, na avenida Afonso Pena.
Faleceu tragicamente durante uma pescaria em agosto de 2000. Em sua homenagem o governo do Estado deu o seu nome ao Centro Popular de Cultura, seu mais conhecido projeto.

FONTE: Ângelo Marcos Vieira de Arruda, Pioneiros da Arquitetura e da Construção em Campo Grande, Uniderp, Campo Grande, 2002; página 323.


12 de setembro

1976 - Sequestro e morte de Lúdio Coelho Filho, o Ludinho




Sequestrado e morto em Campo Grande, o jovem Lúdio Martins Coelho, o Ludinho, filho do empresário e político Lúdio Martins Coelho. O crime, por envolver uma das mais tradicionais famílias de Mato Grosso, e, principalmente, por ser um dos primeiros no gênero no Brasil, teve enorme repercussão, desde o rapto da vítima até a prisão dos suspeitos e condenação de seus autores.

As primeiras notícias davam conta de que com "um tiro na testa, uma mulher encontrou ontem, num terreno baldio no centro de Campo Grande, o corpo do estudante Lúdio Martins Coelho Filho, sobrinho do senador Italívio Coelho (Arena-MT) e filho do banqueiro e pecuarista Lúdio Martins Coelho. O rapaz havia sido sequestradosexta-feira e seu carro, deixado em frente à residência da família, foi encontrado um bilhete exigindo resgate de Cr$ 6 milhões".

O mesmo noticiário dava conta que "um forte esquema de segurança o corpo de Ludinho, que permaneceu intocável até a noite, quando a Polícia Técnica de São Paulo - vinda em jato fretado - o examinou. O delegado Fleury comanda as investigações. O sequestro era mantido em rigoroso sigilo até ontem às 15.45 quando o corpo foi encontrado. O tiro teria sido disparado na manhã de ontem (dia 10), segundp a polícia."

OS AUTORES - Com o auxílio da polícia do Estado, o delegado Luis Antonio Fleury, do DOPS de São Paulo, comandou as investigações e chegou aos suspeitos, graças à delação do cabo Luiz Targino, que soube do fato, através de um de seus autores, o tenente Aramis.

Os tenentes da PM de Mato Grosso, Aramis Ramos Pedrosa e João Louzada, e João Leozar Machado, presos dez dias depois, confessaram a autoria do crime. Aramis assumiu a autoria intelectual da trama e dos dois disparos que mataram Ludinho. No depoimento, acrescentou que o objetivo do sequestro era apenas o dinheiro, salientando que de qualquer forma o jovem seria morto, pois conhecia bem os sequestradores e os denunciaria.

Foram condenadas, além de Aramis e Machado. a amante deste, Josélia Rosa da Costa e a esposa daquele, Iolanda Grizahay Ramos.

O crime foi celebrizado pela música sertaneja "Lágriimas que choram", da dupla Milionário e José Rico.

FONTE: Jornal do Brasil (RJ) 11 de setembro de 1976.

FOTO: Correio Braziliense, Brasilia, DF.

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