domingo, 23 de janeiro de 2011

1° de fevereiro


01 de fevereiro

1881 - Corumbá regula criação de cães na cidade

Em edital publicado em semanário local, a Câmara Municipal de Corumbá passa a exigir a matrícula de todos os cães da cidade, determinando o uso de coleira nos animais. Pela matrícula, o dono do cão (ou da cadela) pagará 2$000 (dois mil réis). A norma, autorizada pelo código das posturas do município, é rigorosa ao decretar que o "infrator de qualquer destes artigos será punido com a multa de dez mil réis e na reincidência o dobro".





FONTE: Jornal O Iniciador (Corumbá) em 7 de fevereiro de 1881.


01 de fevereiro

1892 – Golpe militar derruba governo de Manoel Murtinho



Movimento sedicioso, encabeçado pelo coronel João da Silva Barbosa, comandante do Distrito Militar de Corumbá, destituiu o presidente Manoel Murtinho (foto). “No dia 1º de fevereiro pela manhã – recorda Lécio G. de Souza – as forças rebeldes desembarcavam a jusante do porto de Cuiabá e céleres, avançaram pelas ruas centrais. A tropa do 8º, da guarnição da capital, doutrinada pelo major Caetano de Albuquerque, afastado o tenente-coronel João Maciel da Costa do seu comando, fez causa comum a do 21º de Corumbá. Sem encontrarem qualquer resistência da parte das demais corporações militares ficaram senhores absolutos da situação. Na mesma data depunham, por um golpe de força, o presidente Manoel Murtinho”.



FONTE: Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., página 79



1° de fevereiro

1924 - Inaugurado o hospital militar de Campo Grande

É inaugurado o Hospital Militar de Campo Grande, no bairro Amambaí. Quadros à parede de seu centro de estudos, passam as seguintes informações sobre a unidade de saúde:

Situado no bairro Amambaí, cerca de três quilômetros do centro da cidade, o Hospital Militar de Campo Grande, ocupa o centro de um grande parque cortado de longas avenidas, entre as quais se vêem bosque de eucaliptus, legustras japônicas e outras plantas. Do ponto de onde se acha colocado batido pelos ventos do quadrante, satisfazendo todas as exigências da higiene moderna devisa-se a cidade de Campo Grande...além das avenidas arborizadas, vêem-se artísticos jardins nos pátios internos e entre os pavilhões, bem como na frente do HM.

O seu primeiro diretor foi o médico foi o coronel Júlio de Castro Pinto.

GALVÃO, Olney Cardoso, História da Medicina de Campo Grande, in Campo Grande, 100 anos de construção, Matriz Editora, Campo Grande, 1999, página 259.


1° de fevereiro

1932 - Fundada a primeira faculdade de Direito de Campo Grande

                                                 Anuncio no Jornal do Commercio, 1°/04/1934


Um grupo de bacharéis em Direito, à frente o advogado e jornalista Francisco Bianco Filho, é fundada em Campo Grande, a Faculdade de Direito do Estado de Mato Grosso. O anúncio da criação desta que seria a primeira faculdade de ciências jurídicas do Sul do Estado, foi feito através de circulares dirigidas aos jornais de Campo Grande e Cuiabá:

Muito me apraz comunicar-vos que, nesta data, foi fundada, com sede nesta cidade, em reunião a qual compareceu grande número de pessoas de destaque em nosso meio social, uma escola de Direito sob a denominação de FACULDADE DE DIREITO DO ESTADO DE MATO GROSSO, ficando assim constituída sua diretoria provisória:

Bacharel Francisco Bianco Filho, diretor; Bacharel Antonio Leite de Campos, vice-diretor; Bacharel Adalberto Barreto, secretário; Bacharel José Pereira Teixeira Filho, bibliotecário. 

Contando com vosso apoio à obra de tão relevante alcance intelectual e moral, subscrevo-me com muita estima e elevada consideração.

Campo Grande, em 1º de fevereiro de 1932.

Adalberto Barreto,
Secretário.¹

A faculdade chegou a anunciar o primeiro vestibular no mês de fevereiro. Em 31 de março, há registro da locação do salão da Associação Comercial para as aulas do curso. Nada consta sobre o seu funcionamento regular até 1934, quando voltou a convocar novo vestibular, numa publicação com a assinatura do advogado Eduardo Olímpio Machado, como diretor e o professor Severino de Queiroz, como sub-secretário.

