terça-feira, 25 de janeiro de 2011

1° de março

1º de março

1870 - Morre Lopez e acaba a guerra





Dá-se a última batalha da guerra do Paraguai, da qual participa o marechal Francisco Solano Lopez, em Cerro Corá, às margens do rio Aquidaban, proximidades de Ponta Porã. Tropas comandadas pelo general Câmara travam o decisivo combate do conflito que durou cinco anos. O tenente-coronel Jorge Maia, veterano dessa guerra, dá notícia detalhada dos últimos minutos do presidente Solano Lopez, já ferido no ventre em confronto com tropas do coronel Joca Tavares:

Assim, tão gravemente ferido, López desistiu da inútil resistência, e, já no trilho limpo da macega, pelo trânsito, põe o cavalo a meio galope para ganhar o mato, boca da picada, que tinha cerca de 30 m. Foi nessa ocasião que o cabo Lacerda disse aos oficiais:

 
Foi lanceado na barriga.
Tudo isso se passou em poucos minutos.


(...) Foi nessa ocasião que chegou o general Câmara e perguntou:
Que é do Lopez? E os oficiais do Estado Maior do Coronel Joca Tavares, que ali se achavam, responderam:


Entrou aqui, apontando-lhe a boca da picada; ao que acrescentou o cabo Lacerda:


Lanceado na barriga.


O general Câmara não ligando a esse incidente a menor importância, apeou-se, e, com ele diversos oficiais do seu Estado Maior; penetrou na picada, que, como já vimos, era curta, e, chegando a barranca do arroio, viu Lopez metido na água, na posição já descrita. Não será demais repetir que o arroio nesse lugar tinha cerca de 5 m de barranco a barranco e cerca de 4 m de água, com cerca de 0,60 m de profundidade e o barranco na margem esquerda, onde se achava o general Câmara com outras pessoas, cerca de 0,60 m de altura. Nessa ocasião já haviam chegado praças do 9º. Batalhão de Infantaria, entre eles o soldado do norte, Francisco Fernandes de Souza, que parou ao pé do barranco, do lado esquerdo da picada, com arma descansada, olhando para Lopez.


O general Câmara ao chegar à beira do barranco, que, como já disse, tinha cerca de 0,60 m de altura, postou-se à direita da picada e dali o intimou:
Renda-se, Marechal!


Lopez, já sentindo a morte que dele se apoderava, lançou ao general um olhar que traduzia toda a tempestade de horror e de ódio que lhe iam na alma, prestes a abandonar o corpo. (...) Não podendo mais suster o espadim na atitude em que tinha, pela extrema fraqueza, largou-lhe a ponta da mão esquerda, e, deixando pender e cair para a direita, talvez em inútil ameaça, segurando, porém, os copos do espadim, e voltando de novo a cabeça, pela última vez para o general Câmara, com expressão medonha, disse:

 
Muero com mi pátria.

 
O general Câmara supondo que Lopez o queria agredir, pois não conhecia a natureza do ferimento nem o seu estado, ordenou:


Desarmem esse homem. Ouviu-se então, no mesmo instante, o estampido de um tiro disparado pelo soldado de Infantaria, Francisco Fernandes de Souza, nas costas do morimbundo, que já pendia para cair de bruços. 



FONTE: Jorge Maia, A invasão de Mato Grosso, Biblioteca do Exército Editora, Rio, 1964, página 306.

FOTO: Chico Diabo atinge Lopez. Reprodução de Semana Ilustrada (RJ) 27 de março de 1870. 




1° de março

1883 - Campo Grande pede desligamento do município de Nioaque


Joaquim Vieira de Almeida, comerciante e líder político
Em carta firmada por Joaquim Vieira de Almeida e outros moradores da vila de Campo Grande ao presidente do Estado de Mato Grosso, Manuel José Murtinho, pediam "para que seja desligada esta freguesia do termo de Levergeria e unida ao de Miranda". O motivo é simples:

"Tendo os moradores desta freguesia, suas relações comerciais na vila de Miranda, onde efetivamente vão prover-se de todo o necessário, torna-se-lhe por isso muito conveniente e vantajosa a união desta àquela vila". 



FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua velha, Edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, página 184.


1º de março

1980 -  Carta psicografada inocenta marido de morte da esposa

Atingida por um tiro à altura do pescoço, morre dias depois no hospital, a ex-miss 
Campo Grande, Gleide Dutra de Deus. O episódio teria sido apenas uma trágica rotina urbana, não fosse a peculiaridade do julgamento: o suspeito da morte,  marido da vítima, foi absolvido tendo como provas principais cartas psicografadas pelo médiun Chico Xavier, onde Gleide afirmava que o disparo havia sido acidental. 

João Francisco Marcondes de Deus foi indiciado pela acusação de haver matado a esposa, após retornarem de uma festa, aos 0h30 min, com um tiro, que a atingiu na região da garganta. O casal residia no Jardim dos Estados. João de Deus e Gleide voltavam de um jantar em companhia da mãe de Gleide e mais dois amigos do casal e se dirigiam para outra festa, que seria realizada na casa de um colega de trabalho. No caminho, a mãe de Gleide foi deixada em casa. Pouco depois, a própria Gleide desistiu de ir à festa.

Em casa, João de Deus decidiu pegar uma arma, um revólver que usava costumeiramente. Minutos depois, os dois amigos, que haviam ficado no carro, ouviram um disparo e gritos de socorro. João saiu carregando a mulher e dirigiu-se a um hospital, onde Gleide permaneceu internada, vindo a falecer em seguida.

Em consequência foi denunciado pelo promotor Francisco Pinto de Oliveira Neto, para ser julgado pelo Tribunal do Juri.

Na delegacia João de Deus garantiu que o disparo fora acidental. Ele teria pego a arma do criado-mudo e, ao colocar na cintura ela disparou atingindo a esposa.

Em juízo, alegou que sua mulher estava sentada na cama no momento do disparo e que ele estava pegando a arma para ir com o irmão e um amigo que os esperavam no carro a uma outra festa.

Em março de 1982, o juiz Armando de Lima remeteu o processo ao Tribunal do Júri, por entender tratar-se de um homicídio doloso. No primeiro júri os jurados reconheceram, por unanimidade, que o réu não teve intenção de matar, sendo absolvido. A acusação recorreu e foi determinado novo júri, já em 1990, João Francisco foi acusado por homicídio culposo, sem intenção de matar.

A defesa onde atuou o advogado Ricardo Trad, usou entre outras provas, duas cartas psicografadas por Chico Xavier, nas quais a vítima inocentava o marido, além do testemunho de enfermeiros que atenderam a vítima no hospital antes de morrer e que também ouviram a confissão de inocência do acusado. Pelo homicídio culposo o réu não chegou a ficar preso porque a pena de um ano havia prescrito. 

FONTE: Midiamax, Campo Grande, 26/082016.


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