terça-feira, 1 de março de 2011

12 de julho

12 de julho

1924 - Oficiais de Bela Vista sublevam 10 R.C.I. e prendem o comandante


Quartel do 10 R.C.I de Bela Vista


Aderindo à revolta chefiada em São Paulo pelo general Izidoro Dias Lopes, oficiais do 10° RCI de Bela Vista,tenentes Riograndino Kruel, Pedro Martins da Rocha, Jorge Lobo Machado e o médico Umberto Peretti, revoltaram aquela unidade do Exército, com a prisão do comandante tenente-coronel Péricles de Albuquerque.

Segundo Pedro Ângelo da Rosa, "no mesmo dia, à hora da revista, os sargentos David Guimarães, Bernardo Duprat, Samuel Duprat, Eneas de Vasconcelos, Oscar Rodrigues de Araujo, Heitor Pereira, Jonas Vasconcelos, Altino Vasconcelos, Vitor Vascoelos e Januário Magalhães, tendo entrado em combinação prévia, promoveram a contra revolta, soltando o comandante, que foi reintegrado no seu posto e prenderam os oficiais revoltosos, que seguiram para a sede da Circunscrição Militar em Campo Grande. Aqueles sargentos foram elogiados pela sua ação e comissionados ao posto de segundos tenentes, pelo Presidente da República, fato que contribuiu desfavoravelmente para a revolução, em todo o País."¹

A revolta dos militares, no pouco tempo que durou, estendeu-se à área civil, com a deposição por ordem dos rebeldes do intendente geral do município Militão Loureiro de Almeida. Em seu lugar assumiu a prefeitura o vereador Accyndino Sampaio, que enviou ao presidente da Câmara Municipal o seguinte ofício:

Levo ao vosso conhecimento que tendo-se hoje revoltado parte da oficialidade do 10° Regimento de Cavalaria, e que tendo sido eu e o Dr. Armando de Almeida Barros, intimado por uma praça armada a comparecer na Intendência Municipal e ali fui intimado pelo Sr. Tenente Lobo Machado que estava naquela repartição com força armada, a assumir o cargo de intendente, apesar de minha recusa, foi pelo mesmo Sr. determinado que tinha de assinar uma ata, e como se tratava de uma situação anormal em que nossas vidas poderiam correr perigo, pois que já se achava preso o vereando comandante coronel Péricles, tive que aceder bem como todos os presentes que assinamos a referida ata. Exigindo o referido tenente do secretário da intendência um livro ele trouxe da Câmara, que pelo mesmo Lobo Machado foi lhe determinado que lavrasse a ata onde fomos obrigados a assinar todos os presentes. Me foi determinado que recebesse o arquivo da Tesouraria o que não o fiz. E aconselhei o Sr. Tesoureiro e intendente que continuassem em seus cargos e que procurasse acautelar algum dinheiro que por ventura tenha na Tesouraria. E para que não apareça qualquer exploração a meu respeito levo este fato ao vosso conhecimento. pedindo mandar cancelar a referida ata, por ter minha assinatura a consequência de uma coação. Peço dar conhecimento a essa ilustre câmara na sua primeira reunião deste meu protesto e desse esbulho que foi pretendido de fazer pelos revoltosos. Respeitosas saudações. (a) Accyndino Sampaio.²

 



FONTE: ¹Pedro Ângelo da Rosa, Resenha Histórica de Mato Grosso (Fronteira com o Paraguai) Livraria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1962, página 71. ²Sydney Nunes Leite, Bela Vista uma viagem ao passado, edição do autor, Bela Vista,1995, página 235.



12 de julho 

1932 - Para comandar a revolução, General Klinger chega a São Paulo


General Klinger recebido por revolucionários na capital paulista
Havendo deixado Campo Grande em composição de trem especial, chega a São Paulo de manhã, o general Bertoldo Klinger, depois de uma viagem frequentemente interrompida por manifestações favoráveis à revolução constitucionalista, da qual o oficial era um dos comandantes militares:

Em São Paulo o general teve acolhida triunfal e, após encontros com os governantes civis, dirigiu-se ao Quartel-General da Região onde Figueiredo aguardava para passar-lhe o comando da Região e da revolução. Figueiredo, compreensivelmente, estava ansioso para saber da tropa que deveria vir de Mato Grosso, mas quando indagou, Klinger retrucou abruptamente, ‘Essa não precisará vir.’ Ao mesmo tempo, Klinger fez outro comentário ainda mais perturbador: antes de os exércitos entrarem em choque, seria de bom alvitre, ‘tentar a vitória pela conciliação.’ Evidentemente Klinger estava muito preocupado. E a pergunta que sem dúvida se fazia era simples: onde estão os aliados de São Paulo? 

FONTE: Stanley Hilton, 1932 A guerra civil brasileira, Editora Nova Fronteira, Rio, 1982, página 88.

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