FONTE: A Cruz (Cuiabá), 28/02/1932.






1º de fevereiro

1944 - Getúlio revoga arrendamento concedido à Mate Larangeira

Heitor (a cavalo, de costas) e o último e inútil apelo ao presidente Vargas


Em despacho publicado no Diário Oficial, o presidente Getúlio Vargas, nega provimento à renovação do contrato de arrendamento dos ervais de Mato Grosso à empresa Mate Larangeira.¹ O processo teve início com o parecer desaprovando o prosseguimento da concessão, expedido pelo Conselho de Segurança Nacional, em 26 de dezembro de 1940 e sofreu a resistência tenaz da empresa, através de seu presidente Heitor Mendes Gonçalves, que em ofício ao presidente Vargas, em 28 de janeiro de 1941, tenta demover o chefe da Nação da decisão de revogar o arrendamento:

Não é tanto pela lado material como o aspecto moral do caso, o que mais impressiona e interessa a companhia cuja longa existência de dedicação e trabalho não merece a ingratidão e a injustiça clamorosa que essa decisão representaria.

Apelo, portanto, para o nobre patriotismo de V. Exa. que sabe pairar acima das paixões e teve sempre a grande serenidade de encarar os fatos do alto do mais apurado sentimento de justiça e respeito a todos os direitos.
"Já tive ocasião de convidar V. Exa. para chegar até a zona da Mate Larangeira por ocasião de sua próxima visita a Mato Grosso. Não seria o caso de se aguardar essa visita para depois se tomar uma decisão final sobre a questão?

V. Exa. que tem com tanta abnegação percorrido regiões as mais afastadas do país para formar juízo próprio e pessoal de suas riquezas e de seus homens, teria assim oportunidade de ver e ajuizar com segurança do papel da Mate Larangeira em nossa fronteira com o Paraguai e verificar que ela do que precisa é de animação e apoio dos poderes públicos para completar sua obra de povoamento e civilização.

Em agosto de 1941, Getúlio visita Ponta Porã. "O ditador - observa o historiador - seguiu então para a fazenda Pacury, onde recebeu uma homenagem dos campeiros, cerca de duzentos homens a cavalo, portando bandeiras, bem ao estilo gaúcho das cavalgadas e tropeadas. O presidente desceu do auto, montou no criollo Guapo e ao lado de sua comitiva, também montada, cavalgaram os seiscentos metros que separavam a entrada, da sede da fazenda."

Neste momento o homem forte da Mate Larangeira teria feito o último apelo para convencer o presidente:

No grande gramado em frente à propriedade, deu-se uma cena antológica: o discurso com que Heitor Mendes Gonçalves, montado em Caudilho, saudou o presidente. Quem a presenciou pode entender a dimensão do esforço que fazia o administrador da Cia. Mate para sensibilizar Getúlio sobre as dificuldades do setor ervateiro, cujas exportações àquela altura já minguavam irremediavelmente, inviabilizadas pela concorrência dos misioneros. O próprio capitão reconhecia, em sua fala, que o futuro da região estava na pecuária.
"Getúlio Vargas, como sempre sorria. Continuou sorrindo ao adentrar a residência da Pacury para descansar momentaneamente num dos aposentos que lhe haviam reservado. Enquanto isso Aracy, esposa de Mário Mendes Gonçalves, fazia as honras da casa, servindo ao presidente um banquete que entraria para a história da cidade.²

Em 1944, três meses depois de indeferir o pedido de renovação de contrato com a Mate, o presidente esteve em Guaíra (Paraná) e assinou decreto onde encampava alguns bens da empresa, como a estrada de ferro Porto Mendes-Guaíra, a casa sede da administração e várias embarcações. Os bens foram repassados para o Serviço de Navegação da Bacia do Prata, autarquia com sede em Corumbá. A partir de então, a Mate permaneceu explorando a erva apenas em terras de sua propriedade.


FONTE: ¹Pedro Ângelo da Rosa, Resenha Histórica de Mato Grosso (Fonteira com o Paraguai), Livraria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1962, página 86; ²Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época - Os Mendes Gonçalves & a Cia. Matte Larangeira, (2a. edição), edição do autor, Ponta Porã, 2013, página 135. FOTO extraída do livro Retratos de uma época.

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