segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

26 de maio

26 de maio



1867 - Retirada da Laguna: coléricos são degolados por paraguaios





Relatório oficial do comandante das forças em retirada, refere-se a epidemia de cólera que avassalou a tropa brasileira na trágica retirada da Laguna e sintetiza o auge da calamidade nessa cena dantesca:

Nessas penosas contingências marchou a força debaixo de chuvas repetidas durante os dias 21, 22, 23, 24 e 25 em que chegou ao córrego da Prata a 3 1/2 léguas do Jardim. Então o número de enfermos era tal que literalmente metade da força era empregada em carregá-los, pois que, cada padiola ocupava oito homens em sua condução. O descontentamento e fadiga da soldadesca eram evidentes. Os sãos, depois de poucas marchas, caiam exaustos pelo cansaço aos golpes da moléstia; e o estado geral reclamava uma pronta solução.

O coronel Camisão tomou então uma medida de que dependia a salvação do resto da força, medida cuja execução foi horrorosa e custou-nos momentos angustiosos e cruéis.


A 26 ficaram abandonados 76 morimbundos, os quais, apenas moveu-se a força, foram degolados pelos paraguaios que seguiam-nos sempre em certa distância. 


Quadro horroroso que a sorte adversa nos proporcionou, na mais extraordinária colisão!

 


FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 181

FOTO:quadro Abandono dos coléricos de Lopes do Leão, acervo do Museu Histórico Nacional, Rio.





26 de maio



1892 – Rebeldes de Jango Mascarenhas ocupam Nioaque


Nioaque, rua General Diogo, em imagem do início do século passado


Estacionadas há meia légua as tropas voluntárias do coronel Jango Mascarenhas, intituladas Forças Patrióticas Legais, mandam ultimato ao comandante do 7º Regimento. São portadores do documento os majores João Jacinto Leite e Olímpio Monteiro de Lima e o capitão Manuel Antônio de Sá.
Imediatamente após a entrega da missiva ao major Cônsul, antes mesmo da resposta favorável, ao toque de corneta vindo do quartel chamava “reunir”, o corneta dos patriotas entoou “avançada” , e como um relâmpago – descreve Miguel A. Palermo – “os três regimentos, em conformidade com o que se tinha disposto, partiram em três filas, encurralando a vila”, na seguinte ordem:
O 1º Regimento ocupou desde o rio Nioaque, as ruas General Diogo, Coronel Barbosa, General Antonio Maria e 15 de Novembro. O 2º Regimento desde a 15 de Novembro, a 25 de Novembro e a Coronel Dias; e o 3º desde a Coronel Dias, a 1º de Março até o rio Nioaque.


Ficou em poder dos rebeldes uma carreta que conduzia carne para o fornecimento e o carro de água para o 7º Regimento, que em seguida aderira sem nenhuma reação concreta, conforme atesta o vencedor:


A nossa entrada na vila de Nioaque foi uma verdadeira vitória, pois todos em número de 783, divididos em três regimentos de cavalaria e ao mando dos tenentes-coronéis João Rodrigues de Sampaio, João Luis da Fonseca Morais e Atanásio de Almeida Melo, desfilaram em perfeita ordem.
Em frente ao quartel, o major Antônio Nicolau Cônsul e sua oficialidade receberam-nos com vivas à soberania popular, ao governo federal, à República dos Estados Unidos do Brasil, ao Estado de Mato Grosso e ao grande Partido Republicano. Depois sempre em ordem, precedidos pela banda militar e acompanhados do major comandante Cônsul, passeamos pelas principais ruas desta vila – na qual reina uma perfeita calma.



O episódio descrito é relativo à reação de Generoso Ponce, do qual Jango era liderado no Sul do Estado, ao golpe do coronel Barbosa, comandante militar em Corumbá, que destituiu o governo do presidente Manoel Murtinho em Cuiabá. 




FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque evolução política e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 59.

Nenhum comentário:

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...